As forças ucranianas já terão avançado até 30 quilómetros para o interior do território russo, de acordo com dados de Moscovo, avança a BBC. Esta incursão é a mais significativa desde fevereiro de 2022, quando começou a guerra.

O Ministério da Defesa da Rússia diz que o exército do país se envolveu em confrontos com as forças ucranianas nas aldeias de Tolpino e Obshchy Kolodez, nas proximidades de Kursk.

O Presidente da Ucrânia avança “que os ocupantes russos atearam um incêndio no território da central nuclear de Zaporíjia”. Numa publicação na rede social X, partilha um vídeo que terá sido gravado a partir da zona de Nikopol. Nas imagens, são visíveis algumas chamas.

“Atualmente, os níveis de radiação estão dentro da norma. No entanto, desde que os terroristas russos mantenham o controlo da central nuclear, a situação não é nem pode ser normal”, considera o Presidente da Ucrânia.

Zelensky considera que, “desde o primeiro dia, a Rússia tem estado a usar a central de Zaporíjia para chantagear a Ucrânia, toda a Europa e o mundo”.

“Estamos à espera que o mundo reaja, à espera que a Agência Internacional de Energia Atómica reaja”.

Zelensky diz que a “Rússia tem de ser responsabilizada por isto” e que “só o controlo ucraniano da central de Zaporíjia pode garantir o regresso à normalidade e à completa segurança”.

Enerhodar. We have recorded from Nikopol that the Russian occupiers have started a fire on the territory of the Zaporizhzhia Nuclear Power Plant.

Currently, radiation levels are within norm. However, as long as the Russian terrorists maintain control over the nuclear plant, the… pic.twitter.com/TQUi3BJg4J

— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) August 11, 2024

O Presidente ucraniano diz que “irá continuar a trabalhar com os parceiros” para “levantar as restrições ao uso de ataques de longo alcance”, que considera que “vão salvar milhares de vidas humanas”.

Lamenta a morte de um pai e de um filho num ataque em Kiev, que diz ter sido feito “com recurso a um míssil da Coreia do Norte”. “Sabemos exatamente de que área do território da Rússia foi lançado.”

No discurso diário, Zelensky considera que “é totalmente justo que os ucranianos sejam capazes de responder ao terror de forma necessária para o parar”.

“O terror deve sempre ser derrotado — isto é um princípio fundamental da proteção da vida.”

O Ministério da Defesa do Reino Unido avançou no X que as tropas russas tem estado a “roubar” os recursos naturais da Ucrânia, minando fortemente a “área rica em recursos” em Dniprorudne, em Zaporíjia.

O “roubo” é depois transportado de volta para a Rússia para ser utilizado no país ou exportado, lê-se na publicação.

O ministério britânico afirmou ainda que Moscovo tenta arruinar o potencial económico da Ucrânia, apoderando-se dos seus “bens mais valiosos”. “O roubo de recursos da Ucrânia reforça a ocupação russa destas áreas”, acrescentou.

Ukrainian resources are being plundered by Russia – with the go-ahead from the Kremlin.

Russia wants to wipe out Ukraine’s economic potential.
#StandWithUkraine???????? pic.twitter.com/wMit1mHNJo

— Ministry of Defence ???????? (@DefenceHQ) August 10, 2024

O governador da região de Zaporíjia, Ivan Fedorov, avançou que esperam abrir seis escolas subterrâneas, que estão a ser construidas na cidade de Zaporíjia, até ao final de outubro.

“Esperamos que as primeiras escolas recebam os seus estudantes até ao final de outubro, esse é o nosso ambicioso objetivo”, disse Fedorov, citado no Kyiv Independent, acrescentando: “E hoje, de acordo com o calendário, vemos que podemos ter sucesso neste plano”.

Kharkiv foi a primeira cidade ucraniana onde foi introduzido o conceito de escolas subterrâneas para garantir a educação, apesar dos ataques russos. A primeira escola foi criada no metro.

As pessoas que estão a sair das zonas fronteiriças da região russa de Kursk, alvo da incursão ucraniana, estão a ser ajudadas pela Cruz Vermelha, que tem visitado os centros de alojamento temporários e criou uma linha direta para reunir familiares.

A delegação de Kursk da organização afirmou, segundo a Sky News, ter recebido quase 3.000 chamadas em menos de um dia.

Cerca de 76 mil residentes já foram retirados da região.

A resposta da Rússia aos ataques ucranianos contra infraestruturas civis russas “não se fará esperar” e será “dura”, assegurou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova.

“Condenamos rotundamente estes bárbaros atos terroristas destinados a destruir a infraestrurura civil, matar e intimidar civis”, afirmou a porta-voz, ao comentar o bombardeamento noturno de Kursk e outras regiões russas, com drones e mísseis.

Zakharova, citada pela agência Efe, assegurou que os “organizadores e autores dos crimes”, tanto na Ucrânia como no estrangeiro, terão que prestar contas.

“A dura resposta das Forças Armadas russas não se fará esperar”, asseverou.

As autoridades de Kursk, onde na noite passada foram derrubados 14 drones e quatro mísseis Tochka-U, elevaram para 15 o número dos feridos no bombardeamento, que danificou vários edifícios.

Outros 16 drones foram derrubados nas regiões de Belgorod, Briansk, Voronezh e Oriol, segundo o Ministério da Defesa russo.

Três raparigas, de nove, 11 e 16 anos, estão entre os 14 mortos no ataque russo a um supermercado na cidade ucraniana de Kostiantynivka, na região de Donetsk, na passada sexta-feira, avançou a Sky News.

O Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, visitará a Rússia de segunda a quarta-feira, onde deverá encontrar-se com Vladimir Putin, anunciou hoje um diplomata palestiniano.

“O Presidente chegará na noite de 12 de agosto. Na terça-feira, está previsto um encontro com o Presidente Putin (…) Parte no dia 14, mas haverá um encontro com os embaixadores árabes”, disse Abdel Hafiz Nofal, embaixador palestiniano em Moscovo, citado pela agência noticiosa estatal russa TASS.

De acordo com o diplomata, o principal tema dos encontros será “a situação em Gaza”.

“Falaremos sobre o papel da Rússia e o que pode ser feito. A situação é muito difícil e a Rússia é um país próximo de nós”, afirmou.

A visita foi confirmada por uma fonte do gabinete de Mahmoud Abbas à Agência France Presse (AFP), que acrescentou que Abbas se deslocaria depois à Turquia.

As tropas ucranianas terão conseguido entrar na região russa de Belgorod, escreve a SkyNews, que cita órgãos de comunicação social ucranianos.

Estes estão a divulgar um vídeo onde surgem cinco soldados ucranianos à entrada de um edifício, sendo que um deles diz: “Desejo-vos saúde. O 252.º batalhão está na aldeia de Poroz, Oblast de Belgorod. Glória à Ucrânia.”

De acordo com a SkyNews, o VoxCheck, projeto ucraniano de verificação de factos, confirmou a veracidade do vídeo e que terá mesmo sido filmado em Poroz, a três quilómetros da fronteira com a Ucrânia.

Na passada sexta-feira, e ao fim de quatro dias, Kiev confirmou ter começado uma nova fase da guerra ao reivindicar finalmente a ofensiva à região russa de Kursk.

Olho por olho. Ucrânia tenta começar nova fase da guerra e aproveita falhas russas em Kursk: “Foi uma chapada na cara para Putin”

Um homem de 35 anos e o filho de 4 foram mortos esta madrugada pela queda de destroços de mísseis durante um ataque russo a Kiev, anunciaram os serviços de emergência da Ucrânia.

A mesma fonte acrescentou que três pessoas ficaram gravemente feridas depois de destroços terem atingido um prédio de apartamentos no distrito de Brovary, nos subúrbios a leste da capital ucraniana.

Uma grande parte do país esteve sob alerta aéreo durante toda noite, nomeadamente Kiev, onde se ouviram as primeiras explosões de madrugada.

A administração militar de Kiev indicou na plataforma de mensagens Telegram que a defesa antiaérea tinha sido ativada.

Nos últimos dias, muitos ucranianos tinham expressado preocupação com um possível ataque aéreo russo em resposta à incursão em curso na região russa de Kursk, a norte da fronteira com a Ucrânia.

No Telegram, a Força Aérea Ucraniana informou ainda, por volta das 22h de sábado (20h em Lisboa), que várias regiões do país tinham sido alvo de uma série de ataques de drones.

As autoridades ucranianas ainda não comunicaram quaisquer danos ou vítimas.