O deputado socialista Pedro Cegonho renuncia a partir desta sexta-feira ao seu mandato de presidente da Junta de Campo de Ourique, em Lisboa, cargo em que será substituído por Pedro Costa, filho do primeiro-ministro, António Costa.

Numa carta a que a agência Lusa teve acesso, Pedro Cegonho, ex-presidente da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE), salienta que Pedro Miguel Tadeu Costa, atual vogal da Junta de Freguesia, trabalha consigo a tempo inteiro desde 2017.

“Gere os pelouros da higiene urbana, da gestão de serviços e do desporto, tem assegurado a presença da Freguesia na Assembleia Municipal desde 2017, e tem sido responsável pelo relacionamento com a Câmara Municipal, tendo negociado todos os contratos de delegação de competências deste mandato. Está preparado, tem aptidão e capacidade para ser o presidente de Junta de Freguesia, a tempo inteiro, que entendo ser necessário em Campo de Ourique”, sustenta Pedro Cegonho em relação ao seu sucessor no cargo.

O deputado socialista aponta ainda que Pedro Costa foi responsável pela coordenação da rede de apoio à emergência devido à pandemia de Covid-19, demonstrando “a competência e a energia a tal imprescindíveis“. “Este tempo especialmente difícil foi uma verdadeira prova dos nove”, acrescenta.

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Pela sua parte, o deputado e dirigente do PS refere que, quando em abril de 2009 decidiu candidatar-se a presidente da Junta de Freguesia de Santo Condestável, nas eleições autárquicas de outubro desse ano, “não imaginava que estaria quase onze anos na função”. “Desde esse início mantive uma certeza: não queria perder a capacidade de decidir qual o melhor momento para encerrar a minha missão na Freguesia. Trata-se de poder impulsionar um novo ciclo, com a propulsão de renovada energia e de mais capacidade na ação, com uma nova dinâmica para projetos em curso”, afirma.

Pedro Cegonho considera depois ter chegado o momento para deixar as funções de presidente da Junta de Campo de Ourique.

“Após experimentarmos a novidade de três períodos de estado de emergência, seguidos de uma prolongada situação de calamidade pública, em função de uma pandemia para a qual ainda não há tratamento eficaz ou vacina que a previna. Este é, também, o momento de, no plano pessoal, não descurar o programa de doutoramento em Estudos Globais que frequento“, justifica.

O ex-presidente da ANAFRE apresenta igualmente razões de caráter político para abandonar funções autárquicas.

“Iniciei, no plano político, o exercício da função de deputado à Assembleia da República, para a qual fui eleito, há pouco mais de seis meses, mandato que merece toda a minha concentração quer na participação nas sessões plenárias, quer nas funções de membro efetivo na Comissão Permanente de Assuntos Europeus e na Comissão Permanente de Cultura e Comunicação. Também por esse motivo entendo que, face aos desafios que os tempos atuais nos apresentam, a Junta de Freguesia merece um presidente a tempo inteiro lema sob o qual me candidatei em 2009 à Freguesia do Santo Condestável, e que não esqueci”, acrescenta.