Desde segunda-feira já ficaram feridos 207 polícias, 800 contentores foram incendiados, 107 carros danificados. Só esta sexta-feira foram detidas 17 pessoas e 77 pessoas receberam assistência médica (52 só em Barcelona).

De acordo com o La Vanguardia, os Mossos d’Esquadra já conseguiram dispersar a maior parte dos manifestantes que se mantiveram toda a tarde e noite na praça de Urquinaona e transferiram as barricadas e fogueiras para o passeio da Gràcia e para a Gran Via. O gabinete governamental que está a acompanhar a situação deverá voltar a reunir-se pelas 8h, e está prevista uma conferência de imprensa para as 10h da manhã deste sábado.

Entre os 17 detidos desta sexta-feira está o fotojornalista do El País Albert García que é acusado de “agredir um agente”. A versão que corre nas redes sociais, contudo, é de que o fotojornalista chocou com um polícia e foi imediatamente imobilizado.

https://twitter.com/punsix/status/1185296055849631744

Dados do Sistema de Emergência Médicas (SEM) da Catalunha indicam que 62 pessoas ficaram feridas nos confrontos desta sexta-feira entre manifestantes e polícia, sendo que a maioria dos feridos (41) ocorreu em Barcelona.

(Jeff J Mitchell/Getty Images)

Depois de terem entrado com carrinhas de choque nas zonas mais críticas de Barcelona, onde se reúnem centenas de manifestantes, os Mossos d’Esquadra usaram pela primeira vez canhões de água para dispersar os manifestantes, avança o El Mundo.

De acordo com o El País, é a primeira vez que a polícia catalã usa este veículo desde que foi adquirido pelos Mossos em 1994. Segundo aquele jornal, os manifestantes começaram a dispersar devido à intensidade da pressão da água.

. @mossos va barriendo con el camión de agua, empujando con las palas y tirando agua por arriba, las barricadas. @mossos interviene en Urquinaona https://t.co/jCjQEGxIPA pic.twitter.com/kDrzV6rZC0

— Rebeca Carranco (@RebecaCarranco) October 18, 2019

Segundo o La Vanguardia, os Mossos d’Esquadra entraram agora com carrinhas de choque no centro da cidade de Barcelona e falam em cerca de 4.500 pessoas a provocar distúrbios, sendo que cerca de 500 são consideradas “muito violentas”.

Novas lideranças, algumas concessões e abertura para perder guerras para no final de tudo ganhar paz. Falámos com dois especialistas, e vozes de moderação, para dar sentido ao caos que domina Espanha.

O que é preciso para a Catalunha e Madrid se sentarem a falar?

Os distúrbios continuam na praça Urquinaona, em Barcelona. Segundo o El Periodico, os manifestantes continuam noite dentro a atirar pedras, garrafas, latas e outros objetos aos polícias anti-distúrbios. Os manifestantes estão atrás de uma barricada feita com contentores incendiados. Ouvem-se gritos de “Independência” ou “Por eles!”.

A Polícia Nacional informou entretanto que mais um dos seus agentes ficou ferido depois de ter sido atingido com uma pedra na cabeça.

Un @policia herido de gravedad en la calle de Junqueres. Sus compañeros le sacan de la primera línea. No dejan de tirarles de todo https://t.co/jCjQEGxIPA pic.twitter.com/5Y1pwMq650

— Rebeca Carranco (@RebecaCarranco) October 18, 2019

O gabinete de crise do Governo catalão está reunido a esta hora no Palácio da Generalitat, pela terceira vez esta sexta-feira, avança o La Vanguardia. A reunião foi convocada pelo presidente catalão, Quim Torra, e estão presentes os conselheiros (equivalente a ministros) do Interior (por videoconferência), da Presidência, da Saúde e da Justiça.

Fernando Grande-Marlaska, ministro da Administração Interna, faz agora uma conferência de imprensa com o balanço do dia na Catalunha. O ministro começa por explicar que vai distinguir o balanço da manifestação desta sexta-feira da ação de “grupos independentistas violentos”.

Quanto à primeira, Grande-Marlaska afirma que “esta tarde confluíram em Barcelona diversas marchas que reuniram centenas de milhares de pessoas” — 1.500 pessoas terão participado nessas marchas, de acordo com dados da Guarda Urbana. A concentração em Barcelona, contudo, ficou aquém da participação nas últimas Diadas (dia nacional da Catalunha), relembrou o ministro. Em 2014 houve um milhão e 800 mil pessoas na rua e, este ano, 600 mil participantes. Também a greve geral, diz Marlaska, teve uma adesão “abaixo das previsões das autoridades”.

Mas os manifestantes de hoje, sublinha o ministro, exerceram o seu “legítimo direito constitucional de manifestação”. De seguida, o ministro da Administração Interna virou o foco para os distúrbios que ocorrem neste momento em Barcelona, na Via Laietana.

Os grupos independentistas violentos que estão a participar nestes eventos reúnem cerca de 400 pessoas”, resume. “Têm comportamentos vândalos e intoleráveis, aos quais a polícia e os Mossos estão a responder.”

Grande-Marlaska quis deixar um aviso a todos os que se querem manifestar na Catalunha: “Quem quis exercer o seu direito de manifestação, pôde exercê-lo em total liberdade. Mas quem fragilizar as liberdades democráticas, encontrará o exercício proporcional, mas contundente, da lei do Estado, através das forças de segurança.” E quis enviar diretamente uma mensagem a estes “grupos minoritários”: “Vamos aplicar ao independentismo violento o Código Penal, com toda a contundência. E a todo o independentismo que atue fora da lei também. Recordo-lhes que perante os delitos de atentado à autoridade, as penas podem ir até seis anos de prisão.”

Por fim, o ministro da Administração Interna resumiu que, desde segunda-feira, se registaram agressões a jornalistas, foram detidas 128 pessoas (9 ficaram em prisão preventiva) e 207 agentes policiais feridos. Quatro dos detidos na Via Laietana hoje são menores de idade, confirmou ministro.

A Polícia Nacional informa agora que o agente levado pelos colegas estava “consciente” e que levou uma pedrada, o que o deixou “atordoado”.

Un @policia de la UIP herido de una pedrada en la cabeza. Es evacuado consciente a un centro hospitalario.#SomosTuPolicía #EstamosPorTi

— Policía Nacional (@policia) October 18, 2019

Número de feridos em Barcelona sobe de 19 para 35, de acordo com informações dos Serviços de Emergência Médica. Desses, 25 foram assistidos em Barcelona.

Aumenta a tensão na zona de Via Laietana, em Barcelona. Os manifestantes atiram pedras, latas e outros objetos à polícia, que já responde com balas de borracha e gás lacrimogéneo.

Carles Puigdemont pronunciou-se sobre o dia de hoje em Barcelona, falando numa “demonstração colossal de força cívica dos catalães”. “Este é o caminho que inquieta o Estado [espanhol] e os seus aliados e portanto não devemos abandoná-lo”, sentenciou o líder independentista, atualmente na Bélgica.

La llibertat en marxa. Colossal demostració de força cívica dels catalans. Aquest és el camí que neguiteja l'Estat i els seus aliats, i per tant el que no hem d'abandonar. Gràcies immenses per les #MarxesPerLaLlibertat i la #VagaGeneral18O.

— krls.eth / Carles Puigdemont (@KRLS) October 18, 2019

O El Periódico avança agora que na Via Laietana os agentes policiais retiraram um colega, inconsciente, do local.

Os confrontos naquela zona continuam a intensificar-se. O La Vanguardia explica que a polícia anti-motim colocou um grupo de agentes na rua Fontanella, perpendicular à Via Laietana, para tentar manter os manifestantes mais violentos concentrados naquele espaço.

O Sistema de Emergências Médicas confirmou entretanto, de acordo com o La Vanguardia, qual o número de feridos registado ao longo do dia em toda a Catalunha. Ao todo, 26 pessoas necessitaram de assistência médica por questões relacionadas com as manifestações. Dessas, 19 estavam em Barcelona.

A Polícia Nacional informa agora que o número de pessoas detidas na Via Laietana subiu para 10. As detenções são relacionadas com os incidentes que decorrem neste momento naquela rua.