Momentos-chave
- Guterres condena teste nuclear de Pyongyang e exige o fim do seu programa militar
- China e Rússia vão "lidar apropriadamente" com o teste nuclear
- UE: Teste nuclear é uma “grande provocação”
- Trump reúne-se com equipa de segurança nacional
- Trump reage no Twitter: "Eles só percebem uma coisa"
- Tóquio e Seul querem reunião do Conselho de Segurança da ONU
- China: "Sombra" paira sobre o mundo depois de vários anos de paz
- Trump já falou com primeiro-ministro japonês
- EUA reforçam necessidade de "respostas militares efetivas"
- Coreia do Sul quer sanções mais pesadas de forma a isolar completamente a Coreia do Norte
- Teste nuclear é um "erro estratégico absurdo", diz Presidente sul-coreano
- EUA "firmemente empenhados" em defender o Japão
- China diz a Kim Jong-un para "parar de agravar a situação"
- Coreia do Norte diz que teste foi um completo sucesso
- Teste feito às 4h30 da manhã de Lisboa registou abalo de 6.3
Histórico de atualizações
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Este liveblog fica por aqui, mas continuamos a acompanhar todas as atualizações sobre as ameaças de conflito envolvendo a Coreia do Norte e as reações dos principais líderes mundiais.
Até já.
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A Casa Branca acaba de emitir um comunicado sobre o telefonema entre Donald Trump e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe. No comunicado lê-se que ambos os líderes condenam as “contínuas ações provocadores e destabilizadoras da Coreia do Norte” e garantem continuar a cooperar. Trump reafirmou o seu compromisso de proteger os EUA, territórios e aliados, usando “todas as capacidades diplomáticas, convencionais e nucleares” à disposição.
JUST IN: White House issues statement on call between President Trump and Japan's Prime Minister Shinzo Abe pic.twitter.com/pc7w3v42y4
— NBC News (@NBCNews) September 3, 2017
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Coreia do Sul responde com exercício com míssil balístico
A agência de notícias sul-coreana Yonhap avança que a Coreia do Sul realizou um exercício com recurso a um míssil balístico em resposta ao teste nuclear da Coreia do Norte, que aconteceu na madrugada de domingo. O treino envolveu o míssil balístico Hyunmoo, bem como aviões de combate F-15K.
O exército sul-coreano afirmou que os alvos escolhidos estavam a uma distância equivalente à do polígono do teste nuclear norte-coreano.
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Conselho de Segurança da ONU marca reunião de emergência
O Conselho de Segurança da ONU marcou uma reunião de emergência para segunda-feira, depois de a Coreia do Norte ter realizado, na madrugada de domingo, o sexto ensaio nuclear desde 2006 (é o sexto em apenas onze anos e o primeiro durante a administração de Donald Trump).
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Estes podem ser os países aos quais Trump se referia, quando ameaçou cortar as trocas comerciais com todos os países com negócios com a Coreia do Norte.
North Korea. Top trade export partners:
China 83%
India 3.5%
Pakistan 1.5%
Burkina Faso 1.2%
Other 10.8%— ian bremmer (@ianbremmer) September 3, 2017
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Guterres condena teste nuclear de Pyongyang e exige o fim do seu programa militar
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou neste domingo o novo teste nuclear da Coreia do Norte e reiterou o seu apelo para que o regime ponha fim à sua atividade armamentista. “Este ato é mais uma violação das obrigações internacionais da DPRK (sigla em inglês da República Democrática Popular da Coreia) e prejudica os esforços de não proliferação e desarmamento”, disse Guterres num comunicado transmitido pelo seu porta-voz.
“Este ato é também profundamente desestabilizador para a segurança regional”, lamentou o ex-governante português, acusando a Coreia do Norte de ser o “único país que continua a violar a norma contra os testes de explosões nucleares”. O responsável máximo da ONU reiterou o seu apelo ao regime de Kim Jong-Un para que cesse a sua atividade armamentista e “cumpra por completo” as resoluções que lhe foram impostas pelo Conselho de Segurança e indicou igualmente que está em contacto “com todas as partes afetadas”.
O Conselho de Segurança da ONU reúne-se na segunda-feira a propósito do novo teste nuclear norte-coreano, informaram hoje fontes oficiais. A reunião, com início às 10h00 locais (15h00 em Lisboa), foi solicitada pelos Estados Unidos e por França, Reino Unido, Japão e Coreia do Sul, indicou a missão diplomática norte-americana nas Nações Unidas.
O regime de Pyongyang declarou hoje ter detonado “com total êxito” uma bomba de hidrogénio que pode ser colocada na ogiva de um míssil intercontinental. Tratou-se do sexto ensaio nuclear da Coreia do Norte desde 2006, recebido, como os que o precederam, com muitas condenações por parte da comunidade internacional.
A 29 de agosto, o Conselho de Segurança efetuou a sua última reunião de emergência sobre estas ameaças norte-coreanas, após o lançamento de um míssil pelo regime de Pyongyang. A 5 de agosto, o órgão executivo da ONU aprovou por unanimidade uma resolução impondo novas sanções económicas à Coreia do Norte por causa dos seus testes nucleares e balísticos.
Lusa
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"Qualquer ameaça terá uma resposta militar maciça", diz secretário da Defesa
James Mattis, secretário da Defesa norte-americana, disse esta tarde que os EUA “não estão à procura de aniquilar a Coreia do Norte” e que “existem várias opções”. No exterior da Casa Branca, Mattis falou aos jornalistas e admitiu que “qualquer ameaça feita aos EUA ou aos seus territórios”, incluindo Guam e aliados, “terá uma resposta militar maciça”.
Mattis: "Any threat to the United States or its territories including Guam or our allies will be met with a massive military response." pic.twitter.com/AH01NpPKSr
— Fox News (@FoxNews) September 3, 2017
As declarações de Mattis acontecem no fim da reunião de Donald Trump com a sua equipa de segurança nacional, da qual consta o vice-presidente. James Mattis disse ainda que Kim Jong-un deveria ter em conta a “voz unificada” do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Todos os membros concordaram sobre a ameaça que a Coreia do Norte representa e eles permanecem unânimes no seu compromisso para a desnuclearização da península coreana.”
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Os cenários de uma catástrofe
Há pelo menos 25 milhões de razões para que os Estados Unidos não entrem em guerra com a Coreia do Norte. Mesmo sem fazer uso do seu arsenal nuclear, a Coreia do Norte poderia provocar um massacre na Coreia do Sul. Da zona desmilitarizada à capital, Seul, são 40 quilómetros, um pouco mais da distância que vai de Lisboa a Sintra. Um míssil com as coordenadas de Seul demoraria entre “zero e seis minutos” a chegar, segundo a agência Associated Press, que falou com vários especialistas.
Os cenários de uma catástrofe: a guerra com a Coreia do Norte seria assim
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Donald Tusk: Coreia do Norte tem de cessar programa nuclear e Europa está pronta para apertar sanções
A Coreia do Norte tem de “abandonar” os programas nuclear, de produção armas de destruição maciça e de mísseis balísticos, afirma Donald Tusk através de uma declaração divulgada neste domingo. O presidente do Conselho Europeu exige que aquele abandono seja “completo, escrutinável e irreverssível” e que o país tem de cessar todas as atividades relacionadas com os programas em causa.
Tusk defende que o teste nuclear realizado neste domingo “viola gravemente” as obrigações da Coreia do Norte perante a lei internacional, os pedidos efetuados pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas e o regime global de não proliferação e de desarmamento. A iniciativa de Pyongyang “força” a comunidade internacional a “unir-se numa reação rápida e decisiva”, acrescenta o líder do Conselho Europeu.
A União Europeia está pronta para apertar as sanções sobre a Coreia do Norte, garante Donald Tusk, que desafiou o país a retomar, sem restrições, o diálogo sobre os programas. Tusk apelou ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que adote mais sanções e que demonstre uma vontade “mais forte” de alcançar uma desnuclearização pacífica na península da Coreia, afirmando que “os riscos são elevados”.
The stakes are getting too high.
My statement on North Korea's nuclear test: https://t.co/MQzxstCZwW— Charles Michel (@eucopresident) September 3, 2017
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Países asiáticos condenam teste nuclear
Segundo a Associated Press, Índia, Paquistão e as Filipinas estão entre os muitos países asiáticos que condenam o teste nuclear realizado esta madrugada pelo regime de Pyongyang.
O secretário dos Negócios Estrangeiros das Filipinas, Alan Peter S. Cayetano, disse que o seu país está “gravemente preocupado” com a detonação. “Tais ações provocadoras prejudicam a paz e a estabilidade regional”.
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Tanto a agência de notícias sul-coreana Yonhap como o The Guardian fazem notar que, caso os EUA cortem as trocas comerciais com todos os país em negócios com a Coreia do Norte, a China seria bastante afetada, já que é responsável por 90% das trocas comerciais da Coreia do Norte. O tweet partilhado pelo presidente norte-americano durante a tarde de domingo parece surgir, assim, como um aviso direcionado à nação chinesa.
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Putin não deverá telefonar ao líder norte-coreano
O presidente russo não deverá telefonar ao líder norte-coreano, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, este domingo. Citado pela Reuters, Peskov admitiu que tal telefonema não está nos planos de Vladimir Putin.
O porta-voz garantiu ainda que Putin discutiu o teste nuclear com o presidente chinês, Xi Jinping, e que ambos os líderes expressaram “profunda preocupação” tendo em conta a segurança na península coreana. Putin falou também, via telefone, com o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe — segundo Dmitry Peskov, ambos os líderes condenaram o teste de Pyongyang.
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Trump pondera cortar trocas comerciais com todos os países que tenham negócios com a Coreia do Norte
Donald Trump afirmou, via Twitter, que vai reunir-se com líderes militares para discutir a situação despoletada pela Coreia do Norte.
I will be meeting General Kelly, General Mattis and other military leaders at the White House to discuss North Korea. Thank you.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) September 3, 2017
Ainda na conta de Twitter, o presidente admitiu que os EUA ponderam cortar todas as trocas comerciais com qualquer país que tenha negócios com a Coreia do Norte.
The United States is considering, in addition to other options, stopping all trade with any country doing business with North Korea.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) September 3, 2017
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Coreia do Norte é o único país que testou armas nucleares no século XXI
A Coreia do Norte é o único país que testou armas nucleares em pleno século XXI, escreve o jornal norte-americano The Washington Post.
O teste nuclear realizado na madrugada deste domingo — que a Coreia do Norte afirma ter correspondido à detonação de um dispositivo de hidrogénio capaz de caber num míssil balístico intercontinental — é o sexto em apenas onze anos e o primeiro durante a administração de Donald Trump.
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"Vamos ver", responde Trump sobre a eventualidade de atacar a Coreia do Norte
A NBC News partilhou num tweet onde se vê Donald Trump a responder “vamos ver”. A pergunta feita por um jornalista foi a seguinte: “Sr. presidente, vai atacar a Coreia do Norte?”.
WATCH: Reporter: “Mr. President, will you attack North Korea?”
President Trump: “We’ll see.”
https://t.co/wkUxeMt8Ex— NBC News (@NBCNews) September 3, 2017
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Ataque dos EUA contra a Coreia do Norte é "inevitável", diz senador americano
Lindsey Graham, senador republicano, considerou que um ataque contra a Coreia do Norte por parte dos Estado Unidos é “inevitável”, caso nada mude. Estas declarações foram para o programa HARDtalk, da BBC, no sábado, ou seja, antes da notícia do novo teste nuclear.
“Tenho 100% de certeza que se Kim Jong-un continuar a desenvolver mísseis que possam atingir os Estados Unidos, e se a diplomacia não o conseguir travar, haverá um ataque por parte dos Estados Unidos contra o sistema de armamento.”
O norte-americano assumiu que, caso este cenário se concretize, milhares de pessoas poderão morrer.
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China e Rússia vão "lidar apropriadamente" com o teste nuclear
O Presidente chinês e o Presidente russo concordaram em “lidar apropriadamente” com o teste nuclear desta madrugada.
Segundo a agência de notícias chinesa Xinhua, Xi Jinping e Vladimir Putin concordaram em unir-se, tendo como objetivo a desnuclearização da península coreana, e comprometeram-se em manter o diálogo e a coordenarem-se para lidar com esta situação.
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Povo norte-coreano aplaude teste nuclear
O povo norte-coreano juntou-se em frente ao ecrã gigante, na estação de Pyongyang, e aplaudiu quando a televisão estatal anunciou o teste nuclear deste domingo.
“Sinto um orgulho enorme nos avanços das nossas ogivas nucleares. Agora podemos confiar nas nossas capacidades operacionais e é incrível o progresso da tecnologia das nossas armas nucleares”, afirmou um norte-coreano na televisão, citado pela BBC e CNN.
Um outro habitante considerou que todos os norte-coreanos deviam estar orgulhos deste teste.
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Reino Unido: "uma ameaça inaceitável para a comunidade internacional"
A primeira-ministra britânica, Theresa May, descreveu o teste nuclear realizado pela Coreia do Norte, esta madrugada, como sendo “imprudente” e “uma ameaça inaceitável para a comunidade internacional”.
A britânica, citada pela BBC, disse ter falado com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, esta semana, sobre “a ameaça grave e séria” que constituem estas “ações perigosas e ilegais” da Coreia do Norte e reiterou a necessidade de se proceder com “ações mais pesadas”, nomeadamente “aumentar a velocidade com que são implementadas as sanções já existentes” e procurar “novas medidas junto do Conselho de Segurança das Nações Unidas.”
“Isto é agora ainda mais urgente. A comunidade internacional condenou universalmente este teste e tem de se unir para continuar a aumentar a pressão sobre os líderes da Coreia do Norte para pararem com estas ações desestabilizadoras.”
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A tensão entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos é muito elevada e as ameaças de parte a parte são cada vez mais frequentes e de maior intensidade.
Desde a Guerra da Coreia, quando a Coreia do Norte invadiu a Coreia do Sul com o apoio tático, militar e político da União Soviética – só mais tarde teria apoio aéreo, mas nunca tropas no terreno – no verão de 1950, que os Estados Unidos e a Coreia do Norte não se voltaram a envolver num confronto direto. Mas por várias vezes estiveram perto.
Em 1968, a Coreia do Norte capturou o navio norte-americano USS Pueblo – hoje uma das maiores atrações turísticas de Pyongyang -, acusando-o de ter invadido águas territoriais norte-coreanas. Os norte-americanos mantêm que o navio estava em águas internacionais. 83 tripulantes foram sequestrados. Um deles morreu em cativeiro. Os restantes 82 foram libertados 11 meses depois.
Em abril de 1969, um caça norte-coreano de origem soviética abateu um avião da Marinha dos EUA, matando 31 pessoas.
Em 1976, uma disputa sobre uma árvore na zona desmilitarizada entre as duas Coreias levou a confrontos entre norte-americanos e norte-coreanos. Dois norte-americanos morreram e os EUA chegaram a ponderar o bombardeamento de Pyongyang.
Em 1994, Bill Clinton chegou a pedir ao Pentágono um plano de ataque contra a Coreia do Norte, para impedir o desenvolvimento do programa nuclear do regime. Os dois países estiveram perto de entrar em guerra, mas as estimativas para a perda de vida humana do plano do Pentágono – 100 mil resultado no imediato devido ao bombardeamento do reator de Yongbyon, e um milhão só na reação imediata – detiveram as forças americanas. A visita do ex-presidente Jimmy Carter a Pyongyang acabou por desbloquear a situação e Kim il-Sung aceitou sentar-se à mesa com os americanos. O líder norte-coreano morreria na véspera do início das negociações, de ataque cardíaco. Foi substituído pelo filho, e sucessor anunciado, Kim Jong-il.