A venda de um quadro de Modigliani esta segunda-feira por 170 milhões de dólares foi mais uma a entrar para a História. O milionário chinês Liu Yiqian arrematou por telefone o “Nu deitado” que o artista italiano pintou entre 1917 e 1918, em plena Primeira Guerra Mundial. Foi apenas a nona vez que uma obra de arte ultrapassou o valor de venda de 100 milhões de dólares — um valor justificado para a peça em causa, dizem os especialistas, mas que pode indiciar que o mercado da arte está a viver numa bolha.

A primeira obra a ser vendida por mais de 100 milhões de dólares foi o “Rapaz com cachimbo”, de Pablo Picasso. Leiloada a 5 de maio de 2004, foi arrematada por quase 105 milhões de dólares. Decorreriam seis anos até que uma peça atingisse valores idênticos. Em 2010 não se vendeu uma, mas duas peças: a escultura “L’homme qui marche I”, de Alberto Giacometti (103 milhões), e mais um Picasso, “Nu, folhas verdes e busto” (106 milhões). 

A partir daí, a frequência das vendas milionárias aumentou. “O Grito”, de Munch, foi a leilão por 120 milhões de dólares em 2012, “Silver Car Crash (Double Disaster)”, de Andy Warhol, foi vendido em 2013, apenas um dia depois da obra de Francis Bacon, “Three Studies of Lucian Freud”. No ano seguinte seria mais uma peça de Giacometti a ser posta à venda, por 100,9 milhões de dólares. O recorde absoluto chegou, porém, em maio deste ano, quando mais uma obra de Picasso ultrapassou os 100 milhões. “Les Femmes d’Alger (Version ‘O’)” foi leiloado por 179,4 milhões de dólares.

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