A atriz portuguesa Daniela Melchior, que interpreta a personagem Ratcatcher 2 na nova megaprodução da Warner Bros., “O Esquadrão Suicida”, considera que o realizador James Gunn “é um génio” e espera poder voltar a interpretar a nova supervilã.

“Trabalhar com o James Gunn foi uma experiência única”, disse a atriz, em entrevista à Lusa. “A partir da primeira vez que li o guião, aquilo que nós vemos no ecrã era o que estava escrito”, continuou. “Para mim ele é um génio, porque aquilo veio da cabeça dele para o papel e do papel diretamente para a tela”.

Melchior deu vida a Deolinda em “Parque Mayer”, de António-Pedro Vasconcelos, e foi esse papel que lhe abriu as portas aos Estados Unidos, quando um agente em Hollywood viu o ‘trailer’ do filme e se interessou pela atriz.

Escolhida como uma das protagonistas, Melchior contracenou com nomes grandes do cinema em “O Esquadrão Suicida”, incluindo Margot Robbie, Idris Elba, John Cena, Joel Kinnaman, Viola Davis e Alice Braga, entre outros.

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Tive de fingir que não era a maior fã deles todos e que cada dia era mais um no trabalho, mas admirava-os muito“, indicou a atriz portuguesa, de 24 anos.

A sua personagem Cleo Cazo/Ratcatcher 2 foi criada por James Gunn para este filme, que sucede ao “Esquadrão Suicida”, de David Ayer, de 2016, mas não é propriamente uma sequela.

[o trailer de “O Esquadrão Suicida “:]

Fiquei muito feliz por esta liberdade em que não tive de me colar a uma personagem já existente nos livros ou filmes“, explicou. “Foi interessante poder trabalhar nesta supervilã que está a começar e não sabe lutar nem fazer nada”, disse, apontando para o “grande coração” da personagem.

“Senti que podia ser um bom ponto de partida, foi a primeira missão da Ratcatcher 2 e espero eu que não a última”.

Sendo o seu primeiro filme em inglês e a primeira experiência de trabalho fora de Portugal, Daniela Melchior sentiu um grande apoio por parte dos outros atores e da equipa, sublinhando também que o ambiente de filmagens era “sempre a rir”.

“Eu sentia que eles tinham compaixão e amizade para comigo, porque fui a única que estava a começar. Foi o meu primeiro filme em inglês, era a única que estava a viver fora do meu país”, afirmou. “Convidavam-me todos os fins de semana para as noites de jogo. Durante a semana o clima era de trabalho e iam-me dando dicas e ensinando coisinhas aqui e ali”.

Além de ser uma personagem nova, que o público não conhece, Ratcatcher 2 terá um papel fundamental na ação do filme, projetando Daniela Melchior para o centro desta produção da DC Films, Atlas Entertainment/Peter Safran e Warner Bros. Pictures.

“Com esta experiência percebi que o dinheiro muda tudo, em todos os departamentos”, salientou Melchior. “No filme ‘The Suicide Squad’ não houve dias maus por falta de alguma coisa. Nunca faltava nada”, continuou. “E em Portugal sentimos isso, apesar de darmos o nosso melhor e conseguirmos fazer boas coisas com pouco”.

Antes de mergulhar neste ‘blockbuster’, a atriz não se considerava uma fã do mundo dos super-heróis e nem sequer conhecia a maioria dos personagens escolhidos por James Gunn, apesar de ter visto o filme anterior.

Agora tem as portas abertas para Hollywood e adiantou que não só vai passar o resto de 2021 a trabalhar, como já tem projetos também para o próximo ano.

“Tenho uma equipa maravilhosa que está a fazer um trabalho excecional e a prova é que as hipóteses que eu tenho tido, não [são] porque tenho um ar latino, mas porque querem trabalhar comigo”, frisou.

Sobre uma potencial mudança para Los Angeles, é algo que deixa em aberto.

“O estilo de vida em LA é muito diferente, e mesmo a mentalidade das pessoas”, descreveu. “O que eu mais gosto de fazer na vida é trabalhar como atriz, é representar. Se fosse um requisito, mudava-me já amanhã”.

“O Esquadrão Suicida” estreia-se nos cinemas em Portugal a 05 de agosto.