O Presidente Joe Biden foi hoje fotografado a utilizar um boné da campanha de Donald Trump, com o nome do candidato republicano. Ao contrário do que as páginas de apoio a Trump sugeriram, tratou-se apenas de um gesto simbólico.

O momento aconteceu depois de Biden ter discursado no quartel de Shanksville, na Pensilvânia, por ocasião dos 23 anos dos atentados terroristas de 11 de setembro. O Presidente deslocou-se à localidade para homenagear as vítimas do Voo 93, onde discursou sobre a necessidade de o país voltar à “unidade bipartidária” que se sentiu depois dos ataques.

“Como um gesto, ele entregou um chapéu a um apoiante de Donald Trump que disse que, no mesmo espírito, o Presidente devia pôr o seu boné de Trump. [Biden] utilizou-o por um momento”, esclareceu o porta-voz da Casa Branca Andrew Bates, em resposta a uma publicação da página da campanha de Trump.

At the Shanksville Fire Station, @POTUS spoke about the country's bipartisan unity after 9/11 and said we needed to get back to that.

As a gesture, he gave a hat to a Trump supporter who then said that in the same spirit, POTUS should put on his Trump cap. He briefly wore it. https://t.co/7VKZnkVMY7

— Andrew Bates (@AndrewJBates46) September 11, 2024

Donald Trump insistiu que ainda não tem a certeza sobre a realização de um segundo debate com Kamala Harris, em breves declarações aos jornalistas na Pensilvânia, onde visitou o memorial do Voo 93.

“Espero que ela tenha desfrutado do debate“, afirmou Trump, declarando que ele desfrutou. Sobre a interação, aparentemente tensa, desta manhã no memorial do World Trade Center, o candidato republicano recusou-se a dizer que palavras tinham sido trocadas, afirmando apenas que foram “[palavras] muito educadas“.

Esta manhã, na loja oficial da campanha de Kamala Harris e Tim Walz surgiu um novo produto à venda: pulseiras com pequenas contas brancas em que se pode ler o nome dos dois candidatos. Têm como inspiração as pulseiras da amizade popularizadas nos concertos de Taylor Swift e foram postas à venda momentos depois de a cantora ter feito uma declaração pública a apoiar o par democrata.

Um par de pulseiras custa 20 dólares (cerca de 18 euros) e, poucas horas depois de terem sido postas à venda, já esgotaram.

Leslie Voltaire, membro do conselho presidencial de transição do Haiti, criticou as declarações de Donald Trump no debate de ontem, em que o candidato republicano acusou a os imigrantes haitianos no Ohio de “comer animais de estimação”. Voltaire classificou-as como uma representação “preocupante, infundada e inaceitável” da comunidade haitiana.

“Esta retórica visa injustamente uma comunidade que sempre contribuiu de forma significativa na sociedade americana através do seu trabalho árduo. Estas narrativas arriscam dividir e pôr em perigo comunidade que já são vulneráveis. É crucial promover a unidade, o respeito mútuo e a longa parceria histórica entre os Estados Unidos e o Haiti”, escreveu Voltaire no X.

The continued misrepresentation of Haitian immigrants is deeply troubling and concerning. Recent accusations that Haitians in Springfield are consuming pets and local wildlife are not only completely unfounded but also unacceptable. This rhetoric unfairly targets a community that…

— Leslie Voltaire (@leslievoltaire) September 10, 2024

O silêncio de Melania Trump, a esposa de Donald Trump, na sua campanha eleitoral tem sido notado pelos media norte-americanos. Melania quebrou-o esta semana, com uma série de vídeos publicados nas suas redes sociais, um deles horas antes do debate de ontem.

“É cada vez mais evidente que há desafios significativos à liberdade de expressão, como ficou demonstrado pelos esforços de silenciar o meu marido“, declara Melania num dos vídeos. No que foi publicado ontem, fala pela primeira vez sobre a tentativa de assassinato de Trump que classifica como “uma experiência horrível e angustiante”, acrescentando que “há mais nesta história” e que “temos de revelar a verdade“. Os vídeos são parte da campanha de promoção do livro de memórias que vai publicar em outubro, mas têm sido partilhados por Trump nas suas redes sociais.

https://t.co/ZCTwZSqZND pic.twitter.com/KKA6anTEYC

— MELANIA TRUMP (@MELANIATRUMP) September 10, 2024

Donald Trump repetiu que não vê motivos para um novo debate, defendendo que Kamala Harris só está disponível para tal porque perdeu o debate de ontem e quer uma “desforra”.

“No mundo do boxe, quando um lutador é derrotado, levanta-se e grita ‘Exijo desforra, exijo desforra’. Isto não é diferente com um debate. Ela foi derrotada a sério ontem à noite“, escreveu Trump na sua rede social Truth Social.

O candidato republicano cita ainda sondagens que lhe dão a vitória, “num caso 92-8”, como justificação para não precisar da desforra. Não é claro a que sondagens Trump se está a referir, mas a CNN relata que quase dois terços dos eleitores norte-americanos deram a vitória no debate a Kamala Harris.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão respondeu às declarações de Donald Trump durante o debate, em que o candidato republicano justificou as suas políticas de exploração de recursos naturais com o caso alemão.

“Goste-se ou não: o sistema de energia da Alemanha está completamente operacional com mais de 50% de energias renováveis. E estamos a fechar — não a construir — centrais de carvão e nucleares“, corrigiu o ministério alemão.

Na publicação oficial, Berlim fez ainda menções aos seus comentários inusitados — e falsos — sobre imigrantes que comem animais de estimação. “PS: nós também não comemos gatos e cães”, escreveram na publicação no X.

Like it or not: Germany’s energy system is fully operational, with more than 50% renewables. And we are shutting down – not building – coal & nuclear plants. Coal will be off the grid by 2038 at the latest. PS: We also don’t eat cats and dogs. #Debate2024 pic.twitter.com/PiDO98Vxfo

— GermanForeignOffice (@GermanyDiplo) September 11, 2024

As eleições presidenciais norte-americanas de 2024 começaram hoje oficialmente. É o primeiro dia para submeter os boletins para o voto antecipado no Estado do Alabama, nota a CNN. Este processo já devia ter começado na última sexta-feira na Carolina do Norte, mas os boletins tiveram de ser reimpressos, para retirar o nome do candidato independente Robert F. Kennedy Jr.

Cada Estado norte-americano tem prazos e regras diferentes para o registo e a submissão de votos antecipados e à distância. No Alabama é preciso uma justificação válida para votar hoje, pelo que apenas um pequeno número de votos deverá ser lançado. O dia oficial para a ida às urnas é o dia 5 de novembro.

Depois do confronto em Filadélfia ontem à noite, Kamala Harris e Donald Trump cumprimentaram-se esta manhã de forma tensa em Nova Iorque, numa homenagem às vítimas do atentado terrorista contra o World Trade Center, 23 anos depois do ataque a 11 de setembro.

A vice-Presidente chegou ao local acompanhada pelo Presidente Joe Biden, enquanto Donald Trump se fez acompanhar por JD Vance, ambos vestidos com as cores da bandeira americana. Entre os dois democratas e os dois republicanos estava sentado o antigo autarca de Nova Iorque, Mike Bloomberg. Num vídeo partilhado pelo New York Times é possível ver que Bloomberg facilitou o cumprimento entre os dois candidatos, interrompendo a conversa de Harris com o senador democrata Chuck Schummer. Numa imagem semelhante à que abriu o debate, Harris dirigiu-se a Trump, cumprimentando-o com um aperto de mão e repetindo por duas vezes “obrigada”.

Apesar do cumprimento, tenso, o jornal norte-americano nota que o memorial do 9/11 costuma ser uma oportunidade de os candidatos porem de lado as diferenças partidárias e homenagearem as vítimas. Em 2008, Barack Obama e John McCain marcaram presença nas mesmas comemorações em Manhattan, uma frente unida rara na reta final das eleições presidenciais.

Donald Trump criticou esta manhã a forma como o debate de ontem foi conduzido pelos jornalistas David Muir e Lindsey Davis, da ABC. “Era um acordo manipulado, como assumi que fosse ser, olhando para o facto de corrigirem tudo [o que disse] e não a corrigirem a ela [Harris]”, criticou o candidato republicano, em declarações citadas pela CNN. O ex-Presidente acrescenta que “[a ABC] devia ter a sua licença revogada pela forma como fizeram aquilo”.

A ABC tinha declarado que os jornalistas se iam abster de fazer fact-check a todas as declarações, notando que o papel dos moderadores era “facilitar um bom debate”. Ainda assim, Muir e Davis foram obrigados a intervir para apontar a falsidade de algumas declarações de Trump durante o debate. Uma análise da CNN aponta que Trump fez mais de 30 declarações falsas durante o debate. Harris por sua vez fez uma declaração abertamente falsa e outras que classificam como “enganosas ou a precisar de contexto essencial”.

O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, mostrou-se esta manhã pouco surpreendido com o apoio da cantora Taylor Swift à sua adversária, Kamala Harris. “Ela é uma pessoa muito liberal. Ela parece que apoia sempre um democrata. E provavelmente vai pagar por isso no mercado“, afirmou no programa Fox and Friends da Fox News.

O ex-Presidente desvalorizou a posição da estrela pop, dizendo que “na verdade gosta muito mais de [Brittany] Mahomes”. “Ela é uma grande fã de Trump. Acho que a Brittany é ótima. A Brittany esteve nas notícias na semana passada. Ela é uma grande fã do MAGA. Gosto muito mais dessa que da Taylor Swift”, disse o próprio Trump, acrescentando ainda a sua apreciação pelo seu marido “um ótimo quarterback”. O casal Brittany e Patrick Mahomes são visto regularmente com Taylor Swift e apesar de nunca terem apoiado publicamente nenhum partido, Brittany gostou de várias publicações e comentários elogiosos de Trump e Vance.

Há uma semana Vladimir Putin disse que preferia Kamala Harris a Donald Trump mas agora quer ver o seu nome fora da campanha para as presidenciais dos Estados Unidos.

O porta voz do Presidente russo disse que o Kremlin não seguiu diretamente o debate de ontem entre os dois candidatos mas que soube das referências a Putin. E não gostou.

“Claro que reparámos que ambos os candidatos mencionaram o nosso presidente, mencionaram o nosso país. É claro que a posição é bastante clara — os EUA como um todo, independentemente do partido dos candidatos, mantêm uma atitude negativa, uma atitude hostil em relação ao nosso país”, afirmou Dmitry Peskov, citado pela Reuters.

“O nome de Putin é usado como um dos instrumentos na luta política interna nos EUA. Não gostamos mesmo nada disso e esperamos que deixem o nome do nosso Presidente em paz”, pediu Peskov na conversa habitual com os jornalistas.

O dono da Tesla reagiu à mensagem de apoio a Kamala Harris que Taylor Swift deixou esta madrugada nas redes sociais, pouco depois do final do debate, fazendo referência ao facto de a cantora norte-americana ter assinado a manifestação de apoio enquanto uma “mulher sem filhos e com gatos”.

“Tudo bem Taylor… Ganhaste… Vou dar-te um filho e defender os teus gatos com a minha vida”, escreveu Elon Musk numa publicação no X, que foi rapidamente classificada pelo utilizadores da aplicação como “sinistra”, “bizarra” e “assustadora”.

Fine Taylor … you win … I will give you a child and guard your cats with my life

— Elon Musk (@elonmusk) September 11, 2024

O empresário Elon Musk recorreu à sua rede social, X, para comentar o debate desta madrugada. Apesar de não dar a vitória nem a Kamala Harris nem a Donald Trump, o apoiante da campanha republicana afirma que a candidata democrata “superou as expectativas”.

“Embora não ache que os moderadores do debate tenham sido justos com Donald Trump, Kamala Harris superou as expectativas da maioria das pessoas esta noite”, escreveu o dono da Tesla.

“Dito isso, quando se trata de fazer as coisas, e não apenas dizer palavras bonitas, acredito firmemente que Trump fará um trabalho muito melhor”, sustentou, mostrando o seu continuo a apoio ao ex-Presidente dos EUA.

While I don’t think the debate hosts were fair to @realDonaldTrump, @KamalaHarris exceeded most people’s expectations tonight.

That said, when it comes to getting things done, not just saying nice-sounding words, I strongly believe that Trump will do a far better job.

After…

— Elon Musk (@elonmusk) September 11, 2024

A prestação de Kamala desestabilizou Trump, mas ganhar um debate não dá vitória nas eleições.

Ouça aqui a análise ao debate no “E o Vencedor É…” com a editora de Internacional do Observador

Eficácia de Kamala deixou Trump atordoado

Os eleitores que participaram num painel da Fox News, reagiram ao vivo ao debate e disseram que a vice-presidente Kamala Harris saiu do evento com uma vitória.

Questionados sobre quem achavam que tinha ganho o debate, 12 votantes do painel levantaram a mão para Harris, enquanto apenas cinco indicaram que acreditavam que Donald Trump tinha ganho.

Quando questionados sobre a razão pela qual consideram que Harris ganhou, muitos votantes afirmaram que Trump não soube atacar o seu novo adversário na corrida e que não trouxe novos argumentos à discussão com a opositora.

Enquanto Trump foi para a Fox News, Kamala Harris foi para uma festa dos que asssistiram ao debate na Filadélfia no final da noite. “Trabalho duro é trabalho bom. E nós vamos ganhar”, garantiu.

I stopped by a debate watch party in Philly before the end of the night.

Hard work is good work. And we are going to win. pic.twitter.com/DTXMNfH25F

— Kamala Harris (@KamalaHarris) September 11, 2024

O antigo Presidente norte-americano recorreu à rede social X para reforçar o seu apoio a Kamala Harris, assegurando que será “uma excelente Presidente para todos os americanos”.

“Esta noite vimos em primeira mão quem tem a visão e força para levar este país para a frente, ao invés de o dividir.”, escreveu Obama, partilhando um link de apoio à campanha da candidata demcorata.

Tonight, we saw firsthand who has the vision and strength to move this country forward instead of dividing us. @KamalaHarris will be a president for all Americans. 

Let's get to work: https://t.co/EuAXRi0gI2

— Barack Obama (@BarackObama) September 11, 2024