O líder supremo do Irão abre a porta a novas negociações com os EUA sobre o programa nuclear do seu país. As declarações do Ayatollah Ali Khameneil, citadas pelo Times of Israel, estabelecem. no entanto, linhas vermelhas claras para quaisquer conversações que tenham lugar sob o governo do presidente reformista Masoud Pezeshkian.

“Não temos de depositar a nossa esperança no inimigo. Para os nossos planos, não devemos esperar pela aprovação dos inimigos”, ressalva Khamenei num vídeo transmitido pela televisão estatal.

Segundo o jornal israelita, comentários de Khameneil espelham os que foram feitos na altura do acordo nuclear de 2015 entre o Irão e as potências mundiais, que reduziu significativamente o programa nuclear de Teerão em troca do levantamento das sanções económicas.

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE) pediu hoje um cessar-fogo humanitário imediato de três dias na Faixa de Gaza, entre Israel e o grupo islamita Hamas, para permitir a vacinação da população perante a propagação da poliomielite.

“A rápida propagação da poliomielite ameaça todas as crianças de Gaza, já enfraquecidas pela deslocação, privação e má nutrição. Apelo a um cessar-fogo humanitário imediato de três dias para permitir a vacinação pela Organização Mundial de Saúde [OMS] e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância [UNICEF] – independentemente de negociações mais alargadas”, pediu Josep Borrell, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

“A nossa humanidade exige-o”, adiantou o responsável.

The quick spread of polio threatens all children in Gaza, already weakened by displacement, deprivation & malnourishment.

I urge an immediate 3-day humanitarian ceasefire to enable vaccination by @WHO & @UNICEF – independent of wider negotiations.

Our humanity demands it.

— Josep Borrell Fontelles (@JosepBorrellF) August 27, 2024

A posição surge um dia depois de o Ministério da Saúde do Governo da Faixa de Gaza, controlado pelo movimento islamita palestiniano Hamas, ter confirmado que mais de 1,2 milhões de vacinas contra a poliomielite chegaram ao enclave.

O diretor do Hospital Kamal Adwan, na Faixa de Gaza, afirma que Israel quer “destruir o setor da saúde” ao impedir a entrada de combustível na Faixa de Gaza.

O responsável médico, citado pela Aljazeera, refere que a “maioria das pessoas que chegam feridas pelos ataques israelitas morrem devido às más condições e à falta de serviços médicos”.

No início deste mês, foi detetado o primeiro caso de poliomielite em Gaza, depois de as Nações Unidas terem apelado a uma pausa nos combates para permitir uma campanha de vacinação das crianças contra o vírus.

Cerca de 20 familiares dos 105 reféns do grupo islamita Hamas bloquearam hoje a autoestrada Ayalon, em Telavive, com cartazes para exigir do Governo israelita um acordo para a libertação dos sequestrados.

No cartaz principal estava escrito “Não há acordo abandonado. Há abandono”, expressando aquilo que muitos israelitas pensam sobre as negociações para a libertação dos reféns e um cessar-fogo na Faixa de Gaza conduzido pelo Governo do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.

Os manifestantes também seguravam imagens de alguns dos seis reféns cujos corpos sem vida foram recuperados em 20 de agosto de um túnel em Khan Yunis, no sul de Gaza, todos com ferimentos de bala.

O grupo islâmico Hamas apelou hoje à “intensificação da resistência” contra a ocupação israelita na Cisjordânia e em Gaza, depois de cinco palestinianos terem morrido na segunda-feira à noite num ataque israelita.

“O sangue derramado não será em vão. Será um incentivo para a escalada da resistência e a continuação das nossas operações heroicas”, disse o Hamas em comunicado.

Um ataque com bomba a uma casa em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, fez pelo menos quatro mortos e também feriu algumas pessoas, segundo dá conta a Aljazeera. Mais cedo esta manhã, outros dois ataques a prédios residenciais no norte de Gaza mataram pelo menos nove pessoas.

O general da força aérea C. Q. Brown, chefe do Estado-Maior conjunto esteve numa viagem de três dias pelo Médio Oriente e no final falou em exclusivo à agência Reuters. O militar acredita que o risco a curto prazo da atual guerra se alargar no Médio Oriente diminuiu ligeiramente depois de Israel e o Hezbollah se terem trocado fogo sem escalar o ataque. No entanto, acredita também que o Irão continua a ser uma ameaça

Segundo a Reuters, trata-se do principal general dos Estados Unidos e esteve passou por Israel horas depois do que terá sido uma das maiores trocas de ataques com o Hezbollah nos últimos 10 meses, contudo acabou com danos limitados no estado israelita.

Brown foi questionado se o risco imediato de uma guerra regional tinha diminuído.“De certa forma, sim”, respondeu o militar. “Havia duas coisas que sabia que iriam acontecer. Uma já aconteceu. Agora depende de como a segunda vai acontecer”, disse referindo-se também à ameaça do Irão. “Como o Irão responder vai ditar como Israel responde, o que vai ditar se haverá um maior conflito ou não.” O Irão disse que iria responder à morte do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, no mês passado em Teerão.