A ilha de Alcatraz, localizada na baía de São Francisco, foi transformada em prisão em 1934 e funcionou 29 anos até ter sido encerrada em 1963. Durante esses anos, tornou-se na prisão mais conhecida de sempre, tendo albergado os criminosos mais perigosos e mais poderosos do mundo. Al Capone é um dos exemplos.

Oficialmente, até hoje, Alcatraz nunca registou nenhuma fuga bem sucedida. Em todas as tentativas, os fugitivos ou foram mortos ou afogaram-se na baía de São Francisco. Assim se crê, independentemente dos muitos argumentos dos filmes de Hollywood. Mas o “até hoje” não é por acaso. É que, afinal, dois reclusos que fugiram desta prisão podem mesmo ainda estar vivos. E a história até agora contada pode dar uma volta de 180º graus.

Em 1962, um ano antes do encerramento da ilha, deu-se uma fuga que ficou na história. Foi tema de dezenas de filmes, o mais conhecido dos quais será , “Os Fugitivos de Alcatraz”, com Clint Eastwood. Isto porque sempre que se pensou que os irmãos Clarence e John Anglin, juntamente com Frank Morris, tinham morrido afogados depois de tentarem escapar da prisão de segurança máxima isolada num meio de um mar muitas vezes gélido, revolto, cheio de correntes perigosas e até tubarões. Mas os seus corpos nunca foram encontrados e os dois nunca foram oficialmente dado como mortos. Agora, dois sobrinhos dos reclusos revelaram provas do seu alegado paradeiro, avança o Confidencial.

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Os dois irmãos Anglin fugiram de Alcatraz em 1962 (Reuters)

Os familiares, David e Ken Widner, garantem que os seus tios podem mesmo estar vivos. Se assim fosse, os irmãos Anglin teriam 84 e 83 anos. Segundo os seus sobrinhos, estabeleceram-se, depois da fuga, no Brasil. Esta teoria é revelada no documentário do Canal História “Alcatraz: Em busca da verdade”, que estreou na passada segunda-feira. Mas que não consegue chegar até aos dois homens.

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No documentário é mostrada uma alegada prova da sobrevivência dos irmãos: uma carta enviada por Clarence e John à sua mãe por altura no Natal, supostamente já depois da fuga. Vários especialistas confirmaram ao canal que a caligrafia era mesmo de Clarence e John, mas não puderam confirmar em que data foi escrita a carta. No entanto, haverá outra evidência: é mostrada também uma fotografia dos irmãos tirada… nos anos setenta.

Citado pelo Confidencial, o agente que foi o principal investigador do caso durante 20 anos, Art Roderick, afirmou que “são sem dúvidas as melhores pistas que já tivemos”. Roderick ajudou a analisar os testes de ADN de ossos encontrados nas águas da baía de São Francisco que se acreditava pertencerem aos prisioneiros. Mas os resultados demonstraram que os restos mortais não eram dos Anglin. Mas o processo para o determinar foi complexo. A família de Clarence e John permitiu que fosse enxumado o corpo de outro irmão, Alfred, que tinha sido condenado à morte no Alabama por também ter tentado fugir da prisão. Meses de processo depois, chegou o resultado: o ADN não coincidia e caia por terra a teoria de afogamento.

Alcatraz

Em cima fotografias dos irmãos Anglin e Frank Morris. Em baixo, como seriam os reclusos anos depois. (Reuters)

A dúvida sobre o que tinha acontecido aos fugitivos mais famosos do mundo continuava assim sem resposta. Mas pode ter sido desfeita agora. O que provaria que talvez não fosse impossível fugir da prisão mais famosa do mundo.

Os irmãos Anglin e Frank Morris, todos condenados por assaltos a bancos, terão passado meses a escavar buracos na parede da sua cela na zona em redor das saídas de ar. Utilizaram colheres e garfos. Quando o tamanho do buraco se tornou suficiente, escaparam na noite de noite de 11 de junho de 1962. Mas o plano não se ficava por talheres. Os irmãos prepararam uma jangada e coletes salva-vida a partir de 50 capas de chuva. Para além disso os reclusos tinham criado cabeças de manequim de pasta de papel, que pintaram e nas quais colaram cabelos roubados da barbearia da prisão. Era assim que fingiam estar a dormir nas suas camas, enquanto preparavam a jangada e os outros meios para a fuga. Pelos vistos, bem sucedida.

Aqui fica o trailer do documentário do Canal História: