O líder do conselho executivo do Hezbollah, Hashem Safieddine, prometeu esta quarta-feira uma resposta forte contra Israel na sequência de dois dias de explosões de aparelhos de comunicação que mataram mais de 30 pessoas no Líbano.

De acordo com a Al Jazeera, Safieddine promete uma “punição especial” contra Israel e garante que o Hezbollah está agora numa “nova confrontação com o inimigo”.

Por outro lado, também o Irão já veio dizer que não descarta a possibilidade de responder aos ataques, uma vez que o embaixador iraniano no Líbano, Mojtaba Amani, foi um dos muitos a sofrer ferimentos na terça-feira, nas explosões dos pagers.

O Irão “reserva o seu direito ao abrigo do direito internacional de adotar as medidas consideradas necessárias para responder”, diz o representante iraniano nas Nações Unidas numa carta citada pelo The Times of Israel.

O número de mortes causadas pela onda de explosões em walkie-talkies esta quarta-feira em Beirute subiu para 20, de acordo com números do Ministério da Saúde do Líbano citados pela AP.

As explosões causaram pelo menos 450 feridos.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional norte-americano, John Kirby, mostrou-se pessimista sobre a aprovação de um acordo de cessar-fogo em Gaza, mas recusou identificar consequências dos ataques israelitas contra o Hezbollah de ontem e hoje para as negociações. “É muito cedo para saber se vão ter impacto”, considerou.

“Infelizmente, não estamos mais próximos do que estávamos há uma semana. Por isso, é difícil ver qualquer impacto imediato destes incidentes”, declarou Kirby, citado pelo Washington Post, acrescentando que o acordo ainda está em cima da mesa. “Quando se chega aqueles últimos 10%, fica muito difícil e os detalhes tornam-se muito específicos”, argumentou.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, promete que os cidadãos da região norte de Israel que foram retirados das suas povoações devido ao conflito com o Hezbollah na fronteira com o Líbano vão regressar a casa em segurança.

“Já o disse, vamos trazer os residentes do norte em segurança para as suas casas, é exatamente isso que vamos fazer”, afirmou Netanyahu numa mensagem citada pela CNN.

Já no início desta semana Netanyahu tinha garantido que o regresso dos israelitas à região norte do país era um dos objetivos oficiais desta guerra. Ao longo do último ano, a tensão na fronteira entre Israel e o Líbano tem crescido e as forças israelitas têm trocado fogo com os militantes do Hezbollah a um ritmo cada vez maior.

A onda de explosões dos últimos dois dias em dispositivos de comunicação usados pelo Hezbollah, que terão sido armadilhados por Israel, poderá levar a uma nova escalada das tensões.

Junto à fronteira israelita com o Líbano foi definida uma zona de evacuação da qual foram retirados todos os residentes.

O Hamas acusou esta quarta-feira Israel de estar por trás da onda de explosões em aparelhos de comunicação do Hezbollah na terça e na quarta-feira.

“Condenamos fortemente esta agressão sionista renovada contra o povo irmão libanês”, diz o Hamas num comunicado citado pelo The Times of Israel.

Estes ataques, diz ainda o Hamas, “ameaçam agora a segurança e a estabilidade da região”.

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou hoje Israel de alargar o conflito na Faixa de Gaza a toda a região, numa fase em que as forças de Telavive dirigem o foco das suas operações para o Líbano.

Segundo um comunicado da presidência turca, Erdogan falou hoje por telefone com o primeiro-ministro do Líbano, Nayib Mikati, a quem apresentou as suas condolências pelo sucedido nas últimas horas, referindo-se às vagas de explosões de dispositivos eletrónicos, que já provocaram cerca de 20 mortos e mais de três mil feridos.

“As tentativas de Israel de alargar os conflitos à região são extremamente perigosas”, declarou o Presidente turco, que indicou que “os esforços para travar a agressão israelita vão continuar”.

As autoridades libanesas elevaram para 14 o número de mortes que resultaram da onda de explosões em walkie-talkies nos arredores de Beirute.

De acordo com dados do Ministério da Saúde do Líbano citados pelo The Times of Israel, 14 pessoas morreram e mais de 450 ficaram feridas nesta onda explosões que está a ser atribuída a Israel.

A Alemanha interrompeu as exportações de armas de guerra para Israel enquanto aguarda a resolução de processos judiciais destinados a averiguar se estas exportações violam o direito humanitário.

De acordo com a Agência Reuters, que avança a notícia, o Ministério da Economia da Alemanha não se encontra neste momento a aprovar licenças de exportação de armamento para Israel.

Em 2023, a Alemanha exportou mais de 300 mil euros de armamento e equipamento militar para Israel.

O governo israelita terá informado os Estados Unidos de que iria levar a cabo um ataque contra o Hezbollah no Líbano na terça-feira, embora não tenha dado os detalhes do ataque ao governo norte-americano.

A notícia está a ser avançada pela CNN, que cita três fontes com conhecimento dos contactos.

De acordo com a CNN, terá mesmo havido um telefonema entre o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, e o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, na manhã de terça-feira, horas antes de começarem a registar-se várias explosões em dispositivos de comunicação usados por operacionais do Hezbollah.

Ainda de acordo com a CNN, terá mesmo sido Israel a estar por trás das explosões nos pagers e nos walkie-talkies, que terão sido armadilhados e detonados à distância em simultâneo.

Os ataques resultaram em pelo menos 21 mortes e centenas de feridos.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas vai reunir-se na sexta-feira na sequência da onda de explosões em dispositivos de comunicação como pagers e walkie-talkies usados por elementos do Hezbollah.

De acordo com a Reuters, que cita o embaixador da Eslovénia na ONU, atual presidente do organismo, a reunião foi pedida pela Argélia em nome dos estados árabes.

A decisão surge depois de António Guterres já ter alertado para o “grave risco de uma escalada dramática” da guerra no Líbano.

Pelo menos 21 pessoas morreram entre terça e quarta-feira na sequência de explosões em pagers e walkie-talkies usados por operacionais do Hezbollah.

O ataque está a ser atribuído a Israel, que terá armadilhado os equipamentos de comunicação, mas Israel não comentou o sucedido.

Na onda de explosões desta quarta-feira também terão explodido sistemas caseiros de energia solar, noticiam os media libaneses, citadoas pelo The Telegraph.

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse hoje que o país entrará numa “nova fase da guerra”.

Citado pelo Times of Israel, o ministro, numa visita a uma base aérea, frisou que “o centro da gravidade” do conflito “está a mover-se para Norte”, para junto da fronteira com o Líbano.

“Estamos a enviar forças, recursos e energia para o Norte”, prosseguiu Yoav Gallat, que acredita que o “início de uma nova fase da guerra” está a começar.

Segundo o ministro, Israel precisa de se “adaptar”: “Precisamos de consistência em vez de tempo. Esta guerra requer grande coragem, determinação e perseverança”.

Yoav Gallant destaca ainda que os objetivos desta “guerra” são “claros e simples”: “O retorno dos residentes das cidades do Norte às suas casas com segurança”.

Ainda assim, Yoav Gallant garantiu que Israel “não esqueceu os reféns” e as “tarefas no sul”, perto da Faixa de Gaza.

A Assembleia Geral (AG) da ONU apelou hoje ao fim da ocupação israelita dos territórios palestinianos ocupados dentro de “12 meses”, numa resolução não vinculativa que Portugal votou a favor e já criticada por Israel como “tendenciosa e cínica”.

O texto da resolução, aprovado com 124 votos a favor, 14 votos contra e 43 abstenções, segue o parecer do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) de julho, que a pedido da Assembleia Geral analisou a ocupação dos territórios palestinianos desde 1967 e considerou que “a continuação da presença” israelita nos mesmos “é ilegal” e que Israel tem “obrigação de pôr fim a isso […] o mais rápido possível”.

O texto “exige” que Israel “ponha imediatamente fim à sua presença ilícita” nos territórios palestinianos e que isso seja feito “o mais tardar 12 meses após a aprovação desta resolução”. O primeiro rascunho do texto, o primeiro apresentado pela Palestina junto da AG da ONU, dava apenas seis meses.

As autoridades libanesas atualizaram para nove o número de mortos provocados pela mais recente onda de explosões com origem em walkie-talkies usados por membros do Hezbollah.

De acordo com o The Times of Israel, o Ministério da Saúde do Líbano revelou também que mais de 300 pessoas ficaram feridas na sequência destas explosões.

As nove vítimas mortais somam-se às 12 pessoas que morreram na terça-feira na sequência das explosões em pagers usados por operacionais do Hezbollah.

O ataque está a ser atribuído a Israel, que não comenta o sucedido.

Os walkie-talkies que explodiram esta quarta-feira nas mãos de operacionais do Hezbollah em Beirute terão sido comprados há cerca de cinco meses, na mesma altura que foram comprados os pagers que explodiram na terça-feira, noticia o The Times of Israel citando fontes libanesas.

Daniela Nunes diz que Israel dá “passos maior do que a perna” ao envolver o Líbano no conflito. A especialista em RI afirma que a Ucrânia quer alertar para as consequências de uma vitória da Rússia.

Ouça aqui o novo episódio de “Gabinete de Guerra” da Rádio Observador.

Médio Oriente. “Israel está a correr riscos desnecessários”

Pelo menos três pessoas terão morrido e centenas ficaram feridas na sequência das mais recentes explosões em aparelhos de comunicação usados por operacionais do Hezbollah, escreve o The Times of Israel, citando meios de comunicação locais.

Registaram-se esta tarde explosões em várias zonas nos subúrbios da zona sul da capital libanesa, Beirute, com origem em rádios usados pelo Hezbollah.

Pelo menos uma dessas explosões aconteceu num lugar onde decorria o funeral de uma das doze vítimas mortais das explosões dos pagers de terça-feira. “Vários walkie-talkies explodiram nos subúrbios sul de Beirute”, disse uma fonte citada por aquele jornal.

Duas das explosões ocorreram dentro de carros, acrescentaram fontes citadas pelo The Times of Israel.

Imagens que circulam nas redes sociais mostram o momento em que um walkie-talkie de um operacional do Hezbollah terá explodido em Dahieyh, nos subúrbios de Beirute, a capital do Líbano.

O vídeo mostra uma multidão numa cerimónia que, de acordo com a imprensa israelita, seria o funeral de uma das 12 pessoas que morreram na terça-feira na sequência das explosões dos pagers.

No vídeo é possível ver uma pequena explosão, seguida de momentos de pânico entre a multidão.

لحظة انفجار جهاز لاسلكي أثناء تشييع في الضاحية الجنوبية pic.twitter.com/jNYyKHhzDq

— Al Jadeed News (@ALJADEEDNEWS) September 18, 2024