Trabalhadores da EMEL – Empresa de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa exigiram esta quinta-feira a retoma do processo de negociação dos salários, acusando a empresa de “total insensibilidade”.
Em declarações à Lusa, Orlando Gonçalves, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, explicou que os trabalhadores estiveram reunidos e, em plenário, aprovaram uma resolução que depois foi entregue ao chefe de gabinete do presidente da Câmara.
De acordo com o sindicalista, os trabalhadores não aceitam que a administração da EMEL tenha dado por encerradas as negociações salariais para 2022 “recusando o aumento salarial digno dos trabalhadores, demonstrando total insensibilidade”.
Orlando Gonçalves salientou que existem duas questões importantes por trás das reivindicações dos trabalhadores: que “os lucros previstos para este ano da empresa são superiores a 40 milhões de euros” e o argumento do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, que já avançou que o “aumento dos trabalhadores deve ser superior à inflação”.
A Câmara Municipal de Lisboa é o único acionista da EMEL.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, não pode andar a apregoar que é inaceitável aumentos salariais inferiores à inflação ao mesmo tempo que recusa tomar medidas pelos trabalhadores que estão sob a sua dependência e que tiveram aumentos salariais muito inferior à inflação”, referiu o sindicalista, adiantando que na concentração convocada para esta quinta-feira em frente aos Paços do Concelho estiveram presentes cerca de 80 trabalhadores da EMEL.
Em comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal referiu que trabalhadores da EMEL “são desconsiderados pelo conselho de administração num processo negocial que arrastaram durante meses, e pela Câmara Municipal de Lisboa, que pretende desresponsabilizar-se da situação em que se encontram estes trabalhadores”.
“O aumento salarial deste ano está muito aquém do reivindicado pelos trabalhadores e do aumento do custo de vida. O aumento da inflação, para cima dos 10%, já comeu há muito tempo o parco aumento salarial que foi dado aos trabalhadores”, acrescentou Orlando Gonçalves.