Momentos-chave
- Funcionários não gostam de Lagarde? Presidente do BCE responde com outras sondagens internas mais positivas
- BCE diz ter "esperança" de que os aumentos salariais estão a ser absorvidos pelos lucros
- "É prematuro discutir-se cortes na taxa de juro", diz Christine Lagarde
- Lagarde diz que a inflação pode cair mais rapidamente do que o previsto
- "Tendência de descida na inflação subjacente mantém-se", diz Christine Lagarde
- Juros vão continuar neste nível "por tempo suficiente"- Comunicado do BCE é "copy paste" do anterior
- BCE confirma que taxa de juro continua em 4%
Histórico de atualizações
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Fechamos aqui este liveblog no qual acompanhámos a reunião do BCE, que manteve as taxas de juro.
Obrigada por nos ter acompanhado. Boa noite
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BCE dá um "primeiro pequeno passo" para começar a descer as taxas de juro
Lagarde falou, pela primeira vez, numa “estabilização dos aumentos salariais” e disse ter “esperança” de que as empresas estejam a absorver esses aumentos sem os repercutir em preços mais elevados.
BCE dá um “primeiro pequeno passo” para começar a descer as taxas de juro
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Economista Filipe Garcia aponta que decisão do BCE “já era esperada”
O especialista em Mercados Financeiros destaca, à Rádio Observador, que “não há grandes novidades” e que fica a sensação de que vão ser debatidos os cortes nas taxas ainda este ano.
Filipe Garcia aponta que, neste momento, “o mercado já está a olhar para a evolução da bolsa dos Estados Unidos e para os indicadores de inflação”, que em breve vão ser divulgados.
[Ouça aqui a análise do economista Filipe Garcia, na íntegra]
Economista Filipe Garcia: “Decisão do Banco Central Europeu já era esperada”
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Funcionários não gostam de Lagarde? Presidente do BCE responde com outras sondagens internas mais positivas
“Mario Draghi estava cá para servir o BCE e, agora, o BCE parece estar cá para servir Christine Lagarde“, escreveu um funcionário do banco central numa sondagem anónima que é feita anualmente por um sindicato e cujas conclusões – muito negativas para Lagarde – foram noticiadas esta semana pelo jornal Politico.eu.
Nesta conferência de imprensa, a francesa pareceu colocar em causa a metodologia desse estudo de opinião, dando a entender que não é representativo. “Nós [no BCE] também fazemos muitas sondagens e fazemos sondagens com métodos técnicos nos quais podemos confiar“, diz Lagarde, que trazia claramente “no bolso” uma resposta a esta pergunta.
“Nessas sondagens é comum perguntar se as pessoas são felizes a trabalhar no BCE” e “mais de 60%” dos funcionários costumam responder, o que é uma amostra mais representativa do que a sondagem do sindicato.
A essa pergunta, garante Lagarde, mais de 80% dizem que estão felizes a trabalhar no BCE e mais de 75% dizem que recomendariam a um amigo trabalharem no BCE. “Estou muito orgulhosa e honrada por liderar esta instituição e servir a população da zona euro – e vou continuar a fazê-lo“, diz Lagarde.
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BCE diz ter "esperança" de que os aumentos salariais estão a ser absorvidos pelos lucros
O BCE diz ter “esperança” de que os aumentos salariais estão a ser absorvidos pelos lucros das empresas, de modo a não gerarem mais inflação.
Ao longo dos últimos meses tem-se debatido qual tem sido o papel dos aumentos salariais e, por outro lado, as margens das empresas. Nesta fase de desinflação – ou seja, desaceleração da subida dos preços – Christina Lagarde diz acreditar que o que está a acontecer, de um modo geral, é que os trabalhadores estão a ter aumentos mas isso não está a ser repercutido nos preços dos produtos (ou seja, estão a vir da compressão de margens das empresas).
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Novas previsões económicas de março vão ajudar a tomar decisão sobre taxas de juro
Christine Lagarde recusa alongar-se em comentários sobre o “timing” da primeira descida dos juros, além de repetir a frase-chave de que “o consenso à volta da mesa no Conselho é que é prematuro nesta fase discutirem-se cortes na taxa de juro”.
Em março, altura em que serão divulgadas as projeções macroeconómicas atualizadas do BCE, o banco central estará em melhor posição para tomar as próximas decisões sobre as taxas de juro e as outras ferramentas da política monetária. Até ao momento, porém, o que os dados avançados revelam é que está a haver uma “descida generalizada” da inflação subjacente.
Os mercados financeiros estão a tomar as palavras de Christine Lagarde como um reconhecimento de que as taxas de juro podem descer mais rapidamente do que se previa, o que está a traduzir-se, por exemplo, numa descida da cotação do euro face ao dólar.
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"É prematuro discutir-se cortes na taxa de juro", diz Christine Lagarde
“O consenso à volta da mesa no Conselho do BCE é que é prematuro discutirem-se cortes na taxa de juro” neste momento, diz Christine Lagarde, numa das primeiras respostas aos jornalistas na conferência de imprensa.
“Mas reitero o que disse à Bloomberg, embora não me responsabilize por aquilo que disseram que eu disse“, acrescentou a presidente do BCE, cujas palavras em Davos foram muito comentadas.
“Quando alguns dizem que é provável [que os juros comecem a descer no verão] eu também acho que é provável“, afirmou Christine Lagarde na semana passada.
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Lagarde diz que a inflação pode cair mais rapidamente do que o previsto
A presidente do BCE diz que alguns indicadores avançados apontam para uma aceleração económica mais à frente, embora as notícias no mercado de trabalho não sejam tão positivas: “há menos vagas de emprego a serem anunciadas“.
Os “riscos para a economia pendem para o lado negativo“, porém, acrescenta Christine Lagarde, o que significa que é mais provável que o crescimento surpreenda pela negativa do que pela positiva. Um dos fatores que podem levar a um crescimento menor é se os efeitos da política monetária forem mais penalizadores do que o previsto, isto além do impacto das tensões geopolíticas.
Sobre a inflação, “quase todas as medidas de inflação subjacente caíram mais em dezembro” e Lagarde diz que os sinais relativos às pressões inflacionistas na economia apontam para um cenário em que não parecem existir pressões imediatas de subida dos preços maior do que a prevista.
Aliás, Lagarde deu muito ênfase à hipótese de a inflação pode surpreender pela negativa se o efeito da política monetária for mais forte do que se previa ou se a economia recuperar menos do que o previsto.
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"Tendência de descida na inflação subjacente mantém-se", diz Christine Lagarde
Christine Lagarde, no início da conferência de imprensa, lê o comunicado já divulgado às 13h15, onde se afirma que “embora tenha havido um aumento da taxa de inflação global, devido a um efeito-base relacionados com os preços da energia, a tendência de descida na inflação subjacente manteve-se“.
A referência à “inflação subjacente” está relacionada com o cálculo da inflação que exclui os elementos mais voláteis como os preços dos bens energéticos e os alimentos não processados. É a este indicador que o BCE presta mais atenção porque reflete melhor até que ponto as pressões inflacionistas se estão a alastrar na economia, nomeadamente através de exigências salariais mais “desligadas” do crescimento da produtividade. A inflação (global) na zona euro subiu em dezembro para 2,9% mas a inflação excluindo esses itens mais voláteis foi medida em 3,9%.
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Juros vão continuar neste nível "por tempo suficiente"- Comunicado do BCE é "copy paste" do anterior
Foi a terceira reunião consecutiva em que o BCE manteve as taxas de juro inalteradas e o conteúdo do comunicado divulgado há momentos traz muito poucas alterações em relação à mensagem transmitida a 14 de dezembro.
O BCE continua a dizer que as taxas de juro estão “em níveis que, mantidos durante um período de tempo suficiente, irão fazer um contributo significativo” para aproximar a inflação do objetivo de 2%.
“As decisões futuras do Conselho do BCE irão assegurar que as taxas de juro serão definidas em níveis suficientemente restritivos por tanto tempo quanto for necessário”, pode ler-se no comunicado.
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BCE confirma que taxa de juro continua em 4%
Está confirmada a decisão, tomada esta quinta-feira pelo Conselho do BCE, de manter em 4% a taxa de juro dos depósitos (a mais importante para a política monetária, desde há vários anos).
A conferência de imprensa de Christine Lagarde começa dentro de aproximadamente 30 minutos.
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Saudades de Draghi. Funcionários do BCE reprovam liderança de Christine Lagarde
Além das pistas que pode dar sobre a política monetária, é provável que Christine Lagarde seja questionada pelos jornalistas sobre uma notícia do jornal Politico.eu que terá causado algum frisson em Frankfurt.
“Mario Draghi estava cá para servir o BCE e, agora, o BCE parece estar cá para servir Christine Lagarde“, escreveu um funcionário do banco central numa sondagem anónima que é feita anualmente em Frankfurt e cujas conclusões foram noticiadas esta semana pelo jornal Politico.eu.
O estilo de liderança de Christine Lagarde, que lidera o BCE desde 2019, não é muito apreciado pelos milhares de funcionários do banco central, de um modo geral. Essa é a conclusão desta sondagem que é promovida por um sindicato de trabalhadores do BCE, com respostas de 1.159 pessoas (num universo de cerca de 4.500).
A vasta maioria não considera que Lagarde seja a pessoa certa para o cargo, com 50,6% dos inquiridos a considerar o seu trabalho “fraco” ou “muito fraco”. Em contraste, quando Mario Draghi saiu do BCE a mesma sondagem indicava que estas classificações negativas eram dadas por menos de 20% dos inquiridos.
Por outro lado, 28,8% dos inquiridos consideravam a liderança do italiano “extraordinária“, mais 25,7% “muito boa” e 21% “boa”. Já Lagarde tem pouco mais de 20% que consideram a sua liderança “boa”, “muito boa” ou “extraordinária”. A perceção prevalecente é que a ex-ministra das Finanças francesa poderá estar no BCE com o objetivo de regressar à política.
“Christine Lagarde é descrita, globalmente, como uma líder autocrática que nem sempre age de acordo com os valores que proclama”, escreve o sindicato no resumo das conclusões do estudo. Os níveis de stress e excesso de trabalho terão subido sob a liderança de Lagarde, com alguns trabalhadores a criticarem também o que dizem ser uma aversão ao teletrabalho e pouca transparência nos processos de contratação.
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BCE prepara inversão de marcha, com inflação a cair. Era (mesmo) preciso ter subido tanto as taxas de juro?
A subida da inflação, que começou ainda em 2021 e acelerou em 2022 com a invasão da Ucrânia, poderá ter sido, afinal, apenas “temporária” – mesmo sendo um período “temporário” invulgarmente longo.
O ritmo de subida dos preços baixou, a inflação está perto da meta, e o BCE já está a preparar uma primeira descida das taxas.
Olhando para trás, economistas dizem que o surto inflacionista foi causado, sobretudo, por um choque na oferta – ou seja, dificuldades no fornecimento de bens e serviços – e nessas situações, em teoria, não é subindo agressivamente os juros que deve atacar o problema.
Terão o BCE e outros bancos centrais ido longe demais, sem necessidade, com a maior subida de sempre nas taxas de juro?
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"Quando alguns dizem que é provável [que os juros desçam no verão] eu também acho que é provável“
Mário Centeno não vai ter direito de voto nesta reunião, devido ao sistema rotativo do Banco Central Europeu (BCE).
O ponto de partida para a reunião já foi marcado pela entrevista que a presidente do BCE deu à agência Bloomberg na quarta-feira da semana passada, à margem dos encontros de Davos: “Quando alguns dizem que é provável [que os juros comecem a descer no verão] eu também acho que é provável“.
A expectativa é que Christine Lagarde possa clarificar um pouco melhor o que queria dizer com esta intervenção que cimentou, nos mercados financeiros, a ideia de que o primeiro corte nas taxas de juro irá chegar em junho.
É “provável” que o BCE corte as taxas de juro no verão, diz Christine Lagarde
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Boa tarde,
Abrimos este artigo liveblog para acompanhar a conferência de imprensa da presidente do BCE, Christine Lagarde, que se segue à primeira reunião do Conselho do BCE em 2024.
Ninguém espera que haja mudanças significativas na política monetária mas a presidente do BCE poderá dar mais pistas sobre quando é que os juros podem descer pela primeira vez, depois da subida mais rápida da história da zona euro.
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