Aqui fica a análise aos resultados eleitorais desta primeira fase das primárias republicanas de 2024.

Trump ganhou por larga margem, graças a uma campanha mais preparada do que em 2016, mas confirma-se que alterou todo o paradigma da política norte-americana. Já DeSantis e Haley têm de correr atrás do prejuízo no New Hampshire.

Bem-vindos à campanha de Trump em versão “profissional”. Ex-Presidente vence Iowa com mais de 50%

É agora a vez de Nikki Haley reagir aos resultados desta noite.

A candidata começa por fazer os agradecimentos habituais e sublinha que “o melhor emprego” que tem é o de ser mãe. De seguida, dá os parabéns a Trump pela vitória.

“A certa altura nesta campanha havia 14 a concorrer. Eu tinha 2% nas sondagens”, diz. “É altura de analisar os resultados de todos os ângulos. Mas quando virem como vamos estar no New Hampshire, na Carolina do Sul e daí adiante…”, avisa.

Haley deixa ainda uma questão para os republicanos: “A questão para os americanos agora é clara: querem mais do mesmo ou uma nova geração de liderança conservadora?”

Já o candidato Vivek Ramaswamy, que obteve 7,7% dos votos, deverá anunciar a sua desistência da corrida.

É isso que avançam neste momento vários jornais norte-americanos. Vivek deverá fazer uma conferência de imprensa ainda hoje a anunciar a desistência.

Ron DeSantis fala agora em reação a estes resultados no Iowa.

“Tentaram tudo, mas não conseguiram”, começa por dizer o candidato, que diz que os media estiveram contra si. “Por causa do vosso apoio, apesar de termos todos contra nós, conseguimos”.

O governador da Florida promete ainda “esperança” e “a restauração da sanidade” se a sua campanha for vencedora. “Como próximo Presidente dos EUA, vou fazer o trabalho”, assegura.

Com quase 95% dos votos contados, a Associated Press dá agora como certo que o segundo lugar é de Ron DeSantis, com 21%.

Nikki Haley ficou em terceiro, com 29%, enquanto Vivek Ramaswamy obteve 7,7% dos votos.

Donald Trump reage agora aos resultados no Iowa, começando por agradecer aos habitantes daquele estado.

De seguida, começa por sublinhar uma mensagem de união: “Temos de nos unir, sejamos republicanos, democratas, conservadores ou liberais”, diz. E deixa também um elogio aos adversários, dizendo que tanto Ron DeSantis como Nikki Haley estiveram “muito bem”. “São pessoas muito espertas, muito capazes”, acrescentou.

Depois dos agradecimentos a familiares e apoiantes políticos, Trump regressou ainda a um dos seus temas de campanha, denunciando a “invasão” por parte de migrantes que diz estar a assolar o país.

Neste momento aguardamos que Donald Trump reaja oficialmente aos resultados — que, com mais de 80% dos votos contados, lhe dão 51% de vantagem.

Na sede de campanha de Ron DeSantis, o ambiente não é o mais entusiasmado. “Não está bom”, admitiu um dos seus conselheiros a um dos jornalistas da CNN. Isto apesar do governador da Florida se manter neste momento em segundo lugar, com 21% dos votos (mas a apenas dois pontos percentuais de vantagem de Nikki Haley).

O candidato Donald Trump já reagiu aos resultados das sondagens à boca das urnas, que o apontaram como vencedor destas primárias no Iowa cerca de meia-hora depois do início dos caucus.

“É uma honra que tenham anunciado, minutos depois, que venci contra competidores tão credíveis”, afirmou o antigo Presidente à Fox News.

A campanha de Ron DeSantis, porém, criticou os media por terem divulgado esse resultado tão cedo.

As sondagens à boca das urnas dos vários media norte-americanos já permitem detetar algumas tendências.

Uma delas é o crescimento de Donald Trump junto do eleitorado evangélico, que compõe uma larga fatia do Iowa. Segundo o Washington Post, por exemplo, se em 2016 Trump obteve 21% dos votos evangélicos, desta vez conseguiu dobrar esse valor.

O diretor de comunicação da equipa de Ron DeSantis, Andrew Romeo, queixou-se das sondagens à boca das urnas da AP e da CNN, que deram a vitória no Iowa a Trump, falando em “interferência eleitoral”.

“Absolutamente vergonhoso que os media contribuam para a interferência eleitoral ao dar a vitória antes de dezenas de milhares de habitantes do Iowa possam sequer ter tido a hipótese de votar”, escreveu na rede social X (antigo Twitter).

Absolutely outrageous that the media would participate in election interference by calling the race before tens of thousands of Iowans even had a chance to vote. The media is in the tank for Trump and this is the most egregious example yet.

— Andrew Romeo (@andrewromeo33) January 16, 2024

Mais dados sobre a sondagem à boca das urnas da CNN, que parecem indicar um forte apoio a Trump no Iowa: 66% dos inquiridos acham que Joe Biden não ganhou as eleições de 2020 (ao contrário dos resultados oficiais) contra Donald Trump.

O canal de televisão CNN já avançou a sua sondagem à boca das urnas, que dá a vitória a Donald Trump, em linha com as sondagens das últimas semanas.

A Associated Press também fez essa previsão.

Continua por esclarecer, porém, qual a margem dessa vantagem e qual dos candidatos é o segundo classificado.

Um dado curioso destas primárias é o facto de o favorito do Partido Republicano, Donald Trump, estar a disputar a corrida ao mesmo tempo que enfrenta vários processos judiciais.

Isso é evidente na forma como tem de gerir o seu calendário. Kaitlan Collins, jornalista da CNN, ilustra a situação: “Esta noite ele irá do Iowa para Nova Iorque, onde irá participar na abertura do julgamento onde um júri irá determinar quanto tem de pagar de indemnização a E. Jean Carroll. Depois regressa ao New Hampshire amanhã”, diz a jornalista.

A sign of how Trump is balancing the campaign trail and the courthouse, he will go from Iowa tonight to New York, where he'll attend the opening of the trial tomorow where a jury will determine how much he'll pay in damages to E. Jean Carroll. Then back to New Hampshire tomorrow…

— Kaitlan Collins (@kaitlancollins) January 16, 2024

E. Jean Carroll é uma jornalista que, de acordo com a Justiça americana, foi vítima de abuso sexual por parte de Trump. O New Hampshire é a arena da próxima fase das primárias republicanas, na próxima semana.

A votação tem início agora às 19h (hora loca, 1h em Lisboa).

O Wall Street Journal relembra como se processa tudo em cada caucus: os eleitores recitam o juramento de bandeira norte-americano e depois elegem um presidente para conduzir a reunião. Segue-se a votação sobre a eleição presidencial, com um representante de cada candidato a fazer um discurso em sua defesa.

A votação é secreta e os primeiros resultados devem começar a surgir por volta da 1h30.

Com o início das votações dos caucus marcadas para daqui a menos de 20 minutos, as portas das assembleias de voto já abriram.

A vice-presidente Kamala Harris comentou a situação das primárias republicanas no Iowa, desvalorizando uma possível vitória de Donald Trump esta noite.

“Se for Donald Trump, já o derrotámos antes e vamos derrotar outra vez”, disse Harris.

Apesar de as primárias do Iowa terem grande importância para a escolha do candidato presidencial (muito por força de serem as primeiras e marcarem a dinâmica da corrida), a verdade é que nem sempre o vencedor do Partido Republicano acaba por ser o nomeado à presidência do partido.

Vejamos o histórico do Partido Republicano nos últimos anos:

• 2008: Mike Huckabee fica em primeiro lugar no Iowa, mas o vencedor das primárias republicanas é John McCain;
• 2012: Rick Santorum vence o Iowa, mas o nomeado foi Mitt Romey;
• 2016: o vencedor no Iowa foi Ted Cruz, mas o candidato acabou por ser Donald Trump.

A candidata Nikki Haley foi questionada sobre a possibilidade de ficar em segundo lugar nestas primárias do Iowa e, se for o caso, se o adversário Ron DeSantis deve desistir da corrida.

Haley decidiu manter-se à defesa: “O Ron é que tem de decidir isso”, afirmou. “Decidir entrar numa corrida destas é muito pessoal e também é pessoal decidir sair. Nós estamos focados na nossa corrida.”