Na mensagem noturna deste domingo, Volodymyr Zelensky garantiu que a Ucrânia está a enfrentar uma situação “muito difícil em Bakhmut,, Vuhledar e outras áreas da região de Donetsk”. O presidente ucraniano afirmou que o país precisa de novas armas para resistir aos “constantes” bombardeamentos dos russos.

“A Rússia quer que a guerra se prolongue e esgote as nossas forças”, disse, de acordo com a Reuters, citada pelo El País. “Assim, temos de fazer do tempo a nossa arma. Temos de acelerar os abastecimentos e encontrar novas opções de armamento para a Ucrânia.”

Durante a manhã, o Grupo Wagner reclamou controlo de Blahodatne, mas as forças armadas da Ucrânia asseguraram que a região continuava a resistir aos avanços dos russos.

O governador pró-Rússia da região de Zaporíjia diz que quatro pessoas morreram e cinco ficaram feridas na sequência de um ataque da Ucrânia a uma ponte em Melitopol, na região de Zaporíjia, segundo o The Guardian, que cita a Reuters.

A informação veio de Yevgeny Balitsky, governador pró-russo de Zaporíjia, que no Telegram escreveu que o alvo foi uma ponte sobre o rio Molochna. “Segundo informação preliminar, como resultado do bombardeamento, quatro pessoas da brigada ferroviária morreram, cinco ficaram feridas e estão a receber os cuidados médicos necessários”, escreveu.

A guerra na Ucrânia, motivada pela invasão russa em fevereiro do ano passado, está este domingo no 340.º dia. Aqui fica um resumo dos principais acontecimentos deste dia:

• A Ucrânia impôs sanções a 182 empresas russas e bielorrussas e a três pessoas, numa nova ação de Zelensky de tentar bloquear as ligações entre os dois países à Ucrânia.
• Kiev também estendeu a proibição de saída do país mesmo a funcionários públicos que não estejam aptos para o serviço militar.
• Os estudantes das escolas secundárias da Rússia vão começar a receber uma introdução ao treino militar a partir de setembro deste ano, destaca o Ministério da Defesa britânico no seu relatório de informações diário sobre os desenvolvimentos da guerra na Ucrânia.
• Uma parte significativa dos combates centra-se na área de Blahodatne, que tanto a Ucrânia como o Grupo Wagner estão a reclamar.
• Pelo menos três pessoas morreram e cinco ficaram feridas na sequência de bombardeamentos russos na região de Kherson, de acordo com o Kyiv Independent.
• Um grupo de responsáveis militares norte-americanos tem estado a pressionar o Pentágono no sentido de os EUA enviarem aviões F-16 para a Ucrânia, noticia o jornal americano Politico citando três fontes com conhecimento do assunto.
• O chanceler alemão, Olaf Scholz, garantiu que vai manter a linha de comunicação com Putin aberta. “É necessário falarmos uns com os outros”, declarou. Em resposta, o Kremlin disse que Vladimir Putin continua aberto a contactos com o homólogo alemão, mas garantiu que ainda não há nada marcado.
• Um conjunto de militares ucranianos chegou ao Reino Unido para receber formação na operação dos tanques Challenger 2, que o Reino Unido vai fornecer à Ucrânia para ajudar no combate contra a invasão russa.
• Continua o debate em torno dos tanques Leopard-2, que a Ucrânia vai receber de vários países ocidentais (estando ainda Portugal a avaliar as concidções para o envio). O Público noticiou que Portugal precisava de mais 24 tanques para ter uma unidade completa, mas o negócio, que chegou a estar preparado, foi travado por decisão política.
• Uma investigação da emissora pública holandesa NOS mostra como pequenas empresas chinesas estão a ser usadas como intermediárias para fazer chegar componentes eletrónicos fabricados nos Países Baixos às forças armadas russas, apesar das sanções europeias.
• Na Coreia do Sul, o secretário-geral da NATO fala na necessidade de um mundo interligado pela segurança numa altura em que diz que a Coreia do Norte está a ajudar a Rússia no esforço de guerra.
• O antigo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse este sábado que seria capaz de resolver a guerra na Ucrânia “em 24 horas” — e que, com ele no poder, a guerra nunca teria sequer começado.
• O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, convidou o novo Presidente checo a visitar a Ucrânia. Zelensky divulgou uma mensagem no Twitter, na qual endereçou os parabéns pela vitória de Petr Pavel.
• No sábado, a Rússia acusou o exército ucraniano de matar 14 pacientes e pessoal médico e ferir outros 24 num ataque “deliberado” a um hospital na região de Lugansk.

Terão resultado em três mortos e cinco feridos (que estão hospitalizados) alegados bombardeados russos na região de Kherson, avança o Kyiv Independent.

Citando a administração militar da região, os raides terão danificado um hospital, uma escola, paragens de autocarros, uma estação de correios, um banco e vários edifícios habitacionais.

⚡️3 killed, 5 injured in Russian shelling of Kherson.

According to the Kherson Oblast Military Administration, the Jan. 29 attack damaged a hospital, school, bus station, post office, bank, and multiple residential buildings. All injured have been hospitalized.

— The Kyiv Independent (@KyivIndependent) January 29, 2023

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, convidou o novo Presidente checo a visitar a Ucrânia, divulgou numa mensagem no Twitter, na qual endereçou os parabéns pela vitória de Petr Pavel.

I personally congratulated Petr Pavel @general_pavel on winning the Czech presidential elections. Thanked him and the Czech people for their unwavering support. Invited him to visit ????????.

— Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) January 29, 2023

Petr Pavel foi no sábado eleito presidente da República Checa.

General na reserva Petr Pavel eleito Presidente da República Checa

Os estudantes das escolas secundárias da Rússia vão começar a receber uma introdução ao treino militar a partir de setembro deste ano, destaca o Ministério da Defesa britânico no seu relatório de informações diário sobre os desenvolvimentos da guerra na Ucrânia.

“Nas últimas semanas, o Ministério da Educação russo deu mais detalhes sobre a implementação do já anunciado plano de incluir formação militar básica no currículo das escolas secundárias russas”, diz Londres.

Segundo a nota, o curso inclui um módulo destinado a ensinar os estudantes a operar espingardas AK e granadas, durante o qual vão ser realizados exercícios militares e ensinadas as saudações militares.

Os jovens estudantes também vão aprender a usar equipamento militar de proteção individual.

Estas lições vão tornar-se obrigatórias a partir do dia 1 de setembro de 2023, diz ainda o Ministério da Defesa do Reino Unido. Além disso, os estudantes universitários também vão começar a receber treino militar básico nas instituições de ensino superior.

“Estas iniciativas reforçam a atmosfera cada vez mais militarizada na Rússia em tempo de guerra”, diz Londres, acrescentando que também se trata de uma “provavelmente deliberada evocação da União Soviética”, uma vez que este tipo de formação militar nas escolas foi obrigatória até 1993.

Latest Defence Intelligence update on the situation in Ukraine – 29 January 2023

Find out more about the UK government's response: https://t.co/Uq5hma9yKs

???????? #StandWithUkraine ???????? pic.twitter.com/FD9fqU8Yiz

— Ministry of Defence ???????? (@DefenceHQ) January 29, 2023

O antigo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse este sábado que seria capaz de resolver a guerra na Ucrânia “em 24 horas” — e que, com ele no poder, a guerra nunca teria sequer começado.

“Lembram-se da corrupta Hillary? ‘Ele vai provocar uma guerra na primeira semana em funções.’ Porque achavam que essa é a minha personalidade. Mas, na verdade, é o oposto”, disse Donald Trump durante um comício este sábado na cidade de Salem, no estado de New Hampshire.

“A minha personalidade manteve-nos fora da guerra”, acrescentou Trump. “Como vos disse antes, nunca teria acontecido com a Rússia. Putin nunca teria invadido. E mesmo agora, eu conseguiria resolver aquilo em 24 horas. É horrível o que aconteceu. Aquelas cidades estão agora destruídas.”

No discurso, Trump reiterou que se fosse ele o Presidente dos EUA a probabilidade de a guerra entre a Rússia e a Ucrânia começar era “zero”.

Trump: Putin would have never gone in. Even now, I could solve that in 24 hours pic.twitter.com/6g2HL85Fbx

— Acyn (@Acyn) January 28, 2023

Um grupo de responsáveis militares norte-americanos tem estado a pressionar o Pentágono no sentido de os EUA enviarem aviões F-16 para a Ucrânia, noticia o jornal americano Politico citando três fontes com conhecimento do assunto.

Como lembra aquele jornal, a Ucrânia tem manifestado desde o início da guerra o seu desejo de obter aviões F-16, mas até agora essa não tem sido a prioridade na ajuda militar ao país.

Agora, numa altura em que a Ucrânia pretende lançar uma nova ofensiva contra os russos para recuperar territórios na primavera, esta vontade de obter aviões F-16 está a ganhar novamente força dentro do Pentágono.

Por outro lado, o facto de nas últimas semanas Kiev ter recebido os sistemas anti-míssil Patriot e os tanques Leopard-2 — armamento cujo envio para a Ucrânia até há bem pouco tempo não estava nos planos do Ocidente — aumenta a esperança de Kiev vir a receber os aviões.

Em declarações ao Politico, um oficial do Pentágono disse não achar que os EUA se vão opor ao envio dos F-16, embora ainda falte que Kiev afirme explicitamente o pedido.

Um conjunto de militares ucranianos chegaram ao Reino Unido para receberam formação na operação dos tanques Challenger 2, que o Reino Unido vai fornecer à Ucrânia para ajudar no combate contra a invasão russa.

As imagens foram publicadas esta manhã no Twitter pelo Ministério da Defesa do Reino Unido.

Ukrainian tank crews have arrived in the UK to begin training for their continued fight against Russia.

The UK will provide Challenger 2 tanks to Ukraine alongside global partner nations – demonstrating the strength of support for Ukraine, internationally.#StandWithUkraine pic.twitter.com/OLKtllePzN

— Ministry of Defence ???????? (@DefenceHQ) January 29, 2023

O Kremlin disse hoje que Vladimir Putin continua aberto a contactos com o homólogo alemão, Olaf Scholz, na sequência das declarações do chanceler alemão que se mostrou disponível para voltar a falar telefonicamente com o líder russo.

“Putin tem estado e continua aberto a contactos”, disse o porta-voz do Presidencial russo, Dmitry Peskov, citado pela agência de notícias espanhola EFE, acrescentando que até ao momento, não foram agendadas quaisquer conversações com Scholz.

A última conversa entre os dois líderes ocorreu há quase dois meses, a 02 de dezembro de 2022, numa conversa telefónica que durou cerca de uma hora, tempo que terá servido para Scholz pedir a Putin uma solução diplomática para a situação na Ucrânia e que retirasse as tropas daquele país, informou Berlim na ocasião.

Tanto a Ucrânia como o grupo paramilitar russo Wagner estão a reclamar o controlo da área de Blahodatne, na região de Donetsk.

A Defesa ucraniana diz ter repelido os ataques dos ocupantes na área de Blahodatne, dizendo que também travou operações em outras 13 áreas.

Já o grupo Wagner descreveu no Telegram, segundo o Guardian, que a unidade terá tomado o controlo de Blahodatne.

A Ucrânia estendeu a proibição de saída do país mesmo a funcionários públicos que não estejam aptos para o serviço militar.

O país tinha estabelecido essa proibição para os funcionários públicos, que só podiam viajar para fora da Ucrânia em serviço, mas agora explica que a imposição abrange mesmo os funcionários que não estejam aptos para o serviço militar, disse Andriy Demchenko, porta-voz do serviço de fronteiras, citado pelo Kyiv Independent.

E aplica-se quer aos homens quer às mulheres.

Enquanto durar a lei marcial os homens entre 18 e 60 anos não podem sair do país, a menos que obtenha uma permissão especial do Governo.

A Ucrânia impôs sanções a 182 empresas russas e bielorrussas e a três pessoas, numa nova ação de Zelensky de tentar bloquear as ligações entre os dois países à Ucrânia.

“Os seus ativos na Ucrânia estão congelados, as suas propriedades vão ser usadas para a nossa defesa”, disse Zelensky na mensagem de vídeo que habitualmente divulga ao fim de cada dia. Esta é a mensagem de sábado.

Segundo o Guardian, as empresas sancionadas são ligadas ao transporte, leasing de veículos e produção química. Também inclui o produtor russo de fertilizantes Uralkali e o produtos bielorrusso de potassa Belaruskali, além da Belarusian Railways e das empresas de leasing russas VTB-Leasing e Gazprombank Leasing.

Nessa mensagem, Zelensky falou dos ataques em Kostiantynivka, voltando a pedir armamento.