No dia 6 deste mês, a prisão de alta segurança de Clinton, no estado norte-americano de Nova Iorque, conheceu uma das mais impressionantes fugas da história. David Sweat e Richard Matt, de 35 e 49 anos respetivamente, tinham cavado um buraco na parede da cela que partilhavam e construindo um túnel com acesso para o exterior. Quando os guardas chegaram ao local, no lugar dos prisioneiros estavam bonecos vestidos com as suas roupas. Ambos estavam presos por homicídio e, dez dias depois da fuga, ambos continuam a monte.

Os desenvolvimentos da história continuam de dia para dia mas sem sinal dos homicidas em fuga. Para já, sabe-se apenas que decorrem as buscas e que uma das funcionárias da prisão, Joyce Mitchell, foi acusada de ter ajudado os dois homens a escapar. De acordo com Andrew Wylie, do Ministério Público, a mulher terá concordado em ir buscá-los de carro e levá-los para fora do recinto prisional. Mas ter-se-á arrependido no último minuto e o plano saiu furado.

Não se sabe, por isso como se terá dado a fuga dos dois homicidas norte-americanos, uma vez que nenhum veículo foi dado como desaparecido no local e não há quaisquer provas ou indícios de que os dois homens tivessem um ‘plano B’. Daí que, segundo a agência de notícias Associated Press, os investigadores admitam a hipótese de os fugitivos ainda estarem nas proximidades do estabelecimento prisional ou, noutra linha de investigação, tenham fugido para o México, para onde um deles chegou a fugir numa anterior situação.

Sweat e Matt trabalharam durante muito tempo na preparação do plano, trabalhando metodicamente durante a noite, entre a meia-noite e as cinco da manhã, e usando ferramentas que, depois, terminados os trabalhos, voltavam a colocar na devida caixa de modo a ninguém dar pela sua falta. A história dava um filme mas não é, no entanto, única.

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Algumas das fugas de prisão que ficaram para a história:

A pistola de madeira, 1934. Foi na prisão de Crown Point, no estado norte-americano do Indiana, que John Dilinger protagonizou a sua mais famosa fuga à prisão. Estava armado apenas com uma suposta pistola de madeira, e foi com ela que diz ter coagido os guardas a deixá-lo sair. Depois, terá fugido no carro do xerife. Não duraria muito tempo lá fora, já que apenas três dias depois voltava a assaltar outro banco e acabaria por ser morto às portas de um teatro em Chicago, em julho do mesmo ano.

A fuga de Alcatraz (que deu mesmo um filme, de Clint Eastwood), 1962. Era considerada a prisão “à prova de fuga” e por isso Frank Morris e os irmãos Clearence e John Anglin levaram quase um ano a preparar o grande dia. Usaram colheres para fazer buracos nas paredes das suas celas e, depois, para que os guardas não dessem pela sua falta, fizeram cabeças de manequim com pasta de papel e cabelo verdadeiro para se fazerem passar por eles próprios. Uma vez fora da prisão, que ficava na ilha de Alcatraz, não é certo se conseguiram sobreviver na água gelada de S. Francisco. Certo é que não foram encontrados, nem vivos nem mortos.

A mulher do diretor, 1994. Conheceram-se num programa de artesanato na prisão, ele tinha sido condenado por homicídio, ela era a mulher do diretor do estabelecimento prisional de Oklahoma. E no dia 30 de agosto de 1994, segundo um prisioneiro que estava nas redondezas a tratar do jardim, ela, Bobbi Parker, foi vista a apanhar o prisioneiro Randolph Franklin Dial numa carrinha familiar e a seguir viagem. Só voltaram a ser vistos 11 anos depois, quando se descobriu que estavam a viver desde então numa casa pré-fabricada numa quinta no Texas, sob os nomes Richard e Samantha Deahl.

Texas Seven, 2000. É considerada a maior fuga da prisão da história do Texas. Um grupo de sete prisioneiros escapou de uma prisão de alta segurança e, perto de um mês depois, foram encontrados na sequência do programa de televisão “America’s Most Wanted” (Os mais procurados da América). A fuga foi feita basicamente com recurso a manobras de diversão, durante a hora de almoço (período habitualmente mais calmo e de menor movimento). A maior parte do plano envolvia um dos prisioneiros chamar um ou outro guarda, enquanto outro o atingia na cabeça. Uma vez inconscientes, tiravam-lhes as roupas, cartões de identificação e escondiam-nos numa sala fechada, fazendo-se depois passar por eles.

O abre-latas, 2006. Ralph “Bucky” Phillips usou um abre-latas para fazer um buraco no telhado de metal da cozinha do estabelecimento prisional de Erie County, no estado de Nova Iorque e fugir depois pelo parque de estacionamento dos visitantes. Seguiu-se a maior caçada humana da história de Nova Iorque. Durante cinco meses o fugitivo feriu vários soldados norte-americanos e matou um outro antes de ser finalmente capturado.