Momentos-chave
- BCE precisa de mais dados para saber quem alimenta mais a inflação: os lucros das empresas ou os salários
- "Não discutimos cortes nas taxas de juro, de todo"
- "Riscos para o crescimento ainda pendem para o lado negativo", diz Christine Lagarde
- "Em modo de recuperação de Covid", Lagarde abre conferência de imprensa
- BCE prevê menos crescimento económico em 2023 e 2024
- Inflação tem caído mas "deverá subir novamente, de forma temporária" nos próximos tempos
- BCE confirma: taxa de juro mantém-se em 4%
Histórico de atualizações
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Arquivamos agora este liveblog sobre a conferência de imprensa do Banco Central Europeu (BCE), em que manteve as taxas de juro. Obrigada por nos ter acompanhado.
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BCE descarta baixar os juros em breve? Lagarde nem sempre segue o seu próprio guião
Christine Lagarde, “a recuperar” de Covid, garantiu em conferência de imprensa que BCE nem falou em descer juros. Mas nem sempre as suas palavras foram um guia certeiro sobre o que viria a acontecer.
BCE descarta baixar os juros em breve? Lagarde nem sempre segue o seu próprio guião
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BCE precisa de mais dados para saber quem alimenta mais a inflação: os lucros das empresas ou os salários
O BCE precisa de mais dados para saber quem é que poderá, no futuro próximo, alimentar mais a inflação. Serão os lucros das empresas ou os aumentos salariais?
“Olhamos para esta questão com muita atenção, aqui, no BCE”, diz Christine Lagarde, agradecendo que a última pergunta da conferência de imprensa tenha sido sobre esse tema.
O que os dados do BCE dizem é que a contribuição dos lucros das empresas tem vindo a cair ao longo de 2023. A contribuição era de 2,4 pontos e, mais recentemente, baixou para 1,4 pontos.
“Se isto se confirmar, significa que as hipóteses que temos nas nossas previsões – que os preços iriam baixar para absorver os aumento dos custos laborais – poderão estar a confirmar-se”, diz Lagarde, acrescentando que isso seria uma boa notícia para a política monetária. Mas é preciso mais dados (e mais tempo) para confirmar que é mesmo isto que está a acontecer, de forma sustentada.
A presidente do BCE, que tossiu muito durante a conferência de imprensa por causa “da estúpida da Covid”, termina a conferência de imprensa desejando boas festas a quem a ouve. “Boas festas, mantenham-se seguros, quentes e sejam felizes“, afirmou Christine Lagarde.
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"Não discutimos cortes nas taxas de juro, de todo"
“Não discutimos cortes nas taxas de juro, de todo“, diz Christine Lagarde, assinalando que faz sentido haver um plateau entre a fase em que se sobe as taxas de juro e o momento em que elas podem começar a descer.
A presidente do BCE compara a política monetária como o gás, notando que normalmente algo não passa diretamente do estado sólido para o gasoso sem passar pelo líquido.
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Inflação. "Devemos baixar a guarda? Não, absolutamente"
“Devemos baixar a guarda? Não, absolutamente“. Christine Lagarde diz que o BCE precisa de mais dados que permitam ao banco central diagnosticar as razões por que a inflação continua a não baixar à velocidade que o banco central gostaria, sobretudo a inflação que exclui os elementos mais voláteis como a energia.
Será necessário esperar pelos dados relacionados com os aumentos salariais, entre outros, para determinar os próximos passos na política monetária. “Somos dependentes dos dados, não dependentes do tempo“, diz Lagarde.
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BCE vai continuar a reinvestir dívida comprada no programa pandémico "pelo menos até final de 2024" – mas com uma redução faseada
O BCE vai continuar a reinvestir a dívida pública comprada no programa pandémico “pelo menos até final de 2024“, confirmou a presidente do BCE.
O reinvestimento irá, porém, ser gradualmente reduzido à medida que o nos aproximamos do final do próximo ano. A partir da segunda metade de 2024 o reinvestimento passa a ser de 50% e no final do ano passa para zero.
À medida que os títulos comprados forem atingindo a maturidade, o BCE vai continuar a reinvestir esses valores em novas compras pelo menos durante mais um ano. Assim, o BCE vai continuar ativo no mercado de dívida pública e a “aplicar flexibilidade” na forma como irá continuar a comprar estes títulos ao abrigo do programa lançado na pandemia (conhecido como PEPP).
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"Riscos para o crescimento ainda pendem para o lado negativo", diz Christine Lagarde
“Os riscos para o crescimento [económico] ainda pendem para o lado negativo”, diz Christine Lagarde, ou seja, olhando para as novas projeções do staff de economistas do BCE é mais provável que o crescimento seja menor do que maior.
Esses riscos negativos podem materializar-se “se os efeitos [do aperto] da política monetária forem mais fortes do que o previsto”, admite Christine Lagarde, acrescentando os riscos em torno do “abrandamento do comércio global”, a “guerra injustificada lançada pela Rússia na Ucrânia” e o “conflito trágico no Médio Oriente”.
Estes são fatores que podem “levar as empresas e famílias a tornarem-se menos confiantes em relação ao futuro”, diz Lagarde.
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"Em modo de recuperação de Covid", Lagarde abre conferência de imprensa
Começou a conferência de imprensa de Christine Lagarde, cuja voz ainda denota que está “a recuperar” de uma nova infeção com o novo coronavírus.
“Não estou contagiosa, podem estar descansados“, afirmou Lagarde, antes de começar a ler o comunicado já divulgado às 13h15 (hora de Lisboa).
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BCE prevê menos crescimento económico em 2023 e 2024
As novas previsões do staff de economistas do BCE apontam para um crescimento menos robusto do que se previa anteriormente – embora as projeções continuem a apontar para uma pequena aceleração em 2024, em comparação com 2023.
O crescimento da economia da zona euro deverá ser de 0,6% em 2023 e de 0,8% em 2024. Nas previsões anteriores, divulgadas em setembro, o cenário era mais otimista: 0,7% em 2023 e 1,0% em 2024.
“As condições financeiras mais apertadas estão a limitar a procura económica, o que está a ajudar a controlar a inflação”, diz o BCE.
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BCE diz que "inflação subjacente tem baixado" mas salários continuam a gerar pressões inflacionistas
O BCE diz que a “inflação subjacente tem baixado”, isto é, há boas notícias no que diz respeito a esta leitura da inflação que exclui elementos mais voláteis, a inflação core (subjacente). Prevê-se que essa leitura mais restrita da inflação baixe de 5% em 2023 para 2,7% em 2024, ou seja, um nível mais elevado do que a inflação global (2,4%).
Isso justifica que o BCE tenha optado (novamente) por manter as taxas de juro inalteradas. Porém, o comunicado sublinha que “as pressões internas sobre os preços continuam elevadas, sobretudo devido ao forte crescimento dos custos unitários do trabalho”. Esta é uma referência à forma como os aumentos salariais podem alimentar a inflação, uma ideia já veiculada anteriormente por Christine Lagarde.
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Inflação tem caído mas "deverá subir novamente, de forma temporária" nos próximos tempos
A inflação “tem caído nos últimos meses mas deverá subir novamente, de forma temporária” nos próximos tempos, prevê o Banco Central Europeu no comunicado que confirma a decisão de manter as taxas de juro em 4%.
As novas projeções para a inflação apontam para uma descida “gradual” ao longo do próximo ano, “antes de se aproximar do objetivo de 2% em 2025”.
Os economistas do BCE preveem uma taxa de inflação média de 5,4% em 2023 e de 2,7% em 2024 – uma revisão em baixa em relação às previsões divulgadas em setembro (previa-se 5,6% em 2023 e 3,2% em 2024).
Em 2025 a inflação poderá ser de 2,1%, em média, e 1,9% em 2026, segundo as novas projeções.
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BCE confirma: taxa de juro mantém-se em 4%
O BCE confirmou a decisão que era amplamente esperada pelos analistas. A taxa de juro dos depósitos, a mais importante para a política monetária, mantém-se em 4%.
Esta foi a segunda vez que o BCE não mexeu nas taxas de juro, depois de a decisão ter sido a mesma na reunião que aconteceu no final de outubro. Antes disso, o BCE aumentou as taxas de juro várias vezes consecutivas, desde julho de 2022.
A conferência de imprensa de Christine Lagarde começa dentro de meia hora, sensivelmente.
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Mercados (para já) consideram provável uma descida dos juros em março
Os mercados financeiros estão, neste momento, a atribuir uma probabilidade superior a 50% a que o Banco Central Europeu (BCE) anuncie uma primeira descida das taxas de juro a 7 de março.
A confirmar-se, essa seria uma descida de 25 pontos-base, que faria a taxa de juro baixar dos atuais 4% para 3,75%. Depois dessa possível redução dos juros em março, outras três descidas poderiam seguir-se ao longo de 2024, o que faria com que os juros terminassem o próximo ano em 3% – um valor, ainda assim, considerado restritivo da atividade económica.
Estas são, porém, previsões sempre marcadas por muita volatilidade. Mudam todos os dias conforme as pistas dadas pelos responsáveis pela política monetária. E as mensagens transmitidas pela presidente do BCE, esta quinta-feira, serão decisivas para solidificar esta expectativa ou, então, levar os mercados a ajustarem as previsões – seja no sentido de apontar para uma primeira descida dos juros mais cedo (do que março) ou mais tarde.
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Boa tarde,
Abrimos este liveblog para seguir, ao minuto, a decisão e a conferência de imprensa do Banco Central Europeu, na qual a presidente Christine Lagarde poderá dar pistas sobre eventuais descidas das taxas de juro nos próximos meses.
Hoje, porém, as taxas de juro não devem ser alteradas e a taxa dos depósitos (a mais importante, nesta fase, na política monetária) deverá manter-se nos 4,00%.
BCE não deve mexer já nos juros mas as descidas estão “no horizonte”, dizem analistas
Muito obrigado por nos acompanhar.