De visita à Ottawa, o secretário-geral da NATO disse hoje que o pacto militar entre Rússia e Coreia do Norte prova a necessidade dos países democráticos se unirem contra os autoritarismos.

“[Os poderes autoritários] estão a apoiar-se mutuamente de uma forma que nunca vimos antes. Quando estes países estão cada vez mais alinhados – regimes autoritários como a Coreia do Norte e a China, o Irão, a Rússia – é ainda mais importante que estejamos alinhados enquanto países que acreditam na liberdade e na democracia”, afirmou Stoltenberg, citado pela agência Reuters.

A multinacional francesa anunciou os acordos, que têm como objetivo “reforçar o apoio às operações na linha da frente das forças armadas ucranianas e a capacidade de defesa”.

O primeiro acordo foca-se no fornecimentos de sistemas de defesa, especialmente de “equipamento de comunicação tática, sistemas de defesa aérea e radares”.

Outro acordo refere-se especificamente à “guerra eletrónica”, apostando na manutenção, formação e reparação dos sistemas eletrónicos ucranianos, para uma “melhor disponibilidade operacional”.

Em separado dos dois primeiros acordos – assinados com a indústria de defesa pública ucraniana –, o último acordo foi assinado com outra empresa privada ucraniana, a FRDM, especializada no desenvolvimento de sistemas de aeronaves não tripuladas.

As autoridades ucranianas continuam a relatar ataques russos diários na região de Kharkiv. Hoje, foi registado um morto, num ataque aéreo na cidade de Vilkhivka.

Noutras cidades da região ocupada registaram-se ataques num campo de férias para crianças, onde uma funcionária teve de ser assistida, e em zonas residenciais, que causaram outros cinco feridos.

O Presidente russo aterrou esta noite no aeroporto de Hanoi, avançou a agência russa RIA Novosti. Vladimir Putin vai estar no Vietname durante dois dias, onde vai assinar um acordo bilateral de “parceria estratégica” e “uma série de documentos de cooperação em várias áreas”.

A visita assinala os 30 anos das “relações amigáveis” entre os dois países, notou o assessor de política externa, Yuri Ushakov. Putin vai ainda reunir com estudantes vietnamitas de faculdades russas e prestar homenagens em monumentos militares .

A última ronda de negociações para o acordo bilateral foi conduzida pelo chefe do gabinete presidencial ucraniano, Ihor Zhovkva.

A informação foi confirmada pelo gabinete presidencial, depois de ter sido avançada pelo Die Welt. Com o texto concluído, Kiev afirma que este será assinado “num futuro próximo”.

Este acordo vai ao encontro do texto da Declaração Conjunta de Apoio à Ucrânia, que resultou da reunião do G7 de julho de 2023, em Vilnius.

“Uma forma pragmática de resolver a crise”. Foram as palavras de Vladimir Putin, referindo-se à posição que o Vietname tomou sobre a guerra na Ucrânia, de total neutralidade.

A horas de o Presidente russo chegar ao Vietname para uma visita de Estado, o jornal Nhan Dan publicou um artigo de opinião assinado por Putin. Citado pela Reuters, o presidente russo aproveitou para sublinhar o progresso nas relações entre os dois países.

A posição de neutralidade vietnamita e de não condenação da ofensiva russa na Ucrânia foi criticada pelo Ocidente por ser demasiado próxima de Moscovo.

A polícia ucraniana relatou 2.291 ataques russos na região de Donetsk durante o dia de hoje. Segundo uma publicação no Telegram, registaram-se ataques com “aviões de combates, sistemas de rockets e artilharia”.

Na cidade de Kurakhivka, uma pessoa morreu e outra ficou ferida. A polícia assinalou ainda outros dois feridos. Várias casas foram destruídas.

Depois de uma breve e preenchida visita de estado a Pyongyang, Vladimir Putin despediu-se de Kim Jong-un com uma promessa. “Vamos manter-nos em contacto”, disse o Presidente russo ao líder norte-coreano no aeroporto.

O vídeo do momento em que os dois chefes de Estado se abraçam foi partilhado no Telegram pelo jornalista russo Pavel Zarubin.

Depois da assinatura de um “acordo de parceria estratégica” com a Coreia do Norte, Vladimir Putin parte agora para o Vietname.

Jorge Rodrigues destaca que a visita de Putin à Coreia do Norte permite que Pyongyang estabeleça novas parcerias militares não só com a Rússia. Ainda, a opinião pública pode mudar o rumo de Israel.

Ouça aqui o novo episódio de “Gabinete de Guerra” da Rádio Observador.

Acordo entre Putin e Kim Jong-un? “Não importa”

Volodomyr Zelensky esteve reunido com o porta-voz do Parlamento polaco esta quarta-feira. “Durante a minha reunião com Szymon Hołownia, debatemos a situação na linha da frente e o terror aéreo da Rússia. Falámos também da cooperação para proteger os céus ucranianos”, escreveu o presidente ucraniano na rede social X.

During my meeting with Poland’s Sejm Marshal @szymon_hołownia, we discussed the frontline situation and Russia’s ongoing aerial terror. We also talked about cooperation to protect Ukrainian skies.

Separately, we reviewed the Global Peace Summit outcomes and preparations for… pic.twitter.com/XJr9vjr893

— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) June 19, 2024

“Analisámos os resultados da Cimeira Mundial da Paz e os preparativos para a assinatura de um acordo de segurança bilateral”, acrescentou, referindo que aprecia o facto de a Polónia defender a adesão da Ucrânia à UE. “Estamos gratos pela assistência abrangente que presta ao nosso país”, reitera.

Andriy Kostin, procurador-geral ucraniano, partilhou esta quarta-feira a imagem de um veículo militar com uma cabeça decapitada no capot (a imagem pode impressionar os leitores mais sensíveis).

Segundo o The Kyiv Independent, o soldado ucraniano alegadamente decapitado pelas forças russas na cidade de Donetsk já foi identificado.

Нові жахливі докази злочинної політики рф, спрямованої на знищення українців. Ми отримали інформацію, що російські командири віддали наказ не брати в полон українських військовослужбовців, натомість вбити їх з нелюдською жорстокістю — шляхом обезголовлення. Факт обезголовлення… pic.twitter.com/UNZab2tiFY

— Andriy Kostin (@AndriyKostinUa) June 18, 2024

A descoberta do corpo do soldado foi divulgada ontem e foi classificada pelos responsáveis ucranianos enquanto crime de guerra. A Ucrânia alega que os comandantes russos deram ordens “para não capturar militares ucranianos, mas sim para os matar com crueldade desumana, por decapitação”.

Na publicação, Kostin esclarece que a identidade do soldado foi estabelecida, mas que o seu nome não seria ainda divulgado “uma vez que estão em curso procedimentos para a confirmação final dos seus dados”. “Também identificámos os comandantes russos potencialmente responsáveis pela decapitação do defensor ucraniano”, acrescentou.

O Ministério da Agricultura da Ucrânia estima que, desde o início da guerra, esta área de atividade tenha perdido 10 mil milhões de dólares, o equivalente a 9,3 mil milhões de euros.

A estimativa destas perdas inclui a destruição de maquinaria (5,4 mil milhões de euros) ou danos a quintas de animais (232,7 milhões de euros), cita a Sky News.

Os danos na agricultura fizeram subir os preços da alimentação “em aproximadamente 35% em 2022”, notou Taras Vysotsky, o responsável pela pasta da agricultura. O governante acredita que a situação alimentar “não vai estabilizar até que seja criadas novas rotas de exportação”.

Alguns ataques de drones feitos pela Rússia danificaram a infraestrutura energética da Ucrânia e fizeram pelo menos dois feridos na região de Lviv, escreve a Sky News.

Os feridos são dois homens que foram atingidos por destroços.

As forças russas lançaram cinco ataques de drones contra Lviv.

Dmitry Peskov, o porta-voz do Kremlin, considera que o acordo de cooperação firmado entre a Rússia e a Coreia do Norte é “para benefício próprio”, rejeitando que seja dirigido a países terceiros.

“Construímos relações, especialmente com os nossos vizinhos, não contra ninguém, mas para o nosso benefício, para o benefício dos interesses dos povos dos nossos dois países. A cooperação russo-coreana não é dirigida contra nenhum país terceiro”, disse ao jornal russo Izvestia.

Vladimir Putin rejeita “as tentativas para culpar” a Coreia do Norte pela escalada de tensão geopolítica no mundo. Em declarações citadas pela agência Tass, o Presidente russo considera “categoricamente inaceitáveis” essas “tentativas”.

Aos olhos de Putin, a Coreia do Norte “tem o direito de tomar medidas razoáveis ​​para fortalecer a sua própria capacidade de defesa, garantir a segurança nacional e proteger a soberania”.

O líder russo assegura também que a Rússia “continuará pronta para fazer esforços políticos e diplomáticos no interesse de eliminar a ameaça de uma recorrência do conflito armado na Península Coreana, formando aqui uma arquitetura de paz e estabilidade a longo prazo baseada no princípio de segurança comum”.

Ainda durante a conferência de imprensa, o líder norte-coreano descreve Putin como “o mais querido amigo do povo coreano”.

Kim Jong-un reforça também o apoio “a todos os camaradas russos — os nossos mais honestos amigos e camaradas”, cita a agência estatal russa Tass.

“O acordo assinado hoje também prevê a prestação de assistência mútua em caso de agressão contra uma das partes do acordo”, declara o Presidente russo durante a conferência de imprensa em Pyongyang, a propósito do acordo assinado com a Coreia do Norte.

“Não se trata apenas de uma declaração, isto já está a acontecer e tudo isto é uma violação grosseira das restrições assumidas pelos países ocidentais no âmbito de vários tipos de obrigações internacionais”, afirma Putin.

O governante russo também “não exclui a hipótese de cooperação militar e técnica” com a Coreia do Norte.