Histórico de atualizações
  • BE arranca campanha em Paris - para mostrar quem teve de emigrar

    Para mostrar onde estão as pessoas que tiveram que emigrar, o BE é o primeiro partido português a arrancar a campanha fora do país, lançando em Paris um combate contra a austeridade para “fazer a diferença”.

    Em declarações à agência Lusa, o diretor de campanha do BE para as eleições legislativas, Ricardo Moreira, explicou que o partido decidiu arrancar a campanha, a 21 de setembro, fora do país, em Paris, onde se vai “reunir com emigrantes que vêm de toda a Europa, pessoas que nos últimos anos foram obrigadas a sair do país por causa da austeridade”

    “Queremos mostrar onde é que estão as pessoas que tiveram que sair de Portugal neste êxodo nos últimos quatro anos e mostrar que, para que o país seja viável, é necessário arranjar condições para as pessoas não saírem de Portugal e para estas voltarem”, justificou.

    Durante esta campanha para as legislativas, “o Bloco está concentrado na ideia de que é preciso combater a austeridade em dois pontos”, sendo o primeiro a denúncia daquilo “que a austeridade está a fazer ao país”, fazendo para isso visitas a hospitais, escolas, serviços públicos cujo funcionamento está em causa ou em risco. “Por outro lado, também nos esforçamos por mostrar bons exemplos e alternativas, o que se faz bem apesar das dificuldades”, disse.

    Desde o verão que o partido anda “por todo o país” em ações políticas, sendo “a média nesta fase de pré-campanha de 300 quilómetros por dia, que agora vai acelerar bastante na campanha oficial”.

    Ricardo Moreira explicou ainda que a caravana oficial de campanha – que contará com a presença da porta-voz bloquista, Catarina Martins, e dos principais protagonistas nos vários distritos – terá “grandes ações em Lisboa, Porto, Coimbra, Braga, Setúbal, Faro ou Aveiro”, havendo ainda a aposta nas regiões autónomas no calendário. “Durante esses dias vamos manter a atividade de vários dirigentes do Bloco noutros locais do país”, explicou.

    Porque “um deputado do Bloco faz uma enorme diferença”, depois do arranque oficial a 21 de setembro em Paris, a caravana bloquista terá “um mega almoço nacional” em Lisboa no dia 27, domingo, estando o encerramento da campanha, dia 02 de outubro, marcado para o Porto, como tem acontecido nas últimas eleições.

    “Não posso garantir que nos próximos tempos será este o mote [fazer a diferença] porque isso tem a ver com a dinâmica da campanha, mas essencialmente essa é a mensagem: é necessário fazer diferente porque até agora este caminho da austeridade tem-nos levado até um buraco de onde não há saída e por isso dar a volta implica fazer diferente”, disse.

  • PS "pagará com gosto fatura" de mais 200 milhões para agricultura

    O PS afirmou esta sexta-feira que, se formar Governo, “pagará com gosto a fatura” do orçamento do Ministério da Agricultura, num total de 200 milhões de euros em cinco anos, mas considera eleitoralista a medida do atual executivo.

    De acordo com a Lusa, esta posição consta de uma nota assinada pelo dirigente socialista Luís Capoulas Santos, em reação ao anúncio pela ministra da Agricultura, Assunção Cristas, de que o Governo reforçará em 200 milhões de euros a verba do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) destinada às medidas agroambientais, para responder ao elevado número de candidaturas.

    “O mesmo Governo que apresentou o PDR/2020 há poucos meses e se ‘esqueceu’ de o dotar da contrapartida nacional necessária, resolveu agora, a 23 dias das eleições, reforçar o orçamento do Ministério da Agricultura em 40 milhões de euros por ano, durante os próximos cinco anos. Uma fatura que o governo do PS pagará com gosto, obviamente”, escreveu o ex-ministro socialista e cabeça de lista pelo círculo eleitoral de Évora.

    Segundo Assunção Cristas, o Governo está “em condições de anunciar que será reforçado o PDR, que é o programa de fundos comunitários de apoio à agricultura, em 200 milhões de euros, que provêm do Orçamento do Estado, para acomodar todas as candidaturas às medidas agroambientais”, passando a um total de 774 milhões de euros.

    Inicialmente estava prevista uma dotação de 574 milhões de euros para esta área, que inclui a ajuda à agricultura biológica, ao modo de produção integrado, ao uso eficiente da água e às culturas tradicionais de sequeiro, como o castanheiro, o olival ou o amendoal.

  • BE quer "leques salariais" nas empresas para haver igualdade de rendimentos

    Catarina Martins quer “leques salariais” nas empresas acabar com as desigualdades de rendimentos entre funcionários.

    Num almoço com cerca de 150 sindicalistas e ativistas laborais que apoiam BE, Catarina Martins avançou com algumas propostas do Bloco de Esquerda na área do trabalho: “Impor leques salariais para não permitir que as administrações esbulhem os rendimentos das empresas à conta de quem trabalha e não consegue sequer ter um salário digno é uma medida de redistribuição da riqueza”, afirmou citada pela agência Lusa.

    Como exemplo, deu conta de um referendo que se realizou no ano passado na Suíça e que propunha que “numa empresa não pudesse existir uma diferença de leque salaria maior do que 12, ou seja, que ninguém pudesse ganhar num mês mais do que outra pessoa, na mesma empresa, ganhasse num ano inteiro”.

    “Propostas como leques salariais são propostas novas na política portuguesa que o BE avança nesta campanha”, referiu.

    Catarina Martins adiantou que tem que se “começar a pensar em novas exigências para construir a dignidade e redistribuição de riqueza”.No almoço, onde também esteve presente o mandatário nacional do BE e coordenador da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, António Chora, destacou o exemplo dos sindicalistas e ativistas “em nome dos direitos de trabalho”.

  • Cavaco só viu "parte" do debate, mas quer ida massiva às urnas (apesar do futebol)

    Foi um apelo ao voto pela voz do Presidente da República. Falando à margem de um roteiro da formação profissional, Cavaco Silva admitiu que só viu “uma parte” do debate entre Passos e Costa e que não lhe cabe a ele comentar. “Cabe aos comentadores avaliar”, disse. Sobre o decorrer da campanha, o Presidente da República notou que estava a decorrer de forma “menos crispada” do que o habitual e apelou a todos os portugueses para irem votar no dia 4 de outubro.

    Mesmo com os jogos de futebol dos três grandes marcados para esse dia. “O que eu apelo é para que os portugueses não deixem de votar. Podem ir ao futebol, mas antes ou depois não deixem de exercer o seu direito de voto”, disse.

    Mas se poupou nas críticas:

    “Fiquei surpreendido que se tenha quebrado esta tradição de não haver jogos de futebol no dia das eleições. Tendo eu anunciado o dia da eleições no dia 22 de julho, nessa altura pensei que os organismo do futebol conseguiam encontrar um calendário adequado”, disse.

  • Luís Montenegro: "Costa é uma reedição de Sócrates amanhada numa arrogância intelectual"

    Luís Montenegro, líder parlamentar do PSD e cabeça de lista por Aveiro, comentou esta sexta-feira no DN aquilo que considerou serem as “legendas do debate” de quarta-feira à noite entre Passos e Costa.

    Segundo Montenegro, independentemente do “lado mais agressivo” de um e da “serenidade e consistência” do outro, o que o debate trouxe foi a certeza de que desta vez há uma diferença mais clara entre as duas opções. “A coligação propõe manter o rumo de recuperação económica e social, e o PS de António Costa preconiza uma reedição dos governos Sócratas, ‘amanhada’ numa capa de arrogância intelectual”, escreve.

    Montenegro compara ainda o PS ao Syriza da Grécia, dizendo que é essa a “inspiração” dos socialistas, tal como foi Hollande ou Mateo Renzi. “Eles [PS] são a versão portuguesa da ‘grande esperança grega’, hoje votada ao mais ensurdecedor silêncio”, diz.

  • PS: Passos tem de esclarecer venda de Novo Banco

    O dirigente socialista Pedro Nuno Santos disse esta sexta-feira que o primeiro ministro tem de prestar esclarecimentos sobre a venda do Novo Banco e os custos de um eventual adiamento para os portugueses.

    “O Partido Socialista está profundamente preocupado com as notícias que saíram hoje sobre o processo de venda do Novo Banco e exige que sejam prestados esclarecimentos urgentes por parte do governo. Temos de saber se essas notícias se confirmam, se o concurso internacional vai ou não ser cancelado ou adiado, e o que é que isso significa para o país, nomeadamente para o cálculo do défice de 2014 e 2015”, declarou.

    O cabeça de Lista do PS por Aveiro falava aos jornalistas, à margem de uma ação de pré-campanha junto ao mosteiro de Arouca, em que considerou que cabe ao primeiro-ministro e não ao governador do Banco de Portugal esclarecer a situação, tanto mais que “está a ser feito um teste de stress e as notícias relatam que o Novo Banco tem necessidade de uma injeção de capital”.

    “É importante que Passos Coelho não volte a passar culpas sobre esta matéria e se esconda atrás do governador do Banco de Portugal, porque quem tem de prestar esclarecimentos ao povo português é o primeiro-ministro e não o regulador”, disse.

    Para o dirigente socialista “era importante que Passos Coelho não fosse imprudente desta vez, como quando anunciou ao país que tinha encontrado uma solução perfeita, sem custos para o contribuinte”.

    Nos esclarecimentos pretendidos, Pedro Nuno Santos quer que Passos Coelho diga a quem caberá suportar os custos, se houver necessidade de injetar capital: se aos bancos através do Fundo de Resolução, ou se haverá mais um empréstimo do Estado.

    “Não sendo vendido agora o Novo Banco, isso imputará ao défice de 2014, e se houver uma nova injeção de capital, importa saber como fica o défice de 2015”, observou.

    Questionado sobre a oportunidade da venda, Pedro Nuno Santos escusou-se a comentar, alegando que “o PS, não estando no governo não está na posse da informação sobre o que está a acontecer” e não pretender “criar problemas ao processo negocial”.

  • Maratona de Passos pela "positiva" e "com confiança"

    Passos e Portas vão para a estrada no sábado. Esta sexta-feira, a coligação lançou nas redes sociais um vídeo de Passos a prometer uma campanha pela “positiva” e “com confiança”. À volta pelo país, a coligação chama-lhe de maratona. “A verdadeira maratona começou há quatro anos”, diz Passos no vídeo.

  • Pedro Silva Pereira: Passos tem "fobia" com Sócrates

    Pedro Silva Pereira, ex-ministro de José Sócrates, defende hoje no Diário Económico que Passos Coelho tem “uma fobia” com José Sócrates. A propósito do debate com Costa-Passos, escreve: “Há uma diferença entre ir para um debate com uma estratégia ou com uma fobia. Acontece que Passos e os seus conselheiros confundiram desastradamente uma coisa com a outra. Cegos do seu ódio doentio a Sócrates, alimentado ao longo de anos pela narrativa distorcida que eles próprios inventaram sobre a crise e a governação socialista – e que ainda hoje inspira um pequeno exército de profissionais pagos para cuspir insultos nas redes sociais e nas caixas de comentários dos jornais – convenceram-se de que bastaria mencionar muitas vezes o nome de Sócrates, a propósito e a despropósito, para ganhar o debate. Erro: não chegou para ganhar o debate. E é pouco provável que chegue para ganhar as eleições”.

    Segundo Silva Pereira, Costa teve “uma vitória clara” no debate, “conquistada fruto de uma postura assertiva” e que se consolidou “ainda mais nos estudos de opinião e nas análises dos comentadores, incluindo os da direita”.

  • Garcia Pereira defende "um escudo novo"

    O cabeça de lista por Lisboa do PCTP/MRPP defende uma “unidade democrática e patriótica”, mas exige definição a PCP e BE face ao euro e à dívida, confiando que, 14 legislativas depois, pode finalmente chegar ao Parlamento.

    O advogado Garcia Pereira, em entrevista à Lusa, também incluiu “pequenos e médios empresários” e a “classe média” no projeto de criação de um “escudo novo”, rumo ao “desenvolvimento económico” de Portugal e à recuperação da “independência nacional”, considerando que os novos partidos ou plataformas cidadãs são meras transfusões sanguíneas aos “partidos velhos”.

    Os novos partidos são ainda resultado dos partidos que representavam a classe média terem ficado desmascarados. São uma forma de tentar injetar sangue novo nos partidos velhos”, criticou, recordando os 45 anos de história do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses/Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado, os “dois mortos em combate”, “mais de mil membros presos por defenderem a revolução”.

    O responsável do PCTP/MRPP desvaloriza um eventual “acordo com este ou aquele partido”, pois defende “um Governo que implica a unidade de todas as forças – sindicatos, universidades, coletividades de cultura e recreio, personalidades – que amam suficientemente o seu país para não aceitarem mais o processo” em curso: “2,5 milhões de pobres, um terço das crianças a passar fome, mais de 130 mil emigrantes por ano, um milhão de cidadãos sem médico de família, 1,4 milhões de desempregados”.

    Porém, o entendimento será possível “com todas as forças políticas que estejam de acordo com um programa que passe pelo repúdio da dívida, a saída do euro e a criação do escudo novo e aplicação de um plano de desenvolvimento económico”, uma vez que Portugal “não está atingido por nenhuma fatalidade do destino” e existem “condições de partida magníficas”, desde logo a “excelente localização geoestratégica” e os quatro milhões de km2 de Zona Económica Exclusiva marítima, que “a chancelerina (Angela) Merkel” quer gerir “a partir de Berlim”.

    “O PCP não tem uma posição sobre a saída do euro. Acha que se deve preparar para a saída do euro, mas não a defende. O BE é um ‘salta pocinhas’. Já tivemos Francisco Louçã atacando violentamente quem defendia a saída do euro, dizendo que era uma irresponsabilidade, num momento seguinte dizendo que talvez fosse bom pensar na saída, mas de uma forma negociada, como o Syriza tentou fazer na Grécia, cuja experiência demonstra que não há saídas negociadas do euro”, disse.

    Para Garcia Pereira, “é indispensável que essas forças políticas se definam também quanto à dívida de 225 mil milhões de euros – este ano, 7,5 mil milhões em juros e vão crescer até 17 mil milhões de euros em 2020”.

    “Partidos como o PCP e o BE, ao defenderem a reestruturação da dívida, no fundo, o que estão a dizer é que essa dívida deve ser paga, de uma forma mais dilatada, o que significa um valor ainda maior a ser pago. Essas forças políticas têm de se esclarecer. A chamada dívida pública resulta de se ter tornado pública a dívida dos bancos. Qualquer elemento do povo português não ficou a dever nada a ninguém”, afirmou, adiantando que a sua “unidade democrática e patriótica” é “uma coisa diferente da teoria do PCP de um Governo democrático e de esquerda”.

  • Jerónimo: “Não basta parecer, é preciso ser de confiança”

    Jerónimo de Sousa, o líder da Coligação Democrática Unitária (CDU), que junta PCP e “Os Verdes”, defendeu que “não basta parecer, é preciso ser” de confiança, numa referência ao ‘slogan’ dos cartazes do secretário-geral socialista, António Costa.

    Em entrevista à Lusa, Jerónimo de Sousa desvalorizou as declarações do primeiro-ministro, Passos Coelho, no sentido de se estar “a lixar” para as eleições legislativas, pois, através de “mistificações”, quer “enganar outra vez os portugueses” e classificou também o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, como “irrevogavelmente habilidoso”. O líder comunista diz-se “autêntico”.

    “Nestas coisas, não basta parecer, é preciso ser… e ser de confiança passa, necessariamente, por demonstrar que se quer exercer o poder para executar uma política diferente, que consideramos fundamental, patriótica e de esquerda. Independentemente das declarações e exercícios do PS, aquilo que se verifica é uma grande omissão em relação àquilo que o país precisa, não é o PCP que precisa… quando se diz que se é de confiança, não basta afirmá-lo, é preciso sê-lo”, resumiu.

    Entusiasmado pela “boa sondagem” na recente 39.ª Festa do ‘Avante!’, por reunir “cerca de 50 mil pessoas num comício”, além de 50 delegações internacionais e “muitas dezenas de pessoas que acharam que era altura” de se inscreverem como militantes “em plena festa”, Jerónimo de Sousa mostrou-se crente em “mais votos e deputados da CDU” a 04 de outubro.

    “Acompanharemos todas as propostas e iniciativas que sejam boas para o país, venham de onde vierem. Estamos a falar do PS como de outros. Ao contrário do que se pensa, ao longo destes quatro anos, o PCP votou a favor de muitas e muitas propostas do PS. Não existe aqui uma reserva mental, um ‘não, porque não’. O PS não fez a mesma coisa. Esta abertura e disponibilidade verificou-se nas coisas concretas”, lamentou.

    Assim que tomarem posse, os deputados da CDU vão tentar fazer passar as “medidas urgentes” no parlamento: aumento do salário mínimo nacional para 600 euros, reposição dos cortes em salários e pensões, defesa da Segurança Social, a par das “estruturantes” renegociação da dívida e investimento e crescimento económicos, através da produção nacional.

    “Não temos um bloqueio qualquer, inventado ou por razões de tática eleitoral. O problema em cima da mesa é a política de direita, independentemente de quem a executa, o nosso adversário principal. Os portugueses têm verificado que o PS, no Governo ou nestes quatro anos, está comprometido com essa política… os executantes foram PSD e CDS, mas verificando-se o comprometimento do PS e a sua deserção no combate a estes executantes”, continuou.

    Para o secretário-geral do PCP, o programa do PS falha ao não atacar questões como o serviço da dívida (juros de nove mil milhões de euros até 2016), o Tratado Orçamental e as sanções pelo défice com “critérios sufocantes”, os direitos dos trabalhadores, além da polémica baixa da Taxa Social Única para a Segurança Social ou as privatizações.

    “Não sou tão radical que não diga que, aqui ou acolá, possa ter havido uma ou outra medida positiva, mas tenho uma dificuldade imensa em encontrar uma posição da qual se diga assim, ‘aqui está uma boa malha, o Governo, afinal, é capaz de fazer coisas boas'”, relativizou, questionado sobre algum acerto da atual coligação Portugal à Frente, perante as estatísticas, para logo criticar a “preocupação caritativa” do executivo, pois um “pobre gosta de ajuda para a sua sobrevivência, mas o seu anseio maior é deixar de ser pobre”.

    Jerónimo de Sousa considera que Passos Coelho teve um “desabafo para tentar desdramatizar a violência das medidas que estava a executar contra trabalhadores e povo” ao desvalorizar a importância da sua reeleição e, prova disso, são o Programa de Estabilidade e o Plano Nacional de Reformas enviados para Bruxelas.

    “O PSD executou até à última gota o pacto de agressão porque estava na sua natureza. Agora vai apresentar outra vez o anúncio da terra do leite e do mel, de que ‘agora é que vai’… querem enganar outra vez os portugueses”, traduziu.

    Sobre o “n.º2” do executivo e da coligação, o líder comunista considera que “é, irrevogavelmente, um habilidoso, um taticista que consegue provar que dois mais dois não são quatro, mas a habilidade discursiva não é suficiente”. “Quer disfarçar, mas todas as suas bandeiras – da agricultura, do contribuinte, do reformado – foram, claramente, derrubadas pela sua ação própria e corresponsabilidade neste Governo”, sentenciou.

  • Porfírio Silva: Costa "revelou uma saudável relação com o passado"

    Porfírio Silva, dirigente nacional do PS, considera que, no debate com Passos Coelho, António Costa “revelou uma saudável relação com o passado e, com isso, também uma saudável relação com o futuro”. Isto, por ter dito frases como: “não temos agora um programa assente em grandes obras públicas” e “avaliámos o que antes fizemos bem e mal”.

    Num artigo de opinião no DN intitulado “Um pragmático de esquerda”, Porfírio Silva refere-se deste modo aos anos da governação de Sócrates, salientando a demarcação de Costa. Este dirigente chama a António Costa “pragmático de esquerda” porque considera que é “pragmático no melhor sentido da palavra”: “se os resultados não concretizam as promessas dos princípios, temos de mudar as práticas para sermos fiéis aos princípios, em vez de persistir de olhos vendados em becos sem saída”.

  • Pulido Valente: debate foi "espetáculo caótico e repetitivo"

    Vasco Pulido Valente escreve no Público (link para assinantes) que o debate entre Passos e Costa na quarta-feira foi “um espetáculo caótico e repetitivo que não ‘esclareceu’ ninguém”.

    “Cada um dos candidatos representou a personagem que lhe estava destinada — António Costa a de chefe popular com um programa debaixo do braço e de quando em quando uma ocasional berraria; e Passos Coelho a de estadista paciente e sereno que mete na ordem um secretário de Estado incómodo”, escreve, acrescentando que parece que as pessoas gostaram mais de Costa “porque detestam a autoridade”.

    Lamentando que não se tenha falado do “essencial”, compara o debate a “concerto de uma banda qualquer” e prevê que a campanha eleitoral seja “uma zaragata”.

  • Mudar ou não de estratégia? Eis a questão

    Apesar do otimismo de Paulo Portas, há quem na coligação exija uma mudança de atitude a Pedro Passos Coelho. Embora a posição oficial da coligação seja a de que o discurso é para manter, não estão excluídas algumas mudanças na estratégia.

    Como o Observador explicou, a estratégia da coligação é para manter e passa, nesta segunda fase, por mostrar que Pedro Passos Coelho não tem medo do contacto com os portugueses e que vai fazer uma“campanha de olhos nos olhos”.

    No Expresso, fontes da coligação explicaram que, depois de o efeito da primeira sondagem claramente vantajosa para coligação se ter esfumado com a vitória de Costa no duelo, o “contador” voltou “ao zero”. Passos falou “demais de Sócrates” e muito pouco da dinâmica Syriza/Grécia. “Tinha-lhe sido dito o contrário”, garantem. Agora, é altura de lamber as feridas e mudar de atitude. “Ele vai ter que despir mais o fato de primeiro-ministro e vestir mais o fato de candidato”, disse um dos colaboradores mais próximos de Passos ao semanário.

    A mesma história é contada no Público. Fontes da coligação concordam que Passos exagerou ao invocar o nome de José Sócrates tantas vezes e não escondem o “desencanto” com a derrota frente a Costa. Mas também não deitam a toalha ao chão.

    No futuro, talvez seja possível ver o primeiro-ministro a dar mais entrevistas, como deixou em aberto José Matos Rosa (PSD), numa apresentação aos jornalistas sobre o arranque da “Maratona Portugal à Frente”. Já quanto a mudar o discurso, isso não vai acontecer, garante. “Os portugueses conhecem-nos, sabem o que esperam de nós. Não perceberiam se houvesse inflexões de discurso. A estratégia não se comunica, executa-se”.

  • Paulo Portas: "Dr. António Costa, não insulte a inteligência dos portugueses"

    Do outro lado, com o debate ainda bem presente na memória da coligação, Paulo Portas não poupava críticas a António Costa.

    No jantar comício de PSD e CDS, conta o Público, o líder centrista dirigiu-se ao socialista num tom nada amigável. “Dr. António Costa [ouviu-se uma grande vaia] — assim ele não ouve —, não insulte a inteligência dos portugueses”, começou por dizer o líder do CDS. “Foi um governo PS que chamou a troika, que pediu o resgate e assinou o memorando”.

    Paulo Portas voltou a acenar com a fórmula PS+Instabilidade=FMI – uma estratégia que tem vindo a ser usada várias vezes pela coligação. “Se voltarmos à instabilidade, de não ter cuidado com o défice e a dívida, arriscamos voltar ao ponto de partida por causa daquela incompetência. Pedimos a renovação do mandato porque temos indicadores económicos que permitem ao país ter esperança”, reforçou Paulo Portas.

    O líder do CDS garantiu, tal como tinha feito no debate frente a Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, que a poupança de 600 milhões de euros serão feitas sem recorrer ao corte das pensões em pagamento. “Seremos capazes de encontrar as poupanças necessárias sem cortar pensões e saberemos encontrar acordos para essas matérias”.

    A terminar a intervenção, Portas acusou, ainda, António Costa de ser “demagógico”. “Se as eleições fossem para saber quem é mais demagógico, António Costa venceria. Se fosse para saber — como são — quem é responsável e credível, Passos Coelho vence e é primeiro-ministro. [E nós] Vamos ganhar isto”, garantiu o vice-primeiro-ministro.

  • António Costa: A coligação está "na prisão" por ter "traído" os portugueses

    E foi António Costa, já refeito da entrevista a Vítor Gonçalves que, num jantar comício no Pavilhão da Ajuda, em Lisboa, voltou a tecer duras críticas ao Governo de Passos e Portas. Para o líder socialista, a coligação está “na prisão” por ter traído as promessas que tinha feito aos portugueses e, por isso mesmo, chegou ao fim da linha.

    “[A coligação PSD/CDS] está na prisão de se ter enganado e de ter traído os compromissos que assumiu com os portugueses”, disse Costa.

    Segundo conta TSF, o secretário-geral do PS alertou a máquina socialista para uma “onda que se está a levantar” e pediu a mobilização de todos os militantes do partido. É que se dúvidas houvesse, continuou Costa, uma ficou dissipada: “A coligação de direita está esgotada. É prisioneira do passado. Não tem uma ideia para o futuro. A coligação de direita não tem futuro”.

  • Na quinta-feira soubemos também que Passos Coelho e Paulo Portas vão para a rua a partir de sábado. A estratégia da coligação é clara: mostrar que Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro, não tem medo do contacto com os portugueses e, prova disso, é a volta que vai fazer ao país durante 21 duas seguidos, com uma média de cinco paragens diárias em diferentes concelhos do país. Segundo o diretor de campanha, José Matos Rosa, a ideia é fazer uma“campanha de olhos nos olhos”. Sem medos.

    Do lado do PS, António Costa sente-se reforçado depois do duelo televisivo. A esquerda rejubila-se com a vitória de António Costa e a máquina socialista, na estrada desde junho, ganhou um novo fôlego. A campanha ficou (mesmo) mais animada.

    E até os utilizadores das redes sociais parecem dar razão ao estado de espírito socialista. Um estudo realizado pela ​consultora de​ ​comunicação​ e ​gestão d​e ​reputação Llorent​e​ & Cuenca, ​em parceria com o Observador, concluiu que foi António Costa quem dominou no Twitter. Perceba como, aqui.

  • Bom dia, bem-vindo ao nosso direto sobre mais um dia da campanha para as legislativas.

    Em jeito de revisão de matéria dada: O dia de ontem ficou marcado pelas várias reações ao duelo entre Pedro Passos Coelho e António Costa. Do lado da coligação, o dia serviu para fazer alguma gestão de danos e lançar críticas ao secretário-geral do PS; no Largo do Rato, o ambiente era outro, como se pode comprovar pela forma como os socialistas celebraram com o humor a vitória (quase unânime) de António Costa.

    E como estamos a poucas semanas das legislativas, não há tempo a perder. Depois do frente a frente com Passos, António Costa foi aos estúdios da RTP Informação, para uma entrevista com o jornalista Vítor Gonçalves. Notas breves: o líder socialista afastou-se definitivamente do modelo Syriza e defendeu para Portugal mais “margem de manobra” nas contas do Estado para poder investir e pôr a economia a crescer. Mas o melhor mesmo é rever a entrevista de Costa, aqui.

    Do outro lado, num encontro de apoiantes no Centro de Congressos de Lisboa, Pedro Passos Coelho deixou a garantia de que a coligação não esteve “de faxina” a preparar o regresso do PS e voltou a associar os socialistas a um eventual regresso do FMI. Aproveite para rever como foi o dia de ontem. É que a campanha já arrancou.

    Sugerimos que nos siga através do nosso Twitter especial para acompanhar todas as notícias relativas às eleições legislativas. Pode encontrar-nos em @obseleicoes.

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