Já não se lembra há quantos anos são amigos, mas é isso que, diz, acontece com as amizades de vida, difíceis de explicar. Sabe que foi pela e na televisão, mas que as fronteiras do ecrã foram rapidamente transpostas. Helena Sacadura Cabral diz que ainda está “em choque” com a notícia que lhe chegou como nenhuma notícia da morte deveria chegar a alguém – pelo telefonema de um jornalista. Consegue falar pouco, mas quer fazê-lo para homenagear o amigo: “Costumávamos dizer que éramos os amigos vivos mais antigos”.

“Conheci-o há muitos anos. Nem consigo dizer quem nos apresentou. Talvez há 40 anos. Temos amigos íntimos em comum”, conta ao Observador. Helena Sacadura Cabral e Nicolau Breyner chegara a ser vizinhos, na Lapa, foi lá que a amizade, que “dura há certamente 40 anos” se foi intensificando. “Eu ia visitá-lo e ele abria-me a porta de robe. Tinha uma casa ao nosso lado”, conta.

“O Nicolau foi seguramente a pessoa com quem mais me ri a minha vida toda. Sou uma pessoa de riso fácil, mas ele…”, diz Helena Sacadura Cabral, uma das melhores amigas de Nicolau Breyner.

“Tinha uma relação com o Nicolau que não é fácil de explicar, atravessámos terramotos e montanhas. Realmente é difícil ter outro amigo com as características do Nicolau. É tão surpreendente. Vai levar tempo a convencer-me que isto aconteceu”, conta.

Como se resume uma amizade tão grande? “O Nicolau era um irmão”. O “irmão” de Helena faleceu esta tarde.

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