As forças norte-americanas e britânicas realizaram ataques contra mais de uma dúzia de alvos houthis no Iémen este sábado, segundo as autoridades, na última ronda de ações militares contra o grupo ligado ao Irão que continua a atacar a navegação na região. A informação é reporta no jornal The Guardian, que cita um comunicado conjunto que descreve que os ataques foram contra 18 alvos houthis em oito locais no Iémen, incluindo instalações subterrâneas de armazenamento de armas e mísseis, sistemas de defesa aérea, radares e um helicóptero.

Milhares de manifestantes concentraram-se hoje em frente ao quartel de Kirya, em Telavive, para pedir eleições antecipadas em Israel e um acordo para a libertação de reféns na Faixa de Gaza, segundo a agência Europa Press.

Segundo a agência espanhola, no início da manifestação, em que também foi exigida a demissão do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, foi respeitado um minuto de silêncio em memória dos mais de 500 militares mortos desde 7 de outubro.

Na manifestação também se contestou a lei que liberta os estudantes ultraortodoxos do serviço militar.

Apesar da participação de milhares de pessoas, a adesão ao encontro de hoje ficou abaixo dos níveis registados nos protestos contra a reforma judicial proposta por Benjamin Netanyahu, realizados antes da guerra contra o Hamas.

Um ataque israelita no campo de refugiados de Shati, na cidade de Gaza, fez dois mortos. A informação é avançada pela Ajazeera, que cita a agência noticiosa palestiniana Wafa. Citando fontes locais, a agência informa que dois palestinianos morreram no ataque e quatro outros ficaram feridos.

O Qatar reiterou hoje que o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) tem o dever de adotar opiniões que consideram a ocupação israelita em Gaza “ilegal, ilegítima e baseada em segregação racial”. Num post do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) no X (antigo Twitter), lê-se que o “fim do apartheid” requer a criação de uma situação que garanta os direitos dos palestinianos.

Infographic| The State of Qatar affirms that the credibility of international law depends on the decision of the International Court of Justice and its advisory opinion on the Israeli occupation.#MOFAQatar pic.twitter.com/H0bOq72Nfg

— Ministry of Foreign Affairs – Qatar (@MofaQatar_EN) February 24, 2024

“O Tribunal não tem jurisdição e não há motivos para que recuse dar a sua opinião”, continua. “Reiteramos a rejeição do Qatar de critérios duplos e insistimos na necessidade de que a lei internacional seja aplicada a todos.”

O MNE qatari afirma ainda que a situação em Gaza é “a maior ameaça à segurança internacional” e que a situação na Cisjordânia não deve ser subestimada, uma vez que Gaza “está a ser usada para encobrir atividades de ocupação em Jerusalém e na Cisjordânia.”

Fonte oficial israelita indicou que as negociações em Paris com representantes de Israel, EUA, Egipto e Qatar permitiram delinear “esboço” para acordo de cessar-fogo em Gaza que permite a libertação dos reféns, de acordo com o The Times of Israel.

“Houve boas conversas e um progresso significativo”, disse a mesma fonte oficial, segundo o Channel 12. “Temos uma base onde podemos construir um plano e negociações”.

O esboço vai começar por ser apresentado ao gabinete de guerra israelita, que deverá reunir-se hoje para conhecer os desenvolvimentos de Paris, segundo o jornal Maariv, citado pelo The Times of Israel. A próxima fase passará por alinhar a libertação dos reféns que se mantêm em cativeiro em Gaza, que prisioneiros palestinianos serão libertados e a duração do cessar-fogo.

O Crescente Vermelho Palestiniano informou hoje através da rede social X (antigo Twitter) que conduziu mais uma missão de evacuação do hospital de Nasser, depois de os serviços hospitalares terem colapsado. Esta foi a quarta missão desenvolvida em colaboração com o Gabinete de Assuntos Humanitários da ONU.

Um total de 18 pacientes — incluindo dois recém-nascidos que perderam as mães — foram transferidos em quatro ambulâncias para os Médicos Sem Fronteiras, o Hospital Europeu de Gaza, o hospital de campanha da Indonésia e o hospital de Al-Aqsa.

????For the fourth time, the Palestine Red Crescent ambulance teams carried out an evacuation mission from Nasser Hospital after it went out of service, in coordination with the United Nations Office for the Coordination of Humanitarian Affairs (OCHA). ????Four ambulance vehicles… pic.twitter.com/NiVISeV6y6

— PRCS (@PalestineRCS) February 23, 2024

Mais de 92 pessoas morreram em Gaza nas últimas 24 horas, de acordo com o Hamas, na sequência daquilo que o grupo diz terem sido mais de 70 ataques aéreos israelitas a residências civis.

Israel tinha avisado que se preparava para “intensificar as operações” em Khan Younis, no sul de Gaza, com recurso a tanques, armamento de fogo e mísseis aéreos. O exército informou hoje que fez uma rusga na casa de um membro dos serviços de inteligência do Hamas, onde localizou um túnel com armas. As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla inglesa) desmantelaram e destruíram o túnel

Um bebé de dois meses morreu de subnutrição num hospital de Gaza, a 7 quilómetros de Jabalia, segundo o Ministério da Saúde local, liderado pelo Hamas, citado pelo The Guardian.

Por toda a Faixa de Gaza, cerca de 2,2 milhões de pessoas estão a sobreviver no limiar da fome, de acordo com a ONU. No campo de refugiados de Jabalia, um homem de 60 anos contou à AFP que matou os seus dois cavalos para alimentar os filhos. “Não tivemos alternativa. A fome está a matar-nos”, disse, citado pela Al Jazeera.

O Programa Alimentar Mundial (PAM), agência alimentar da Organização das Nações Unidas, anunciou na terça-feira a travagem das entregas de comida no norte de Gaza, apesar da fome extrema vivida na região, depois de vários camiões de ajuda humanitária terem sido atacados e baleados.

O PAM tinha retomado a distribuição de comida no domingo, depois de uma suspensão de três semanas. No entanto, as equipas humanitárias enfrentaram “caos completo e violência devido ao colapso da ordem civil”, tendo sido “pilhados” e atingidos por disparos, indicou a agência num comunicado a que agência Lusa teve acesso. As equipas dizem ter testemunhado “níveis de desespero sem precedentes”.

Uma residência civil no bairro de al-Geneina, no sul de Rafah, foi atingida por um ataque aéreo do exército israelita. A agência de notícias palestina Quds News Network publicou imagens da destruição na rede social X (antigo Twitter).

BREAKING: Israeli warplanes bomb a civilian house in the Al-Jeneina neighborhood in Rafah. pic.twitter.com/UMtNgyN7Nw

— Quds News Network (@QudsNen) February 24, 2024

Pelo menos 7 pessoas morreram e muitas outras ficaram feridas na sequência deste ataque, de acordo com a Al Jazeera. A área atingida fica numa rua agitada e junto a um mercado.

O Presidente do Brasil, Luiz Inácio da Silva, acusou na sexta-feira Israel de cometer “genocídio” em Gaza. “Não troco a minha dignidade pela falsidade. Sou favorável à criação do Estado palestiniano livre e soberano. Que possa esse estado palestiniano viver em harmonia com o Estado de Israel”, discursa num vídeo que publicou na rede social X (antigo Twitter).

Da mesma forma que eu disse quando estava preso que eu não aceitaria acordo para sair da cadeia e que eu não trocaria a minha liberdade pela minha dignidade, eu digo: não troco a minha dignidade pela falsidade. Eu sou favorável à criação do Estado Palestino livre e soberano. Que…

— Lula (@LulaOficial) February 23, 2024

“O que o governo de Estado de Israel está fazendo não é guerra, é genocídio. Crianças e mulheres estão sendo assassinadas”, escreve ainda.

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla inglesa) capturaram 22 palestinianos durante a noite na região ocupada da Cisjordânia, incluindo um jornalista e duas crianças. A informação foi avançada pela Palestinian Prisoner’s Society, de acordo com a Al Jazeera.

Durante a noite, o exército israelita conduziu rusgas em várias áreas da região. O número de palestinianos tomados prisioneiros por Israel na Cisjordânia desde 7 de outubro fixa-se agora em 7.210.

O Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU avisou ontem que “sem as reservas adequadas de comida e água, bem como serviços de saúde e nutrição, o risco elevado de fome em Gaza deve aumentar.”

Num post na rede social X (antigo Twitter), o organismo escreve: “A fome está iminente, a água reduz-se a uma gota, as doenças estão a galopar, o sistema de saúde foi dizimado e outras reservas e serviços básicos estão severamente limitados.”

Without adequate food and water supplies, as well as health and nutrition services, the elevated risk of famine in #Gaza is projected to increase.

To avert the threat of mass starvation, humanitarians need safe, unfettered access for an urgent scale-up of aid. Learn more ????

— UN Humanitarian (@UNOCHA) February 23, 2024

Pelo menos 29.606 pessoas morreram em Gaza desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, a 7 de outubro. De acordo com o governo da região, controlado pelo Hamas, este número inclui 92 mortos nas últimas 24 horas. O número de feridos fixa-se agora em 67.737.

As forças militares norte-americanas dizem ter eliminado sete mísseis anti-cruzeiro que os rebeldes houthis planeavam lançar sobre vários alvos no Mar Vermelho. “As forças da CENTCOM identificaram estes mísseis em áreas do Iémen controladas pelos houthis e determinaram que representavam uma ameaça iminente a embarcações mercantis e aos barcos da Marinha dos EUA na região”, lê-se num post publicado durante a madrugada na rede social X.

Feb. 23 Red Sea Update

On Feb. 23, between the hours of 12:30 p.m. and 7:15 p.m. (Sanaa Time), U.S. Central Command (CENTCOM) forces destroyed seven Iranian-backed Houthi mobile anti-ship cruise missiles that were prepared to launch towards the Red Sea in self-defense.

CENTCOM… pic.twitter.com/5y70Xo7qpq

— U.S. Central Command (@CENTCOM) February 24, 2024

“Estas ações vão proteger a liberdade de navegação e tornar as águas internacionais mais seguras para a Marinha norte-americana e para embarcações mercantis”, lê-se ainda.