Momentos-chave
- Moedas reage às críticas do Bloco. "Mostra um certo desespero. É um ataque de carácter inadmissível"
- Aguiar-Branco sobre Orçamento: "Acho que estamos num bom caminho"
- PAN lamenta discursos "muito virados para o passado"
- PCP lamenta "novela" orçamental: "PS e PSD não são tão diferentes assim"
- IL: "É preferível eleições a um mau Orçamento"
- Bloco ataca "discurso profundamente lamentável" de Moedas: "Pequeno napoleão"
- CDS acusa PS de "intransigência irrazoável"
- Chega: "Existe um acordo entre PS e PSD. E eles vão ficar com o ónus disso"
- Avisos de Moedas? "Não sei a quem se referia", atalha Alexandra Leitão
- Moedas deixa o primeiro aviso: "O país não pode ficar refém de ansiedades pessoais e partidárias"
- PSD sugere que Pedro Nuno preferiu eleições
Histórico de atualizações
-
BE pede parecer da PSP após decisão de vedar cerimónia do 5 de Outubro ao público
O BE pediu hoje ao Ministério da Administração Interna um parecer da PSP sobre a cerimónia desta manhã do 114.º aniversário da Implantação da República, em Lisboa, por esta ter sido vedada ao público.
“A cerimónia solene do 114º aniversário da Implantação da República decorreu fechada ao público, ficando meramente reservada aos convidados oficiais. Para a decisão, segundo informação veiculada por diversos órgãos de comunicação, foi determinante a avaliação de risco feita pela Polícia de Segurança Pública (PSP)”, refere-se no requerimento enviado pelo BE ao Governo, através do parlamento.
Para os bloquistas, apesar de esta não ser uma decisão inédita, “não deve ser normalizado o facto de a celebração oficial da implantação do regime republicano decorrer sem assistência do público”.
O BE defende que devia ter-se encontrado uma solução que garantisse a “segurança dos membros dos órgãos de soberania, autarcas e demais convidados oficiais” e ao mesmo tempo a “participação das cidadãs e dos cidadãos” que pretendessem assistir.
-
Moedas reage às críticas do Bloco. "Mostra um certo desespero. É um ataque de carácter inadmissível"
Carlos Moedas já reagiu às críticas do Bloco de Esquerda, que aproveitou o discurso do autarca no 5 de Outubro para acusar o social-democrata de se comportar como um “pequeno Napoleão”.
Em declarações aos jornalistas, à margem da reabertura do Teatro Variedades, Moedas lamentou os termos utilizados pelos bloquistas.
“Mostra um certo desespero. É um ataque de carácter. Não há nada para dizer e então atacam-me no carácter. Não é admissível. Pensava que alguns partidos iriam agradecer o trabalho que fizemos ou pelo menos reconhecer o trabalho”, disse, antes de acrescentar: “Não recebo lições de ninguém”.
-
Aguiar-Branco sobre Orçamento: "Acho que estamos num bom caminho"
José Pedro Aguiar-Branco, presidente da Assembleia da República, fala agora a partir do Parlamento, que hoje abre portas para assinalar o 5 de Outubro. “Para que as pessoas sintam que é uma casa delas. É um momento simbólico, mas desejo que se possa repetir todos os fins de semana”, explica o social-democrata.
O presidente da Assembleia da República comenta ainda o processo orçamental . “Acho que estamos num bom caminho. Estou esperançoso que assim seja. Dá uma mensagem de maturidade política. Saúdo esta capacidade de fazer consensos. É isso que se espera em democracia. Não há vitoriosos e derrotados. Ganham os portugueses e Portugal”, diz.
“A sociedade deseja que haja um Orçamento e que primeiro-ministro e líder da oposição demonstrem maturidade — que estão estão demonstrar”, reforça.
-
PAN lamenta discursos "muito virados para o passado"
Inês Sousa Real fala agora e critica o discurso de Carlos Moedas. “Foi um discurso muito virado para o passado e muito pouco focado nos desafios do presente”, começa por dizer, lamentando que o presidente da Câmara de Lisboa continua a relacionar os problemas de insegurança ao desafio da imigração.
-
Rui Tavares desmente Moedas e diz que sem-abrigo continuam na zona dos Anjos
Rui Tavares considera que os discursos de Marcelo Rebelo de Sousa e, em particular, de Carlos Moedas reforçam “tendências nacionalistas”.
Ao mesmo tempo, o deputado diz que Moedas insiste em citar Moedas, “o que é bonito”, ironiza, mas não pratica o “humanismo”. “Como é que o presidente da Câmara chega aqui e diz que é preciso acolher bem os imigrantes e não o fez?”, desafia o líder do Livre. Rui Tavares diz ainda que as pessoas em situação de abrigo continuam a viver na zona dos Anjos.
-
PCP lamenta "novela" orçamental: "PS e PSD não são tão diferentes assim"
É a vez de João Ferreira. “Se há alguma virtude que esta novela nos tem trazido é evidenciar como estamos longe da discussão que verdadeiramente interessa. PS e PSD não são tão diferentes assim”, denuncia o comunista.
“A política deste Governo está longe de responder aos desafios do país. Esta discussão entre PS e PSD demonstra que dali não virá a resposta aos problemas que o país enfrenta”
-
IL: "É preferível eleições a um mau Orçamento"
Mariana Leitão, líder parlamentar da Iniciativa Liberal, critica a proposta de Pedro Nuno Santos e acusa o PS de querer “impor o seu programa eleitoral, a sua visão de país”. “É uma visão errada que não trouxe nada de positivo para o país”, atira.
A liberal acredita que a proposta do Governo já é “má o suficiente” e que a contraproposta do PS é ainda pior. “É preferível eleições a um mau Orçamento”, remata Mariana Leitão.
-
Bloco ataca "discurso profundamente lamentável" de Moedas: "Pequeno napoleão"
Fabian Figueiredo, líder parlamentar do Bloco de Esquerda, critica Carlos Moedas. “Fez um discurso lamentável. Mostra que a República também é capaz de produzir os seus pequenos napoleões”, diz o bloquista.
O líder parlamentar do Bloco acusa Moedas de se ter “colado ao discurso da extrema-direita” em matéria de imigração e de estar refém dos interesses imobiliários.
Fabian Figueiredo fala ainda sobre o Orçamento do Estado e deixa um aviso a Pedro Nuno Santos: “Quem se coloca no campo de viabilização de um Orçamento, não se coloca no campo da construção da alternativa”.
-
CDS acusa PS de "intransigência irrazoável"
É a vez de Paulo Núncio, líder parlamentar do CDS. Mesmo dizendo que será o primeiro-ministro a dar uma resposta oficial à proposta de Pedro Nuno Santos, o democrata-cristão não se mostrou particularmente satisfeito.
“A proposta do PS continua a demonstrar uma intransigência irrazoável que não é bom sinal. Há uma inflexibilidade e radicalismo do PS relativamente ao IRC que não me parece um bom sinal para que as negociações sejam bem sucedidas”, diz.
-
Chega: "Existe um acordo entre PS e PSD. E eles vão ficar com o ónus disso"
Fala Pedro Pinto, líder parlamentar do Chega. “Revi-me nas palavras do presidente da Câmara Municipal de Lisboa quando disse que Portugal tem um problema de imigração e de insegurança. Com o aparecimento do Chega, toda a gente fala nestes temas. É bom”, começa por dizer.
Sobre a intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa, Pedro Pinto diz que foi “contraditório”. Se, por um lado, o Presidente da República anda alimentar um “clima de medo” perante uma crise iminente, acabou esta manhã para dizer exatamente o contrário: “Que Portugal tem superado todas as crises”.
Mantendo que “Portugal é uma democracia madura, que superará todas as crises”, Pedro Pinto acabou por desvalorizar o cenário de eleições antecipadas porque acredita que Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos já têm um entendimento. “Existe um acordo entre PS e PSD. E eles vão ficar com o ónus disso”, denunciou o líder parlamentar do Chega.
-
Avisos de Moedas? "Não sei a quem se referia", atalha Alexandra Leitão
Alexandra Leitão, líder parlamentar do PS, reage agora. “Foi um discurso no qual todos nos revemos”, começa por sublinhar a socialista.
“Quanto ao Orçamento vamos aguardar serenamente. Não irei comentar por cordialidade. Que eu saiba não houve nenhum feedback [oficial] do Governo. Até haver uma resposta oficial, não comentarei.”
Confrontada com o facto de Carlos Moedas ter dito que o país não podia estar “refém de interesses partidários”, Alexandra Leitão atalhou: “Não sei a quem se referia. Não tenho nenhum comentário a fazer ao discurso do senhor presidente da Câmara Municipal de Lisboa”.
-
"Não é dia para falar sobre o Orçamento do Estado", diz ministra
Começam as reações partidárias ao discurso de Marcelo Rebelo de Sousa. Margarida Balseiro Lopes, ministra da Juventude, é a primeira a fazê-lo, mas atalha rapidamente: “Não é dia para falar sobre o Orçamento do Estado”.
Fazendo questão de frisar que estava a falar na qualidade de vice-presidente do PSD e não de ministra, Balseiro Lopes insistiu várias vezes: “Não estou aqui para falar sobre o Orçamento”. A ministra despediu-se, sem mais.
-
Marcelo: "Pluralismo é melhor do que viver com verdade única"
Marcelo Rebelo de Sousa diz que República e democracia “estão vivas, mas sabem que têm de mudar e muito: nos 2 milhões de pobres, nas desigualdades entre pessoas e territórios, no combate à corrupção, no envelhecimento coletivo”.
O Presidente diz que a República e a democracia sabem que “viver com liberdade é melhor que viver com repressão”, que “pluralismo é melhor do que viver com verdade única”, que “tolerância e pluralismo é muito melhor do que aversão ao diferente e fechamento”. E acrescenta: “A mais imperfeita democracia, é muito melhor que a mais tentadora ditadura. Por isso vale a pena aqui virmos todos os anos. Até para dizermos que queremos que a nossa República democrática seja mais livre, mais igual, mais justa, mais solidária, para o bem de Portugal que é nos une. Agora e sempre”.
-
Marcelo diz que apesar de anos "amiúde atribulados" o "que é certo" é que a República e a democracia "estão vivas"
O Presidente da República diz que a “República e a democracia resistiram a crises financeiras e económica” e que também “assistiram a partidos e forças sociais subirem e descerem, ao surgimento de outras década após década e às vezes a adaptação das originárias”.
Marcelo Rebelo de Sousa diz que “numa palavra, com 114 anos a República e 50 anos a democracia, com anos amiúde atribulados para uma e para outra, o certo é que estão vivas.” E acrescenta: “O mundo mudou, Portugal mudou. A democracia está viva, não é perfeita nem acabada, longe disso”.
-
Marcelo inicia o discurso a dizer que "a democracia está viva"
O Presidente da República começa a discurso do 5 de Outubro a dizer que “a democracia está viva” e enumera os vários momentos em que a República foi atacada, mas que acabou por sobreviver, desde a I República até à ditadura, passando pela Guerra Colonial.
Marcelo Rebelo de Sousa refere depois que a “República renasceu” com o 25 de Abril e que “afirmou a sua plena legitimidade eleitoral em 1982”.
“A República e a democracia experimentaram substanciais mudanças, viram o mundo mudar de bipolar, para unipolar e para multipolar, e Portugal sempre fiel aos seus princípios”, diz Marcelo.
[Ouça aqui a intervenção do Presidente da República nas comemorações do 5 de outubro:]
-
Moedas insiste no reforço das competências da Polícia Municipal
“Hoje temos a oportunidade de fazer mais e melhor pela segurança das pessoas. Foi também uma sensação de insegurança e de impunidade que fez ruir a jovem República portuguesa. Temos por isso de levar a sério aqueles que sentem uma certa impunidade nas ruas e uma fraca resposta do Estado”, continua Moedas.
“É preciso dizê-lo: não queremos um Estado omnipotente, que tudo pretende fazer; mas queremos um Estado com autoridade para fazer cumprir a lei. Hoje temos a oportunidade de devolver ao Estado a capacidade de atuar. De lhe devolver a autoridade que parece desbaratada aos olhos de tantos. Lisboa e Portugal têm na segurança o seu maior ativo – e não o podemos perder. Por isso é que pedi ao anterior Governo, e volto a fazê-lo agora, mais 200 agentes para a Polícia Municipal de Lisboa.”
“E por isso volto também a dizer: precisamos de reforçar as competências dos nossos polícias municipais. Mais competência para as polícias municipais é mais segurança para as cidades”, termina Moedas.
-
Câmara terá encontrado solução para os sem-abrigo na Igreja dos Anjos
Numa parte do discurso dedicada ao tema da imigração, Carlos Moedas acaba de anunciar que os serviços da autarquia conseguiram encontrar alojamento para todas as pessoas em situação de sem abrigo concentradas junto à Igreja dos Anjos.
Antes desse anúncio, Moedas tinha denunciado a “inércia” e “irresponsabilidade” que conduziu a uma situação-limite em termos de imigração. “Esta irresponsabilidade aumenta a desconfiança na nossa sociedade e alimenta os extremismos de um lado e de outro. Precisamos de uma política de imigração que valoriza e traz dignidade a quem chega ao nosso país. Queremos acolher, mas também esperamos de quem vem que se saiba e queira integrar. Que respeite a nossa cultura aberta e os nossos valores europeus”, sublinha.
-
Moedas deixa o primeiro aviso: "O país não pode ficar refém de ansiedades pessoais e partidárias"
Sem nunca o referir abertamente, mas tendo sempre como plano de fundo o impasse orçamental que se vive no país (mas também o próprio combate político que se vai travando na Câmara Municipal de Lisboa), Carlos Moedas deixa o primeiro aviso desta manhã.
“Quantas vezes na nossa história nos desviámos do caminho porque foram preferidas vaidades pessoais e interesses partidários em vez do bem-comum ou do interesse nacional? Hoje, quando tanto se fala de bloqueios e de travar medidas essenciais para o futuro do país, devemos ser claros: o país não pode parar. O país não pode ficar refém de ansiedades pessoais e partidárias. É o estado do país e não os estados de alma que devem guiar os líderes políticos”, diz.
[Ouça aqui o discurso de Carlos Moedas na íntegra:]
Carlos Moedas: “País não pode ser refém de ansiedades pessoais e partidárias”
-
Moedas começa por recordar a República, Abril e Camões
Discursa agora Carlos Moedas. “Quis a sorte ou a providência que estes 114 anos de República se encontrassem com uma feliz coincidência. Que coincidissem com os 50 anos de Abril. Com um momento em que o dia inteiro e limpo cobriu esta cidade, e daqui se espalhou por todo o país. Mas estes 114 anos coincidem ainda com outro momento. Com os 500 anos do nascimento de Luís de Camões. Do nascimento do poeta da Nação, sua consciência mais íntima e sua expressão mais autêntica. Parece por vezes que este marco passou despercebido. Que escapou à memória de parte da classe política que teria o dever de o lembrar”, começa por dizer o presidente da Câmara de Lisboa.
“O Senhor Presidente da República bem o disse uma vez, que nunca faremos justiça a Camões. Podemos não conseguir fazer-lhe justiça, mas temos sempre algo a aprender com Camões. Porque foi ele, em grande medida, que nos fez compreender quem somos. Dizem que os grandes poetas eternizam o instante. Na nossa vida vemos correr o rio do tempo, vemos fugir os instantes, vemos mudarem-se os hábitos e as vontades.”
-
Arrancam as cerimónias do 5 de Outubro
Já começou a cerimónia solene que vai assinalar os 114 anos da Implantação da República.
Veja aqui o alinhamento:
- 10h30 Formação do Batalhão da Guarda Nacional Republicana na Praça do Município/Rua do Arsenal; Chegada dos convidados e encaminhamento para os lugares.
- 10h45 O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, a presidente da Assembleia Municipal de Lisboa e os vereadores deslocam-se para o átrio dos Paços do Concelho.
- 10h50 Chegada do primeiro-Ministro;
- 10h55 Chegada do Presidente da Assembleia da República;
-
11h00 Chegada do Presidente da República;
- 11h10 Início da cerimónia. Segue-se o hastear da Bandeira Nacional pelo Presidente da República, coadjuvado pelo Presidente Câmara Municipal de Lisboa, ao som
do Hino Nacional, tocado pela Banda da Guarda Nacional Republicana;
-
Terminado o Hino Nacional, as individualidades presentes na varanda formam de novo um cortejo para descer do Salão Nobre para a Praça do Município, onde irão ocupar os respetivos lugares;
-
Intervenção do presidente da Câmara Municipal de Lisboa;
-
Intervenção do Presidente da República;
- 11h40 Desfile das Forças em parada, em continência a Sua Excelência o Presidente da República;
- 11h45 Fim da Cerimónia e saída protocolar das individualidades.