Um oficial de segurança do Hamas disse esta quinta-feira que uma série de fotografias divulgadas pelo exército israelita é imprecisa. Fotografias visam, alegadamente, mostrar centenas de detidos durante o ataque ao hospital Al-Shifa, em Gaza.

Segundo o oficial, “algumas das fotografias da lista pertencem a pessoas atualmente fora de Gaza e outras fotos são de mártires” e “três das fotografias da lista pertencem a médicos divulgados anteriormente pela ocupação”, cita a Al Jazeera.

O líder dos rebeldes Houthi do Iémen, Abdul-Malik al-Houthi, revela que o grupo lançou 479 mísseis e drones desde o final de outubro, no âmbito do apoio aos palestinos contra Israel em Gaza.

O responsável revelou que garantiu que o grupo vai continuar a resistir, ainda que haja ataques dos EUA e Reino Unido ao Iémen — sendo que é revelado que as duas potências ocidentais lançaram 407 ataques ao desde janeiro.

O Supremo Tribunal israelita ordenou ao governo que suspendesse a decisão de deportar 20 pacientes com cancro hospitalizados em Israel. O grupo, segundo a Al Jazeera, inclui crianças a recuperar de transplantes de medula óssea.

O Supremo deu razão a uma petição apresentada pela organização Médicos pelos Direitos Humanos, que explicou que a decisão do governo está suspensa até que a ação apresentada pela PHRI seja analisada pela justiça.

“Ao menos que o povo israelita abra os olhos para aquilo que está a ser feito em seu nome”, disse o diretor da organização, Guy Shalev, ao Ynet, citado pelo canal árabe.

O presidente do Conselho Europeu anunciou hoje que a União Europeia (UE) vai pedir uma “pausa humanitária para alcançar um cessar-fogo sustentável”, apelando à necessidade de reverter a “situação catastrófica” na Faixa de Gaza.

“Alcançámos uma declaração forte e unida dos líderes da UE sobre o Médio Oriente na reunião do Conselho Europeu. A UE exige uma pausa humanitária imediata para alcançar um cessar-fogo sustentável”, escreveu Charles Michel na rede social X (antigo Twitter).

Strong and unified statement of EU leaders on the Middle East at #EUCO tonight!

The EU calls for an immediate humanitarian pause leading to a sustainable ceasefire.

Full & safe humanitarian access into Gaza is essential to provide the civilian population with life-saving…

— Charles Michel (@CharlesMichel) March 21, 2024

O presidente do Conselho Europeu acrescentou que o acesso humanitária “total e em segurança” é “essencial para fazer chegar à população a assistência vital numa situação catastrófica em Gaza”.

O chefe da Mossad, os serviços secretos israelitas, regressa sexta-feira ao Qatar no âmbito das negociações sobre uma nova trégua na Faixa de Gaza, anunciou esta quinta-feira o gabinete do primeiro-ministro israelita.

“O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, aprovou hoje [quinta-feira] o envio de uma delegação israelita liderada pelo diretor do Mossad, David Barnea, amanhã [sexta-feira] para o Qatar”, indica o comunicado.

O chefe do Mossad vai encontrar-se “com o diretor da CIA, Wllliam Burns, o primeiro-ministro do Qatar, Mohammed ben Abdelrahman Al-Thani, e o chefe dos serviços secretos egípcios, Abbas Kamel, com o objetivo de avançar na libertação dos reféns” detidos em Gaza, na perspetiva de uma trégua entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, acrescenta o texto.

Na passada segunda-feira Barnea já se tinha deslocado ao Qatar no âmbito destas discussões.

Fontes conhecedoras dos Houthis revelaram à Bloomberg que o grupo do Iémen terá prometido à China e à Rússia não atacar os navios destes países que passem no Mar Vermelho e no Golfo de Áden.

A conclusão terá saído de uma reunião em Omã em que responsáveis dos dois países se encontraram entre responsáveis russos e chineses e um alto responsável dos Houthis. A moeda de troca será que os países consigam bloquear resoluções do Conselho de Segurança da ONU que condenem o grupo.

Para o historiador Bruno Cardoso Reis, a resolução apresentada pelos EUA deixa os americanos a gerir o cessar-fogo nos seus termos, mas com cada vez mais distanciamento.

Ouça a análise de Bruno Cardoso Reis no Guerra na Terra Santa aqui.

“Há algum distanciamento público dos EUA a Israel”

Uma fonte do exército israelita revelou que foi intercetado um “alvo aéreo suspeito” que teria disparado contra território israelita “a partir do Mar Vermelho”.

“O alvo não entrou em território israelita e o incidente terminou”, avançou, citado pela Al Jazeera, sem acrescentar mais pormenores.

Alexander De Croo, primeiro-ministro da Bélgica, afirmou, também à margem da cimeira europeia, que no que toca à guerra em Gaza a Europa “tem de liderar e não de seguir”.

“É altura de sermos claros, de exigir um cessar-fogo imediato, de exigir a libertação dos reféns e de colocar todos no caminho das negociações para uma solução de dois Estados”, lê-se na conta no X da Presidência belga da UE.

“A situação em Gaza é dramática (…). Vemos hoje pessoas que estão a tentar alimentar-se com relva”, criticou.

????️ "Europe needs to lead and not to follow."

➖The ???????? Prime Minister on the situation in Gaza and Ukraine at the European Council today.#EU2024BE #EUCO ???????? pic.twitter.com/7thHrwPXTD

— Belgian Presidency of the Council of the EU 2024 (@EU2024BE) March 21, 2024

Além de Mark Rutte, também Ulf Kristersson, primeiro-ministro sueco, defendeu que a situação em Gaza é “catastrófica” e que é preciso um “cessar-fogo imediato e a libertação incondicional de todos os reféns israelitas”.

“No longo prazo, todas as partes devem trabalhar para recomeçar o processo de paz em direção a uma solução de dois Estados”, argumentou, segundo a conta no X da representação sueca na União Europeia.

The situation in Gaza is catastrophic. An immediate ceasefire and the unconditional release of all Israeli hostages are needed. In the longer term, all parties must work to restart the peace process towards a two-state solution – @SwedishPM at #EUCO

— Sweden in EU (@SwedeninEU) March 21, 2024

O primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte, apelou, também à margem da cimeira europeia desta quinta-feira, a uma “pausa imediata dos combates” de forma a garantir “rapidamente mais ajuda a Gaza e assegurar que chega de forma segura a quem precisa”, além da libertação de reféns.

“Também estamos a apelar a Israel para que se abstenha de lançar uma ofensiva terrestre em larga escala em Rafah”, uma vez que a cidade abriga atualmente centenas de milhares de pessoas, que “não têm mais nenhum sítio para onde ir”.

“Acima de tudo, temos de garantir que o conflito não se estende a toda a região“, acrescentou, citado pelo The Guardian.

À entrada para a cimeira europeia com os chefes de Governo e de Estado da União Europeia, em Bruxelas, Josep Borrell, chefe da diplomacia europeia, defendeu que a falta de alimentos e de medicamentos em Gaza representa um “fracasso da humanidade”.

“O que está a acontecer hoje em Gaza é um fracasso da humanidade, não é uma crise humanitária, não é um terramoto, não é uma cheia, é um bombardeamento”, afirmou, segundo o The Guardian.

“A única forma de parar a crise humanitária, a crise humana, é Israel respeitar mais os civis e permitir que entre mais apoio em Gaza”, afirmou.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que está de viagem ao Médio Oriente, vai reunir-se com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o gabinete de guerra israelita na sexta-feira, adianta o The Times of Israel.

O secretário-geral da ONU exortou hoje os líderes da União Europeia (UE) a não terem “dois pesos e duas medidas” sobre os conflitos em curso na Ucrânia e na Faixa de Gaza, pedindo que “se mantenham fiéis aos princípios”.

“O princípio básico do direito humanitário internacional é a proteção dos civis. Temos de nos manter fiéis aos princípios, tanto na Ucrânia como em Gaza, sem dois pesos e duas medidas”, declarou António Guterres, em Bruxelas.

Em declarações à comunicação social à chegada ao Conselho Europeu que hoje arranca na capital belga, marcado por uma tentativa de posição comum relativamente ao Médio Oriente dada a tragédia humanitária na Faixa de Gaza, o secretário-geral da ONU vincou ser necessário “um cessar-fogo”.

“Tal como condenámos os ataques de 07 de outubro e outras violações do direito internacional humanitário por parte do [grupo islamita palestiniano] Hamas, também condenámos o facto de estarmos a assistir a um número de vítimas civis em Gaza sem precedentes nos meus tempos de secretário-geral”, referiu António Guterres.

O primeiro-ministro cessante vai esta quinta-feira comunicar ao secretário-geral das Nações Unidas um reforço de 10 milhões de euros no apoio português à agência da ONU que apoia refugiados palestinianos, lamentando a situação humanitária “inadmissível” em Gaza.

“Hoje terei oportunidade de informar o secretário-geral das Nações Unidas [António Guterres] que o Conselho de Ministros [em Portugal], hoje mesmo, adota uma resolução reforçando em 10 milhões de euros o nosso apoio humanitário e específico à agência das Nações Unidas de apoio aos refugiados palestinianos, de forma a assegurar o seu bom funcionamento e a capacidade de fornecer alimentação, medicamentos, ajuda humanitária ao povo palestiniano, que está a ser vítima de um ataque inadmissível”, disse António Costa.

Falando à chegada da sua última cimeira europeia em Bruxelas, marcada por uma tentativa de posição comum relativamente ao Médio Oriente dada a tragédia humanitária na Faixa de Gaza, o chefe de Governo cessante salientou que “a dimensão mais importante deste Conselho [Europeu] começa, precisamente, com o almoço com o secretário-geral das Nações Unidas, com um debate em torno da situação no Médio Oriente”

O ministro israelita dos Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, defendeu que Israel vai assumir o controlo de Rafah, mesmo que isso cause uma “rutura” com os EUA. Dermer insiste que a cidade é um bastião do Hamas, que ali esconderá vários dos seus elementos.

Segundo a Reuters, Dermer afirmou, num podcast, que Israel está disponível para ouvir as ideias dos EUA para Rafah, mas que a cidade será tomada pelas forças israelitas mesmo sem acordo com os representantes norte-americanos.

“Vai acontecer mesmo que Israel seja forçado a combater sozinho. Mesmo que o mundo inteiro se volte contra Israel, incluindo os EUA, vamos lutar até que a batalha esteja ganha”, disse.

Para Dermer, nada fazer iria abrir a porta a ataques contra Israel. “E é por isso que a determinação de os expulsar é tão forte, mesmo que isso leve a uma potencial rutura com os EUA.”

O primeiro-ministro António Costa está em Bruxelas, para o último Conselho Europeu em que participará nestas funções, e aproveitou para “condenar a forma inaceitável como Israel está a exercer o seu direito de defesa que implica regras e respeitar a vida humana”. É “um ataque inadmissível”, diz mesmo.

Costa anunciou ainda que o Conselho de Ministros vai aprovar uma resolução “para reforçar em 10 milhões de euros o apoio humanitário de Portugal à Agência das Nações Unidas aos Refugiados Palestinianos”. E avisa que a “União Europeia não pode ter duplicidade de critérios, não pode convocar o mundo para defender o direito internacional quando a Rússia invade a Ucrânia e ignorá-lo quando Israel está a utilizar meios absolutamente desproporcionais sobre o povo palestiniano”, disse em Bruxelas.