Veraneantes
Teatro Nacional D. Maria II, Lisboa
Nada como um estaladão de realidade vindo do palco, enquanto estamos sentados e não podemos dizer nada. É ouvir e calar, moer no assunto e levar as dores para casa. Maksim Gorki é o autor de “Veraneantes”, no D. Maria II com encenação de Nuno Cardoso. É uma peça do início do século XX em que a angústia do dia a dia, da rotina e do marasmo (ao mesmo tempo que o mundo insiste em fazer revoluções) parece nunca passar do prazo de validade.
Até 9 de abril, às 21h, domingo às 16h
Vinte e Sete
Festival de teatro de Vila Real e Bragança
Começou a 30 de março, continua até 27 de abril. E entre estes dias convém olhar para os fins de semana para ver o que acontece. Este sábado, dia 8, há duas peças em cena. No Teatro Municipal de Vila Real, às 21h30, há “Subterrâneo”, pelo Ao Cabo Teatro; no Teatro Municipal de Bragança, a ESTE — Estação Teatral apresenta “Terra Sonâmbula”, à mesma hora. A primeira é como uma Ted Talk sobre a vida imaginada por Dostoiévski; a segunda é a história de uma criança à procura dos pais numa terra destruída pela guerra (partindo da obra de Mia Couto).
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Serenade / Herman Scherman / 5 Tangos / Grosse Fuge
Teatro das Figuras, Faro
Mais uma etapa da digressão que assinala os 40 anos da Companhia Nacional de Bailado. O programa das festas é feito de algumas das peças mais emblemáticas que a CNB apresentou ao longo das últimas décadas: “Serenade” de George Balanchine, “Grosse Fuge” de Anne Teresa de Keersmaeker, “Herman Schmerman” de William Forsythe e “5 Tangos” de Hans van Manen.
Domingo, dia 9, às 18h30. Bilhetes a 18 euros.
Periférico
Centro Cultural de Belém, Lisboa
Já o conhecemos das ruas, as de cá e as do resto do mundo. Também já passou por diferentes exposições entre paredes. Mas isto de chegar aos palcos é uma novidade. Alexandre Farto, que o mundo inteiro conhece como Vhils, assina uma performance que mistura música, dança, teatro e artes visuais. As mudanças que estão a acontecer nas cidades são o tema em cena. Ou como o próprio artista explicou ao Observador: “Representa a malha urbana a formar um rosto, ou seja, a ideia de que a periferia da cidade forma as pessoas, mas nem sempre as pessoas formam a periferia.”
Uma bienal para que os artistas se percam: começa agora a BoCA
Sexta e sábado, às 21h, no pequeno auditório. Bilhetes a 15 euros.
Palhaço Rico Fode Palhaço Pobre
Teatro Rivoli, Porto
João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira tiveram dois pontos de partida para a peça que passa este fim de semana pelo Teatro Municipal do Porto. Primeiro, os filmes “Freaks” (Tod Browning) e “Os Palhaços” (Federico Fellini); depois, a discriminação e o estigma social. Baralhar ambas as origens resultou num espectáculo que é um circo — o dos palcos e o do quotidiano. Entre palhaços ricos e pobres as diferenças e distâncias são as mesmas que vemos na realidade. Basta estar atento.
Sexta às 21h30, sábado às 19h. Bilhetes a 7,5 euros.