No ar desde 1994, “Friends” é um dos programas mais populares — e revistos — do mundo. Apesar de ter estreado há quase 30 anos, a série continua a atrair audiências, ainda que nem todos os espectadores a elogiem, tal como a atriz Jennifer Aniston, que interpreta o papel de Rachel na série, comentou em entrevista recente.

“Há toda uma nova geração de pessoas, crianças, que estão agora a ver os episódios de Friends e os consideram ofensivos”, assumiu a atriz, citada na Vanity Fair, durante uma entrevista de divulgação do filme “Mistério em Paris”, no qual contracena com o ator Adam Sandler.

“Há coisas que nunca foram intencionais e outras que… bem, devíamos ter pensado melhor, mas eu acho que não havia a sensibilidade que há agora”, acrescentou.

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Falta de diversidade do elenco, piadas consideradas homofóbicas e gordofóbicas e o uso errado dos pronomes numa personagem transgénero são algumas das críticas que “Friends” tem recebido. Com o tempo muitas das piadas utilizadas na série tornaram-se menos aceites entre os espectadores, levando Marta Kauffman, uma das criadoras, a pedir desculpa numa entrevista em 2022. Lamentou a ausência de personagens negras e a falta de diversidade cultural na série, assim como o erro que cometeu ao atribuir o pronome errado a uma personagem, a mãe transgénero de Chandler, continuamente referida no masculino.

Para Jennifer Aniston, “a comédia evoluiu”, tornou-se mais complicada,  levando a que seja necessário “ter mais cuidado, o que se torna muito difícil para os comediantes. “A beleza da comédia é fazermos piadas sobre nós próprios, sobre a vida”, defendeu.

Há 30 anos, as piadas de “Friends” tinham como objetivo “educar as pessoas sobre o quão ridículas as pessoas eram, e agora não se pode fazer isso”, continuou a atriz, acrescentando: “Toda a gente precisa de piada! O mundo precisa de humor! Não nos podemos levar demasiado a sério.”

A 22 de setembro de 1994 o primeiro episódio de “Friends” foi para o ar no canal norte-americano NBC. Há quase 30 anos que Rachel, Ross, Monica, Chandler, Phoebe e Joey entraram nos ecrãs de milhares de amantes de sitcoms que durante uma década acompanharam uma série que colocou em cima da mesa diálogos sobre pessoas transgénero, maternidade independente e homossexualidade.