Tanto a Ucrânia como a Rússia já utilizam sistemas de rockets militares de lançamento múltiplo (MLRS, na sigla inglesa), mas nenhum desses é como os Himars, sistema constituído por uma unidade móvel que lança simultaneamente vários mísseis guiados com precisão.
Os sistemas M142 Himars, que os EUA vão enviar para a Ucrânia, são uma versão mais leve e mais ágil do M270 MLRS, desenvolvido na década de 1970 e utilizado pelas forças americanas e aliadas, refere o jornal The Guardian. Os mísseis guiados por GPS que os Himars disparam têm um alcance duas vezes superior aos que eram fornecidos pelos norte-americanos à Ucrânia.
Com um alcance até 80 quilómetros, estes sistemas têm seis tubos pré-carregados com mísseis teleguiados — enquanto o M270 tem apenas dois. Os tubos podem ser removidos e substituídos em minutos. Os soldados precisam de treino específico para manobrar os Himars.
Os Himars não vão alterar o curso da guerra de um dia para o outro, mas um alto funcionário da Defesa norte-americana disse ao The Guardian que estes sistemas vão “igualar o cenário”. Isto porque trarão à Ucrânia a capacidade de atacar a uma distância maior e com mais segurança, tanto para os militares como para o armamento.
Países membros da NATO, a Polónia e a Roménia já adquiriram Himars aos Estados Unidos, que não vão disponibilizar à Ucrânia o sistema ATACMS (Sistema de Míssil Tático do Exército), que tem um tubo maior com um míssil tático com alcance até 300 quilómetros.
Os EUA querem limitar o alcance dos rockets que vão enviar para a Ucrânia porque pretendem que estes sistemas não sejam utilizados para atingir alvos na Rússia. Se fornecessem o sistema ATACMS, seria possível que as forças ucranianas atingissem os principais centros urbanos e centros militares russos, incluindo os aeródromos de onde são lançados os ataques à Ucrânia, acrescenta o The Guardian.