O novo álbum de Camané, integralmente constituído por fados de Alfredo Marceneiro (1891-1982), é editado, no dia 06 de outubro, anunciou esta terça-feira a discográfica.

O álbum esteve inicialmente previsto para ser editado em maio último, mas foi adiado, devido à “decisão de registar em DVD a apresentação do álbum ao vivo, no palco da Culturgest [em Lisboa], perante uma assistência de apenas 100 pessoas”, assinala a Warner Music, em comunicado.

Camané canta Marceneiro“, o álbum, será colocado à venda numa versão apenas CD e outra CD/DVD, segundo a mesma fonte.

O álbum é uma homenagem de Camané a Alfredo Marceneiro, autor de fados como o “Laranjeira”, “Pierrot” ou “CUF”. Em vários espetáculos, o fadista afirmou que um dos fados que mais gosta de interpretar é o Fado Cravo, também de autoria de Alfredo Rodrigo Duarte, que ficou celebrizado como Alfredo Marceneiro, que Camané aponta como uma das suas maiores referências.

Queria entrar naqueles fados de forma verdadeira, sem imitar o Marceneiro. Mas tive primeiro de fazer o meu caminho. De criar o meu reportório. Só agora chegou o momento em que me consigo identificar tanto com os sentimentos vividos, como com os acontecimentos passados”, afirma, no mesmo comunicado, o criador de “Sei de um rio”.

No fado Cravo, Camané interpreta “Triste Sorte”, um poema de autoria do também fadista João Ferreira-Rosa.

“Camané canta Marceneiro” sucede a “Infinito Presente”, editado em maio de 2015, e é o oitavo álbum de estúdio do criador de “Se ao menos houvesse um dia” e tal, como os anteriores, conta com produção, arranjos e direção musical de José Mário Branco, que coassina com Manuela de Freitas a supervisão artística.

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Camané, distinguido já com três prémios Amália, venceu por duas vezes a Grande Noite do Fado de Lisboa, em juniores e seniores, e, ao longo do seu percurso, passou por várias casas de fado, nomeadamente, o restaurante Senhor Vinho, da fadista Maria da Fé e do poeta José Luís Gordo.

No teatro fez parte dos elencos de “Grande Noite”, “Maldita Cocaína” e “Cabaret”, sempre dirigido por Filipe la Féria.

Em 2002, participou num espetáculo com Manuela de Freitas, em torno da obra do poeta Fernando Pessoa, que foi apresentado no Palais des Beauxs Arts, em Bruxelas.

A partir de 1995, quando editou o CD “Uma noite de fados”, os álbuns do fadista foram sempre produzidos pelo músico José Mário Branco. Desde então, conta sete álbuns de estúdio, além dos registos ao vivo, como “Camané ao vivo no Coliseu” (2009), também em DVD, e das compilações, entre as quais “The art of Camané — The prince of fado” (2004).