Histórico de atualizações
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Resumo das medidas anunciadas (e da reação dos mercados)
Terminada a conferência de imprensa de Mario Draghi, eis uma sistematização do que foi anunciado:
- O BCE vai prolongar a duração do programa de compra de ativos por mais seis meses do que anteriormente previsto. O programa durará, “pelo menos, até março de 2017”, contra a data de setembro de 2016 anteriormente prevista.
- Mario Draghi passará, também, a comprar dívida regional e municipal – juntando-se à dívida pública e aos pacotes titularizados de dívida privada que já têm vindo a ser comprados. O montante mensal das compras não mudou e continuará a ser de 60 mil milhões de euros por mês.
- O presidente do BCE sublinhou a importância de uma outra medida anunciada: à medida que as obrigações compradas forem vencendo, o capital será reinvestido. Isso acontecerá “enquanto for necessário”, pode ler-se no texto lido por Draghi na conferência de imprensa.
- O BCE continua “disponível e capaz para agir” com mais medidas de estímulo. Mas Draghi sublinhou que o programa de estímulos é “flexível”.
- As novas projeções macroeconómicas preveem uma taxa de inflação de 1% em 2016 e 1,6% em 2017. Quanto ao crescimento, melhorias de uma décima para 2015 e 2017, mas crescimento em 2016 inalterado em 1,7%.
A expectativa era elevada antes desta reunião do BCE, mas aparentemente os mercados ficaram dececionados – o que é visível na subida de 2% do euro face ao dólar. Ainda assim, há que levar em consideração a desvalorização nas últimas semanas.
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A dificuldade do BCE em aproximar a inflação do objetivo
O gráfico de Christian Odendahl mostra a dificuldade do BCE em aproximar a inflação do objetivo nos últimos anos. A linha azul clara é a taxa de inflação homóloga, a azul escura a inflação subjacente (exclui energia, produtos frescos de alimentação etc.) e a linha verde é o objetivo do BCE.
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Porque estão os mercados dececionados?
Steven Santos, gestor do BiG, diz que “apesar da desilusão inicial, o BCE incrementou o programa de compra de activos, prolongando-o de Setembro de 2016 para Março de 2017 ou até mais, incluindo títulos de dívida regional e local e comprometendo-se a reinvestir os montantes agora aplicados em dívida para aumentar as condições de liquidez. Assim, a liquidez abundante irá manter-se a tónica dominante na Zona Euro, apesar de o BCE ter ido menos longe do que pretendia”.
“Draghi sublinhou que o programa de compras é flexível, podendo ser ajustado no futuro, o que abre a porta à compra de activos com mais risco, como o crédito empresarial”, acrescenta o especialista. Mas “devido à retórica recente do BCE, à inflação persistentemente baixa, à queda generalizada das matérias-primas e aos riscos para a actividade económica resultantes dos ataques terroristas em Paris, o mercado esperava medidas muito mais ambiciosas”.
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As novas previsões macroeconómicas do BCE
New ECB staff projections. pic.twitter.com/4u05Er2uCB
— Frederik Ducrozet (@fwred) December 3, 2015
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Recado de Draghi para os países da zona euro
“Todos os países devem lutar por uma composição das medidas orçamentais mais amigas do crescimento”.
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Mercados pouco impressionados? Draghi pouco impressionado
Uma jornalista perguntou a Mario Draghi sobre a reação dos mercados às decisões anunciadas, nomeadamente a subida de 2% do euro face ao dólar. Mario Draghi mostrou-se tranquilo, dizendo que “estas medidas demoram tempo a mostrar os resultados. Veremos”.
O presidente do BCE acrescentou que a decisão por estas medidas não foi unânime, mas houve uma “grande maioria” no seio do Conselho de Governadores.
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A notícia do FT pela qual o jornal pediu desculpa
The page that was… pic.twitter.com/DZTpz9ZMi5
— Naomi O'Leary (@NaomiOhReally) December 3, 2015
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Liquidez abundante vai continuar por "muito, muito tempo"
A liquidez abundante vai continuar por “muito, muito tempo”, garante Mario Draghi.
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"Estamos a fazer mais porque está a funcionar"
Mario Draghi diz que o BCE está a prolongar o programa de compra de ativos “porque está a funcionar, não porque esteja a falhar”.
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Mercados pouco impressionados, para já
Markets not impressed by Draghi https://t.co/1ar21YTo4D
— Megan Greene (@economistmeg) December 3, 2015
O euro está a subir 2% face ao fecho de ontem.
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BCE prolonga, mas não muda estrutura da compra de ativos
As compras de ativos vão durar mais tempo – mais seis meses do que o previsto – e passarão a incluir dívida regional e municipal. Mas, ao contrário do que alguns economistas previam, não foram anunciadas alterações na estrutura das compras de dívida, nomeadamente na duração e no tipo de ativos comprados. O programa é “suficientemente flexível”, garante Draghi, para não precisar de alterações pré-anunciadas neste momento.
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Financial Times pede desculpa pelo erro
The @FT has just issued a correction and apology re the earlier mistake on our ECB coverage –https://t.co/vSBl7YTANX pic.twitter.com/iND3kW9FvN
— Tony Tassell (@TonyTassell) December 3, 2015
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BCE não mexe na previsão do PIB para 2016 - 1,7%
O BCE melhorou ligeiramente as previsões do crescimento do PIB para 2015 – de 1,4% para 1,5% – mas a previsão de crescimento para 2016 ficou na mesma, em 1,7%. Para 2017, um pouco mais de otimismo: crescimento de 1,9% versus 1,8%.
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Mais estímulos, por mais tempo
As primeiras novidades anunciadas por Mario Draghi:
O BCE prolonga compras de dívida pública e privada até, pelo menos, março de 2017. Final anterior era setembro de 2016.
BCE poderá comprar, além da dívida publica e pacotes de dívida privada, dívida regional e municipal.
À medida que a dívida que o BCE comprou for reembolsada, o capital será reinvestido.
Draghi reconhece que a análise do staff do BCE aponta para “riscos negativos contínuos” para as perspetivas de inflação.
Draghi: The latest staff projections indicate continued downside risks to the inflation outlook
— European Central Bank (@ecb) December 3, 2015
(em atualização)
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Começa a conferência de imprensa de Draghi
Pode ver neste link:
https://www.ecb.europa.eu/home/html/index.en.html#
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Draghi reforça "bazuca", de olho na Fed dos EUA
As decisões de política monetária anunciadas hoje pelo BCE devem ser lidas não só à luz da inflação baixa na zona euro mas, também, da expectativa cada vez mais real de que a Reserva Federal dos EUA irá subir a taxa de juro pela primeira vez desde a crise financeira. O BCE indicou recentemente que se a Fed subir as taxas de forma demasiado rápida, isso será um risco para os países emergentes mas, também, para a zona euro.
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Os estímulos estão a funcionar?
Sim, garante o BCE. Num relatório recente, está a chegar às empresas e famílias da zona euro mais crédito, mais barato e a prazos mais longos – em especial nos países “mais vulneráveis”. Leia mais aqui.
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Que mais pode vir aí?
A taxa dos depósitos já foi cortada, mas serão anunciadas mais medidas nos próximos minutos, pela voz de Mario Draghi. Mas “as expectativas são elevadas” em relação ao que o BCE irá anunciar dentro de momentos, diz Karen Ward, economista-chefe para a Europa do HSBC, em nota a que o Observador teve acesso.
Em primeiro lugar, Karen Ward diz que Mario Draghi poderá sinalizar, por meio das palavras, que o BCE está disponível para lançar novos cortes na taxa dos depósitos.
Mas o HSBC prevê que o BCE pode fazer alterações na dimensão, composição ou duração do programa de compra de dívida (pública e privada). Neste momento, o programa está previsto durar até setembro de 2016, mas Draghi poderá anunciar que este irá prolongar-se mais tempo.
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Euro, na sessão de hoje, sobe ligeiramente
Apesar da tendência recente, que lhe indicámos na entrada anterior, o euro está a subir ligeiramente face ao dólar nesta sessão.
A tendência positiva para o euro começou com o tweet errado do Financial Times mas continuou mesmo depois de se confirmar o corte da taxa de juro dos depósitos. Apesar de tudo, havia analistas que acreditavam num corte maior do que para -0,3%.