Momentos-chave
- Zelensky e Netanyahu falaram ao telefone sobre a situação no Médio Oriente
- Situação em Pokrovsk é "extremamente difícil", reconhece Zelensky
- Autoridades russas restringem acessos a cidade junto de central nuclear de Kursk
- O maior desafio a Kiev é o medo que os aliados têm da escalada, aponta Kuleba
- NATO diz que é preciso apoiar mais a Ucrânia após um dos maiores bombardeamentos russos
- Starmer e Scholz declaram "apoio inabalável à Ucrânia"
- "Putin vai montar um contraofensiva mas será uma luta difícil para os russos", afirma diretor-adjunto da CIA sobre Kursk
- Novos ataques russos fazem quatro mortos em Donetsk e oito feridos em Kryvyi Rih
- Rússia relata outro ataque de drones ucranianos a depósito de combustível em Kirov
- Depósito de petróleo em chamas em Rostov após ataque com drones
- Rússia pede posição "mais clara" da Agência Internacional de Energia Atómica após ataque que atribui à Ucrânia
- Aeroporto de Kazan suspende voos devido a ameaça com drones
Histórico de atualizações
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Bom dia,
Obrigada por ter estado connosco a acompanhar os recentes desenvolvimentos da guerra na Ucrânia. Arquivamos agora toda a informação relativa a esta quarta-feira, mas pode continuar a seguir as atualizações do conflito neste novo liveblog.
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Zelensky e Netanyahu falaram ao telefone sobre a situação no Médio Oriente
O assessor de imprensa do Presidente ucraniano relatou hoje que este falou ao telefone com Benjamin Netanyahu. O primeiro-ministro israelita declarou a Zelensky o seu apoio pela soberania e integridade territorial da Ucrânia. Por sua vez, o chefe de Estado ucraniano agradeceu a participação e apoio israelita à Cimeira da Paz. “As partes concordaram em manter-se em contacto”, escreveu ainda Sergii Nykyforov numa publicação no Facebook.
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Forças ucranianas confirmam ataque com drones a depósitos em Kirov
Uma fonte dos serviços de informação militares das Forças Armadas ucranianas confirmou ao jornal Kyiv Independent que o ataque desta manhã em Kirov foi levado a cabo por drones comandados por esta força.
Este foi o primeiro ataque ucraniano a infraestruturas russas na região, relatou a mesma fonte. A acusação a Kiev já tinha sido feita pelo lado russo.
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Situação em Pokrovsk é "extremamente difícil", reconhece Zelensky
O Presidente ucraniano focou-se hoje na situação na frente de batalha em Pokrovsk, na região de Donetsk, onde as tropas russas têm feito os seus maiores avanços, reconhecendo que “a situação é extremamente díficil”. “Os esforços chave da Rússia e as suas maiores forças estão concentradas aqui e a estabilidade das nossas unidades e capacidade de destruir o ocupante são muito importantes”, afirmou Volodymyr Zelensky.
Durante o seu discurso diário, o chefe de Estado defendeu que a ofensiva em Kursk, na qual continuam a avançar, é essencial para todas as frentes de batalha. “Toda a pressão que pusemos na Rússia faz com que eles não possam pôr ainda mais pressão na região de Donetsk“, afirmou.
Sobre os seus restantes compromissos presidenciais, Zelensky destacou o relatório do ministro da Energia, que informou que continuam em marcha os trabalhos de reparação da rede depois dos ataques russos dos últimos dois dias, a reunião com o executivo, em preparação para o início do ano letivo, e o encontro com o Patriarcado Ecuménico.
O Presidente ucraniano comentou ainda a reunião de hoje do Conselho NATO-Ucrânia. Elencando os vários ataques de Moscovo ao longo do dia, notou o tipo de armas que foram utilizadas pelos russos, que fizeram vítimas mortais. “Todos os nossos parceiros deviam ser muito mais ativos a contrariar o terror russo. Este terror não deve ser normalizado na Europa”, criticou, argumentando que para além dos equipamentos e munições os Aliados têm de trabalhar no “poder da unidade”.
“Continuamos a insistir que a sua determinação nos vai ajudar a acabar a guerra o mais rapidamente possível, de maneira justa para a Ucrânia e para o mundo inteiro. A defesa da vida tem o mesmo significado em todo o lado”, rematou.
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Rússia amplia sanções contra empresários e jornalistas
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia anunciou hoje sanções contra 92 jornalistas, empresários e outros cidadãos norte-americanos, que responsabiliza por apoiarem a Ucrânia e acusa de difundirem notícias falsas sobre o país e o seu Exército.
A “lista negra” de Moscovo inclui jornalistas do The Wall Street Journal, do The New York Times, do The Washington Post e colaboradores dos britânicos Daily Telegraph e do Guardian, que descreveu como “liberais-globalistas e ligados à produção e divulgação de notícias falsas” e que ficam proibidos de entrar em solo russo.
A diplomacia russa reiterou as suas acusações contra a política russófoba da administração do Presidente norte-americano, Joe Biden, que, para “infligir uma derrota estratégica a Moscovo”, lançou “ondas de sanções contra políticos, empresários, cientistas, personalidades culturais e jornalistas russos”.
Além dos jornalistas, Moscovo aplicou restrições a responsáveis norte-americanos, representantes do setor empresarial, particularmente ligados à indústria militar, que fornecem armas a Kiev e apoiam o Governo ucraniano.
“Lembramos às atuais autoridades dos Estados Unidos que não poderão escapar à punição por ações hostis, quer se trate da instigação direta a Zelensky e dos seus comparsas a atos de agressão e ataques terroristas, ou a tentativas de interferir em assuntos internos da Rússia”, afirmou a diplomacia russa, que se reservou o direito de alargar a lista.
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Autoridades russas restringem acessos a cidade junto de central nuclear de Kursk
As autoridades russas restringiram hoje a entrada na cidade de Kurchatov, junto da central nuclear de Kursk, alegando o risco de acesso de sabotadores no âmbito da incursão ucraniana.
“A fim de garantir o cumprimento das medidas de segurança adicionais, o posto de comando da operação antiterrorista tomou a decisão de limitar a entrada em Kurchatov”, escreveu no Telegram o governador de Kursk, Alexei Smirnov.
O governador salientou que, “embora a segurança da central nuclear de Kursk esteja garantida ao máximo, o Exército ucraniano não desiste das suas tentativas de entrar na cidade”.
Para garantir o cumprimento das medidas, serão criados postos de controlo especiais, indicou.
“Os residentes da cidade registados podem entrar livremente em Kurchatov. [Para] aqueles que não estão registados, mas trabalham na cidade, está prevista a possibilidade de receberem passagem segura”, acrescentou.
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O maior desafio a Kiev é o medo que os aliados têm da escalada, aponta Kuleba
O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano criticou hoje o medo que os países aliados de Kiev têm de uma escalada no conflito, apontando-o como a razão pela qual não respondem aos repetidos pedidos para a entrega de mais equipamentos, nomeadamente as armas de longo alcance.
“Desde o princípio da invasão em larga escala, o maior problema que a Ucrânia tem enfrentado é o domínio que o conceito de escalada tem no processo de tomada de decisão dos nossos parceiros”, declarou Dmytro Kuleba durante um evento com o seu homólogo polaco. “A guerra é sempre sobre muito material: dinheiro, armas, recursos, mas os problemas reais estão na cabeça“, argumentou, citado pela Reuters.
As declarações de Kuleba surgem depois de ontem Lavrov ter avisado o Ocidente que estava “a brincar com o fogo”, ao considerar a entrega de armas de longo alcance à Ucrânia, para serem utilizadas em território russo.
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NATO diz que é preciso apoiar mais a Ucrânia após um dos maiores bombardeamentos russos
O secretário-geral cessante da NATO defendeu hoje que é necessário continuar a apoiar a Ucrânia com todo o armamento de que necessite para repelir a invasão russa, condenando um dos maiores bombardeamentos russos desde início do conflito.
“O Conselho NATO-Ucrânia reuniu-se para abordar os desenvolvimentos no campo de batalha e as necessidades de equipamento prioritárias da Ucrânia”, escreveu Jens Stoltenberg, na rede social X (antigo Twitter).
The #NATO– Ukraine Council met to address developments on the battlefield & Ukraine's priority capability needs. Allies strongly condemn the escalation in Russian air strikes on Ukraine. We must continue to provide Ukraine with the equipment & munitions it needs to defend itself.
— Jens Stoltenberg (@jensstoltenberg) August 28, 2024
Depois da reunião, Stoltenberg condenou “veementemente a escalada dos bombardeamentos russos na Ucrânia”. “Precisamos de continuar a providenciar à Ucrânia o equipamento e munições de que precisa para defender-se”, advogou.
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Starmer e Scholz declaram "apoio inabalável à Ucrânia"
Durante uma visita a Berlim, o primeiro-ministro britânico reuniu-se com o chanceler alemão, para a assinatura de um acordo de defesa entre os dois países. Em conferência de imprensa, os dois líderes europeus notaram as vantagens deste acordo para a defesa da Ucrânia.
“[O acordo] representa uma vontade partilhada de defender a segurança do nosso povo e do continente europeu: e isso começa com o nosso apoio inabalável”, notou Keir Starmer, apontando a responsabilidade dos dois países, os que mais contribuem para a NATO no continente europeu. “Hoje, reafirmámos o nosso compromisso de estar ao lado da Ucrânia, enquanto for preciso”, acrescentou Starmer, citado pelo The Guardian.
Para além das declarações aos jornalistas, o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão publicou um comunicado, em que detalha todas as formas de apoio com que tem contribuído para o esforço de guerra ucraniano, desde a entrega de 33,9 mil milhões de euros, à imposição de sanções a Vladimir Putin e aos seus apoiantes. “Não vamos desistir. Continuamos firmemente ao lado da Ucrânia, que também defende a paz na Europa“, escreveu o ministério de Berlim.
Despite everything, we are not giving up. And we continue to stand firmly with #Ukraine who also defends our #peace in #Europe . More information here: https://t.co/3m7nw9EP1s 7/7
— GermanForeignOffice (@GermanyDiplo) August 28, 2024
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"Putin vai montar um contraofensiva mas será uma luta difícil para os russos", afirma diretor-adjunto da CIA sobre Kursk
David Cohen comentou hoje a operação ucraniana em Kursk durante a conferência de informação e segurança nacional norte-americana em Washington. “Podemos ter a certeza que Putin vai montar um contraofensiva para tentar retomar o controlo desse território. Acho que as nossas expectativas são que essa será um luta difícil para os russos“, afirmou o diretor-adjunto da agência federal norte-americana.
Contudo, o representante da CIA adiou a análise das consequências a longo curso desta operação, declarando apenas que Kiev pretende manter-se no território por um “período de tempo”, mas sem intenções de o anexar. “Putin tem de lidar com as consequências [da perda de Kursk] na sua própria sociedade”, considerou ainda Cohen, na intervenção citada pela Sky News.
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"Rússia não vai ceder, nem mostrar-se afetada"
Daniela Nunes afirma que a incursão em Kursk muda a narrativa mais fatalista sobre as capacidades da Ucrânia. A especialista em RI diz que a libertação de um refém trouxe oxigénio a Netanyahu.
Ouça aqui o novo episódio do “Gabinete de Guerra” da Rádio Observador.
https://observador.pt/programas/gabinete-de-guerra/russia-nao-vai-ceder-nem-mostrar-se-afetada/
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Novos ataques russos fazem quatro mortos em Donetsk e oito feridos em Kryvyi Rih
As autoridades ucranianas relataram hoje novos ataques russos, pelo terceiro dia consecutivo. O governador regional de Dnipro relatou que oito pessoas ficaram feridas e mais de 200 carros foram destruídos, num ataque contra infraestruturas civis, na cidade de Kryvyi Rih. “Quando estamos de luto, o inimigo ataca de novo”, escreveu Serhii Lysak no Telegram. Ontem, um hotel na cidade natal de Volodymyr Zelensky já tinha sido alvo de um ataque russo, em que morreram quatro pessoas e cinco ficaram feridas.
O gabinete do procurador geral ucraniano relatou ainda a morte de uma família de quatro pessoas em Donetsk, incluindo um jovem de 17 anos. A casa onde os quatro viviam, na cidade de Izmailivka foi atingida por uma bomba aérea, escreveram as autoridades no Telegram.
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Rússia relata outro ataque de drones ucranianos a depósito de combustível em Kirov
O governador da região russa de Kirov relatou um ataque com drones ucranianos contra tanques de armazenamento de combustível. Alexander Sokolov relatou que o ataque aconteceu esta manhã e a defesa anti-aérea russa destruiu dois dos aparelhos. Outros três caíram na central de Zenit, na cidade de Kotelnich, começando um incêndio, que foi rapidamente controlado.
“Não houve danos, nem disrupções das operações da empresa. Os serviços de emergência estão a trabalhar no local, não houve fogos causados pelo combustível, nem baixas“, escreveu Sokolov no Telegram. Kirov é uma região no oeste da Rússia, a mais de 1500 quilómetros da fronteira com a Ucrânia e 400 quilómetros a norte de Kazan, onde esta manhã também houve relatos de ataques com drones ucranianos.
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Aeroporto de Kazan reaberto depois de voos suspensos
Os dois aeroportos russos que suspenderam os voos esta manhã já estão a operar normalmente, relata a Sky News. Bloggers militares russos avançaram que o encerramento terá acontecido devido a ameaças de drones ucranianos, mas esta informação ainda não foi confirmada por nenhuma fonte oficial.
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Rússia critica Kiev por apresentação de plano de paz aos EUA
O Kremlin criticou hoje as declarações do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sobre um plano que apresentará aos Estados Unidos para pôr fim à invasão russa da Ucrânia, insistindo que Moscovo continuará com a sua ofensiva.
“Esta não é a primeira vez que ouvimos declarações semelhantes de representantes do regime de Kiev”, disse o porta-voz da presidência russa, Dimitri Peskov, garantindo que o Exército russo “continuará a sua operação militar especial”.
Na terça-feira, Zelensky anunciou que, já em setembro, apresentará um plano de paz ao Presidente dos EUA, Joe Biden, para colocar um fim à invasão russa, incluindo a incorporação da Ucrânia na arquitetura da segurança global, passando por novos avanços nas estruturas multilaterais, como a NATO.
“Vamos alcançar todos os nossos objetivos”, assegurou Peskov, que lembrou o recente alerta do ex-Presidente norte-americano Donald Trump sobre o risco de uma terceira guerra mundial, invocando a incursão do Exército ucraniano na região russa de Kursk.
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Convocada Reunião do Conselho NATO-Ucrânia após vaga de ataques russos
O Conselho da NATO-Ucrânia vai reunir-se hoje à tarde, a pedido de Kiev, na sequência da vaga de ataques russos que visou cidades e infraestruturas ucranianas na segunda e terça-feira, anunciou a Aliança Atlântica.
O ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, deverá “informar os aliados, por vídeo, sobre a situação no campo de batalha”, disse um porta-voz da NATO, citado pela agência noticiosa francesa AFP.
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Depósito de petróleo em chamas em Rostov após ataque com drones
Um depósito de petróleo em Kamensky, na região russa de Rostov, está em chamas após um ataque com drones na noite passada, segundo o Ukrinform.
Vários vídeos estão a ser divulgados no Telegram e mostram a dimensão das chamas. O ataque terá acontecido por volta das 3 da manhã.
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Rússia pede posição "mais clara" da Agência Internacional de Energia Atómica após ataque que atribui à Ucrânia
A Rússia pediu esta quarta-feira que a Agência Internacional de Energia Atómica adote uma posição “mais objetiva e mais clara” em matéria de segurança nuclear. O apelo surge depois de o presidente da agência ter visitado uma central nuclear russa perto do local por onde a Ucrânia realizou uma incursão no país, em Kursk.
Rafael Grossi visitou a central de Kursk na terça-feira e alertou para o perigo de um acidente nuclear grave. Grossi disse que inspecionou os danos de um ataque com drone, que a Rússia atribuiu à Ucrânia.
A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, diz que “cada vez queremos uma expressão mais objetiva e clara da posição desta estrutura”. “Não a favor do nosso país, não a favor de confirmar a posição de Moscovo, mas a favor dos factos com um objetivo específico: garantir a segurança e prevenir o desenvolvimento de um cenário que caminhe para uma catástrofe, para o qual Kiev está a empurrar toda a gente”.
Grossi não atribuiu responsabilidade do ataque a nenhuma parte, mesmo quando questionado por um jornalista sobre se condenava o ataque como uma “provocação nuclear” da Ucrânia. “Mais uma vez, apontar o dedo é algo que, eu, como diretor-general da IAEA, devo levar muito a sério. Mas é óbvio que não podemos separar o que viemos aqui da atividade militar recente”, respondeu.
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Aeroporto de Kazan suspende voos devido a ameaça com drones
O aeroporto internacional de Kazan suspendeu os voos devido a uma ameaça de drones, de acordo com a imprensa russa.
As restrições começaram às 7 da manhã, hora de Moscovo, para “garantir a segurança”, segundo a agência federal de transporte aéreo. Não é a primeira vez que o aeroporto suspende voos devido a ameaças de drones — aconteceu em abril e junho, de acordo com o Kyiv Independent.
Kazan está a cerca de 900 quilómetros a leste da fronteira com a Ucrânia. O Ministério da Defesa da Rússia adiantou que as forças russas tinham abatido 12 drones ucranianos durante a noite na região de Rostov e Voronezh, causando estragos materiais.
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Bom dia. Neste liveblog vamos atualizar, esta quarta-feira, as notícias sobre a guerra na Ucrânia e na Rússia. O liveblog do dia anterior será, por isso, arquivado, mas poderá recordar os principais desenvolvimentos de terça-feira neste link.