Momentos-chave
- Edgar Silva: vitória da esquerda "tem de ter confirmação"
- Marcelo critica mudanças na educação, saúde e Segurança Social.
- "Não estão a ver bem o filme", diz Marcelo
- Belém e política externa. Uma dúvida chamada NATO e outras cinco ideias
- Nóvoa: desigualdade em Portugal "é uma vergonha para todos nós"
- Belém critica últimas reformas das Forças Armadas e pisca o olho à Função Pública
- Marcelo: O PR não pode à primeira ocasião "marcar penálti"
- Marcelo: "O Presidente é uma espécie de fusível de segurança"
- Belém e as 35 horas: "Ninguém deve interferir no processo de negociação em curso"
- Mensagem para Bruxelas: Nóvoa promete referendos a tudo o que ponha em causa "soberania nacional"
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Edgar Silva: vitória da esquerda "tem de ter confirmação"
O candidato presidencial Edgar Silva defendeu esta noite que entre as eleições legislativas e presidenciais “há uma ligação direta” e “que esta vitória da esperança iniciada no dia 4 de outubro tem de ter confirmação e consequência no dia 24 de janeiro” – “está nas nossas mãos”, disse, num comício em Aveiro.
“É possível derrotar o candidato da direita, está ao nosso alcance. Estou certo de que o povo e os trabalhadores de Portugal estarão à altura da resposta que é necessária dar, da mobilização necessária para derrotar o candidato Marcelo Rebelo de Sousa”, insistiu, citado pela Lusa.
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Marcelo critica mudanças na educação, saúde e Segurança Social.
O candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa quer consensos de regime em várias áreas de atuação, principalmente na educação, saúde e Segurança Social e não gosta de ver mudanças a cada Governo.
“Não podemos por cada Governo que passa ter programas curriculares e sistemas de avaliação diferentes”, disse. Já esta tarde, numa escola, Marcelo tinha criticado as mudanças constantes. Uma opinião que assume especial relevo por neste momento o Governo estar a levar a cabo mudanças nos exames dos primeiros anos escolares.
Não se ficou por aqui. Disse Marcelo que o mesmo se aplica à saúde: “Não podemos programar uma rede de cuidados de saúde para o médio e longo prazo para com mudanças todos os anos, todos os quatro anos, todos os dois anos”. E também à Segurança Social. “Não podemos oferecer futuro, prometer previsibilidade desse futuro sem saber como é que é sustentável a Segurança Social para os menos jovens e para os mais jovens”, disse.
Solução? Para o candidato nada como “pontes de convergência”. “Temos de encontrar nestas matérias pontes de convergência. É possível? É possível. Eu consegui. Eu já fiz isso. E é fundamental fazer isso. Não é por uma questão tática ou estratégica – é pelo interesse do país”, insistiu.
Este será um discurso que agrada mais aos partidos que o apoiam. Alias, durante o dia de hoje, por duas vezes Marcelo falou do partido a que pertence. Marcelo não o diz, mas estas palavras acabam por ser críticas às medidas que desfazem algumas das coisas que foram feitas. Contudo, o candidato deixa antever que a relação nesta campanha com o PSD e o CDS se mede em quilómetros de distância.
“Eu devo dizer que é com alegria que vejo que partidos, que grupos económicos, sociais, políticos, cidadãos de vários quadrantes e várias orientações – a começar pelo partido a que pertenço desde a fundação, continuando noutro partido com quem esteve coligado, – todos eles perceberam e percebem que um Presidente da República é símbolo da unidade nacional – não é de um partido, não de uma união de partidos ou de um quadrante ideológico ou doutrinário. É símbolo de unidade”, repetiu.
Mas isso não implica, que um Presidente “não tenha as suas convicções”.
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"Não estão a ver bem o filme", diz Marcelo
O filme começa com o protagonista a falar na terceira pessoa. Desde ontem que faz uma analogia entre o papel do Presidente e de um árbitro, esta noite, com casa cheia na Lourinhã, voltou a fazer o mesmo e a falar dele próprio como se voltasse à pele de comentador. O guião foi o de um homem sozinho em palco, a falar com voz baixa para gerar “proximidade”. E para dizer o quê? Para responder Às críticas dos outros candidatos dizendo que não responde. Ao quinto dia de campanha, Marcelo mostrou mais do que é feito:
“Fico pasmo com as pessoas não perceberem que é mais disso [proximidade] ou menos disso e que haver mais disso ao serviço da comunidade é uma mais-valia. E depois olham para o resultado das sondagens e dizem ‘isto não é possível’. O que está errado é nas cabeças dessas pessoas”, disse.
Mas não ficou por aqui.
Depois há uns que dizem “‘mas que campanha tão esquisita – sem séquitos à frente e séquitos atrás – com uma sandes’ – que eu já comia todos os dias – ‘essa campanha da marmita, tão solitária, tão despojada, isso é com certeza artificial’. Não só não me conheciam como não conheciam os portugueses. Estavam duplamente equivocadas. De repente apetece-me voltar a ser comentador e dizer: ‘Não me levem a mal, mas eu acho que não estão a ver bem o filme. Há uma campanha que é de um candidato com os portugueses e outras campanhas dos outros candidatos com um candidato em quem batem todos os dias'”.
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Belém e política externa. Uma dúvida chamada NATO e outras cinco ideias
Maria de Belém esteve esta quinta-feira num encontro promovido pelo Instituto para a Promoção e Desenvolvimento da América Latina para uma reunião com 18 embaixadores e vários representantes de 21 países, entre América Latina, Europa e África. Com a política externa no centro do debate, a ex-presidente do PS deixou, fundamentalmente, seis ideias a reter:
Base das Lajes. Papel de Portugal na NATO deve ser reequacionado
Maria de Belém considera que o papel de Portugal na NATO tem de ser “reequacionado”, atendendo ao “à nova dinâmica” nas “relações com os Estados Unidos”.
As “vicissitudes” que a Base das Lajes sofreu “ao longo dos últimos anos”, sublinha Belém, obriga a um “reencontro e alguma reorientação do ponto de vista do seu papel nas relações entre os países”.
Portugal na UE. Temos de ter uma voz “mais ativa”
Uma voz mais firme em Bruxelas, pede Belém. “Portugal deve ter uma voz mais ativa, na defesa e na afirmação dos princípios dos tratados, na correção das assimetrias que ainda existem e uma voz muita ativa no sentido da igualdade entre os Estados, para que possa afirmar as suas posições e para que possa ver as suas posições serem tidas em conta no contexto das decisões que são tomadas”
Direitos humanos. Acordos internacionais não devem atropelar valores fundamentais
“O estabelecimento de acordos com países de outras regiões do mundo deve salvaguardar o respeito pelos direitos humanos fundamentais”, repetiu Maria de Belém, antes de dizer que, “Portugal, na sua política externa, deve contrariar imposições” que ponham em causa “estes princípios e valores que são o fundamento da construção das sociedades desenvolvidas”.
Problema demográfico. “Não há soluções mágicas”
Maria de Belém considera que o problema “demográfico é uma das questões mais complexas” com que está confrontada a União Europeia. “Não há respostas simples nem soluções mágicas”.
“A imprevisibilidade relativamente à segurança do vínculo laboral” pode ajudar a explicar o parte do problema. “Acho que estabilidade no trabalho é que pode dar às pessoas que querem ter filhos segurança em relação ao futuro. Um filho não é um projeto a curto prazo e não sendo um projeto a curto prazo as pessoas têm de programa a sua vida”.
A ex-ministra da Saúde acredita que o problema pode ser resolvido, em parte, por uma política ativa de emprego – emprego digno.
Refugiados e a demografia. Crise humanitária não deve ser encarada como oportunidade
Muitos líderes políticos europeus, incluindo António Costa têm defendido que o acolhimento de refugiados pode ajudar a resolver o problema demográfico da Europa e constituir um importante acrescento de mão-de-obra jovem em países cuja população está muito envelhecida incluindo, claro, Portugal.
Maria de Belém reconhece que a solução é válida, mas prefere concentrar em esforços em duas dimensões diferentes: acolher e integrar os refugiados, “garantindo minimamente condições de segurança e estabilidade”, e, ao mesmo tempo, ir ao centro do problema, resolvendo os conflitos que provocam estas vagas de refugiados. “Eu não gosto de olhar para as pessoas como instrumento ao serviço da economia”
Turquia na UE. O quadro deve ser “reanalisado”
A Adesão da Turquia à União Europeia – processo que se vai arrastando há anos – parece estar fora das cogitações dos líderes europeus. Para a ex-presidente do PS, a crise de refugiados veio colocar um novo obstáculo nesse processo. “A crise dos refugiados veio abrir um novo espaço de reavaliação. Acho que é muito importante perante este novo quadro que seja tudo reanalisado”, atirou, por fim, Maria de Belém.
Apesar de estar naquele debate na condição de candidata presidencial, a socialista fez questão de lembrar várias vezes que a responsabilidade da condução da política externa do país pertence à esfera governativa, embora exista um natural clima de cooperação institucional. A César o que é de César, deixou bem claro Maria de Belém.
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Nóvoa: desigualdade em Portugal "é uma vergonha para todos nós"
O dia de Sampaio da Nóvoa acabou na Marinha Grande, onde, à tarde, o candidato tinha visitado uma fábrica de moldes para automóveis. Convidado a discursar no jantar dos 25 anos do Instituto Superior D. Dinis (pertencente à U. Lusófona), Nóvoa destacou a importância da “educação superior” para o futuro do país.
Não se tratava de uma ação oficial de campanha e os cartazes anunciavam-no apenas como professor catedrático, mas Nóvoa aproveitou para, uma vez mais, sublinhar algumas ideias fortes da candidatura à Presidência.
“Portugal é dos mais desiguais países desenvolvidos”, disse o ex-reitor da Universidade de Lisboa às 214 pessoas que participaram no jantar. “É uma vergonha para todos nós”, acrescentou pouco depois.
Nóvoa foi particularmente duro para uma certa linha de pensamento que, disse, é constante em Portugal há pelo menos dois séculos. “O discurso mais medíocre da nossa História é ‘temos diplomados a mais’. Não, não temos. Temos diplomados a menos” do que as necessidades do país exigem.
O candidato fez ainda um apelo a que os portugueses pensem “coletivamente” sobre “que país queremos ser em meados do século XXI” e salientou a importância do Estado na promoção da educação, embora tenha igualmente reconhecido o papel das empresas na ligação entre as universidades e a sociedade.
Por hoje, de Nóvoa é tudo. Amanhã a caravana vai andar pelo distrito do Porto, nos concelhos de Vila Nova de Gaia, Matosinhos e Póvoa de Varzim. É o primeiro de dois dias naquela zona do país.
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Marcelo pede para não de "entrar em pânico" por causa do défice
Nem “pânico” nem mesmo uma “preocupação injustificada”. É assim que o candidato a Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vê a notícia de que Portugal poderá não sair do Procedimento de Défices Excessivos por causa da intervenção no Banif. Já quanto ao orçamento de 2016, Marcelo deixa no ar a ideia que pode haver uma “aceleração” para que seja ainda Cavaco Silva a promulgá-lo.
Disse Marcelo que a intervenção tinha de acontecer e por isso estas consequências são “excepcionais” aceites pela União Europeia, diz.
“Em rigor, não é um problema de gestão orçamental ordinária, normal, é um problema excecional, que não se esperava que existisse. Portanto, não vamos agora entrar em pânico, ou em juízo negativo, ou em preocupação injustificada, houve que intervir, não havia como não intervir, a consequência é que se espera que seja excepcional”, defendeu.
Marcelo deixa ainda outra ideia a salientar para o candidato, apesar dos prazos apertados, isso não significa que seja o próximo Presidente a decidir sobre a promulgação do Orçamento do Estado. Marcelo fala em “aceleração de prazos”. “Pode haver uma aceleração. (..) Tudo o que seja acelerar é bom, porque entra em aplicação mais cedo. E veremos se vai parar ou não às mãos do novo presidente, que tomará posse no dia 9 de março. O Presidente já sabem, que se for eu, fará tudo, os possíveis e os impossíveis, para que o orçamento tenha pés para andar”, disse.
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Marcelo Rebelo de Sousa a visitar o Centro Neurológico Sénior em Torres Vedras.
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— Observador (Eleições) (@OBSEleicoes) January 14, 2016
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O candidato presidencial Cândido Ferreira levantou esta quinta-feira algumas dúvidas sobre o percurso académico de Sampaio da Nóvoa. O médico pediu a Nóvoa que esclarecesse como conseguiu fazer a licenciatura, nos anos 70, uma vez que, que segundo Ferreira, o curso que o ex-reitor da Universidade de Lisboa tirou não dava equivalência a licenciatura.
Nóvoa, que teve formação universitária na Suíça e nos Estados Unidos, recusou comentar as dúvidas evocadas por Cândido Ferreira. “São absurdas”, disse.
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Marcelo contra mudanças na Educação a cada Governo
O candidato a Presidente da República não diz qual dos modelos em discussão é o seu preferido: se o de exames ou se o do atual Executivo que acabou com exames nos primeiros anos de escolaridade. Mas diz que não quer ver mudanças no sistema educativo a cada Governo que entra e pede “consensos” a Governo e oposição.
“A minha opinião é que o Presidente deve ajudar nisso e que não pode mudar em todos os governos. Não pode mudar o currículo, o programa, o sistema de avaliação. Entra um governo e muda. Entra outro governo e muda. Às vezes no mesmo governo, de ano letivo para ano letivo mudava de ideias”, disse perante uma plateia de professores e alunos.
Marcelo não explicou se concorda ou não com o fim dos exames, mas insiste na necessidade de um sistema estável: “Há que haver consenso e aqui consenso não me parece que seja muito de problemas doutrinários ou ideológicos. Não me parece difícil um consenso para um número mínimo de anos, para ser estável”, defendeu.
Marcelo, que esteve a dar uma aula de história para cinco turmas, comparou ainda com o sistema de avaliação universitário e com a sua própria experiência enquanto professor: “O que seria se me dissessem que a minha cadeira passa do 5º para o 2º ano, deixa de ter tantas horas, a forma de avaliação. Era uma loucura.”, afirmou.
Já nos primeiros dias de campanha eleitoral, o candidato à Presidência da República tinha defendido que eram necessários “consensos de regime” em algumas áreas, incluindo educação e saúde, para que não se mudassem de políticas de governo para governo.
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Belém critica últimas reformas das Forças Armadas e pisca o olho à Função Pública
A ideia já tinha ficado no ar durante a intervenção de Maria de Belém no jantar-comício da candidata, em Viseu. Esta quinta-feira, Maria de Belém voltou a falar no tema para lamentar o estado a que chegaram as Forças Armadas portuguesas.
“As Forças Armadas foram objeto de um conjunto de alterações e de reformas que, de certa forma, impediram que em alguns casos nós estejamos ao nível daquilo que é exigível para a nossa participação na NATO”, criticou Maria de Belém, em declarações aos jornalistas durante a visita à empresa Estêvão Luís Salvador (Sintra).
Para a ex-ministra da Saúde, o país tem obrigação de “pugnar sempre” por ter “umas forças armadas ajustadas à nossa dimensão, mas prestigiadas. Elas são o primeiro garante de soberania”.
A candidata repescou ainda outro tema deixado ontem no ar: a necessidade de defender os funcionários públicos. Maria de Belém assumiu que um dos papéis do Presidente da República é proteger a função pública, porque isso é, em si mesmo, “uma forma de defender o interesse nacional”. Belém acredita que uma “Administração Pública forte e competente” é “absolutamente indispensável e necessária em qualquer democracia desenvolvida”. “Os funcionários públicos são uma trave-mestra para qualquer instituição”, reiterou.
Com a intervenção de Jorge Coelho, que na quarta-feira arrasou Marcelo Rebelo de Sousa, ainda a fazer correr tinta, é caso para perguntar: Maria de Belém diz que não fala dos outros candidatos, mas não estará a deixar que os seus apoiantes façam a honra da casa? A socialista lava as mãos. “Cada pessoa que vai falar escolhe o que diz e o que faz. Eu não sou censora”, atirou.
A candidata está agora a visitar a empresa Cablotec, ainda em Sintra, e segue depois para Lisboa para um debate no Instituto para a Promoção e Desenvolvimento da América Latina.
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Marcelo: O PR não pode à primeira ocasião "marcar penálti"
O candidato Marcelo Rebelo de Sousa esforçou-se esta manhã por defender a continuidade do Governo de António Costa – contra os alunos que o questionavam, dizendo que também contra alguns amigos do partido e da área política. Disse o candidato que espera “para já não caia”, defendendo que a formação do atual do Governo “é das regras”. “Não foi um problema de politiquice”, defendeu. “Às vezes é uma chatice. Tem de haver regras. (…) É uma frustração, é um desgosto. Já tivemos na vida várias frustrações e desgostos”, disse.
Não é a primeira vez que o diz, mas agora reforçou: fará tudo para que o Governo de António Costa não caia: “Pensamento positivo: [é preciso] fazer tudo para que isto não ocorra. Não é estar à espera, à espreita para que isto ocorra. Sei que tenho sido criticado, inclusive por muitas pessoas do meu partido, da minha área política que dizem: ‘devias fazer era chegar e na primeira ocasião apanhá-los na curva e dissolver o Parlamento’. (…) Mas o Presidente da República tem de ser um árbitro e o árbitro não pode entrar em campo a dizer: ‘deixa lá ver se eu descubro um penálti para marcar. Deixa cá ver ao primeiro contacto físico… penálti. À primeira bola casual na mão… penálti. Não pode e não deve”, defendeu.
Marcelo deu uma aula de história e depois debateu com os alunos durante quase duas horas. E durante esse tempo ainda houve tempo para se diferenciar do atual Presidente da República. Pelas palavras do candidato percebe-se que Marcelo quererá ser mais Presidente como Soares ou Sampaio do que como Cavaco. “Cada pessoa é uma pessoa diferente na forma de ver a vida – já não digo na idade – e eu vejo o papel do Presidente neste momento com dois desafios fundamentais: em primeiro lugar uma maior proximidade das pessoas. Menos aquela visão austera distante, hierática do Presidente, mais próxima; a outra é que o país precisa de quem faça pontes”.
Pode rever esta parte da intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa na Escola Secundária Ibn Mucana em Alcabideche, Cascais. A parte relativa ao Executivo e ao Presidente aparece a partir do minuto 9.
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Em comunicado, Henrique Neto crítica mudanças do Governo na Educação. “O ministro da Educação tem de mudar urgentemente de modo de agir. Os jovens são o nosso mais precioso recurso nacional; não podem estar sujeitos a safanões, ziguezagues, repentismos, improvisos que quebrem a normalidade e a previsibilidade do trajecto educativo. O que se tem passado com os exames é demasiado mau, Não há memória de tanta instabilidade em tão pouco tempo”.
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Maria de Belém em visita à empresa Estêvão Luís Salvador, em Almargem do Bispo, Sintra. pic.twitter.com/fzETR1wapd
— Observador (Eleições) (@OBSEleicoes) January 14, 2016
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Marcelo: "O Presidente é uma espécie de fusível de segurança"
Marcelo Rebelo de Sousa espera que este Governo se aguente. Já o disse várias vezes e hoje voltou a dizê-lo em Alcabideche, onde defendeu a “legitimidade” democrática e constitucional do Executivo de António Costa. Mas perante uma plateia de cinco turmas de alunos do 12º anos, o candidato falou ainda do que acha que são os poderes do Presidente da República. E esses, disse, são na maior parte do tempo “moderados” e apena em situações de crise, o chefe de Estado pode ter um papel mais ativo.
Aos alunos, Marcelo defendeu: “No dia-a-dia, o Presidente tem poderes moderados, em situações de crise grave esses poderes reforçam-se. É uma espécie de fusível de segurança”, defendeu.
A questão estava em cima da mesa depois de vários alunos lhe o terem questionado sobre a sobrevivência da atual solução de Governo. E Marcelo, que já recusou demitir o Governo ou dissolver a Assembleia da República, explicou demoradamente e por mais do que uma vez que, mesmo que se for eleito, não o vai fazer.
“O Presidente da República só pode demitir um Governo se houver uma crise grave do funcionamento do sistema politica. E pode dissolver um Parlamento – e embora a Constituição não diga em que termos, parece lógico em termos mais exigentes do que a demissão de um governo”, disse. Acrescentou ainda que só o pode fazer se “houver uma crise grave, se não houver outro Governo que se forme na base do mesmo Parlamento, se as eleições tiverem o mínimo de probabilidade de abrirem para uma solução diversa da que existe”.
A hierarquia não é de somenos. Marcelo tem falado da necessidade de estabilidade política e tem recusado ser ele a terminar com o Governo de minoria do PS com o apoio do BE e do PCP. Mas Marcelo vai mais longe e diz que mesmo que haja uma crise política, um Presidente só pode demitir o Governo ou dissolver a Assembleia se houver outras condições, como a de não existir outra solução governativa ou mesmo a de que umas eleições dariam uma maioria diferente. E estes são dois argumentos que podem pesar na hora de o Presidente decidir o que fazer, nomeadamente se houver uma crise política breve, como por causa do Orçamento do Estado deste ano. Marcelo já disse que “espera” que o Orçamento seja aprovado, mas deixa agora àqueles que esperam que ele demita o Governo à primeira oportunidade, que só o fará se houver outros elementos a contar.
E foi por isso que, perante uma assistência que o questionava sobre o Governo de Costa, Marcelo insistiu na justificação: “Cá dentro, a saída da crise exige muito trabalho. E o Presidente tem aqui um papel fundamental. O presidente pode estragar isso num ápice. O Presidente pode estragar a estabilidade política. Pode estragar a estabilidade económica e social num instante. Ou pode contribuir para mais estabilidade política, económica e social. Ainda por cima em condições que são complicadas porque há na opinião pública portuguesa opiniões muito diferentes daquilo que se passou e que se está a passar”, disse.
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A campanha faz-se na rua, faz-se em lares, faz-se em jardins-de-infância, faz-se em feiras e faz-se… nas bancas. Pelo menos se falarmos de Marcelo Rebelo de Sousa. O candidato é capa da edição janeiro/fevereiro da GQ Portugal. De sobretudo preto, Marcelo esboça um sorriso para a lente de Nuno Oliveira. Esta edição especial conta também com entrevistas a Edgar Silva, Maria de Belém, Marisa Matias e Sampaio da Nóvoa.
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O "dono disto tudo" Marcelo está a fazer "o show de uma campanha vazia"
Terá sido este o discurso mais agressivo de Sampaio da Nóvoa nesta campanha? Depois de Jorge Lacão, o candidato presidencial subiu ao palco do almoço-comício e não demorou muito até mostrar que se ia focar essencialmente em Marcelo Rebelo de Sousa na sua intervenção. “Anunciei a minha candidatura sem esperar por qualquer decisão partidária e sem estar a fazer cálculos aos resultados das legislativas”, disse o ex-reitor poucos segundos depois de ter começado a discursar. Isto porque, sublinhou, “sou apenas dependente das minhas convicções, das minhas causas e dos meus princípios”.
Os mimos mais fortes a Marcelo vieram logo a seguir. “O que nunca, mas nunca, vimos foi um candidato a dizer às pessoas do partido do qual foi presidente ‘por favor não apareçam, não estejam ao pé de mim'”, disse, numa referência ao que o ex-líder do PSD afirmou logo nos primeiros momentos da campanha, pedindo a Passos Coelho que se mantivesse longe da caravana marcelista. Para Nóvoa, esse pedido “é a ingratidão de quem, precisando das pessoas que sempre estiveram ao seu lado, as descarta para não estragar o show de uma campanha vazia.”
Ao vazio da campanha de Marcelo contrapõe-se “uma forma diferente de ver a democracia e a presidência” e “uma visão para o futuro do país que inclui todos”, contrária à daqueles “que gostam de eleições sem história que não os ponham em causa”, disse Nóvoa. O candidato considera que a sua caravana trouxe “o civismo contra o cinismo” e “participação contra a arrogância daqueles que se acham donos disto tudo”.
E apelou aos apoiantes: “Não deixem ganhar a ideia de que o país é sempre dos mesmos. Que são sempre os mesmos rostos, sempre os mesmos nomes. Que é preciso ter redes de poder, ou de dinheiro, ou já ser famoso para apresentar uma candidatura ganhadora à Presidência da República.”
O almoço segue agora com a atuação de um grupo humorístico e a caravana vai depois para a Marinha Grande.
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“Eu ando aqui a debater com as pessoas problemas concretos e a Comunicação Social provavelmente não vai passar isto, mas o professor Marcelo Rebelo de Sousa foi à farmácia comprar umas pílulas e a Comunicação Social foi de manhã, à tarde e à noite: professor Marcelo Rebelo de Sousa comprou pílulas”, apontou Henrique Neto esta quinta-feira, citado pela Lusa, após uma visita ao mercado de Bragança.
Henrique Neto queixou-se da “falta de ideias” nesta campanha, acusou os restantes candidatos de dizerem “coisas abstratas, com as quais naturalmente toda a gente concorda”, comprou os jornais do dia que entende serem “um jogo de enganos”, mas onde encontrou títulos mais úteis do que a ideia “de convidar um presidente estrangeiro a ir comer numa casa social”, numa crítica à candidata Maria de Belém.
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Marcelo Rebelo de Sousa a explicar por que razão o Governo de António Costa deve aguentar quatro anos.
AO VIVO no #Periscope: Aula de Marcelo em Alcabideche https://t.co/2oV3P3Acxw
— Observador (@observadorpt) January 14, 2016
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Jorge Lacão relembra passado de Marcelo: "Não me inspira confiança"
Depois de uma passagem por Coruche, a caravana Sampaio da Nóvoa parou para almoçar numa quinta para casamentos, em Abrantes, onde se juntou centena e meia de pessoas. Entre elas, mais uma figura destacada do Partido Socialista: Jorge Lacão, deputado e vice-presidente do Parlamento, que dedicou parte da intervenção a comentar o ex-comentador Marcelo.
“Não andamos à procura de espírito messiânico”, disse Lacão, que se dedicou a relembrar a “herança política” que Marcelo Rebelo de Sousa deixou enquanto presidente do PSD. O primeiro episódio que recordou foi a Revisão Constitucional de 1997, altura em que, acusou o deputado socialista, o candidato apoiado pelo PSD e o CDS utilizou aquele processo como “moeda de troca para se manter na liderança” dos sociais-democratas — prometendo aprovar os Orçamentos a Guterres.
Ainda enquanto presidente do PSD, Marcelo deixou “uma grande herança política”, ironizou Lacão, quando fez “um combate sem tréguas” à regionalização e quando, pela mesma altura, se opôs à descriminalização do aborto. “Simpatia ao longo do dia não é mensagem bastante” para chegar a Presidente, afirmou ainda o deputado socialista, que, não se referindo aqui explicitamente a Marcelo, criticou “a atitude de algumas candidaturas” que atuam “como se ser candidato a Presidente da República fosse como ser candidato a chefe de turma”.