Não foi só Darth Vader, mas foi, inevitavelmente, o vilão da saga “Guerra das Estrelas” que lhe deu fama e foi a essa personagem que ficou para sempre associado — mesmo que lhe tenha dado corpo mas nunca a voz, essa era a de James Earl Jones. Curiosamente, quando participou no casting da produção de George Lucas, concorria para o lugar de Darth Vader e Chewbacca, o companheiro de Han Solo. Ganhou o lugar do primeiro e foi com a máscara do lado negro da força que ganhou fama. David Prowse morreu este domingo aos 85 anos.
No twitter, o agente de Prowse, Thomas Bowington, confirmou a notícia: “É com grande tristeza para nós e para milhões de fãs em todo o mundo que anuncio a morte de Dave Prowse”.
It's with great regret and heart-wrenching sadness for us and million of fans around the world, to announce that our client DAVE PROWSE M.B.E. has passed away at the age of 85. #DaveProwse @starwars #DarthVader #GreenCrossCodeMan #iconic #actor #bodybuilder #MBE pic.twitter.com/dL2RmdIqg8
— Bowington Management (@BowingtonM) November 29, 2020
Já no Facebook, um produtor que muitas vezes trabalhou com o ator, Jason Joiner, escreveu: “O Dave dedicava-se aos fãs, durante décadas quis conhecê-los. Ele era maior do que a vida e deixa saudades. O nosso amor e os nossos pensamentos estão com a família”.
David Prowse nasceu em Bristol em 1935 e desde cedo fez girar em volta do corpo quase todas as actividades profissionais que escolheu: com 1,98 metros, foi culturista e rapidamente ocupou o lugar de segurança em discotecas, antes de ser campeão britânico de halterofilismo por três vezes (chegou a representar o Reino Unido nos Jogos da Commonwealth em 1962 em Perth, na Austrália). Foi este físico que o levou a ser escolhido para a figura de Green Cross Code Man, uma espécie de super herói criado para promover a segurança rodoviária junto das crianças. Conquistou notoriedade e conseguiu também os primeiros trabalhos na televisão e no cinema.
Foi guarda costas em Laranja Mecânica”, entrou na série “Doctor Who” como monstro, foi andróide, Frankenstein em diferentes ocasiões e foi até o Cavaleiro Negro no Jabberwocky de Terry Gilliam, em 1977. Nesse mesmo ano (e ainda antes de ter assumido a função de personal trainer de Christopher Reeve em “Super Homem”), conquista o lugar de Darth Vader no primeiro filme de uma nova saga que então entrava em produção, liderada por Geroge Lucas, “A Guerra das Estrelas”. Prowse pôde mesmo escolher entre Vader e Chewbacca. Ambas as personagens, implicavam constantemente um fato integral, Prowse escolheu a primeira, confiante que assim ficaria na história: “Toda a gente se lembra do vilão”, terá dito na altura, frase recordada agora por todos os jornais britânicos.
Muitas das cenas de luta que envolveram Darth Vader foram interpretadas por outro atleta, Bob Anderson. Quando a máscara de Vader é retirada, no final de “O Regresso de Jedi”, a cara que se vê é a de outro ator, Sebastian Shaw. E ainda que as falas da personagem se ouvissem no set pela voz de Prowse, foi o tom grave e sério do americano James Earl Jones que ficou para sempre associado ao Lord Sith criado por Lucas. Mas foi Prowse que lhe deu o porte, o andar e foi Prowse que se entregou, mesmo depois de terminados os filmes, à personagem, levando-a em digressão, participando em encontros de fãs e Comic Cons, isto pelo menos até 2010, quando um diferendo entre Prowse e Lucas colocou um ponto final nestas atividades.
Em 2014, David Prowse escreveu no jornal The Guardian: “Muitas pessoas vão lembrar-se de mim como o vilão definitivo no grande ecrã, o Darth Vader de Guerra das Estrelas. Mas ter sido o ‘tipo porreiro’ e ter liderado a campanha Green Cross Code, ajudando a salvar milhares de vidas, foi a minha honra maior”.