Momentos-chave
- "Nas minhas noites sem sono, há uma voz que diz 'continua, continua'", diz Lagarde sobre o controlo da inflação
- "Há uma forte probabilidade" de estarmos numa fase de descida das taxas de juro. Mas "estrada terá solavancos"
- Inflação só deverá baixar de forma mais pronunciada a partir de meados de 2025, diz Lagarde
- Previsões de inflação revistas em alta, tornando novas descidas de juros (em breve) menos prováveis
- BCE avisa que "pressões sobre os preços permanecem fortes" e os "crescimentos salariais continuam elevados"
- BCE "não se compromete" com decisões futuras, depois deste corte. Não há pistas sobre a próxima mexida
- BCE confirma descida de 25 pontos-base nas taxas de juro. É o primeiro corte desde 2019
Histórico de atualizações
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Um paradoxo, olhos em Sintra e as vozes na cabeça de Lagarde. Próximo corte de juros do BCE pode vir só no outono
Depois de primeiro corte de juros, esta 5ª feira, nova descida em julho parece estar fora de questão. Discurso de Lagarde leva analistas a prever que nem mesmo em setembro é provável que juros desçam.
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"Nas minhas noites sem sono, há uma voz que diz 'continua, continua'", diz Lagarde sobre o controlo da inflação
Christine Lagarde diz que “se há uma coisa que [aprendeu] neste cargo é a importância de ser persistente e determinado“. Foi em resposta a uma pergunta de um jornalista que questionou o BCE sobre se baixar juros ao mesmo tempo que se aumenta previsões de inflação significa que o BCE não está verdadeiramente comprometido com o seu mandato de controlar a inflação.
“Que não haja dúvidas sobre o nosso compromisso” para com o controlo da inflação, asseverou Christine Lagarde, confessando que nas suas “noites sem sono, há uma voz que diz continua, continua”.
Lagarde acrescentou que a decisão de baixar os juros em 25 pontos-base foi “unânime com a exceção de apenas um governador“.
Porém, não especificou quem foi nem se foi um governador que queria baixar mais os juros (50 pontos em vez de 25) ou se seria um governador que queria que não houvesse nenhuma alteração nas taxas de juro.
“Deixo à vossa sagacidade descobrir quem foi esse governador“, indicou Christine Lagarde, perto do final da conferência de imprensa desta quinta-feira.
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"Há uma forte probabilidade" de estarmos numa fase de descida das taxas de juro. Mas "estrada terá solavancos"
Christine Lagarde, na conferência de imprensa, evita a todo o custo comprometer-se com futuras decisões nas taxas de juro mas acaba por deixar escapar a indicação de que “há uma forte probabilidade” de que estejamos numa fase de descida dos juros, embora a velocidade das descidas não seja conhecida neste momento.
“Tivemos duas fases bem sucedidas”, enuncia Christine Lagarde: “a primeira fase foi de aperto monetário muito rápido e robusto”, entre julho de 2022 e setembro de 2023. “Depois tivemos uma fase de manutenção, entre setembro de 2023 e agora, e no início de cada fase tínhamos cortado para metade a inflação”.
Ou seja, “em outubro de 2022 tínhamos 10,6% de inflação. Em setembro de 2023 tínhamos 5,2%. Agora estamos com 2,6%. Fomos sempre descendo a inflação para metade”, salienta Christine Lagarde.
Neste momento, apesar da revisão em alta das previsões de inflação, o BCE decidiu baixar os juros – algo que poderia ser visto como paradoxal – porque tem “maior confiança” na trajetória da inflação. Mas para que haja novas mexidas é necessário que os dados que forem saindo – e nem sempre saem “de forma sincronizada” com as decisões do BCE, disse Lagarde – tornem as previsões do BCE cada vez mais sólidas.
“Haverá solavancos nesta estrada, que podem surpreender-nos”, acautela Christine Lagarde, repetindo que o BCE será “dependente dos dados” e cada decisão será tomada “a cada reunião, com a totalidade dos dados disponíveis”.
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Inflação só deverá baixar de forma mais pronunciada a partir de meados de 2025, diz Lagarde
A inflação deve flutuar nos níveis atuais até ao final do ano, depois poderá baixar sobretudo a partir da segunda metade do próximo ano. A crise climática, pelo impacto que pode ter nos preços dos alimentos, são um dos fatores que, para o BCE, podem fazer com que a inflação seja mais elevada do que o previsto.
Sobre a economia, Christine Lagarde diz que os “riscos a curto prazo estão equilibrados mas no médio prazo pendem para o lado negativo” – ou seja, por causa de fatores relacionados com a instabilidade geopolítica ou outros, é mais provável que o crescimento económico seja mais baixo do que o previsto do que o inverso (o crescimento surpreender pela positiva).
Antes de começar a responder a perguntas dos jornalistas, Christine Lagarde começa por prestar homenagem aos que sacrificaram a vida no Dia D, há 80 anos.
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Previsões de inflação revistas em alta, tornando novas descidas de juros (em breve) menos prováveis
Este dia de reunião do Conselho do BCE coincide com a divulgação de novas projeções macroeconómicas para a zona euro (que são atualizadas trimestralmente pelo staff de economistas do BCE).
As novas previsões acerca da inflação (principal e subjacente) foram revistas em alta para 2024 e 2025 em comparação com as projeções de março. O staff de economistas passou a estimar uma taxa de inflação (principal) numa média de 2,5% em 2024, 2,2% em 2025 e 1,9% em 2026.
Para a inflação excluindo energia e alimentos, o BCE projeta uma média de 2,8% em 2024, 2,2% em 2025 e 2,0% em 2026.
Já o crescimento económico deve acelerar para 0,9% em 2024, 1,4% em 2025 e 1,6% em 2026.
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BCE avisa que "pressões sobre os preços permanecem fortes" e os "crescimentos salariais continuam elevados"
O BCE salienta que desde a “pausa” nas subidas de juros, em setembro de 2023, “a inflação caiu mais de 2,5 pontos percentuais e as perspetivas de inflação melhoroaram significativamente”.
A inflação subjacente, aquela que exclui os preços dos alimentos e da energia, “também diminuiu, reforçando os sinais de que as pressões de preços enfraqueceram e as expectativas de inflação diminuíram em todos os horizontes”.
Isso deu um grande contributo para trazer a inflação de volta para níveis mais baixos”, diz o BCE.
Porém, a autoridade monetária avisa que “as pressões de preços domésticos permanecem fortes, pois o crescimento salarial é elevado, e a inflação provavelmente permanecerá acima da meta até ao próximo ano”.
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BCE "não se compromete" com decisões futuras, depois deste corte. Não há pistas sobre a próxima mexida
A frase-chave do comunicado é aquela onde o BCE diz que “não se compromete antecipadamente” com decisões futuras, depois deste corte. Ou seja, não se dá qualquer pista sobre o que pode acontecer em julho nem mais tarde.
“O Conselho do BCE continuará a seguir uma abordagem dependente dos dados, reunião a reunião, para determinar o nível e a duração apropriados da restrição” monetária que ainda existe, com juros nos 3,75%.
“Em particular”, diz o BCE, as “decisões sobre taxas de juros serão baseadas na avaliação das perspetivas de inflação à luz dos dados económicos e financeiros recebidos, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária”.
Porém, com os dados já disponíveis, o BCE considerou que, nesta reunião de junho, “é agora apropriado moderar o grau de restrição da política monetária após nove meses de manutenção das taxas estáveis”.
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BCE confirma descida de 25 pontos-base nas taxas de juro. É o primeiro corte desde 2019
O BCE confirmou, em comunicado, a descida de 25 pontos-base nas taxas de juro. É o primeiro corte desde 2019 e, também, a primeira redução desde que o BCE fez o aperto monetário mais rápido de sempre (entre julho de 2022 e setembro de 2023).
A chamada taxa de juro dos depósitos, que é a mais importante no atual contexto de política monetária, desce de 4,00% para 3,75%.
Dentro de aproximadamente meia hora, a presidente do BCE, Christine Lagarde, irá iniciar a habitual conferência de imprensa em Frankfurt. A expectativa é que a francesa poderá dar pistas sobre se é mais ou menos provável que surja um novo corte dos juros já na próxima reunião, o que é a grande incógnita neste momento.
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Boa tarde,
Abrimos este liveblog para acompanhar, ao minuto, um dia importante na relativamente jovem história do Banco Central Europeu (BCE). Depois do aperto monetário mais brusco de sempre, em que os juros subiram 450 pontos-base em dois anos, até 4%, o BCE prepara-se para fazer a primeira descida.
Poderá ser o início de uma fase diferente do ciclo da política monetária: depois das fortes subidas, veio a estabilização num nível elevado (desde setembro) e, agora, avizinha-se o início das descidas. De acordo com aquilo que foi amplamente comunicado por vários responsáveis do BCE, nas últimas semanas, deverá ser uma descida de 25 pontos-base que leve a principal taxa de juro do BCE (a taxa dos depósitos) para 3,75%.
O comunicado da autoridade monetária será divulgado, como é habitual, pelas 13h15, com uma conferência de imprensa com Christine Lagarde e Luis De Guindos (vice-presidente do BCE) a partir de Frankfurt, às 13h45.
Fique connosco.