“Já não estamos a falar de um futuro distante, mas de um futuro muito imediato”, sublinha o Secretário de Estado da Mobilidade, no encerramento do segundo dia da cimeira dedicada às cidades inteligentes. Eduardo Pinheiro defende que “temos de ser consequentes e concretizar o Plano Nacional de Energia e Clima”, lembrando que “em 2016, Portugal foi pioneiro ao assumir o compromisso da neutralidade carbónica em 2050”.

O governante aponta as medidas de redução dos valores dos passes, a uniformização dos títulos de transporte e a simplificação de tarifários como aspetos fundamentais, concluindo que “é necessário trazer as pessoas para o transporte público”, abandonando o carro próprio como meio preferencial para as deslocações pendulares do dia a dia. Neste sentido, a verba de mil milhões de euros, inscrita no PRR para expansão do transporte público, será decisiva.

Antes das palavras de Eduardo Pinheiro, assistimos à conferência sobre “Mobility As A Service”, com intervenções de Paulo Humanes, do CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto, Faustino Gomes, da Transportes Metropolitanos de Lisboa, Manuel Pina, da Uber e João Ricardo Moreira, Administrador da NOS Comunicações.

Manuel Pina salienta que “a Uber já tem planeamento de viagens conjugando diferentes meios de transporte” e espera que a bilhética venha também a ser incluída como forma de facilitar a vida aos utilizadores da plataforma, de um modo integrado.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“A rede não se vê mas é ela que permite sensorizar as vias e as infraestruturas de comunicação”, refere João Ricardo Moreira, a propósito do papel da NOS no suporte aos serviços de mobilidade. “Continuaremos invisíveis, mas a oferecer soluções de ponta para alcançar os objetivos da descarbonização”, acrescenta, referindo o potencial do 5G como facilitador da transformação digital.

“Portugal tem o ecossistema perfeito e está em condições de ser o país de ponta em termos de emissões reduzidas,” aponta Paulo Humanes, do Ceiia. É necessário acelerar a mobilidade sustentável e no Ceiia, o projeto AYR, acrónimo de “Are You Ready”, uma plataforma baseada que visa recompensar comportamentos sustentáveis em mobilidade. Através de um sistema blockchain, recompensa as pessoas com tokens verdes pelas suas baixas emissões de dióxido de carbono (CO2).

Antes do painel da mobilidade, a descarbonização do transporte esteve em foco no debate em que participou Paulo Marques, da CaetanoBus, a empresa portuguesa que desde 2012 fornece 80% dos veículos elétricos em uso nos aeroportos em todo o mundo. O downtime é um dos principais argumentos das empresas transportadoras para justificar as hesitações no momento da transição elétrica. O tempo de carregamento ainda é muito superior aos nove minutos que demora a encher o tanque de um autocarro a gasóleo.

Luis Barroso, Presidente da Mobi.E, sublinha a disponibilidade da rede com “mais de dois mil postos de carregamento disponíveis com um único suporte”, permitindo que o utilizador possa carregar o veículo onde quiser, apenas com um cartão e através de um comercializador de energia elétrica. Em Espanha, por comparação, existem cinco entidades diferentes, o que obriga a fazer mais contratos e a ter mais cartões de carregamento.

A mobilidade elétrica vai continuar a crescer, a autonomia dos veículos é cada vez maior e a rede de carregamento já conta com cerca 4500 tomadas disponíveis em todo o país. A par desta transição e da descarbonização de frotas, públicas e privadas, é fundamental acrescentar sentido de urgência e apoiar a tomada de decisões com mais impacto e rapidez.

Ao ritmo das cidades inteligentes, a Portugal Smart Cities Summit é a cimeira que não pode perder.

Saiba mais aqui.