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António, o salvador dos que andam em busca da perdição (a crónica do Estoril-Benfica)

Este artigo tem mais de 1 ano

Benfica teve muitas dificuldades para vencer Estoril (0-1), prolongando nulo quase até ao fim e cedendo até uma bola ao poste. António Silva foi decisivo, tanto no golo como no corte no último lance.

O internacional português fez o único golo do jogo já no período de descontos
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O internacional português fez o único golo do jogo já no período de descontos

LUSA

O internacional português fez o único golo do jogo já no período de descontos

LUSA

Desde que a Liga dos Campeões começou que o Benfica tem aprendido a viver semanas de verdadeira montanha-russa. Há duas semanas, perdeu com o RB Salzburgo depois de vencer o Vizela e antes de vencer o Portimonense. Esta semana, perdeu com o Inter Milão depois de vencer o FC Porto — e tinha de procurar vencer o Estoril este sábado, para voltar a escalar a subida da montanha-russa antes da paragem para o compromisso das seleções.

Na sequência da derrota em Itália, que até acabou por ser magra para tudo aquilo que o Inter fez e tudo aquilo que o Benfica não conseguiu fazer, a equipa de Roger Schmidt visitava o último classificado da Liga e ia atrás do tal regresso aos triunfos. Do outro lado, no conjunto de Vasco Seabra, o Estoril tinha mais um grande obstáculo num percurso onde não vence para o Campeonato desde o final de agosto.

Ficha de jogo

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Estoril-Benfica, 0-1

8.ª jornada da Primeira Liga

Estádio António Coimbra da Mota, no Estoril

Árbitro: André Narciso (AF Setúbal)

Estoril: Marcelo Carné, Volnei, Pedro Álvaro, Bernardo Vital, Rodrigo Gomes, Mateus Fernandes (Ivan Pavlić, 86′), Koba Koindredi, Tiago Araújo (Rodrigo Martins, 86′) Rafik Guitane, Heriberto (João Marques, 68′), Cassiano (Alejandro Marqués, 57′)

Suplentes não utilizados: Dani Figueira, Raúl Parra, Alex Soares, João Carlos, Mor Ndiaye

Treinador: Vasco Seabra

Benfica: Trubin, Fredrik Aursnes, António Silva, Otamendi, Jurásek (Bernat, 77′), Florentino (João Neves, 69′), Chiquinho, David Neres, João Mário (Gonçalo Guedes, 86′), Rafa, Tengstedt (Musa, 69′)

Suplentes não utilizados: Samuel Soares, Morato, Arthur Cabral, Tomás Araújo, Tiago Gouveia

Treinador: Roger Schmidt

Golos: António Silva (90+3′)

Ação disciplinar: cartão amarelo para Cassiano (41′), a Chiquinho (49′), a António Silva (61′), a Heriberto (62′), a Mateus Fernandes (71′)

“Espero um jogo difícil, como são todos os jogos fora de casa. O Estoril é melhor do que o que a classificação demonstra. Já mostraram esta época que conseguem jogar bom futebol, que conseguem marcar golos, e em alguns momentos foram muito infelizes com o resultado final. Têm muitos jogadores novos, um novo treinador, por isso temos de estar muito bem preparados, muito focados e muito concentrados. Claro que também temos noção da nossa qualidade. Temos todas as hipóteses de vencer e é um jogo muito importante para nós, mesmo antes da paragem para os compromissos das seleções. Estamos a olhar em frente, o treino foi bom e estamos prontos para o jogo”, explicou o treinador alemão antes da partida.

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Assim, neste contexto, Roger Schmidt apanhava o balanço das lesões de Alexander Bah e Di María — que saíram com problemas físicos do jogo contra o Inter — e fazia uma quase revolução no onze inicial: Jurásek surgia na esquerda da defesa, com Aursnes a mudar de lado no corredor, Chiquinho e Florentino eram titulares no meio-campo e João Mário e Tengstedt também estavam no onze inicial, com João Neves e Musa a serem ambos suplentes e Kökçü a falhar o jogo também por lesão. Do outro lado, Vasco Seabra lançava Guitane, Cassiano e Heriberto no ataque.

O Benfica não começou bem, insistindo muito num corredor central muito sobrelotado e sem demonstrar capacidade para abrir os corredores através de João Mário ou Neres, mantendo-se totalmente fechado em poucos metros. O Estoril apercebeu-se da ausência de ideias do adversário e foi subindo as linhas, deixando muito espaço livre nas costas da defesa, mas os encarnados só conseguiam explorar a profundidade de forma rara e através das aproximações de Tengstedt ao setor intermédio.

A equipa de Vasco Seabra sabia soltar-se da pressão do Benfica, que também não era muito eficaz, e criou mesmo o primeiro lance mais perigoso com Rodrigo Gomes a aparecer na área a rematar contra Neres (10′). O Estoril disparava através das movimentações de Guitane, que descia no relvado para ir buscar jogo e soltar Cassiano e Heriberto, e os encarnados tinham dificuldades para parar as transições ofensivas adversárias.

A primeira oportunidade do Benfica chegou perto da meia-hora e já depois de Bernardo Vital cabecear por cima da baliza de Trubin (19′), com Tengstedt a aparecer isolado na sequência de um grande passe de rutura de Chiquinho e a rematar cruzado e ao lado (24′). O Estoril respondeu por intermédio de Heriberto, que também rematou cruzado e ao lado na outra baliza (26′), mas os encarnados encontraram aí uma superioridade que acabaria por durar até ao intervalo.

Neres rematou por cima à entrada da grande área (32′), viu Marcelo Carné roubar-lhe o golo com uma grande defesa no lance seguinte (32′) e Tengstedt voltou a ficar perto de marcar, ao atirar por cima na cara do guarda-redes (39′). Ao intervalo, Estoril e Benfica estavam ainda empatados sem golos — e os encarnados pareciam ter despertado no último quarto de hora da primeira parte e muito graças a uma boa exibição de Florentino, que era o peão por onde passava todo o jogo da equipa.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Estoril-Benfica:]

João Neves esteve no relvado a realizar exercícios de aquecimento durante o intervalo, mas Roger Schmidt optou por não fazer a substituição logo no início da segunda parte. Tal como aconteceu no primeiro tempo, o Estoril entrou melhor do que o Benfica e regressou à estratégia de subir às linhas e procurar soltar a transição rápida sempre que ganhava a bola na zona do meio-campo: Volnei atirou direto num livre e Trubin encaixou (50′), Tiago Araújo rematou de longe e ao lado (51′), Rodrigo Gomes também não acertou no alvo (51′) e Heriberto, com um grande pontapé na esquerda, acertou em cheio no poste (54′).

Vasco Seabra reagiu ao bom momento do Estoril com uma substituição, trocando Cassiano por Alejandro Marqués, e o Benfica conseguiu responder por intermédio de Otamendi, que rematou para Marcelo Carné defender — e ainda foi a tempo de evitar a recarga de João Mário (58′). Os encarnados quase beneficiaram de uma grande penalidade, já que André Narciso assinalou falta de Koba Koindredi sobre Chiquinho na área estorilista, mas o penálti foi revertido depois de Rui Costa ter chamado o árbitro da partida.

Roger Schmidt só mexeu a 20 minutos do fim, trocando Florentino e Tengstedt por João Neves e Musa, e voltou a fazê-lo já dentro do derradeiro quarto de hora ao lançar Bernat no lugar de Jurásek. O jogo esfriou nesta fase, entre as faltas consecutivas e a fadiga acumulada que já se ia notando, mas o Benfica não conseguia chegar ao último terço com frequência e o Estoril criava perigo sempre que se soltava da zona do meio-campo.

Mas a solução acabou por surgir nos descontos: já com Gonçalo Guedes em campo e na sequência de um canto na direita, Musa amorteceu e António Silva apareceu ao primeiro poste a cabecear para marcar (90+3′). No fim, o Benfica venceu o Estoril na Amoreira e subiu à liderança provisória da Primeira Liga, tendo agora mais dois pontos do que o Sporting, que só recebe o Arouca este domingo. E tudo graças a António Silva, que marcou e ainda evitou o empate de Bernardo Vital com um corte decisivo no último instante do jogo.

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