O grupo Hamas publicou um vídeo a mostrar a libertação das reféns norte-americanas — Judith, 17 anos, e a mãe Natalie Raanan, 59 —, que foram raptadas no primeiro dia do ataque a Israel, a 7 de outubro.

No vídeo, é possível vários militantes do Hamas (com a cara e corpo desfocados) a tirar a mãe e a filha de dentro de um carro e a entregá-las a dois médicos da Cruz Vermelha.

חמאס הפיץ תיעוד מהעברת החטופות יהודית ונטלי לידי הצלב האדום@Itsik_zuarets pic.twitter.com/xI3qRniYhA

— כאן חדשות (@kann_news) October 20, 2023

O Presidente Joe Biden já falou com a mãe e filha norte-americanas, que foram mantidas reféns e libertadas hoje pelo Hamas.

“O Presidente acabou de falar com as duas norte-americanas libertadas hoje depois de terem sido mantidas reféns pelo Hamas, durante o terrível ataque terrorista contra Israel”, comunicou a Casa Branca, citado pelo Al Jazeera.

“Ele disse-lhes que terão todo o apoio do governo dos EUA enquanto recuperam desta experiência horrível”, acrescentou.

הנשיא ביידן שוחח עם החטופות ששבו יהודית ונטלי רענן: "תקבלו את התמיכה המלאה של ארה"ב על מנת להשתקם מהאירוע הטראומתי"@BenYaniv1 pic.twitter.com/mzYJHq6hzI

— כאן חדשות (@kann_news) October 20, 2023

Justin Amash, ex-congressista republicano nos EUA, usou as redes sociais para contar que vários dos seus familiares morreram vítimas do ataque aéreo israelita a uma igreja ortodoxa grega em Gaza que abrigava centenas de palestinianos deslocados.

“Estava mesmo preocupado com isto. Com grande tristeza, confirmei agora que vários familiares meus (incluindo Viola e Yara, nesta fotografia) foram mortos na Igreja Ortodoxa de São Porfírio, em Gaza”, escreve. O post, como refere, é acompanhado por uma fotografia de duas jovens mulheres.

I was really worried about this. ???? With great sadness, I have now confirmed that several of my relatives (including Viola and Yara pictured here) were killed at Saint Porphyrius Orthodox Church in Gaza, where they had been sheltering, when part of the complex was destroyed as… pic.twitter.com/w5k1xEeTgF

— Justin Amash (@justinamash) October 20, 2023

Alexandria Ocasio-Cortez encontrou-se esta quinta-feira com familiares dos reféns norte-americanos do Hamas. No X, a congressista democrata disse que as famílias exigem a libertação dos reféns ao mesmo tempo que se posicionam contra a ocupação israelita, rematando: “Que a sua humanindade seja um exemplo”.

“Eles disseram-me: ‘Conseguimos fazer tudo. Conseguimos lutar pelos nossos familiares capturados pelo Hamas, opor-nos à ocupação, estar solidários com os israelitas impactados e defender os palestinianos inocentes“, escreveu.

Yesterday I met with family members of hostages currently in Gaza.

They said: “We can do it all. We can fight for our families held hostage by Hamas, stand against occupation, stand with impacted Israelis, stand up for innocent Palestinians.”

May their humanity be an example.

— Alexandria Ocasio-Cortez (@AOC) October 20, 2023

O Crescente Vermelho palestiniano partilhou nas últimas horas alguns vídeos que mostram os corredores do hospital AL-Quds, em Gaza, lotados com famílias que ali procuraram refúgio, dormindo no chão em colchões e sacos-cama.

“Haverá um poder mundial capaz de travar as ameaças da ocupação israelita de bombardear hospitais com civis inocentes lá dentro?”, escrevem na rede social X (antigo Twitter).

Is there a world power capable of stopping the threats of the Israeli occupation army to bomb hospitals with innocent civilians inside?#WarCrimes pic.twitter.com/gfyyhgoudQ

— PRCS (@PalestineRCS) October 20, 2023

Os vídeos foram publicados nas redes sociais com o propósito de alertar para a comunidade internacional para o perigo em que a “ameaça iminente” de bombardeamento por parte de Israel colocou os “civis inocentes” que ali procuram refúgio.

“Este é o hospital de AL-Quds que está a enfrentar ameaças de bombardeamento e ordens de evacuação de 12 mil cidadãos que procuraram um local de segurança”, escrevem.

This is AL-Quds #Hospital that is facing threats of bombardment and demands for the evacuation of 12,000 citizens who sought refuge in this place for safety.#NotATarget #Gaza_under_attack_now pic.twitter.com/jCbV9dVObP

— PRCS (@PalestineRCS) October 20, 2023

O Comité para a Proteção dos Jornalistas denunciou a morte de 22 jornalistas nestes que foram os primeiros 14 dias desde o início do conflito em Gaza. Os números dão conta da morte de 18 palestinianos, 3 israelitas e um libanês.

Oito jornalistas estão ainda feridos e três foram dados como desaparecidos ou capturados.

O gabinete do primeiro-ministro israelita partilhou a primeira imagem da mãe e filha que foram libertadas esta noite pelo Hamas. A fotografia mostra Judith e Natalie Raanan no momento em que entraram em Israel.

As Forças de Defesa de Israel estão a preparar “as próximas fases” da luta contra o Hamas, declarou o porta-voz Daniel Hagari, numa conferência de imprensa realizada hoje em Telavive citada pela CNN

“A principal prioridade do nosso país é conseguir fazer regressar a casa os capturados e localizar os desaparecidos, recorrendo a todos os métodos: civil, militar e ao nível dos serviços de informações”, explicou, quando questionado sobre futuras negociações para a libertação de reféns.

O responsável militar aproveitou o momento para dizer que, ao mesmo tempo, as forças armadas “continuam a luta” contra o grupo terrorista, estando “a preparar-se para as próximas fases da guerra”. “Enquanto falamos, as fronteiras estão fechadas e nenhuma muda entra em Gaza”.

O presidente dos EUA já reagiu à libertação, pelo Hamas, de duas cidadãs israelo-palestinianas feitas reféns no ataque de 7 de outubro.

“Hoje, garantimos a libertação de duas americanas feitas reféns pelo Hamas durante o horrível ataque terrorista contra Israel”, começou por escrever, salientando que Judith Tai Raanan e Natalie Shoshana Raanan, mãe e filha, “suportaram uma provação terrível nestes últimos 14 dias. “Estou muito feliz por em breve se reunirem com a sua família”.

Today, we have secured the release of two Americans taken hostage by Hamas during the horrific terrorist assault against Israel.

Our fellow citizens have endured a terrible ordeal these past 14 days, and I am overjoyed that they will soon be reunited with their family.

— President Biden (@POTUS) October 20, 2023

Aos seus compatriotas, tal como tinha feito no discurso de quinta-feira à noite, Biden garantiu que os EUA têm “trabalhado ininterruptamente para libertar cidadãos americanos que foram feitos reféns pelo Hamas”. “Não iremos parar até garantirmos a libertação daqueles que ainda estão detidos”, rematou.

Um grupo de familiares de reféns mantidos pelo Hamas saudou hoje a libertação das duas cidadãs sequestradas pelo grupo islâmico e apela à “comunidade internacional” para atuar em nome das restantes pessoas sequestradas no dia 7 de outubro.

Apelamos aos líderes mundiais e à comunidade internacional para que exerçam todo o seu poder a fim de atuar em prol da libertação de todos os reféns e desaparecidos”, comunicou hoje o grupo israelita “Bring Them Home Now” (“Tragam-nos para Casa Já”).

Mesmo assim, o grupo da sociedade civil israelita refere que a manutenção de reféns é um “crime de guerra”, acrescentando que “centenas de famílias” aguardam a ajuda dos líderes dos Estados árabes.

O Hamas cometeu crimes de guerra. Muitos líderes dos Estados árabes têm uma enorme influência sobre os seus dirigentes e devem atuar no sentido de libertar imediatamente todos os reféns e desaparecidos detidos em Gaza”, concluiu o grupo.

O Presidente do Observatório de Segurança Interna explica que a subida de alerta de ameaça terrorista em Portugal não significa que exista uma ameaça real. Hugo Costeira apoia a decisão pelo caráter preventivo.

Subida de ameaça terrorista. “Não quer dizer que haja ameaça real”

O número de atos antissemitas e islamofóbicos registados em Londres aumentou significativamente desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, anunciou Scotland Yard.

“Apesar do aumento da presença de agentes policiais, registámos um aumento significativo (no número) de crimes de ódio em Londres”, informou a polícia de Londres num comunicado de imprensa.

Foram registados 218 atos criminosos antissemitas entre 1 e 18 de outubro, em comparação com 15 no período homólogo, segundo as autoridades.

“Da mesma forma, registámos um aumento do número de crimes islamofóbicos”, subindo “de 42 para 101” no mesmo período, informou a polícia.

As infrações incluem atos dirigidos contra indivíduos ou grupos, pessoalmente e online, ou que inflijam danos a propriedade, de caráter racista ou religioso.

Até agora, 21 pessoas foram presas por atos de ódio em Londres, incluindo um homem suspeito de destruir em Camden, no norte da capital, retratos de israelitas raptados pelo Hamas.

Outra pessoa foi presa em ligação a cerca de dez grafittis islamofóbicos em paragens de autocarro no sudoeste de Londres.

Desde o início da guerra entre o Hamas e Israel, que respondeu com ataques massivos na Faixa de Gaza em retaliação ao massacre que ocorreu a 7 de outubro, os agentes da polícia de Londres foram destacados junto a escolas religiosas ou locais de culto judaicos e muçulmanos.

No sábado irá decorrer na capital britânica uma nova manifestação pró-Palestina, a pedido da organização Campanha de Solidariedade com a Palestina.

Na semana anterior, milhares de pessoas manifestaram-se em apoio aos palestinianos no centro da capital sob forte vigilância policial e quinze foram presas por “vários crimes”, informou a Scotland Yard.

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, que visitou o Cairo hoje depois de ter estado em Israel e na Arábia Saudita, denunciou os atos “inaceitáveis” cometidos durante estas manifestações.

A maior parte dos comícios que decorreram na capital desde o início da guerra “decorreram sem incidentes”, sublinhou a polícia.

Aumentou para “significativo”. Uma notícia de última hora que, segundo José Filipe Pinto, representa maior controlo nas zonas de entrada do país. Bruno Cardoso Reis alerta para o “efeito de contágio”.

Ouça aqui o “Especial” da Rádio Observador.

Elevação do nível de Ameaça Terrorista

Judith e Natalie Raanan já cruzaram a fronteira para Israel, de acordo com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, citado pelo The Times of Israel. Na fronteira, foram recebidas por Gal Hirsch, ex-líder militar enviado por Netanyahu, pelas Forças de Defesa de Israel e por outros organismos de segurança.

“O governo de Israel, as Forças de Defesa de Israel e as instituições de segurança vão continuar a cooperar da melhor forma a localizar todos os reféns e a fazê-los regressar a casa”, lê-se no comunicado emitido pelo gabinete do primeiro-ministro israelita.

Mãe e filha estão a ser transportadas para uma base militar, onde vão reunir-se com alguns familiares.

O Exército israelita anunciou hoje que matou um alto responsável operacional do movimento islamita palestiniano Hamas, especializado no desenvolvimento de armamento de alta tecnologia.

Em comunicado, o Exército identificou o membro do Hamas como Mahmud Sabih, um engenheiro que liderava o departamento de desenvolvimento de projetos do movimento islamita que controla a Faixa de Gaza, responsável pelos ataques contra o sul de Israel em 7 de outubro.

O comunicado também assinala que Mahmud Sabih atuava para facilitar a transferência de informação ao Hamas na produção de armas e veículos aéreos não tripulados.

A China e a Rússia partilham a mesma posição sobre a questão palestiniana e tentam em conjunto resolver a atual crise e contribuir para a solução de dois Estados para Israel e os palestinianos, indicou hoje um alto responsável chinês.

Zhai Jun, o enviado especial da China para o Médio Oriente, emitiu estas declarações após um encontro no Qatar, que decorreu na quinta-feira, com Mikhail Bogdanov, o representante especial do Presidente da Rússia para o Médio Oriente e África.

“A razão fundamental para a atual situação do conflito Palestina-Israel reside no facto de não terem sido garantidos os legítimos direitos nacionais do povo palestiniano”, disse Zhai, de acordo com um comunicado hoje divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

“A China e a Rússia partilham a mesma posição sobre a questão palestiniana, e a China está preparada para manter comunicação e coordenação com a Rússia para promover a desescalada da situação”, disse Zhai.

Os dois países pretendem “desempenhar uma função positiva no reinício das conversações entre a Palestina e Israel, promover efetivamente a solução de dois Estados, e promover uma solução abrangente, justa e duradoura para a questão palestiniana num futuro próximo”, disse Zhai.

A análise do Major-General João Vieira Borges ao anúncio da incursão terreste em Gaza. Acredita que “não será só terreste, antes vai ter ataques aéreos, de artilharia e ciberguerra”.

Ouça aqui “Resposta Pronta” da Rádio Observador.

“É uma manobra conjunta que tem terra, mar e ar”