Momentos-chave
- Votos em Trump cresceram mais na Califórnia e Nova Iorque e menos em Washington e Utah
- Anunciado primeiro nome da administração Trump: Susie Wiles será chefe de gabinete
- "Os EUA são um parceiro estratégico fundamental, por isso trabalhamos com qualquer administração", afirma Rangel
- Lula pede a Trump responsabilidade “pela manutenção do planeta Terra”
- Republicanos vencem lugar do Senado na Pensilvânia
- Democratas perderam condado onde vivia Tim Walz
- Trump, Biden e um almoço "muito em breve"
- "Não é uma questão de preço, não temos escolha". Trump reitera importância do "plano de deportação"
- Casa Branca: "Saída de Biden da corrida eleitoral foi a decisão certa na altura"
- Stephen Mull irá supervisionar a transição de poder
- Putin: "Uma pessoa estúpida e desinteressante não conseguiria chegar ao topo do poder nos EUA"
- Com Trump na Casa Branca, governador da Califórnia quer proteger "medidas progressistas"
- Biden aponta baterias ao final do seu mandato: "temos 74 dias para acabar o trabalho"
- "Não se pode amar o país só quando se ganha", defende Biden
- Biden: "Vamos facilitar uma transição pacífica de poder, porque é isso que o povo americano merece"
- Votos da Pensilvânia para o Senado terão de ser recontados
- Secretário-geral da NATO quer sentar-se com Trump "para discutir como enfrentar ameaças coletivamente"
- "A minha convicção é que vamos poder continuar a contar com os EUA", diz Montenegro em Budapeste
- Bolieiro espera ter “contínuo e bom relacionamento”
- Putin e responsáveis políticos da Rússia terão parabenizado Trump "por intermédio de pessoas conhecidas"
- Presidente sul-coreano felicita Trump pela vitória e ambos falam sobre entrada de tropas norte-coreanas na guerra da Ucrânia
- Irão diz que vitória de Trump é oportunidade para os EUA reavaliarem "políticas erradas"
- Xi Jinping felicita Trump e apela a reconciliação entre os dois países
Histórico de atualizações
-
Obrigada por ter acompanhado este liveblog sobre a situação política nos Estados Unidos. Pode seguir mais um dia do pós-eleições neste novo artigo.
Republicanos à beira do pleno. Maioria vermelha na Câmara dos Representantes está mais próxima
-
Votos em Trump cresceram mais na Califórnia e Nova Iorque e menos em Washington e Utah
À medida que o processo de contagem de votos continua, a dimensão da vitória de Donald Trump torna-se cada vez mais visível. É o que mostra um gráfico traçado pela Associated Press que compara os resultados do republicano em 2020 e 2024. Os únicos dois Estados em que Trump não melhorou os resultados de forma significativa foram Washington e o Utah, em pontas diferentes do espectro: o primeiro, um bastião democrata, o segundo, republicano.
As maiores diferenças verificaram-se em dois dos Estados que elegem mais delegados, ambos firmemente democratas: Califórnia e Nova Iorque. Apesar da derrota, Trump melhorou os seus resultados em 12 pontos percentuais no total dos votos, em ambos os casos. Nos Estados em que Harris venceu, destacam-se ainda os progressos republicanos em Nova Jérsia (subida de 11 pontos), Maryland (subida de 10 pontos) e Massachusetts (subida de 9 pontos).
Já nos Estados em que Trump saiu vitorioso, o seu aumento foi mais expressivo no seu Estado de residência, a Florida, onde o seu resultado, em relação a 2020, melhorou em 10 pontos percentuais.
Nos Estados decisivos, que Trump conseguiu roubar aos democratas, os seus melhores resultados terão sido, precisamente, nos Estados em que ainda não tem certezas de vitória: Arizona e Nevada. Em ambos os casos, os seus resultados aumentaram em 6 pontos percentuais, considerando o Estado atual da contagem de votos.
-
Anunciado primeiro nome da administração Trump: Susie Wiles será chefe de gabinete
Donald Trump anunciou que a sua gestora de campanha, Susan Wiles, vai passar a ser a chefe de gabinete na Casa Branca. “A Susie Wiles ajudou-me a alcançar uma das maiores vitórias políticas na história norte-americana e foi uma parte integral das minhas duas campanhas bem-sucedidas, de 2016 e 2020”, afirmou, num comunicado, citado pela BBC.
O nome de Wiles já tinha sido apontado como o nome mais provável para ser chefe de gabinete, por seis fontes republicanas à NBC. Wiles torna-se assim, a primeira mulher a ocupar este cargo na Casa Branca.
-
"Os EUA são um parceiro estratégico fundamental, por isso trabalhamos com qualquer administração", afirma Rangel
Paulo Rangel reagiu à vitória de Donald Trump, afirmando que Portugal está disponível para trabalhar “com qualquer administração norte-americana” e recusando “dramatizar” a sua reeleição. “Os Estados Unidos são um parceiro estratégico fundamental, no âmbito da segurança, da defesa e com relações económicas e culturais fundamentais”, afirmou, acrescentando depois: “As relações são excelentes e vamos continuar a investir a nível bilateral e multilateral”, declarou aos jornalistas, a partir de Nova Iorque.
Ainda assim, o ministro dos Negócios Estrangeiros admitiu que têm de ser feitos “ajustes”, não adiantando que ajustes são estes. “É prematuro estarmos a dizer quais são os planos da próxima administração americana”, defendeu, questionado sobre as posições de Trump, especialmente sobre a guerra na Ucrânia. Reconhecendo que as pressões norte-americanas para que a NATO se torne mais equitativa devem aumentar sob Trump, Rangel sublinhou, contudo, que esta pressão já existia com a administração Biden, assim como o protecionismo económico, que obrigou a longas negociações entre Washington e Bruxelas, argumentou.
O ministro adiantou ainda que já contactou com vários representantes norte-americanos e internacionais, para garantir que as relações bilaterais e multilaterais continuam a ser positivas.
-
Lula pede a Trump responsabilidade “pela manutenção do planeta Terra”
O chefe de Estado brasileiro, Lula da Silva, pediu hoje ao Presidente eleito norte-americano, Donald Trump responsabilidade “pela manutenção do planeta Terra.
“Todos nós temos que nos responsabilizar pela manutenção do planeta Terra. Nós precisamos garantir que o planeta não sofra com um aquecimento maior do que 1,6 graus”, disse Lula da Silva em entrevista à CNN internacional, referindo-se a uma das metas do Acordo de Paris.
O chefe de Estado brasileiro, que alberga no seu território a maior floresta tropical do mundo, que atualmente sofre de uma seca sem precedentes frisou que os responsáveis mundiais precisam “garantir que os rios continuem saudáveis, com águas limpas (…) garantir que os biomas de todos os países sejam preservados”.
“Eu acredito que o presidente Trump tem que pensar que é um habitante do planeta Terra”, disse.
-
Republicanos vencem lugar do Senado na Pensilvânia
Dave McCormick, republicano, foi o grande vencedor na corrida para o Senado na Pensilvânia, confirma a Associated Press. Resta preencher dois lugares, no Nevada e no Arizona, para a ficar completa a distribuição no plenário.
Esta colocação “devolve” o lugar ao Partido Republicano, depois do democrata Bob Casey ter conseguido a eleição em 2020. Os resultados preveem agora 53 republicanos no Senado.
-
Presidente da reserva federal diz que não se vai demitir a pedido de Trump
Jerome Powell, presidente da reserva federal dos Estados Unidos da América, disse que não se vai demitir caso Donald Trump faça o pedido, avança a CNN Internacional.
“Não”, afirmou Powell, sem hesitação, quando questionado sobre a possibilidade de abandonar o cargo antes do seu mandato terminar em maio de 2026. Um conselheiro de Trump, no entanto, revelou ser provável que o Presidente eleito mantenha Powell na sua posição no topo da reserva federal.
Foi Donald Trump, em 2018, que nomeou Jerome Powell para o cargo e, posteriormente, Joe Biden escolheu-o para um segundo mandato de quatro anos.
-
Democratas perderam condado onde vivia Tim Walz
Com 49.6% dos votos, Donald Trump venceu o condado de Blue Earth no Minnesota, onde Tim Walz viveu 20 anos antes de se ter tornado governador do Estado, notifica a NBC.
Nas duas últimas eleições, tanto Joe Biden como Hilary Clinton venceram o condado, sendo a primeira vez que Trump pinta Blue Earth de vermelho.
-
Trump, Biden e um almoço "muito em breve"
Em entrevista à NBC, Donald Trump revelou que as conversas ao telefone que teve com Kamala Harris e Joe Biden foram “muito agradáveis e muito respeitosas”.
Com Harris, o diálogo focou-se no processo de transição de poder, que a vice-Presidente “gostaria que fosse o mais suave possível”. Com Biden, não revelou detalhes da conversa, mas adiantou que os dois Presidentes têm um almoço marcado “muito em breve”.
Adicionalmente o Presidente eleito dos EUA menciona já ter falado com cerca de 70 líderes mundiais, incluindo Benjamin Netanyahu e Volodymyr Zelensky, com quem descreve ter tido “conversas muito boas”, mas sem avançar detalhes adicionais. Admite ainda não ter trocado palavras com Vladimir Putin, mas antecipa um diálogo eventualmente.
-
"Não é uma questão de preço, não temos escolha". Trump reitera importância do "plano de deportação"
“A maior campanha de deportação da história” — foi um dos pontos-chave repetido por Donald Trump ao longo dos vários meses de corrida eleitoral até à Casa Branca. Agora que recebeu os votos necessários, Trump reforça que “não é uma questão de preço, não temos escolha”.
Apesar de defender uma “fronteira forte e poderosa”, o Presidente eleito esclarece à NBC que não quer fechar o acesso dos imigrantes aos Estados Unidos da América: “Não sou alguém que diga ‘Não, não podem entrar’. Queremos que pessoas entrem”. Mas quando se trata de “pessoas que mataram” e de “traficantes de droga que destruíram países”, Trump afirma que têm de voltar para o sítio de onde vieram.
-
Casa Branca: "Saída de Biden da corrida eleitoral foi a decisão certa na altura"
“[Biden] estava muito orgulhoso, e quando tomou a decisão de passar o testemunho para Harris, acreditou que era a decisão certa na altura”, explicou Karine Jean-Pierre, porta-voz da Casa Branca, citada pela CNN Internacional.
Segundo a Jean-Pierre, o Presidente está “muito orgulhoso das suas conquistas”, mas não respondeu se Joe Biden ficou arrependido de ter desistido quando desistiu.
-
Stephen Mull irá supervisionar a transição de poder
“O embaixador Mull vai trabalhar em conjunto com a equipa do Presidente eleito para assegurar uma transição tão bem sucedida quanto possível”, anunciou hoje o Departamento de Estado norte-americano, citado pela CNN Internacional.
Stephen Mull, a escolha de Antony Blinken para supervisionar a transição de poder para a administração de Donald Trump, ocupou a pasta de sub-Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros durante o primeiro mandato do republicano e foi embaixador na Polónia durante a presidência de Barack Obama.
-
Putin: "Uma pessoa estúpida e desinteressante não conseguiria chegar ao topo do poder nos EUA"
Vladimir Putin felicitou a eleição de Donald Trump como 47º Presidente dos Estados Unidos da América, em declarações aos jornalistas durante a conferência do Clube de Discussão de Valdai, em Sochi, citado pela agência estatal russa TASS.
Impressionado pela atitude de Trump depois da tentativa de assassinato — que descreveu como sendo “corajosa” — Putin confirma que está preparado para conversar com o Presidente eleito e pronto para trabalhar em conjunto.
“Uma pessoa estúpida e desinteressante não conseguiria chegar ao topo do poder nos EUA”, defendeu o chefe de Estado russo, antes de dizer que o seu homólogo foi perseguido durante o seu primeiro mandato: “tinha medo de dar um passo”.
-
Com Trump na Casa Branca, governador da Califórnia quer proteger "medidas progressistas"
O democrata Gavin Newsom, governador da Califórnia, convocou uma sessão extraordinária entre senadores e deputados regionais, com o objetivo de proteger “medidas progressistas” antes de um novo mandato de Donald Trump.
“As liberdades que estimamos na Califórnia estão sob ataque — e não vamos ficar parados”, escreveu Newsom, na rede social X, referindo que o Estado já enfrentou este cenário no passado e, por isso, considera estar preparado. “Estamos preparados para lutar em tribunal, e vamos fazer tudo o que for preciso para assegurar que os californianos têm o apoio e os recursos que precisam”.
O governador quer que medidas sobre as alterações climáticas, imigração e direitos reprodutivos fiquem “à prova de Trump”.
California is ready to fight.
I just called an emergency special session to help bolster our legal resources and protect our state against any unlawful actions by the incoming Trump Administration.Whether it be our fundamental civil rights, reproductive freedom, or climate… pic.twitter.com/fIBPKsehot
— Gavin Newsom (@GavinNewsom) November 7, 2024
-
Biden aponta baterias ao final do seu mandato: "temos 74 dias para acabar o trabalho"
O Presidente lembra que a tomada de posse é só em janeiro, o que quer dizer que ainda tem vários meses no cargo e elenca todo o trabalho que fez até aqui e que tenciona continuar a fazer no tempo que lhe resta. “Mudámos a América para melhor e agora temos 74 dias para acabar o mandato, é essa a responsabilidade que temos”.
Mesmo fora da Casa Branca, Biden destaca que a luta tem de continuar, mencionando que esse é um traço do povo norte-americano que salta à vista ao longo da história. “Contratempos são inevitáveis, mas desistir é indesculpável”, remata Joe Biden. O Presidente conclui a sua curta intervenção expressando o seu orgulho pelo trabalho que desenvolveu em conjunto com a sua administração.
-
"Não se pode amar o país só quando se ganha", defende Biden
Joe Biden continua agradecendo a campanha de Kamala Harris e renovando elogios ao seu caráter e ao seu serviço público. Quanto aos democratas e apoiantes, lembra: “Temos de aceitar a escolha. Não podes amar o teu país só quando ganhas, o teu vizinho só quando concordam”.
Sobre as críticas ao sistema eleitoral e à contagem dos votos, Biden é inequívoco. “O sistema eleitoral é honesto, transparente e podemos confiar nele”. Para além disso, destaca o trabalho doas voluntários nas mesas de voto, que deve ser respeitado, diz. “Tal como eles fizeram o seu dever, eu farei o meu como Presidente e no dia 20 de janeiro, teremos uma transferência de poder pacífica”, acrescenta, apontando o dia da tomada de posse de Donald Trump.
-
Biden: "Vamos facilitar uma transição pacífica de poder, porque é isso que o povo americano merece"
O Presidente Joe Biden faz a sua primeira declaração pública desde a vitória de Donald Trump, lembrando que já lhe telefonou para o felicitar e afirmando que “a vontade do povo prevaleceu”.
“Garanti ao Presidente eleito que indiquei a toda a minha administração que facilite uma transição pacifica de poder, porque é isso que o povo americano merece”, afirmou Biden.
-
Votos da Pensilvânia para o Senado terão de ser recontados
Os republicanos já reivindicaram vitória na corrida ao Senado no Estado da Pensilvânia. Mas os votos terão de ser recontados, devido à estreita margem de diferença entre os dois candidatos: 50 mil votos ou 0,5 pontos percentuais, o que representa uma recontagem automática.
A porta-voz do candidato democrata ao Senado neste Estado, Bob Casey, reagiu, mostrando-se confiança numa vitória. Destacou ainda que, mesmo ainda antes da recontagem, continuam a faltar contar milhares de votos que ainda podem pôr Casey na frente da corrida.
-
Secretário-geral da NATO quer sentar-se com Trump "para discutir como enfrentar ameaças coletivamente"
Mark Rutte, o secretário-geral da NATO, diz que quer trabalhar em conjunto com Donald Trump na resposta “novos desenvolvimentos perigosos” ligados à entrada da Coreia do Norte no conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
“O que estamos a ver cada vez mais é que a Coreia do Norte, Irão, China e, claro, a Rússia, estão a trabalhar juntas contra a Ucrânia”, refere à AFP, em declarações feitas em Budapeste.
“Há cada vez mais ameaças, não apenas à parte europeia da NATO, mas também contra os EUA — porque a Rússia está a fazer chegar a tecnologia mais recente à Coreia do Norte.”
“Espero sentar-me com Donald Trump para discutir como é que podemos responder a estas ameaças coletivamente.”
-
"A minha convicção é que vamos poder continuar a contar com os EUA", diz Montenegro em Budapeste
“Temos a convicção e também o desejo que os EUA continuem a ser um parceiro privilegiado nomeadamente no âmbito da aliança atlântica”, afirma Luís Montenegro, a participar em Budapeste na 5.ª cimeira da Comunidade Política Europeia.
Após a vitória de Donald Trump nas eleições dos EUA, o primeiro-ministro entende que esta “aliança do ponto de vista da segurança e defesa na NATO” deve continuar a ser “o pilar fundamental da preservação da garantia da integralidade do território ucraniano e dos direitos, liberdades e garantias das pessoas”.
O Primeiro-Ministro considera que a União Europeia tem agora uma ocasião para se autonomizar do seu parceiro transatlântico. “Esta perspetiva de mudança política nos Estados Unidos da América tem de ser vista como oportunidade, a oportunidade de falarmos menos e fazermos mais”, disse Luís Montenegro.
“Isto não significa que a Europa não deva fazer um investimento acrescido nos próximos anos para não gerar situações de excessiva dependência”, ressalva.
Montenegro considera que “entre os líderes europeus esta ideia e caminhada está cada vez mais perto de se ir concretizando”. Para tal, destaca que é necessário “reforçar a cooperação” entre povos europeus. “Temos todos o interesse em reforçar o nosso investimento de Defesa porque essa é também e objetivamente uma defesa de nós próprios”, acrescenta.
*com Lusa