Um grupo de colonos israelitas armados terá intercetado um veículo com dois homens, junto à cidade de Hebron, na Cisjordânia, relata a agência Wafa. Depois do assalto, os homens foram atacados fisicamente, com recurso a tinta, e o carro acabou roubado.

A administração Biden restaurou hoje uma política legal dos Estados Unidos, com quase 50 anos, de que os colonatos israelitas nos territórios palestinianos ocupados são “ilegítimos” de acordo com o direito internacional.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken disse que os Estados Unidos acreditam que os assentamentos são “inconsistentes” com as obrigações de Israel, revertendo uma determinação feita pelo seu antecessor, Mike Pompeo, na mais recente mudança da administração de Joe Biden em relação às políticas pró-Israel adotadas pelo ex-presidente Donald Trump.

Os comentários de Blinken foram feitos em resposta a uma pergunta de um repórter sobre um anúncio de que Israel iria construir mais de 3.300 novas casas em colonatos na Cisjordânia como resposta a um ataque a tiros palestino fatal.

Os bombardeamentos das forças israelitas continuam em toda a Faixa de Gaza, garante a Al Jazeera. Nas últimas horas, registou-se um ataque em Rafah e, na cidade de Gaza, o bairro de Zeitoun continua a ser alvo de confrontos entre o Hamas e Israel.

Mais de 100 palestinianos morreram nas últimas 24 horas em ataques israelitas na Faixa de Gaza, segundo o Ministério da Saúde da região, que é controlado pelo Hamas.

O The Times of Israel indica que o ministério não faz diferença, nos números, entre vítimas civis e combatentes.

A agência Wafa informa que dois palestinianos ficaram feridos na sequência de um ataque israelita no campo de refugiados de Jalazone, em Ramallah.

Em comunicado a que a Al Jazeera teve acesso, o Hezbollah disse que o soldado Muhammad Alawiyah, mais conhecido como Abu Ali, foi morto, não adiantando mais detalhes.

Segundo a estação israelita Kann, Abu Ali era um “soldado sénior do Hezbollah”, sendo “considerado comandante da área de Maroun Ras”, no Líbano. A mesma fonte adiantou que o soldado morreu devido aos ferimentos sofridos num ataque israelita.

Um porta-voz da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA) disse esta sexta-feira que a organização não consegue fornecer mais assistência no norte de Gaza, dado que tem apenas “alguns funcionários” na região e a ordem civil entrou em colapso.

A UNRWA acrescentou, citada pela Al Jazeera, que luta para ajudar milhões de palestinianos em Gaza e em toda a região.

“Acredito que temos algumas semanas, cinco ou seis, menos que isso. Depois disso, não poderemos continuar a prestar serviços, não só em Gaza, mas também em lugares como Síria, Jordânia, Líbano, Cisjordânia e Jerusalém”, disse Adnan Abu Hasna, porta-voz da UNRWA.

O parlamento da Alemanha aprovou hoje a participação das Forças Armadas do país na missão da União Europeia (UE) no Mar Vermelho, oficializada na segunda-feira e que visa proteger os navios comerciais dos ataques dos rebeldes iemenitas Huthis.

Na votação, 538 deputados aprovaram o mandato que permitirá enviar até 700 militares até fevereiro de 2025, envolvendo aproximadamente 55,9 milhões de euros. Votaram contra 31 deputados, enquanto quatro abstiveram-se.

Os Huthis aproveitam a “situação geográfica do Iémen, que lhes permite, com relativamente poucos recursos, desestabilizar continuamente um centro nevrálgico da economia mundial”, argumentou a deputada do partido Os Verdes, Sara Nanni, para justificar a necessidade da intervenção.

A oposição democrata-cristã alemã também apoiou a missão porque, segundo o deputado Jürgen Hardt, “não se pode ficar à margem se uma via tão importante no mundo estiver ameaçada pelo terrorismo”.

Já o Partido de Esquerda da Alemanha (‘Die Linke’) e a Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita, opuseram-se.

“Quem quiser acalmar a situação (no Mar Vermelho) precisa de uma estratégia coerente para o barril de pólvora do Médio Oriente. Sem um cessar-fogo em Gaza, sem uma solução de dois Estados, não haverá calma no Mar Vermelho”, argumentou o deputado do “Die Linke’ Dietmar Barsch.

Osama Hamdan, alto dirigente do Hamas, disse que os planos do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu para o pós-guerra “nunca terão sucesso”.

“Quando se trata do day after na Faixa de Gaza, Netanyahu apresenta ideias que sabe muito bem que nunca terão sucesso”, afirmou em conferência de imprensa em Beirute, segundo o Times of Israel.

O ministro das Finanças Israelita, Bezalel Smotrich, anunciou hoje a construção de mais 3.300 habitações em três colonatos da Cisjordânia ocupada, decisão justificada pelo ataque palestiniano na quinta-feira que provocou a morte de um israelita na zona. A decisão foi criticada pela Autoridade Nacional Palestiniana (AP).

Segundo um comunicado de Smotrich, dirigente do partido de extrema-direita Sionismo Religioso, o Governo vai tentar aprovar a construção nos colonatos, considerados ilegais pelas principais instâncias institucionais, de 2.350 novas casas em Maale Adumin, perto do local onde ocorreu o tiroteio, outras 300 em Keidar, e ainda 694 em Efrat.

“Que todo o terrorista que pretenda atacar-nos saiba que levantar um dedo contra cidadãos israelitas implicará um golpe mortal e destrutivo, para além do aprofundamento do nosso controlo eterno sobre toda a terra de Israel”, disse Smotrich, ele próprio de um colonato, classificando a decisão de “uma apropriada resposta sionista”.

Os representantes da Síria estiveram esta sexta-feira no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) e pediram àquele órgão que emitisse uma decisão consultiva relativa às muitas violações israelitas nos territórios palestinianos.

Segundo a Al Jazeera, a delegação da Síria lembrou ao TIJ que Israel violou um “enorme registo de resoluções da ONU”, referindo-se a 180 da Assembleia geral da ONU e 227 do Conselho de Segurança.

Antony Blinken, secretário de Estado dos Estados Unidos, mostrou-se esta sexta-feira contra a política definida pela administração Trump, que permitia a Israel construir três mil casas nos colonatos na Cisjordânia. Para Washington esta medida é “incompatíveis com a lei internacional”.

Em conferência de imprensa realizada em Buenos Aires, na Argentina, o secretário de Estado disse ainda que a administração Biden está “desiludidada”, porque esta “tem sido uma política de longa data dos EUA”.

A Al Jazeera acrescenta que Blinken considerou que as “novas leis são contraproducentes para alcançar uma paz duradoura”, garantindo que a administração Biden “mantém uma firme oposição à expansão dos colonatos”.

A Suíça disse esta sexta-feira no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) que Israel criou, nos territórios da Palestina, um “ambiente de ameaça” que “não pode ser justificado sob requisitos de segurança porque afeta o bem-estar da população e é de natureza discriminatória”.

Segundo a Al Jazeera, os representantes helvéticos argumentaram que Israel tem a obrigação de proteger o bem-estar da população no território, reivindicando a Quarta Convenção de Genebra, que reafirma a relevância dos direitos humanos em contexto de ocupação.

Bruno Cardoso Reis diz que é preciso perceber o equilíbrio de forças em Israel e diz que EUA querem reduzir custos humanos no conflito.

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“Netanyahu está a perder em favor dos moderados”

O Crescente Vermelho Palestiniano (PRCS) afirmou esta sexta-feira que as forças israelitas atacaram o hospital al-Amal, em Khan Younis, que acabou por sofrer “danos significativos”.

????Urgent: Israeli occupation forces have just targeted the vicinity of PRCS Al-Amal Hospital in Khan Yunis, resulting in significant damage to the hospital's facilities.#NotATarget ❌#IHL #AlAmalHospital

— PRCS (@PalestineRCS) February 23, 2024

O Hezbollah afirmou esta sexta-feira que atacou, em duas ocasiões, as fazendas Shebaa, terreno que é reivindicado pelo Líbano, mas encontra-se ocupado por Israel.

Segundo as declarações a que a Al Jazeera teve acesso, o grupo libanês disse ter disparado mísseis contra o local de Ruwaisat al-Alam e contra um posto de radar israelita, causando “lesões diretas” nos dois casos.

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos denunciou hoje “graves violações” cometidas “por todas as partes” em Israel, Gaza e Cisjordânia, exigindo que a justiça seja feita e os autores responsabilizados.

“A justiça é um pré-requisito para acabar com ciclos de violência e para que os palestinianos e os israelitas tomem medidas significativas em direção à paz”, defendeu o alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, no âmbito da publicação do relatório sobre a situação dos direitos humanos em Israel, Gaza e Cisjordânia, entre novembro de 2022 e o mesmo mês de 2023, abrangendo o início do conflito, em curso desde 07 de outubro, na Faixa de Gaza.

Türk sublinhou que não se pode permitir que “continue a impunidade enraizada documentada [pelo organismo da ONU] durante décadas”.

Os militares dos Estados Unidos disseram esta sexta-feira que destruíram drones e mísseis de cruzeiro antinavio dos houthis no Iémen e no Mar Vermelho, afirmando que estes representavam uma ameaça aos navios mercantes e aos navios da Marinha norte-americanos, relata a Reuters.

Estes ataques aconteceram na quinta e sexta-feira, segundo o comando central dos militares, e atingiram quatro drones e dois mísseis de cruzeiro que iam ser lançados do Iémen, em áreas controladas pelos houthis, em direção ao Mar Vermelho.

Foram ainda abatidos três drones de ataque unidirecional dos houthis, junto a navios comerciais que se encontravam no Mar Vermelho, disse a mesma fonte.