O exército de Israel está a preparar uma “retaliação significativa” contra o Irão, que poderá ter como alvo instalações de extração de petróleo. Esta é uma notícia que está a fazer os preços do petróleo subirem, nos mercados internacionais, para mais de 75 dólares por barril (Brent, que serve de referências às importações portuguesas).

Evolução da cotação do crude Brent nos últimos cinco dias.

Ao mesmo tempo, Israel confirmou envio de mais tropas para o Líbano, horas depois de o Hezbollah dar conta de confrontos entre os seus operacionais e a infantaria israelita.

O chanceler alemão Olaf Scholz diz que o Irão “arrisca deitar fogo a toda a região” do Médio Oriente, depois do bombardeamento a Israel na terça-feira.

“Isso é algo que tem de ser evitado, a todo o custo”, acrescentou Olaf Scholz, referindo-se a uma escalada ainda mais grave do conflito.

O Irão “provou que os seus longos braços são capazes de chegar a qualquer sítio que queiram“, argumentou o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Nasser Kanaani, num comunicado emitido nesta quarta-feira.

O comentário surge na sequência de o Irão confirmou o lançamento de 200 mísseis contra Israel num ataque lançado na noite de terça-feira, o que Kannani considerou ter sido “o exercício do direito à legítima defesa”.

“O futuro da região [do Médio Oriente] e da Ásia Ocidental será traçado pelos donos da região e pelas suas nações autênticas e enraizadas, não pelos invasores e agressores sem raízes e sem identidade”, assegurou Kanaani.

Os EUA “cumpriram com o compromisso” de ajudar Israel a defender-se, asseverou Lloyd Austin, secretário da Defesa norte-americano. A declaração refere-se ao facto de os EUA terem ajudado a intercetar alguns dos mísseis disparados pelo Irão na terça-feira.

“Condenamos o revoltante ato de agressão por parte do Irão e pedimos ao Irão que evite quaisquer novos ataques, incluindo aqueles feitos pelos grupos terroristas que lhe estão associados”, afirmou Lloyd Austin numa declaração onde garante que os EUA “nunca hesitarão em proteger as nossas forças e os nossos interesses no Médio Oriente”, “apoiando a defesa de Israel e dos nossos aliados na região”.

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) pediram a moradores de dezenas de vilas no sul do Líbano para saírem imediatamente. O alerta surge numa manhã em que o Hezbollah disparou cerca de 50 “rockets” contra o norte de Israel, de acordo com a informação de Telavive.

“As ações do Hezbollah forçam as IDF a tomar medidas contra essa organização”, escreveu um porta-voz das IDF numa publicação em árabe na rede social X.

“Para vossa segurança, devem sair das vossas casas imediatamente“, avisou o mesmo porta-voz, garantindo que não é “desejo” das IDF fazer vítimas entre os civis.

“Qualquer pessoa que esteja perto de agentes do Hezbollah, das suas instalações ou das suas armas estará a colocar-se em risco”, rematou, pedindo aos moradores que se dirijam para o norte do Líbano.

Cerca de 50 “rockets” foram disparados pelo Hezbollah, a partir do Líbano, esta manhã, segundo a informação transmitida pelas Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês).

Nas últimas horas as sirenes de alerta de bombardeamento soaram, insistentemente, no norte de Israel – sobretudo na zona norte e oeste da Galileia.

Não há registo de vítimas, nem mesmo feridos, mas estima-se que pelo menos 10 casas na cidade de Metula foram destruídas pelos projéteis. Essa cidade foi evacuada nas últimas semanas.

A polícia da Dinamarca disse hoje estar a investigar duas explosões esta madrugada no norte de Copenhaga, perto da embaixada de Israel na capital dinamarquesa, nas quais não houve vítimas.

“Esta noite ocorreram duas explosões perto da embaixada israelita. Lançámos uma extensa investigação e aumentámos a presença policial na zona”, disse o vice-inspetor da polícia de Copenhaga, Jakob Hansen, em conferência de imprensa.

Numa mensagem anterior na rede social X, a polícia já tinha referido as explosões e que estava a ser investigada uma possível ligação à legação diplomática israelita.

“É claro que olhámos na direção da embaixada de Israel, que fica perto, mas é muito cedo para dizer se há uma ligação”, disse Hansen.

A polícia recusou comentar se houve danos materiais, o tipo de explosivos utilizados ou a força da explosão, apenas que ocorreu “de madrugada”.

O Presidente francês Emmanuel Macron “condenou com a maior firmeza os novos ataques do Irão contra Israel” e disse que a França mobilizou “os seus recursos militares no Médio Oriente para combater a ameaça iraniana”.

Num comunicado divulgado pela presidência francesa na terça-feira, após um conselho de defesa, Macron “solicitou ainda que se observe a maior vigilância e que sejam tomadas as medidas adequadas para prevenir as possíveis repercussões destes últimos desenvolvimentos no Médio Oriente no território nacional e garantir a segurança de todos”.

O chefe de Estado “solicitou ainda que fossem tomadas todas as medidas necessárias” para apoiar os cidadãos franceses “e, se necessário, ir em seu auxílio”, afirmou o Eliseu, sem referir uma possível retirada da região.

Macron pediu ao chefe da diplomacia francesa, Jean-Noël Barrot, que esteve na capital do Líbano, Beirute, há alguns dias, para “visitar novamente o Médio Oriente”.

O Governo do Irão confirmou o lançamento de 200 mísseis contra Israel num ataque lançado na noite de terça-feira, de acordo com a televisão estatal iraniana.

As Forças de Defesa de Israel (IDF na sigla em inglês) tinham anunciado que o Irão tinha lançado cerca de 180 mísseis contra o território israelita, em retaliação pelos assassínios do líder do movimento islamita palestiniano Hamas, Ismail Haniyeh, do chefe do grupo xiita libanês Hezbollah, Hasan Nasrallah, e de um general iraniano.

O Hezbollah diz que repeliu, nas últimas horas, uma “infiltração” de soldados israelitas na cidade de Odaisseh.

As forças armadas de Israel não confirmam a informação que foi avançada pela organização libanesa, apoiada pelo Irão, e que é citada pelo The Times of Israel.

Segundo o Hezbollah, os seus operacionais “confrontaram uma unidade inimiga de infantaria israelita que tentava infiltrar-se em Odaisseh”. Terá havido uma troca de tiros que, garante o Hezbollah, levou as forças israelitas a recuar.