O ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde do Brasil Roberto Ferreira Dias negou na quarta-feira ter pedido suborno numa negociação para a compra de vacinas contra a Covid-19, propostas pela empresa Davati Medical Supply ao país.

Em depoimento à comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga a resposta do governo brasileiro na pandemia, Dias negou ter pedido suborno de um dólar por dose numa negociação de 400 milhões de vacinas da AstraZeneca.

A AstraZeneca nega realizar a venda do imunizante através de intermediárias no Brasil e, portanto, a existência destas doses está em causa. No entanto, existem documentos que apontam que a empresa Davati Medical Supply, através do polícia militar Luiz Paulo Dominguetti e outros representantes, procurou o Governo do Brasil para propor doses do imunizante deste laboratório.

Segundo depoimento de Dominguetti à CPI, na semana passada, houve uma proposta da Davati, mas a venda de 400 milhões de doses da AstraZeneca ao governo do Brasil não se concretizou porque funcionários do Ministério da Saúde, incluindo Dias, teriam pedido suborno de um dólar por dose para fazer o contrato avançar.

O secretário regional da Saúde dos Açores disse na quarta-feira que foram instaurados processos disciplinares na Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel por vacinação indevida contra a Covid-19, estando ainda a decorrer outros processos de averiguação.

“Há vários processos em curso. Um dos processos da Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel já teve como conclusão a instauração de processos disciplinares, que já estão em curso”, afirmou o titular da pasta da Saúde nos Açores, Clélio Meneses.

O governante falava em declarações aos jornalistas, em Angra do Heroísmo, à margem de uma reunião com o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Sintap), no dia em que o PS/Açores reivindicou a divulgação da correspondência trocada entre o executivo e as instituições envolvidas na primeira fase do processo de vacinação.

O Governo Regional, de coligação PSD/CDS-PP/PPM, determinou, no início de fevereiro, a realização de uma ação inspetiva ao processo de vacinação contra a Covid-19 nos Açores, iniciado em 31 de dezembro de 2020, depois de surgirem notícias que davam conta de suspeitas de irregularidades em algumas instituições.

Os deputados do PS dos Açores na Assembleia da República pediram hoje esclarecimentos ao Ministério da Saúde.

“Os deputados do PS/Açores à Assembleia da República entregaram um requerimento no parlamento nacional a solicitar esclarecimentos ao Ministério da Saúde quanto à eventual diminuição do fornecimento de vacinas contra a covid-19 para a Região Autónoma dos Açores”, esclarecem os deputados em comunicado.

O coordenador da comissão de acompanhamento à pandemia nos Açores garantiu hoje à Lusa que pretende atingir imunidade de grupo no final do mês, mesmo recebendo menos doses da vacina e adiantou que o Governo Regional está “a trabalhar em parceria com a ‘task force’ nacional para que sejam alocadas mais doses vacinais” ao arquipélago.

Os doentes de Covid-19 internados em unidades de cuidados intensivos são hoje, em França, menos de mil, pela primeira vez desde setembro passado, segundo os números diários das autoridades sanitárias.

Registaram-se 997 doentes nos cuidados intensivos, menos 35 que os 1.032 registados na terça-feira, e os doentes hospitalizados são 7.539, o que representa uma nova descida em relação aos 7.637 do dia anterior.

Contudo, o número de novos casos continua a aumentar, impulsionado pela variante Delta, que representa já cerca de 40% de todos os contágios a nível nacional, revelou hoje o Governo francês.

França identificou hoje 4.081 novos casos de infeção por Covid-19, em contraste com os 3.972 positivos da véspera, fazendo ascender o total de casos registados no país a 5,79 milhões.

Hoje, registaram-se também 35 mortes (na terça-feira, foram 34), com o que o total de mortos da pandemia passou a 111.288 em França.

O Governo do Reino Unido registou 32.548 novos casos de Covid-19 e 33 mortes nas últimas 24 horas, de acordo com os dados oficiais atualizados hoje.

Na terça-feira o Reino Unido tinha notificado 37 mortes e 28.773 novos casos. estavam hospitalizados 2.446 pacientes, dos quais 393 com auxílio de ventilador.

Nos últimos sete dias, entre 1 e 7 de julho, a média diária foi de 23 mortes e 27.557 casos, o que corresponde a uma subida de 42,5% no número de mortes e de 42,8% no número de infeções relativamente aos sete dias anteriores.

Desde o início da pandemia, foram notificados 128.301 óbitos de Covid-19 num total de 4.990.916 infeções confirmadas no Reino Unido.

A Itália registou 1.010 contágios e 14 óbitos de Covid-19 nas últimas 24 horas, anunciou hoje o Governo italiano, numa altura em que 40% da população italiana já tem a imunização completa.

Com o registo destes novos contágios, o país totaliza, até à data, 4.265.714 casos de pessoas que ficaram infetadas com a Covid-19, de acordo com o boletim informativo do Ministério da Saúde italiano.

Dos atuais 41.840 casos de Covid-19 ativos em Itália, 1.234 são doentes que estão hospitalizados. Destes casos de infeção, 180 são doentes que se encontram em unidades de cuidados intensivos (UCI).

A incidência acumulada (contágios) em Espanha voltou hoje a subir, principalmente entre os jovens, mas a pressão hospitalar mantém-se relativamente estável, segundo os números divulgados pelo Ministério da Saúde.

O nível de contágios teve uma subida de 27 unidades, tendo a incidência acumulada passado dos 225 (terça-feira) para 252 casos (hoje) diagnosticados por cada 100.000 habitantes nas últimas duas semanas.

Em termos gerais, a Espanha registou 17.384 novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas, elevando para 3.897.996 o total de infetados até agora.

Os serviços sanitários notificaram também mais 17 mortes atribuídas à pandemia desde terça-feira (18 no dia anterior), um número que tem vindo a baixar, havendo agora um total de 80.969 óbitos desde o início da pandemia.

Nas últimas 24 horas, deram entrada nos hospitais de todo o país 451 pessoas com a doença.

As autoridades de saúde da Madeira reportaram sete novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas e 84 situações ativas na região, foi hoje anunciado.

Dos novos casos diagnosticados, três são importados, sendo os restantes quatro de transmissão local, lê-se no boletim epidemiológico diário emitido pela Direção Regional da Saúde (DRS) do arquipélago.

“A assinalar que zero pessoas se encontram hospitalizadas no Hospital Dr. Nélio Mendonça”, destaca a DRS.

Duas pessoas hoje foram dadas como recuperadas da doença, aumentando para 9.555 os doentes curados da Covid-19 neste território, que mantém 73 óbitos.

O coordenador da comissão de acompanhamento à pandemia de Covid-19 nos Açores garantiu hoje à Lusa que pretende atingir imunidade de grupo no final do mês, levantando algumas restrições em agosto, mesmo recebendo menos doses da vacina.

“Esta redução do número de doses, previsivelmente, não influencia a data de finais de julho para o atingimento da cobertura vacinal que desejamos. Esse valor foi calculado com uma velocidade de vacinação inferior àquela que recentemente estávamos a conseguir alcançar”, explicou hoje à Lusa Gustavo Tato Borges.

Os cidadãos com 25 ou mais anos já podem agendar a vacinação contra a Covid-19.

Depois da abertura do autoagendamento a cidadãos com 27 ou mais anos na segunda-feira, o site da DGS passou a permitir, esta quarta-feira, que as pessoas com 25 ou mais anos façam um pedido de agendamento para a primeira dose da vacina.

A Proteção Civil de Matosinhos está a fazer visitas a bares de praia, mercados, centros recreativos infantis e lares de idosos para “refrescar” os procedimentos de contenção à Covid-19, adiantou hoje à Lusa o vereador deste pelouro.

Estas visitas começaram na semana passada e deverão decorrer até final de julho, sublinhou José Pedro Rodrigues.

“O objetivo destas visitas é apoiar a implementação dos planos de contingência nesta nova fase, refrescar os procedimentos e responder a novas dúvidas que possam existir neste momento”, afirmou o comunista.

Moçambique registou mais 11 óbitos associadas à Covid-19 e 1.139 casos de infeção, nas últimas 24 horas, anunciou hoje o Ministério da Saúde.

Os óbitos foram declarados nos últimos três dias, referiu o ministério no boletim diário de atualização de dados sobre a doença.

Moçambique sobe assim o número acumulado de mortes para 934 e o de casos para 83.485, 86% dos quais recuperados.

O país regista 279 internados e tem ainda 10.110 casos ativos da doença.

O deputado do CDS-PP dos Açores Pedro Pinto defendeu hoje a vacinação pelo Governo dos Açores dos estudantes do ensino superior e dos que concorrerem ao seu ingresso, em agosto e setembro.

O parlamentar alertou que “nas ilhas de São Miguel e Terceira, ao contrário do que sucede no continente e noutras ilhas açorianas, o processo de vacinação ainda não abrangeu a faixa etária entre os 18 e os 29 anos”.

“Tendo em conta que muitos estudantes do ensino superior se encontram deslocados da sua ilha de residência, pode dar-se o caso de um número indeterminado não ter sido vacinado aquando do processo de vacinação em massa nas suas ilhas de residência”, explicou o deputado centrista, citado em nota de imprensa.

O PS dos Açores vai solicitar pela terceira vez ao Governo Regional (PSD-CDS-PPM) que divulgue a correspondência trocada entre o executivo e as instituições envolvidas na primeira fase do processo de vacinação contra a Covid-19, revelou hoje o deputado Berto Messias.

“Se o Governo nada tem a esconder sobre estes procedimentos no âmbito da vacinação deve, de imediato, disponibilizar a informação em causa e não utilizar expedientes dilatórios, que não têm enquadramento nem relevância, quando se trata de correspondência trocada entre o Governo e instituições, no âmbito de políticas públicas, sobretudo quando estamos a falar de políticas públicas de vacinação”, afirmou o deputado socialista, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.

O Ministério da Saúde informou, em comunicado, que entre janeiro e maio deste ano houve 75.283 novas inscrições de utentes. Este fator, aliado à reforma de alguns médicos de família (131 até maio), levou a um ao aumento do número de utentes sem médico de família atribuído.

O aumento muito relevante da ativação de inscrições de utentes, antes não frequentadores, nos cuidados de saúde primários, [justifica-se] quer por via das unidades de saúde pública (vigilâncias Covid), quer por via da vacinação”, refere o comunicado.

O Ministério da Saúde acrescenta que se as 459 vagas para médicos de Medicina Geral e Familiar fossem todas preenchidas, “e se verificasse a atribuição de, entre 1.550 utentes a 1.900 utentes por médico, poder-se-ia atribuir médico de família a entre 711 mil e 872 mil utentes antes do fim do terceiro trimestre”.