O anúncio foi feito esta tarde, Boris Johnson até foi questionado pelos jornalistas sobre se a hipótese de o confinamento a partir da meia-noite podia precipitar uma saída de milhares de pessoas de Londres, mas pediu para que “não o fizessem”, dado o nível de infeção na zona ser muito elevado.

Mas não foi isso que aconteceu. As imagens da estação St Pancras, bem no centro da capital britânica espelham o que se temia: a poucas horas antes do início do ‘lockdown’ muitos são os que vão embora.

Last train out of Saigon. Queue at St Pancras as we wait to board the Leeds bound train. pic.twitter.com/cFDBDNnYFC

— Harriet Clugston (@HarrietClugston) December 19, 2020

Harriet Clugston é uma das britânicas a bordo de um comboio que tem como destino Leeds e que relata no Twitter o que aconteceu: na plataforma da estação a distância entre pessoas não é respeitada.

Dentro do comboio, todos têm bagagens. Uns passageiros optam por colocá-las nos bancos ao lados, para tentar evitar que alguém se sente ao lado, mas como os passageiros são muitos, rapidamente pedem para que a bagagem seja retirada para se poderem sentar.

Well, he did promise normality by Christmas pic.twitter.com/Wcw5iJUhSj

— James Felton (@JimMFelton) December 19, 2020

Se a situação já era má, de acordo com Hariet Clungston o comboio terá que fazer uma paragem na estação de Derby para que os passageiros desembarquem e embarquem noutro comboio até ao destino. O resultado será um aumento significativo dos número de contactos.

Num dos vídeos é possível ouvir uma mensagem que pede desculpa “pelo atraso pela sobrelotação e os inconvenientes causados”.

“Pedimos aos passageiros, uma vez que não é possível manter a distância social, que usem máscara durante toda a viagem”, ouve-se através das colunas da carruagem.

Train delayed because of overcrowding. Social distancing not possible so wear a mask at all times is the message. pic.twitter.com/MQwjmfaYVt

— Harriet Clugston (@HarrietClugston) December 19, 2020

Não vai ser possível viajar a partir da Escócia para o resto do Reino Unido durante o período festivo. Já quanto aos cinco dias para aproveitar a quadra festiva entre agregados familiares, foram reduzidos para apenas um.

O anúncio foi feito por Nicola Sturgeon este domingo e as alterações não são poucas. As lojas não essenciais, restaurantes, cafés ou bares estarão fechadas durante três semanas, com início no sábado o “Boxing Day” deste ano que tradicionalmente reúne milhares de pessoas na corrida às lojas com descontos depois do dia de Natal.

Para os mais novos, o regresso às aulas será feito por fases. Até dia 18 as aulas serão online, excepto para filhos de trabalhadores de serviços essenciais que poderão voltar às escolas sete dias antes, a 11 de janeiro.

No que diz respeito às bolhas para a quadra festiva, continuam limitadas a oito pessoas de três agregados familiares diferentes, mas com a recomendação que sejam tão reduzidas como possível, priorizando contactos no exterior.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tornou-se hoje na primeira pessoa em Israel a ser vacinada contra o novo coronavirus. A campanha de vacinação contra a Covid-19 em Israel arrancou esta noite.

Netanyahu tinha declarado anteriormente que queria dar o exemplo aos outros israelitas, ao ser o primeiro a tomar a vacina da Pfizer.

“O mais importante para mim é que o povo de Israel seja vacinado. Acredito nesta vacina. Quero que as pessoas de Israel sejam vacinadas, por isso vou eu primeiro”, tinha declarado o primeiro-ministro no inicia do mês.

Israel, um país de nove milhões de pessoas, fez acordos com a Pfizer para receber vários milhões de doses, bem como com a Moderna e a AstraZeneca Plc.

As novas infeções em Israel subiram para cerca de 3.000 por dia, pelo que o governo está a considerar novas medidas de restrição para evitar um terceiro confinamento a nível nacional.

Patrick Vallance, conselheiro científico do governo britânico, explica ainda que a nova variante do coronavírus terá surgido em meados de setembro, em Londres ou em Kent.

Até 9 de dezembro, mais de 60% das infeções em Londres tinham sido da nova variante. “Move-se rapidamente e está a tornar-se numa variante dominante”. Em meados de novembro, esse valor era de cerca de 28% em Londres e no sudeste do país, e ligeiramente inferior na zona este.

Vallence frisou que nenhuma informação obtida até ao momento “sugere que [a nova variante] altera a resposta imunitária e a resposta da vacina deverá ser adequada para este vírus”.

No final da ronda de perguntas e respostas, Boris Johnson frisa a importância do cumprimento de medidas, por todos.

“Temos de assumir que podemos ser fonte de transmissão, o problema aqui não são os outros. Podemos estar infetados e ser assintomáticos. Acho que muita gente ainda não percebeu que pode ser assintomático”, disse Boris notando que “uma em cada três infeções são transmitidas por assintomáticos”.

Boris Jonhson mostra-se confiante na administração da vacina a uma fatia significativa da população o que permitirá “até à primavera” ter outro cenário.

“Acredito que as coisas estarão totalmente diferentes na Páscoa”, afirmou o primeiro-ministro britânico.

Patrick Vallance, conselheiro científico do governo britânico, explica, por sua vez, que a nova variante tem “23 alterações, muitas associadas com mudanças na proteína que o vírus usa”.

Os cientistas querem agora procurar perceber se a nova variante altera o curso da doença e a forma como o sistema imunitário lhe responde.

“O Natal não pode acontecer como estava planeado”, tendo em conta a evidência inicial sobre a nova variante, refere o primeiro-ministro britânico. Boris Johnson diz que é preciso apertar as regras na época festiva: os habitantes nas áreas de nível 4 “não se devem juntar com pessoas fora do seu agregado familiar no Natal”, mas haverá “bolhas de apoio para os que estão em risco de solidão”.

No resto do país, até três agregados familiares podem juntar-se, mas apenas no dia de Natal e não durante cinco dias, como estava inicialmente previsto.

“Não haverá um relaxamento no dia 31 de dezembro”, disse, apelando a que as pessoas cumpram as regras na passagem de ano.

Estas decisões são “difíceis”, mas necessárias, considera. “O Natal será diferente, muito diferente, mas temos de ser realistas.”

Boris Johnson adiantou ainda que 350.000 pessoas no Reino Unido já receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19.

Boris Johnson acaba de anunciar novas restrições que vão entrar em vigor em Londres, no sudeste e na zona este do país, que estão atualmente no nível 3.

Estas áreas vão entrar no nível 4. Neste nível: as pessoas têm o dever de ficar em casa e não devem sair da sua localidade, exceto em casos excecionais, as lojas não essenciais, os ginásios e outras atividades de lazer e cuidados pessoais deverão fechar. O teletrabalho é obrigatório sempre que for possível. Só é permitido reunir-se com uma pessoa de outro agregado familiar e num espaço ao ar livre.

As medidas entram em vigor este domingo de manhã até 30 de dezembro.