O ministro das Finanças japonês disse nesta sexta-feira estar pronto para intervir e travar a queda acentuada do iene, que ultrapassou a marca das 155 unidades por dólar, pela primeira vez em 34 anos.

Em linha com a nossa política, o governo vai continuar a acompanhar de perto a evolução do mercado cambial e vai tomar todas as medidas necessárias”, disse Shunichi Suzuki, à comunicação social.

A moeda japonesa ultrapassou a barreira dos 155 ienes por dólar, apesar da recente mudança na política monetária do país, que durante anos impôs taxas de juros negativas para tentar controlar a inflação.

“Estamos preocupados com o lado negativo do iene mais fraco”, disse Suzuki, acrescentando que lidar com o aumento dos preços é uma prioridade para o governo japonês.

Um iene fraco dentro de margens controláveis tende a impulsionar o mercado de ações, uma vez que inflaciona as remessas estrangeiras dos exportadores japoneses, mas também aumenta os custos das importações de energia e matérias-primas, das quais o país é dependente.

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O iene tem vindo a desvalorizar-se acentuadamente face ao dólar, entre outras moedas, em grande parte devido ao diferencial de taxas de juro entre os dois países. A tendência acelerou nas últimas semanas porque não se espera que o banco central dos EUA comece a reduzir as taxas tão cedo.

O governo japonês interveio pela última vez em outubro de 2022, quando a moeda nipónica se aproximou das 152 unidades em relação ao dólar.

Em declarações recentes, o governador do banco central do Japão, Kazuo Ueda, indicou que vai considerar uma mudança de política se o impacto do iene fraco sobre a inflação “não puder ser ignorado”.

O banco central japonês vai concluir, durante o dia, a reunião mensal de política monetária, sendo que a maioria dos analistas espera que a instituição mantenha as principais taxas de juro de referência.