A animação “A Ovelha Choné: A quinta contra-ataca”, que se estreia na próxima quinta-feira (12), é um tributo aos filmes de ficção científica, mas com um humor “enfaticamente inglês”, como contou à Lusa o produtor Peter Lord.

Produzido pelos estúdios de cinema Aardman, “A Ovelha Choné: A quinta contra-ataca” assinala a estreia de Will Becher e Richard Phelan na realização, depois de terem trabalhado em áreas diferentes dentro da empresa britânica de animação.

A personagem principal, uma ovelha irrequieta, sempre disponível para fazer disparates mirabolantes, apareceu pela primeira vez em 1995, por breves minutos, na curta-metragem “Wallace & Gromit: A tosquiadela”, tendo ganhado protagonismo depois numa série televisiva e em 2015 na primeira longa-metragem, “A Ovelha Choné: O filme”.

Os ingredientes de “A Ovelha Choné: A quinta contra-ataca” são os mesmos: animação de volumes e em stop-motion, comédia e peripécias, sempre sem recurso a diálogos, numa história que decorre novamente numa quinta, mas com uma nova personagem, Lu-La, vinda do espaço.

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“O mais especial é ser uma história de ficção científica. Há uma invasão alienígena. A piada é que a Ovelha Choné é sempre travessa, está sempre metida em sarilhos, mas a Lu-La é ainda pior. Ou seja, a Choné prova do seu próprio veneno”, explicou Peter Lord.

O produtor executivo, que esteve em Portugal em março passado, a convite do festival Monstra, é um dos fundadores dos estúdios Aardman, nos anos 1970, e onde nasceram personagens como Wallace & Gromit, Morph e Ovelha Choné e filmes premiados como “A fuga das galinhas”, “Piratas!” e “A maldição do coelhomem”.

Em todos eles, e também nesta nova longa-metragem, há um sentido de humor “enfaticamente inglês”, ampliado pelo facto de todas as situações de comédia acontecerem sem palavras e pensadas para públicos de várias idades.

“O primeiro trabalho que fizemos nos anos 1970 foi para um programa para crianças surdas. Tínhamos que criar histórias sem diálogos. E tornou-se numa ótima disciplina. Para uma longa-metragem é muito difícil. […] É um desafio se conseguirmos dizer uma piada sem palavras; há uma certa pureza nisso”, disse Peter Lord.

“A Ovelha Choné: A quinta contra-ataca” está recheado de referências a clássicos da ficção científica, de várias décadas, e que serão identificados por espetadores mais velhos.

“Queríamos que fosse apelativo para adultos e crianças. Em cada década há vários filmes ótimos”, como “2001: Odisseia no Espaço”, “Alien” ou “Armageddon”, explicaram Will Becher e Richard Phelan em entrevista à agência Lusa, em setembro passado quando estiveram na Comic Con Portugal, em Oeiras.

“Basicamente queríamos fazer o filme para os miúdos que nós já fomos”, sublinhou Richard Phelan.

No moroso trabalho de produção de um filme de animação, das primeiras ideias à finalização, e a propósito do extraterrestre Lu-La, os realizadores recordam que os estúdios Aardman queriam “criar uma nova personagem que fosse mágica, especial, fora deste mundo, mas que encaixasse no mundo da Choné e no facto de ser tão icónica e tão conhecida em todo o mundo”, disse Will Becher.

“Passámos muito tempo a trabalhar no argumento e a tentar que a comédia chegasse a um nível que todos percebessem e gostassem”, acrescentou Richard Pelan.

A primeira longa–metragem “A Ovelha Choné: O Filme” registou cerca de 126 mil espetadores em Portugal.