Momentos-chave
- Pelo menos quatro pessoas ficaram feridas num ataque russo a Dnipro, diz governador local ucraniano
- Ucrânia descobre 47 redes de espionagem russas em 2023
- Chefe dos serviços secretos de Defesa da Ucrânia diz que Navalny "morreu por causa de um coágulo sanguíneo"
- Alemanha aumenta ajuda à Ucrânia para um total de mil milhões de euros
- Zelensky exclui negociar com Putin até que Presidente russo aceite derrota
- "31 mil soldados morreram nesta guerra": Zelensky dá um número oficial de vítimas entre os militares pela primeira vez
- Zelensky discursa em conferência Ukraine: Year 2024
- 160 toneladas de trigo ucraniano destruídas pelos agricultores polacos
- Agricultores polacos bloqueiam autoestrada para a Alemanha
- Papa pede solução diplomática para Ucrânia e coragem para proteger ambiente
- Forças russas conquistam vantagem perto de Avdiivka, diz Ministério da Defesa russo
- Cerca de metade das armas enviadas pelo Ocidente não chegam a tempo, diz ministro da Defesa ucraniano
- "Devemos ser mais ousados na apreensão de ativos russos", diz Rishi Sunak
- Famílias de soldados russos desaparecidos lutam para que não se apaguem para sempre
- Eurodeputados celebram opositor russo com intervenção de viúva na sessão plenária
Histórico de atualizações
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Bom dia, passámos a seguir a guerra na Ucrânia neste outro artigo em direto.
Macron avisa que hipótese de colocar soldados ocidentais na Ucrânia “não está descartada”
Obrigada por nos acompanhar, até já.
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Pelo menos quatro pessoas ficaram feridas num ataque russo a Dnipro, diz governador local ucraniano
Pelo menos quatro pessoas ficaram feridas num ataque russo a Dnipro, na Ucrânia, reporta a Sky News, citando o governador local Serhii Lysak. As forças russas atacaram a cidade com mísseis de cruzeiro e drones, danificando 10 casas e vários carros. Dois homens de 41 e 49 anos e duas mulheres de 20 e 60 anos foram levados para o hospital, acrescentou Lysak.
“O inimigo está mais uma vez a dirigir as suas armas para cidades pacíficas. Vamos aguentar-nos. Apoiemos as forças de defesa. Temos de expulsar os terroristas da nossa terra”, escreveu no Telegram.
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Primeiro-ministro eslovaco diz que Ocidente está a aumentar tensão ao ajudar Kiev
O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, disse hoje que o Ocidente caminha para “uma escalada de tensão” devido ao seu apoio à Ucrânia perante a agressão russa, e defendeu um “plano de paz que faça sentido”.
O político, que participa segunda-feira numa cimeira em Paris para abordar a situação na Ucrânia, criticou a União Europeia (UE), da qual o seu país é membro, por dar à Ucrânia “apoio militar e económico ilimitado”, e advertiu que “a estratégia contra a Rússia falhou”.
O primeiro-ministro eslovaco afirmou que o Ocidente não se apercebe que “dentro de um ano ou dois” estará na mesma situação.
Robert Fico governa com o seu partido Smer e outra formação que também se define como social-democrata, A Voz (Hlas), ambos suspensos do Partido dos Socialistas Europeus por se aliarem ao SNS, de extrema-direita.
Depois de formar um governo no outono passado, suspendeu a ajuda militar anteriormente substancial da Eslováquia à Ucrânia, embora tenha continuado a enviar assistência humanitária.
No sábado, no segundo aniversário da invasão russa, Fico chegou a afirmar que a estratégia do Ocidente é “destruir a Rússia” e, apesar de reconhecer que a invasão viola o direito internacional, solidarizou-se com o Kremlin (presidência russa).
O primeiro-ministro insistiu que vetaria a adesão da Ucrânia à NATO porque acredita que isso levaria à eclosão de uma guerra mundial.
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Ucrânia descobre 47 redes de espionagem russas em 2023
As autoridades ucranianas descobriram 47 redes de espionagem russas que operavam no país no ano passado, afirmou um alto funcionário da segurança, reportam meios como a Sky News.
Vasyl Maliuk, diretor do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), fez esta observação durante uma conferência televisiva em Kiev, e acrescentou que foram detidos mais de 2.000 suspeitos de serem “traidores” desde o início da guerra.
“O SBU é, foi e será um bisturi nas mãos do povo ucraniano, que cortará estes fenómenos vergonhosos, que enumerei, como tumores cancerígenos”, afirmou.
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Chefe dos serviços secretos de Defesa da Ucrânia diz que Navalny "morreu por causa de um coágulo sanguíneo"
O chefe dos serviços secretos de Defesa da Ucrânia, Kyrylo Budanov, declarou que está “mais ou menos confirmado” que Alexei Navalny morreu de causas naturais, citando especificamente um coágulo de sangue, reporta a Sky News. Esta tem sido a causa de morte apontada pelos meios de comunicação social russos, que são controlados pelo Estado.
A afirmação de Budanov, durante o Fórum Year 2024, em Kiev, contrastam com a tese que atribui a morte de Navalny a um ato criminoso, com muitos a apontar o dedo ao Presidente russo Vladimir Putin. Os apelos a uma investigação independente têm vindo a aumentar. Este domingo, Volodymyr Zelenskyy expressou o mesmo sentimento, dizendo que Navalny tinha sido “assassinado”.
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Alemanha aumenta ajuda à Ucrânia para um total de mil milhões de euros
A ministra alemã dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, anunciou hoje que o Governo alemão vai aumentar a sua ajuda humanitária à Ucrânia em mais 100 milhões de euros, para um total de mil milhões, noticiou a EFE.
Annalena Baerbock, que esteve em Mikolayiv, no sul da Ucrânia, disse que o dinheiro será utilizado para reconstruir o sistema de abastecimento de água, hospitais e habitações.
“A nossa ajuda à Ucrânia tem como principal objetivo apoiar as pessoas no terreno. O objetivo da nossa assistência internacional é a reconstrução civil. Estamos a aumentar a nossa ajuda humanitária em 100 milhões, para um total de mil milhões de euros”, refere uma mensagem escrita na conta oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha na rede X (ex-Twitter), acrescentando que esta ajuda “funciona e salva vidas”.
Our support is effective and saves lives. For a month, people in #Mykolayiv had to cope without drinking water because the waterworks were deliberately targeted and destroyed. With our collective #support, water supply has been restored. – @ABaerbock 3/3
— GermanForeignOffice (@GermanyDiplo) February 25, 2024
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Zelensky exclui negociar com Putin até que Presidente russo aceite derrota
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, voltou hoje, em Kiev, a excluir a possibilidade de negociações com o homólogo russo até que Vladimir Putin aceite a sua derrota na guerra.
A declaração de Zelensky foi feita em conferência de imprensa, numa altura em que o conflito gerado pela invasão russa da Ucrânia entra no seu terceiro ano.
“É possível falar com uma pessoa surda? É possível falar com uma pessoa que mata os seus oponentes?”, disse Zelensky, ao ser questionado sobre a possibilidade de procurar uma saída negociada para a guerra.
O Presidente ucraniano insistiu na sua “Fórmula de Paz” – um documento que exige, entre outros, a retirada das tropas russas de todo o território ucraniano – como o único quadro de negociação possível.
“Vamos oferecer-lhe [a Putin] uma forma de aceitar que perdeu a guerra e que esta foi um grande erro”, disse Zelensky, que pretende realizar uma cimeira internacional na Suíça, na primavera, para conseguir que o maior número possível de países apoie a “Fórmula de Paz”.
O chefe de Estado explicou que, uma vez obtido o apoio destes países, o documento será apresentado a Putin, tal como foi feito com o acordo sobre os cereais patrocinado pela Turquia e pelas Nações Unidas.
Putin concordou, entre julho de 2022 e julho de 2023, em permitir o trânsito de cereais através do mar Negro, a partir dos portos ucranianos, em troca do levantamento das sanções impostas ao setor agrícola ucraniano.
A invasão da Ucrânia pela Rússia, lançada em 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa na que é considerada a crise de segurança mais grave desde a II Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armamento a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
O conflito, que entra agora no terceiro ano, provocou a destruição de importantes infraestruturas em várias áreas na Ucrânia, e um número exato por determinar de vítimas civis e militares.
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"31 mil soldados morreram nesta guerra": Zelensky dá um número oficial de vítimas entre os militares pela primeira vez
Volodymyr Zelensky revelou hoje pela primeira vez na conferência Ukraine: Year 2024, em Kiev, o número de soldados ucranianos que foram mortos no conflito: 31 mil.
“Cada pessoa é uma grande perda para nós. Trinta e um mil soldados ucranianos morreram nesta guerra”, revelou, citado pelo The Kyiv Independent. “É muito doloroso para nós.”
Esta foi a primeira vez que o Presidente da Ucrânia revelou publicamente o número de soldados ucranianos mortos desde o início do conflito. Não deixou claro, no entanto, se o valor inclui os 10 anos da agressão russa ou se indica apenas os dois anos de invasão.
Zelensky declarou ainda que do lado russo morreram 180 mil soldados na guerra e que, em conjunto com os feridos, a ofensiva terá perdido cerca de 500 mil soldados.
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Zelensky discursa em conferência Ukraine: Year 2024
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, está a discursar na conferência Ukraine: Year 2024 (“Ucrânia: Ano 2024”, em português) um dia após ser assinalado o segundo aniversário desde a invasão russa, a 24 de fevereiro de 2022.
Zelensky indicou que espera que se realize um comício na Suíça na próxima primavera, durante o qual a Ucrânia e os seus parceiros vão preparar um acordo pela paz para ser apresentado à Rússia.
O Presidente ucraniano reiterou que a vitória de Kiev depende do apoio do Ocidente. Mostrou-se positivo quanto ao fornecimento de mísseis de longo alcance por parte dos parceiros. Disse ainda ter a certeza de que o Congresso dos EUA vai aprovar um novo pacote de apoio financeiro à Ucrânia.
Sublinhou ainda a importância de manter unidade com a Polónia, mas defendendo os interesses económicos da Ucrânia.
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160 toneladas de trigo ucraniano destruídas pelos agricultores polacos
O ministro das Infraestruturas ucraniano, Oleksandr Kubrakov, usou a rede social X (antigo Twitter) para denunciar a destruição de 160 toneladas de trigo ucraniano por parte dos agricultores polacos, que hoje estão a protestar contra os salários baixos, as diretrizes da União Europeia para a sustentabilidade e a importação de produto mais barato. Este é “o quarto caso de vandalismo” a acontecer numa estação de comboios polaca, de acordo com o ministro.
These pictures show 160 tons of destroyed Ukrainian grain. The grain was in transit to the port of Gdansk and then to other countries.
The fourth case of vandalism at Polish railway stations. The fourth case of impunity and irresponsibility.
How long will the government and… pic.twitter.com/fMVdtBgl3i
— Oleksandr Kubrakov (@OlKubrakov) February 25, 2024
“Estas fotografias mostram 160 toneladas de trigo ucraniano destruído”, escreve Kubrakov. “O trigo estava a caminho do porto de Gdansk [cidade polaca] e, depois, para outros países. O quarto caso de vandalismo numa estação de comboio polaca. O quarto caso de impunidade e irresponsabilidade.“
A mensagem conclui: “Por quanto tempo vão o governo e a polícia polaca permitir que este vandalismo continue? Mais uma vez, todos estes produtos agrícolas são transportados em vagões selados e estão a caminho de outros países. Estamos a seguir estritamente a lei. E vocês?”
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Agricultores polacos bloqueiam autoestrada para a Alemanha
Agricultores na Polónia estão a protestar contra as diretrizes ambientais da União Europeia que alegam ser restritivas, os salários baixos e a competitividade das importações estrangeiras. Este domingo, bloquearam a autoestrada perto de Slubice, na fronteira com a alemanha, no Este do país, de acordo com a AFP.
Também estarão a bloquear pontos de passagem entre a Polónia e a Ucrânia, neste caso para contestar a importação de produtos mais baratos.
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Papa pede solução diplomática para Ucrânia e coragem para proteger ambiente
O Papa Francisco pediu hoje, na oração perante os peregrinos, que seja encontrada uma solução diplomática para a guerra na Ucrânia e apelou para decisões corajosas para proteger o ambiente dos fenómenos climáticos extremos.
É preciso “encontrar um pouco de humanidade que crie condições para uma solução diplomática para procurar a paz na Ucrânia”, defendeu o Papa no Angelus (oração para os peregrinos presentes na Praça São Pedro, em Roma, no Vaticano), recordando o segundo aniversário do início da invasão russa assinalado no sábado.
“No dia 24 de fevereiro recordámos com dor o segundo aniversário do início da guerra em grande escala na Ucrânia. Tantas vítimas, feridos, destruição, angústia, lágrimas, num período que se torna terrivelmente longo e cujo fim ainda não está próximo”, lamentou Francisco à janela do palácio papal.
Esta guerra, acrescentou, “não está apenas a devastar esta região da Europa. Ela desencadeou uma onda global de medo e ódio”.
O Papa expressou, como faz em todas as ocasiões públicas, a sua proximidade ao “martirizado povo ucraniano” e disse rezar por todos, especialmente pelas numerosas vítimas inocentes.
“Imploro para que seja encontrado um pedaço de humanidade que crie condições para uma solução diplomática em busca de uma paz justa e duradoura”, apelou o pontífice.
Além disso, defendeu a necessidade de serem tomadas decisões corajosas para proteger o ambiente, lembrando que a intensa onda de frio que se regista atualmente na Mongólia é também “sinal das alterações climáticas” e que “os seus efeitos são um problema social que afeta a vida de muitas pessoas” e especialmente das mais vulneráveis.
“Sejamos sábios e corajosos ao tomar decisões”, pediu.
O Papa, que parecia em boa forma depois de ter tido de cancelar a sua agenda no sábado devido a uma “gripe ligeira”, também pediu para rezar pela Palestina, por Israel “e por tantos povos dilacerados pela guerra”.
Nos seus apelos, Francisco mostrou ainda preocupação “com o aumento da violência no leste da República Democrática do Congo” e juntou-se “ao convite dos bispos para rezar pela paz, esperando o fim dos combates e a procura de um diálogo sincero e construtivo”.
O Papa lamentou também que “os raptos estejam a tornar-se mais frequentes na Nigéria” e manifestou a sua proximidade “ao povo nigeriano, esperando que sejam feitos esforços para impedir ao máximo a propagação desses episódios”.
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Forças russas conquistam vantagem perto de Avdiivka, diz Ministério da Defesa russo
O exército russo conquistou uma posição mais vantajosa perto Avdiivka, de acordo com o Ministério da Defesa russo, citado pela Reuters. As tropas terão também conquistado terreno em ofensivas em Klishchiivka, Dyleyevka e Kurdiumivka, na região de Donetsk.
“Na direção de Donetsk, unidades das tropas do agrupamento do sul melhoraram a situação na linha da frente e derrotaram posições das 22ª, 28ª e 92ª Brigadas das Forças Armadas da Ucrânia nas áreas de Klishchiivka, Dyleyevka e Kurdiumivka”, afirmou, citado pela Reuters, que não conseguiu verificar as informações.
“Na direção de Adviivka, as unidades do grupo do centro das forças ocuparam linhas e posições mais vantajosas, e derrotaram os recursos humanos e equipamento da 3ª Brigada das Forças Armadas da Ucrânia , bem como da 107ª Brigada de Defesa Aérea”, indicou ainda o Ministério da Defesa russo.
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Cerca de metade das armas enviadas pelo Ocidente não chegam a tempo, diz ministro da Defesa ucraniano
Rustem Umerov, ministro da Defesa ucraniano, disse numa conferência de imprensa este domingo que 50% das armas enviadas pelo Ocidente para a Ucrânia “não chegam a tempo”.
“Neste momento, compromisso não significa entrega. Cinquenta por cento dos compromissos não são entregues a tempo. Fazemos o possível e impossível, mas sem recursos atempados, isso prejudica-nos”, afirmou, acrescentando que a “matemática da guerra” dá vantagem à Rússia e que, assim, Kiev “vai perder pessoas e territórios”.
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"Devemos ser mais ousados na apreensão de ativos russos", diz Rishi Sunak
O primeiro-ministro britânico apelou ao Ocidente por uma apreensão “mais ousada” dos ativos russos. Num artigo publicado esta manhã no The Sunday Times, Rishi Sunak, que o assina, propõe ainda que se enviassem os juros acumulados dos fundos congelados para a Ucrânia.
“Devemos ser mais ousados na apreensão de centenas de biliões de ativos russos congelados. Isso começa com a recolha dos biliões de juros que estão a ser acumulados por estes ativos e enviá-los para a Ucrânia. E depois, com o G7, temos de encontrar formas legais de tomar estes ativos e direcioná-los também para a Ucrânia“, escreve Sunak.
Recorda-se que ontem os líderes do G7 apelaram para que se explorassem “todas as avenidas possíveis pelas quais os ativos imobilizados da Rússia possam ser usados em apoio à Ucrânia”.
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Famílias de soldados russos desaparecidos lutam para que não se apaguem para sempre
Nenhuma família russa consegue saber dos seus desaparecidos na guerra da Ucrânia sem um trabalho de busca que pode ser a única maneira de evitar que os soldados desapareçam para sempre.
“Ninguém vai comunicar às famílias o desaparecimento de um familiar, terão de ser as famílias a requer às autoridades que investiguem o desaparecimento”, disse em entrevista à agência Lusa a ativista Valentina Melnikova, da União dos Comités das Mães dos Soldados.
“Encontrámos, por fim, pontos de comunicação com as autoridades. Em 2022, quando o conflito deflagrou, não possuíamos um claro campo de trabalho”, contou no segundo aniversário da invasão russa da Ucrânia.
Às famílias que não sabem de familiares que foram chamados para combater na Ucrânia, os ativistas aconselham a que façam um pedido de busca à Polícia Militar, que “tem uma base de dados com os nomes dos mortos e desaparecidos” e costuma responder depressa.
Outra via que se mostrou prestável foi a representante dos Direitos Humanos, Tatiana Moskalkova, que tem acesso aos nomes dos soldados que constam das listas de troca de prisioneiros e à base de dados do Ministério da Defesa.
A experiência, que vem já da guerra da Tchetchénia, é que “se as famílias não se empenham na busca dos soldados desaparecidos, estes podem realmente desaparecer para sempre”, afiançou a activista.
Essa busca inclui fornecer amostras de ADN e confirmar identidades através das placas de identificação de soldados mortos em combate.
Por princípio, devem ser as famílias a “mexerem-se”, já que, por lei, não se pode usar dados pessoais de que cumpre serviço militar, nem das respetivas famílias.
“Orientamos as famílias, damos-lhe os ‘sites’ e os nomes dos responsáveis dos vários serviços: Procuradoria Militar, Ministério da Defesa. Entretanto, se as respostas não forem claras ou satisfatórias, entramos nós em ação”, afirmou.
Valentina Dmitrievna Melnikova exibe 78 anos de energia e otimismo e é considerada uma das 100 mulheres mais influentes da Rússia. Engenheira de formação, trabalhou em vários estabelecimentos de ensino superior.
Mas reconhece que o objetivo mais urgente é acabar com a guerra, embora garanta que nada “pode compensar as perdas russas.
Do Governo russo, todos os pedidos de ajuda financeira aos comités foram negados, embora atendam o telefone nas situações mais desesperadas, que nem sempre têm a ver com desaparecidos em combate.
“Há pessoas que nos conhecem desde há muito, incluindo o vice-ministro da Defesa, que nos estendem sempre a mão numa qualquer situação mais dificultosa. Portanto, quando somos surpreendidos por casos muito urgentes ou de particular complexidade, recorremos a esses conhecimentos por via telefónica”, revelou.
“Uma mãe morreu, deixando uma filha de dez anos. Pedimos que o pai, a cumprir serviço militar, voltasse para casa antes de ser enviado para a frente, de modo a que a filha não fosse metida num orfanato. Foi uma mulher coronel que resolveu o problema, e no quadro da lei. Este relacionamento pessoal é resultado do trabalho de muitos anos e do respeito e confiança que depositam em nós e na nossa causa”, salientou.
A causa das mães dos desaparecidos também conta com a imprensa, embora muitos órgãos de informação tenham saído da Rússia.
“Toda a comunicação social que discordava, de uma forma ou outra, da ‘operação militar especial’ mudou-se para o estrangeiro. Como são considerados pelas autoridades russas ‘agentes estrangeiros’, não nos podem ajudar seja no que for”, lamentou.
Valentina apelou aos “governos ocidentais” que estão contra a guerra movida pelo regime do Presidente Vladimir Putin para não castigarem o povo russo.
“Peço-lhes que não expulsem os cidadãos russos que optaram por procurar melhores condições de vida longe dos seus lares e que concedam asilo político aos cidadãos que realmente precisarem desse estatuto”, concluiu.
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Eurodeputados celebram opositor russo com intervenção de viúva na sessão plenária
O Parlamento Europeu (PE) celebra na quarta-feira a vida do opositor russo Alexei Navalny com a intervenção, na sessão plenária, da sua viúva, Yulia Navalnaya.
À intervenção de Navalnya, prevista para as 11h30 locais (10h30 de Lisboa), segue-se um debate sobre a recente morte, em circunstâncias ainda não esclarecidas, do opositor político do Presidente russo, Vladimir Putin, seguindo-se, na quinta-feira, a votação de uma resolução sobre a situação na Rússia.
A morte de Alexei Anatolievitch Navalny, 47 anos, – o principal opositor do regime de Putin – numa prisão no Ártico foi anunciada no dia 16 pelos serviços prisionais russos.
No âmbito do segundo aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia, assinalado no sábado, o PE vota, também na quinta-feira, uma resolução em que apela ao reforço do fornecimento de armas e munições a Kiev.
O tema do alargamento da UE, com a Ucrânia entre os países candidatos, será debatido na terça-feira e votado na quarta, com os eurodeputados os eurodeputados a apelarem ao fim da votação por unanimidade no Conselho em determinados domínios políticos, um texto de que o eurodeputado Pedro Silva Pereira (PS) é um dos correlatores.
Em ano de eleições europeias, que decorrem entre 06 e 09 de junho, será debatido na segunda-feira e votado no dia seguinte um texto sobre a transparência e o direcionamento da propaganda política, nomeadamente a publicidade política paga, incluindo ‘online’.
A proposta prevê a proibição de anúncios de fora da UE nos três meses que antecedem eleições.
Outro assunto importante na agenda da reunião, que decorre entre segunda e quinta-feira, é a votação formal da Lei da Restauração da Natureza, que prevê medidas de recuperação para, pelo menos, 20% das zonas terrestres e marítimas da UE até 2030 e para todos os ecossistemas até 2050.
Ainda no domínio do ambiente, será votada na terça-feira as novas regras sobre a criminalidade ambiental que penalizará o comércio ilegal de madeira, o esgotamento dos recursos hídricos ou violações da legislação da UE relativas aos produtos químicos e equipara os incêndios florestais em grande escala ao ecocídio.
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Bom dia. Vamos continuar a acompanhar as principais atualizações sobre a guerra na Ucrânia neste liveblog. Pode recordar os acontecimentos de ontem, data em que se assinalou o 2º aniversário da invasão russa, neste outro artigo “em direto”.
Zelensky diz que conta com os líderes do G7 para uma “vitória comum”
Obrigada por nos acompanhar.