“Não aceitamos duplas medidas e apoiamos o Direito Humanitário: apelamos, por isso, a um cessar-fogo imediato”, declarou Charles Michel na conferência de imprensa sobre o encontro do Conselho Europeu.

Segundo o Presidente do organismo europeu, a situação em Gaza foi debatida durante a reunião dos líderes europeus em Bruxelas, que expressaram o seu apoio à resolução do Conselho de Segurança da ONU para um cessar-fogo imediato.

Michel começou por dizer que o apelo ao cessar-fogo não invalida a condenação europeia do 7 de outubro e o seu apoio “ao direito de Israel a defender-se”.

Antony Blinken anunciou hoje a imposição de sanções a diversas entidades envolvidas no transporte de petróleo e outros produtos petroquímicos iranianos, numa tentativa de controlar a “escalada nuclear” do Irão.

O secretário de Estado norte-americano criticou ainda a falta de cooperação do Irão com as diretivas da Agência Internacional da Energia Atómica. “Estamos comprometidos em usar todas as ferramentas disponíveis para impedir o Irão de desenvolver uma arma nuclear”, escreveu Blinken no X.

In response to Iran’s continued nuclear escalations and failure to cooperate with the IAEA, we’re imposing sanctions on entities involved in Iran’s petroleum and petrochemical trade. We are committed to using all available tools to prevent Iran from developing a nuclear weapon.

— Secretary Antony Blinken (@SecBlinken) June 27, 2024

O secretário de Estado norte-americano esteve reunido com a coordenadora humanitária para Gaza das Nações Unidas para discutir o bloqueio israelita à entrada de ajuda humanitária no enclave palestiniano.

“Continuamos a enfrentar o desafio de a ajuda entrar em Gaza, depois não poder ser distribuída eficazmente devido, a verdadeiros desafios de segurança. Quando se trata de garantir que os alimentos, a água, os medicamentos e outras necessidades básicas de que o povo palestiniano precisa apenas para sobreviver lhes cheguem, continuamos a ter um trabalho importante a fazer. É positivo e importante que Israel esteja a tratar destas necessidades muito concretas, mas elas têm de ser implementadas o mais rapidamente possível. Não há tempo a perder”, afirmou Antony Blinken, em declarações citadas pelo Haaretz.

A entrada de ajuda humanitária em Gaza está interrompida desde maio, quando Israel tomou controlo de toda a fronteira a sul de Rafah e bloqueou as passagens.

Oito sistemas de defesa anti-aérea Patriot israelitas podem estar a caminho da Ucrânia: os dois países têm dialogado sobre a entrega do armamento, com a mediação dos EUA. Os sistemas seriam entregues por Telavive a Washington, que depois os enviaria para Kiev, avança o Financial Times.

A Ucrânia tem, neste momento, quatro Patriot, que se têm revelado os sistemas de defesa mais eficazes no arsenal ucraniano. Nos seus apelos por ajuda, Zelensky tem destacado a importância dos sistemas Patriot.

Em abril, Israel anunciou que ia deixar de utilizar oito destes sistemas, para os substituir por defesas mais modernas. Contudo, o escalar da tensão com o Hezbollah adiou a decisão.

O acordo ainda não está finalizado, mas, caso se verifique, representa uma mudança significativa na realidade de ambos os países. Para Kiev, o seu arsenal de Patriots triplicaria de tamanho. Para Israel, a entrega de armamento de defesa a Ucrânia pode marcar uma mudança nas suas relações com Moscovo, que têm sido cautelosas.

“O Hamas será derrotado na Faixa de Gaza em breve”, começou por garantir o Major General da Força Aérea israelita Tomer Bar esta quinta-feira, citado peloTimesof Israel.

E acrescentou: “Estamos prontos para enfrentar o Hezbollah no Norte.”

O Major General diz que Israel tem “os meios” para tal, assim como “as capacidades e certamente a paciência e o espírito de luta”.

Com “Putin às portas”, Bruno Cardoso Reis explica que é fundamental que haja uma decisão no Conselho Europeu. Ainda, apesar da insatisfação dos EUA, parece não existir um corte de relações com Israel.

Ouça aqui o novo episódio de “Gabinete de Guerra” da Rádio Observador.

Costa na Europa? “Que não se faça um espetáculo”

Vinte e um doentes com cancro conseguiram sair da Faixa de Gaza e chegar ao Egipto através do posto fronteiriço de Kerem Shalom. A informação foi avançada pela AFP (Associated France-Presse).

“Serão transportados para os Emirados Árabes Unidos para serem tratados”, avança uma fonte citada pela AFP que não se quis identificar.

De acordo com a agência, esta é a primeira vez que pessoas são retiradas de Gaza desde que a fronteira de Rafah foi encerrada, no início de maio.

O Hezbollah reivindicou esta tarde um ataque com “drones explosivos” numa base naval no oeste da Galileia.

O jornal Times of Israel conta que o Hezbollah disse ter atingido a base israelita, tendo as Forças Armadas de Telavive confirmado que pelo menos um drone atingiu aquela zona.

Famílias palestinianas começaram a fugir do bairro de Shujayea, na cidade Gaza, depois de receberem um aviso de evacuação por parte do exército israelita, relata a Al-Jazeera.

As ordens que foram transmitidas aos residentes mencionavam que seria preciso deixar quarteirões concretos, porque fariam parte de uma zona perigosa de combate. Os palestinianos que começaram a fugir dirigem-se agora à parte sul da cidade de Gaza, embora a Al-Jazeera note alguma desorientação. Entretanto, habitantes no local disseram à Reuters que já há tanques israelitas a chegar àquela zona.

Já o jornal israelita Haaretz cita palestinianos que dizem que os ataques aéreos “massivos” sobre o bairro já começaram.

O Gabinete Central de Estatísticas da Palestina informou, esta quinta-feira, que o PIB palestiniano global sofreu uma contração de 35% no primeiro trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período do ano passado, com uma diferença acentuada entre a Cisjordânia (-25%) e a Faixa de Gaza (-86%).

Segundo o The Times of Israel, que analisou o estudo, os setores mais afetados pela guerra entre Israel e o Hamas foram a indústria transformadora, que registou uma contração de 29% na Cisjordânia e de 95% na Faixa de Gaza (em termos globais, 63%), e a construção, que sofreu um colapso de 42% na Cisjordânia e de 99% na Faixa de Gaza (em termos globais, 51%).

O PIB per capita também registou uma queda abrupta, com uma contração de 26% na Cisjordânia e de 86% na Faixa de Gaza.

Pelo menos cinco palestinianos morreram em ataques recentes em Gaza, segundo avança a agência de notícias WAFA.

Vários civis palestinianos foram mortos na manhã desta quinta-feira e outros sofreram ferimentos, em bombardeamentos aéreos da ocupação israelita a leste da cidade de Gaza e no campo de Bureij, no centro da Faixa de Gaza.

O repórter da Aljazeera, Tareq Abu Azzoum, em direto de Deir el-Balah, no centro de Gaza, relata que continuam a ser ouvidas fortes explosões e ataques israelitas no centro e no norte de Gaza. “Houve uma clara intensificação dos ataques nestas zonas”, escreve.

A Defesa Civil de Gaza emitiu um comunicado, a avisar que está a ficar sem combustível e que as suas missões de salvamento “podem parar a qualquer momento”.

No seu canal Telegram, citado pela Aljazeera, informou que, só na manhã desta quinta-feira, as equipas de salvamento efetuaram várias missões de resgate de corpos e sobreviventes em quatro casas atacadas na cidade de Gaza, bem como em duas casas separadas na zona de Shujayea.

“As nossas equipas não conseguem lidar com o enorme número de alvos enquanto o combustível se esgota”, destaca-se no comunicado. “A realidade do sistema de saúde no norte da Faixa de Gaza é trágica à medida que a agressão continua”, acrescenta.

Manifestantes em Israel bloquearam esta quinta-feira duas estradas “chave” no centro do país, para pedirem a demissão do governo de Benjamin Netanyahu e novas eleições. Segundo o jornal israelita Haaretz e a Al-Jazeera, os manifestantes gritaram palavras de ordem como “o país está a arder” e garantiram que os protestos estão “só a começar” enquanto bloqueavam uma estrada que liga Telavive a Haifa, nos dois sentidos, assim como uma estrada na Baixa Galileia.

Os Estados Unidos já destinaram 6,5 mil milhões de dólares (6 mil milhões de euros) em ajuda para a “segurança” de Israel desde o ataque do Hamas, no dia 7 de outubro. Como o Washington Post escreve, estes números não eram até agora conhecidos mas foram discutidos com a delegação encabeçada pelo ministro israelita Yoav Gallant, que visitou Washington numa altura em que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, tem criticado o alegado atraso no envio da ajuda militar norte-americana.

Segundo o jornal, um responsável norte-americano revelou o montante como forma de mostrar o “enorme, enorme compromisso” que os Estados Unidos têm com Israel. A tensão entre os dois países aumentou com as críticas públicas de Netanyahu, tendo a viagem, acrescenta o Washington Post, servido para tentar melhorar o ambiente entre os dois aliados.

“Precisamos do apoio diplomático e político, munições e mais, da parte norte-americana”, pediu Gallant.

O Ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, disse durante a sua visita aos Estados Unidos que o exército israelita seria capaz de fazer o Líbano “regressar à idade da Pedra” se entrasse em guerra com o Hezbollah, cita a Reuters. Ainda assim, e num momento em que a tensão a norte de Israel continua a acentuar-se, o governante garantiu que Israel não está interessado numa guerra com o Hezbollah e que prefere uma solução diplomática.

Na mesma visita a Washington, Gallant já tinha deixado uma farpa ao primeiro-ministro israelita: depois das críticas públicas de Benjamin Netanyahu ao alegado atraso no envio de ajuda militar dos EUA, o responsável pela Defesa veio alegar que os conflitos dentro de uma “família” se resolvem de forma “interna”.