Os Estados Unidos avisam que estão prontos para tomar mais medidas para sancionar colonos israelitas que atacam palestinianos na Cisjordânia.

Em entrevista ao Times of Israel, o porta-voz do Conselho da Segurança Nacional, John Kirby, avisou: “Já adotámos medidas para sancionar entidades e indivíduos. Continua a ser uma ferramenta viável para futuro”.

“Ainda há violência de colonos, e isso é profundamente preocupante. Como o Presidente Biden disse claramente, é inaceitável e condenámos cada caso”. Rejeitando que haja alguma medida que seja uma “panaceia”, Kirby assegurou também que os Estados Unidos não “ignoram” estes casos e que é por isso que determinam sanções.

O que tem de acontecer, defende o responsável norte-americano, é devem ser tomadas “decisões de liderança claras em Israel para parar esta violência”. Por isso, os EUA não podem “excluir sanções no futuro”.

Como o Times of Israel recorda, na semana passada registou-se um aumento de ataques contra palestinianos, tendo resultado em duas mortes.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, tem a porta aberta para um encontro com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, durante a sessão de alto nível das Nações Unidas, em setembro em Nova Iorque, afirmou hoje o seu porta-voz.

“A porta do secretário-geral está aberta a todos os chefes de Estado que chegam. E todos os anos em que o primeiro-ministro [Netanyahu] veio a Nova Iorque, encontrou-se com o secretário-geral. Não tenho razões para acreditar que não haja uma reunião”, declarou à imprensa Stéphane Dujarric.

Questionado sobre o significado de não se realizar um encontro entre Netanyahu e Guterres – que tem sido muito crítico durante meses do cerco de Israel à Faixa de Gaza após o ataque do grupo islamita palestiniano Hamas em 7 de outubro -, Dujarric respondeu simplesmente que “não seria um reflexo do que aconteceu no passado”.

As Nações Unidas foram obrigadas a evacuar as suas instalações de ajuda humanitária na Faixa de Gaza pela segunda vez desde o início da ofensiva israelita no enclave, relata a Al Jazeera. O complexo localizava-se em Rafah, no sul de Gaza, mas teve de ser evacuado em maio e foi transferido para Deir Al-Balah, onde operou nos últimos meses.

Agora, uma ordem de evacuação desta cidade pelas tropas israelitas obrigou a uma nova mudança. O complexo inclui armazéns e alojamentos dos funcionários da ONU, mas a ordem de evacuação incluiu outros quatro armazéns das Nações Unidas, uma central de dessalinização, três poços e um reservatório de água, dois centros de saúde, um hospital e 29 abrigos para desalojados.

Os Estados Unidos prometem que, caso o Irão ataque Israel, estarão a postos para defender o seu aliado.

Segundo o porta-voz da Casa Branca John Kirby, que falou a um canal te televisão norte-americano e é citado pelo Times of Israel, as ameaças do Irão são para levar a sério. “Acreditamos que continuam a estar prontos para lançar um ataque se quiserem”, e por isso os EUA prometem manter uma “força reforçada” na região.

A “mensagem” dos Estados Unidos dirigida ao Irão mantém-se “consistente”, diz Kirby: “Um, não o façam, não há razão para escalar isto. Não há razão para potencialmente começar uma guerra regional. E dois, estaremos preparados para defender Israel se for preciso”.

O antigo autarca da cidade de Rahat, no sul de Israel, Ata Abu Medigam, falou com o refém hoje libertado, Kaid Farhan Elkadi, sobre os “dias muito difíceis” e “cruéis” que este viveu, conta o jornal Haaretz.

Segundo o antigo autarca, Farhan contou que um dos reféns que estavam presos com ele durante dois meses “morreu ao lado dele”.

Farhan terá falado também do tempo que passou sem qualquer exposição ao sol. “Ele verificava se os olhos ainda estariam a funcionar — punha os dedos nos olhos para verificar se tinha reflexos”.

O conselheiro da Casa Branca para os assuntos do Médio Oriente, Brett McGurk, já chegou a Doha, capital do Qatar, para a próxima ronda de negociações tendo em vista um cessar-fogo em Gaza.

A Al-Jazeera já tinha noticiado que uma delegação israelita deverá chegar ao Qatar esta quarta-feira.

O Presidente israelita, Isaac Herzog, já falou ao telefone com Kaid Farhan Elkadi, o refém que as forças israelitas resgataram esta terça-feira. Segundo conta o jornal israelita Haaretz, o Presidente disse estar “entusiasmado por ouvir a voz” do refém agora libertado: “O nosso irmão voltou a casa”.

O israelita Farhan al-Qadi, foi encontrado e resgatado pelas tropas israelitas esta terça-feira por acidente, de acordo com duas fontes citadas pelo New York Times. O acaso deu-se enquanto Israel realizava uma operação em Gaza.

Segundo fontes do New York Times, as tropas de Israel estavam a procurar membros do Hamas em túneis quando se depararam com Farhan al-Qadi sozinho, sem guardas, numa sala a cerca de 25 metros de profundidade.

No entanto, o Times of Israel, desmentiu estas informações. De acordo com este jornal, não se tratou de um acaso: apesar de não saberem com precisão onde estava Al-Qadi, as forças israelitas já estavam a procurar reféns aquela área concreta.

Depois de Israel regatar um refém, o Major-General Isidro Morais Pereira afirma que as forças israelitas farão tudo para continuar a libertar reféns. Já a Ucrânia não vai desistir de Kursk.

Ouça aqui o novo episódio do “Gabinete de Guerra” da Rádio Observador.

“Deve haver mais operações para resgatar reféns”

O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu falou por telefone com o refém resgatado em Gaza Farhan al-Qadi, escreve o Times of Israel, que cita o gabinete do governante.

Netanyahu disse ao israelita que “toda a nação de Israel está radiante com o seu salvamento”. E acrescentou que continuará a “fazer todos os possíveis para trazer todos os reféns para casa”.

O vídeo do momento foi entretanto partilhado na rede social X.

בשיחה עם פרחאן קאדי.

אנחנו לא שוכחים אף אחד. אנחנו מחויבים להחזיר את כולם, בלי יוצא מן הכלל. pic.twitter.com/6w69lwEp8s

— Benjamin Netanyahu – בנימין נתניהו (@netanyahu) August 27, 2024

Em declarações num vídeo citado também pelo Times of Israel, Netanyahu disse que o seu país está a trabalhar para resgatar os reféns através “de duas formas: negociações e operações de resgate”.

Ambas “obrigam a uma presença militar no terreno e uma pressão militar sem fim sob o Hamas”, rematou.

Hatam, irmão do refém resgatado esta terça-feira, falou ao jornal Haaretz sobre o momento em que a família viu as notícias de que Kaid Farhan Elkadi tinha sido resgatado.

“Ao início não acreditámos. Mas depois o exército disse-nos que era verdade, ficámos muito animados e muito felizes”, afirmou. “Esperávamos por este momento há muito tempo. Esperamos que todos os reféns venham a ter um momento destes, que possam experienciar o mesmo entusiasmo e alegria. Que todos os reféns regressem e que as suas famílias possam sentir este sentimento.”

Sobre o estado de saúde do irmão, Hatam reconheceu que está “um bocadinho magro, mas nada de significativo”. Ao irmão, disse-lhe “que tudo está bem” e que todos “estão à espera dele lá fora”.

O hospital para onde foi o refém resgatado, Kaid Farhan Elkadi, garantiu entretanto que o homem está bem e perfeitamente consciente, revela o Haaretz.

“Ele ficou muito animado quando viu um familiar”, acrescentou o centro médico, em referência ao encontro do até agora refém com o seu irmão — cujo momento foi captado em fotografia.

First image of rescued hostage Farhan al-Qadi in Israeli hospital.

The look on his brother's face is everything ???? pic.twitter.com/QjFEWqzF7B

— Aviva Klompas (@AvivaKlompas) August 27, 2024

Daniel Hagari, porta-voz do exército israelita, fala aos jornalistas em Telavive sobre o resgate de um refém de 52 anos nesta terça-feira. “Estava debaixo do solo”, reiterou, como já tinha sido avançado pelas IDF.

Hagari justifica a pouca informação que pode revelar sobre a operação de resgate com a possibilidade de prejudicar as próximas ações. Descreve a operação como “corajosa e complexa” e baseada em informações exatas.

Reforça, como já tinha sido informado, que Qaid Farhan al-Qadi está “vivo”, “de boa saúde” e “de volta a casa”, após 362 dias de cativeiro. Vai ser submetido a exames médicos nas próximas horas.

O porta-voz do exército recorda que mais de 100 reféns ainda estão em Gaza e promete: “Não vamos descansar enquanto não cumprirmos a nossa missão de os trazer para casa, vamos continuar a insistir no regresso deles por todos os meios possíveis.”

O irmão do refém de 52 anos resgatado esta terça-feira disse aos meios de comunicação social hebraicos, à porta do Centro Médico Soroka em Beersheba, que está muito feliz pelo regresso do familiar a Israel.

“Não consigo explicar este sentimento, é melhor até do que a chegada de um novo bebé”, afirmou, citado pelo Times of Israel. “Estamos gratos a toda a gente e esperamos vê-lo em breve com saúde. Estamos muito felizes, muito felizes por receber esta notícia”, acrescentou.

Um refém israelita foi esta terça-feira resgatado pelas tropas israelitas de um túnel no sul da Faixa de Gaza. Qaid Farhan al-Qadi, de 52 anos, está numa “condição médica estável” segundo os primeiros relatos das Forças de Defesa de Israel (IDF).

Today, the IDF and ISA rescued the hostage Qaid Farhan Alkadi, aged 52, from Rahat, who was abducted by the Hamas terrorist organization into Gaza on October 7.

He is in a stable medical condition and is being transferred for medical checks at a hospital. His family has been… pic.twitter.com/lGBKa3aaaO

— Israel Defense Forces (@IDF) August 27, 2024

É oriundo de uma comunidade perto da cidade de Rahat. Trabalhava como guarda numa fábrica de embalagens a 7 de outubro, quando foi raptado durante o ataque do Hamas.

Al-Qadi foi encontrado dentro de um túnel por comandos da unidade de elite Shayetet 13 da Marinha. A operação, descrita como “complexa”, foi conduzida pelo Comando Sul das IDF, pela agência de segurança Shin Bet e pela 162ª Divisão das IDF.

O líder supremo do Irão abre a porta a novas negociações com os EUA sobre o programa nuclear do seu país. As declarações do Ayatollah Ali Khameneil, citadas pelo Times of Israel, estabelecem. no entanto, linhas vermelhas claras para quaisquer conversações que tenham lugar sob o governo do presidente reformista Masoud Pezeshkian.

“Não temos de depositar a nossa esperança no inimigo. Para os nossos planos, não devemos esperar pela aprovação dos inimigos”, ressalva Khamenei num vídeo transmitido pela televisão estatal.

Segundo o jornal israelita, comentários de Khameneil espelham os que foram feitos na altura do acordo nuclear de 2015 entre o Irão e as potências mundiais, que reduziu significativamente o programa nuclear de Teerão em troca do levantamento das sanções económicas.

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE) pediu hoje um cessar-fogo humanitário imediato de três dias na Faixa de Gaza, entre Israel e o grupo islamita Hamas, para permitir a vacinação da população perante a propagação da poliomielite.

“A rápida propagação da poliomielite ameaça todas as crianças de Gaza, já enfraquecidas pela deslocação, privação e má nutrição. Apelo a um cessar-fogo humanitário imediato de três dias para permitir a vacinação pela Organização Mundial de Saúde [OMS] e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância [UNICEF] – independentemente de negociações mais alargadas”, pediu Josep Borrell, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

“A nossa humanidade exige-o”, adiantou o responsável.

The quick spread of polio threatens all children in Gaza, already weakened by displacement, deprivation & malnourishment.

I urge an immediate 3-day humanitarian ceasefire to enable vaccination by @WHO & @UNICEF – independent of wider negotiations.

Our humanity demands it.

— Josep Borrell Fontelles (@JosepBorrellF) August 27, 2024

A posição surge um dia depois de o Ministério da Saúde do Governo da Faixa de Gaza, controlado pelo movimento islamita palestiniano Hamas, ter confirmado que mais de 1,2 milhões de vacinas contra a poliomielite chegaram ao enclave.

O diretor do Hospital Kamal Adwan, na Faixa de Gaza, afirma que Israel quer “destruir o setor da saúde” ao impedir a entrada de combustível na Faixa de Gaza.

O responsável médico, citado pela Aljazeera, refere que a “maioria das pessoas que chegam feridas pelos ataques israelitas morrem devido às más condições e à falta de serviços médicos”.

No início deste mês, foi detetado o primeiro caso de poliomielite em Gaza, depois de as Nações Unidas terem apelado a uma pausa nos combates para permitir uma campanha de vacinação das crianças contra o vírus.