Durante um dia as mulheres russas foram aconselhadas a evitar ter relações sexuais com os estrangeiros que voaram para a Rússia para assistir ao Mundial de futebol. Mas o recato a que apelou a deputada durou menos de um dia: agora, outro deputado encorajou todos os russos a não só fazerem sexo, mas também a procriarem como os turistas na Rússia. E se o fizerem com pessoas de “raças diferentes”, melhor ainda.

A polémica começou quando Tamara Pletnyova recomendou à abstinência sexual durante o Campeonato do Mundo para que as mulheres russas não se tornem “mães solteiras de crianças mestiças”. “Estas crianças mestiças sofrem e sofreram desde os tempos soviéticos. Uma coisa é serem da mesma raça, outra coisa é serem de uma diferente. Não sou nacionalista, ainda assim sei que as crianças sofrem. São abandonadas e é isso, ficam aqui com as mães”, disse Pletnyova numa estação de rádio local.

Deputada russa aconselha mulheres a não terem sexo com estrangeiros de outras raças

Agora, o conselho deu uma reviravolta. Mikhail Degtyaryov veio contrariar Tamara Pletnyova: “Quanto mais histórias de amor relacionarmos com o Campeonato do Mundo, mais pessoas de diferentes países se apaixonam e quanto mais crianças nascerem melhor. Daqui a muitos anos, essas crianças vão recordar que a história de amor dos seus pais começou durante o Campeonato do Mundo na Rússia em 2018”, justificou ele em entrevista à rádio Govorit Moskva.

Estes comentários vieram depois de Tamara Pletnyova, líder do Comité Parlamentar Russo para as Famílias, Mulheres e Crianças, se ter demonstrado preocupada com a repetição do fenómeno “crianças dos Olímpicos”, nome dado às pessoas que nasceram num boom de natalidade logo a seguir aos Jogos Olímpicos de Moscovo em 1980.

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