As árvores já estão a ser montadas, as lojas estão enfeitadas de forma convidativa e as luzes da rua deixam oficializam a quadra: é Natal e há que escolher para quem mais amamos um presente que espelhe a relação. O que nem sempre é tarefa fácil. É aqui que alguns estudos académicos podem vir em nosso auxílio. O Wall Street Journal encontrou alguns desses estudos que o ajudam a pensar na prenda ideal. O Observador foi olhar para eles e o resultado é este.

Dê um pouco de si

Um estudo publicado no Journal of Experimental Social Psychology, que contou com a participação de investigadores das Universidades Drive e da Califórnia, descobriu que “tanto quem dá como quem recebe reporta sentimentos mais fortes de proximidade com o parceiro quando a prenda reflete a pessoa que oferece”. O resultado foi alcançado depois de 122 estudantes universitários serem convidados a trocar prendas entre si: alguns ofereceram músicas do iTunes que refletissem “o seu verdadeiro eu“, enquanto outros ofereceram prendas que refletissem “o seu conhecimento sobre a pessoa que ia receber a prenda”. Os primeiros (os que receberam as músicas) sentiram-se emocionalmente mais conectados com o parceiro do que os segundos (que receberam algo menos personalizado).

No que toca ao tamanho, menos é mais

Todos temos prendas utópicas na lista de presentes de Natal. Um carro é sempre bem-vindo e não se diria não a uma casa na praia. A questão é que, por vezes, o tamanho não importa. E foi isto que um estudo publicado no Journal of Consumer Research reportou. Kimberlee Weaver, um professor de marketing da Virginia Tech, explica que quando alguém recebe um presente tende a “calcular a média dos valores dos componentes individuais” e que é essa média que vai contar na formação de uma impressão. O segredo não é, portanto, dar uma grande prenda, mas antes dar muitas prendas pequenas.

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Muita atenção com os presentes para homens

Se o seu amigo secreto no escritório é um homem – ou se tem de pensar no presente que vai dar ao marido – muita atenção a este tópico: uma investigação realizada por psicólogos das Universidades de British Columbia, Chicago e Virginia dize que uma má prenda dá aos homens a sensação de baixa complementaridade com a pessoa que a ofereceu. Os investigadores analisaram as trocas de prendas entre vários casais heterossexuais numa relação recente, depois de convidar homens e mulheres a escolherem prendas que achassem que seriam a escolha dos novos namorados ou namoradas. Quando as mulheres recebem uma má prenda, não associam esse evento a uma ameaça para o futuro da relação. Os homens, por outro lado, associam a má prenda a uma falta de empatia que pode travar a evolução do namoro. A solução? Pensar em algo que têm em comum e ter esse aspeto em conta na hora de escolher uma prenda.

Fazer o bem não é o mesmo que dar uma boa prenda

Imagine que tem de oferecer uma prenda a alguém e só tem seis opções: uma caneca banal, uma caneta executiva com ponta circular, uma pen USB e três hipóteses de doações para caridade. O que escolheria dar? Este foi o cenário que os investigadores de um estudo publicado no Organizational Behavior and Human Decision Processes colocou a 245 pessoas. A maior parte das pessoas (60%) disse preferir receber um dos três objetos enumerados, enquanto 40% escolheram as doações para caridade. Porquê? “Os receptores pensam que os presentes (de caridade) dizem mais sobre quem oferece do que sobre o compromisso entre eles”. Lisa Cavanaugh, uma das investigadoras envolvidas no estudo, recorda que uma das mulheres que participaram no estudo e cujo companheiro escolheu a caridade considerou que “isso mostrou-me que ele se preocupava com o mundo, mas não queria saber de mim”. Mas se faz mesmo questão de fazer o bem este Natal, talvez seja melhor oferecer um cartão que permita ao receptor do presente escolher por ele próprio como quer contribuir para caridade.

O essencial é dar

E não só para benefício das pessoas que ama, mas também para si mesmo. Um estudo de três investigadores da Universidade de British Columbia analisou as expressões faciais de várias crianças e considerou que “as pessoas sentem-se mais felizes quando gastam dinheiro nos outros do que nelas próprias”. Os resultados estão em conformidade com um outro estudo de Harvard, desta vez dirigido a adultos: pediram-lhes que indicassem o nível de felicidade numa determinada escala antes e depois de receberem um bónus no trabalho. Depois, a amostra também indicou que percentagem desse bónus gastou nela própria, em prendas e em caridade. E concluiu-se que oferecer presentes e investir dinheiro em caridade é um maior indicativo de felicidade do que o tamanho do bónus.