O incêndio em Mangualde, distrito de Viseu, que lavrava desde quarta-feira, foi dominado esta madrugada, e o de Barreiras, agora designado como Miuzela, na Guarda, foi extinto, de acordo com a página da Autoridade Nacional de Proteção Civil.

Pelas 4h40 estavam ainda na localidade de Abrunhosa do Mato, concelho de Mangualde, 204 operacionais, apoiados por 43 meios terrestres. Em Miuzela, concelho de Almeida, os trabalhos de rescaldo eram realizados por 44 operacionais e 16 veículos.

Os dois fogos de Nisa, distrito de Portalegre, eram aqueles que mobilizavam mais meios esta madrugada, combatidos por quase 670 operacionais.

Este é o ponto de situação dos incêndios em Portugal às 00h30:

• Nisa: duas frentes de incêndio ainda não foram controladas. A situação mantém-se preocupante. Uma coluna militar especializada via chegar de Espanha esta noite, para combater os fogos. Cerca de 60 pessoas estão já acolhidas no Pavilhão Municipal de Nisa. Um hospital de campanha vai ser montado pela Unidade Militar de Emergência;
• Mação: a situação está controlada;
• Guarda: existe um foco de incêndio com uma frente em Almeida, junto à Miuzela;
• Mangualde: as chamas começam a ceder mas não deverá ser dado como dominado nas próximas horas já que tem de ser consolidado;
• Penacova: as duas frentes de incêndio já estão em fase de resolução.

António Louro, vice-presidente da Câmara Municipal de Mação, garantiu que houve uma maior preparação nos incêndios deste ano comparativamente aos que deflagraram o concelho em 2003.

Ainda assim, o autarca apontou que apesar de Mação ser considerado um concelho-modelo no combate aos fogos em matéria de Proteção Civil, não é exemplar “pelo trabalho de gestão de terreno”. António Louro, que falava em entrevista à TVI, alertou para o facto de o combate não ser “suficiente” e que é necessário ter “todas as condições no terreno”.

O vice-presidente revelou que há 14 anos, desde os incêndio de 2003, foi solicitado “ao Estado um plano de gestão”. “Infelizmente nunca ninguém mexeu um dedo para nos apoiar”, contou ainda.

António Louro garantiu que foi feito “muito para além daquilo que são as competências” da autarquia mas acrescentou: “Se nada for feito num trabalho de redesenho da paisagem, dentro de 15, 16 anos vamos estar outra vez na televisão”. O autarca reconhece que “não há uma solução milagrosa para o fogo” mas que são necessárias “políticas a trabalhar no sentido correto”.

O vice-presidente da Câmara Municipal de Mação percebe a necessidade de reordenar o território mas defende que “há outras soluções para além do banco de terras”.

Ponto de situação às 23h00: Duas frentes de incêndio no concelho de Nisa ainda não foram controladas.

Na freguesia de Santana, mais de 170 operacionais e 53 viaturas combatem as chamas nas Portas do Ródão. Em Arez e Amieira do Tejo, 395 operacionais continuam em Albarrol, junto à Falagueira, uma das localidades evacuadas, a poucos quilómetros de Monte Claro, também evacuada.

Cinco estradas estão neste momento cortadas devido aos incêndios.

• N 18 – Cortada no sentido Vila Velha de Ródão – Nisa;
• N 359 – Monte Claro – Nisa, cortada nos dois sentidos;
• IP 2 – Cortada nos dois sentidos, na zona da Ponte do Fratel, do quilómetro 150 ao quilómetro 152;
• N110 – Coimbra – Penacova, cortada nos dois sentidos;
• Estrada Municipal 1241 – Cortada no sentido Soutelo – Vila Nova de Poiares;

A Unidade Militar de Emergência espanhola, com 158 operacionais, vai reforçar esta noite o combate aos incêndios no concelho de Nisa, distrito de Portalegre, disse a presidente do município, sublinhando que a situação se “mantém preocupante”.

“Esta noite chega ao concelho de Nisa uma coluna militar especializada vinda de Espanha, para combater os fogos. Se tudo correr bem, como está planeado, durante a noite, conseguimos debelar estes incêndios”, afirmou Maria Idalina Trindade, durante um encontro com jornalistas, na vila de Nisa.

A autarca sublinhou que “o ponto da situação, nesta altura, sem alarmismos, é preocupante”.

com Lusa

Cerca de 60 pessoas estão já acolhidas no Pavilhão Municipal de Nisa, confirmou ao Observador Bento Semedo, da Câmara Municipal de Nisa. A grande maioria – se não todas – estas pessoas foram para ali transportadas das três aldeias evacuadas no concelho.

São cerca de 60, não seiprecisar. Está a ser dado apoio psicológico e social. Algumas já foram levadas para outros locais”,disseBento Semedo.

Um hospital de campanha vai ser montado em Nisa pela Unidade Militar de Emergência (UME), que hoje foi reposicionada para esse concelho.

Personal #BIEM4 y #BIEM5 se trasladan para colaborar en #Nisa ????????, #BIEM1 y #BIEM2 continúan en #Mação con labores de refresco y vigilancia pic.twitter.com/FccwfUhS6K

— UME (@UMEgob) July 27, 2017

Mais de 100 pessoas foram retiradas de casa e instaladas no pavilhão municipal de Nisa, onde a UME instala agora um hospital de campanha para prestar auxílio à população.

Uma residente tirou uma fotografia, cerca das 19h30, em Amieira do Tejo, concelho de Nisa, que mostra a proximidade das chamas da localidade.

Maria Cardoso/D.R

Os bombeiros de Nisa precisam de soro fisiológico e compressas.

Águas, bebidas energéticas e barrinhas de cereais também são bens necessários. Os donativos podem ser deixados no quartel dos bombeiros de Nisa, na Rua Doutor Cruz Malpique.

O presidente da Câmara Municipal de Mação, Vasco Estrela, acaba de confirmar ao Observador que a situação no concelho está “mais calma” e que está tudo “controlado”.

Dois focos de incêndio no distrito da Guarda mobiliza 156 operacionais. Um, em Figueira de Castelo Rodrigo, junto à localidade de Reigada, puxa pela força de 79 operacionais, 20 viaturas e um meio aéreo.

Um outro foco em Almeida, junto à Miuzela, mobiliza 77 operacionais e 25 viaturas.

Os dois ainda em curso, segundo informações recolhidas pelas 21h30 na página da Proteção Civil.

As chamas começam a ceder em Mangualde, com apenas 21 operacionais e 6 viaturas no terreno, de acordo com a Proteção Civil.

Contudo, decorrem no distrito de Viseu cinco operações de patrulhamento, vigilância e distribuição de água à população.

As duas frentes de incêndio em Penacova já estão em resolução, de acordo com a página da Proteção Civil.

Uma primeira, em São Mamede, está em fase de resolução e mobiliza 484 operacionais e 147 viaturas e, pelo menos um meio aéreo.

A última, em Paradela, já em fase de rescaldo, ocupa 55 operacionais e 15 viaturas.

Portalegre é o segundo distrito que mais meios mobiliza esta quinta-feira. Pelas 20h30 eram 576 os operacionais no terreno, apoiados por 175 viaturas e 12 meios aéreos.
Duas frentes do incêndio de Nisa ainda não estão controladas, são elas as de Albarrol e Amieira do Tejo.

O foco de incêndio em Belver, no concelho de Gavião (e a poucos quilómetros de Mação), já foi dado como dominado, com apenas alguns focos de combustão controlados por 7 operacionais, 3 viaturas e 1 meio aéreo.

O distrito de Castelo Branco ainda é o distrito que mais meios mobiliza em todo o país, de acordo com as informações disponíveis na página da Proteção Civil, com maior destaque para o foco de incêndio em Várzea dos Cavaleiros, na Sertã, que mobiliza 984 operacionais, 314 viaturas e 5 meios aéreos, cerca das 20h30.

Em Santo André das Tojeiras estão 199 operacionais no combate às chamas, apoiados por 72 viaturas, com esforços também concentrados num terceiro foco em Proença-a-Nova que mobiliza 148 operacionais e 46 viaturas.

Contudo, todas estas ocorrências já estão em fase “de resolução”, o que significa que não há risco de expansão das chamas para além do perímetro já ardido.

Ponto de situação das 20h00, em Nisa

• 528 operacionais combatem as chamas no concelho, apoiados por 162 viaturas e 11 meios aéreos;
• Três aldeias foram evacuadas: Falagueira, Monte Claro e Salavessa;

@CRAMANSHE/Instagram

Alguns barracões foram destruídos na aldeia de Falagueira, no concelho de Nisa, contudo todas as pessoas, animais e bens foram salvos.

As chamas seguem agora em direção a Montes Claros, no mesmo concelho.