O Presidente dos EUA, Joe Biden, assinou esta sexta-feira um orçamento de 886 mil milhões de dólares para despesas de defesa. A informação foi veiculada através de um comunicado de imprensa da Casa Branca.

O projeto de lei atribui apenas 300 milhões de dólares no seu orçamento recorde para a ajuda à Ucrânia. O dinheiro financiará a Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia até 2026.

Volodymyr Zelensky delineou os objetivos da política externa da Ucrânia para 2024 num discurso para membros do serviço diplomático da Ucrânia esta sexta-feira.

No meio de preocupações com a crescente precariedade do apoio dos EUA, o presidente ucraniano sublinhou a necessidade de aumentar os programas de apoio a longo prazo à Ucrânia, que serão “fundamentais para a estabilidade do nosso país durante a guerra”.

Outro objetivo importante é aumentar a produção interna de armas e o fornecimento de armas do exterior “porque ninguém vai desistir”, disse o presidente ucraniano. “Cada um de vós que pode ajudar a Ucrânia a aumentar a produção de armas, equipamento e defesa aérea ou a reforçar a cooperação relevante com parceiros deve fazê-lo”, disse aos diplomatas.

Para Zelensky, as sanções contra a Rússia “também devem ser constantemente reforçadas”, enquanto a Ucrânia trabalha com parceiros internacionais para continuar a encontrar, congelar e confiscar os bens russos.

O Kremlin ameaçou a Europa e os EUA com “consequências graves”, incluindo apreensões financeiras ou mesmo a rutura de relações diplomáticas, se os ativos russos detidos no estrangeiro forem cedidos para enriquecer o orçamento ucraniano e o esforço de guerra, aponta o The Guardian.

Na quinta-feira foi noticiado que o governo de Joe Biden tinha iniciado discussões urgentes com os países que pertencem ao G7 sobre a apreensão sem precedentes de fundos russos, que se acredita serem mantidos principalmente na Europa e se os fundos poderiam ser gastos diretamente no esforço militar ucraniano ou apenas para reconstrução e uso orçamentário.

O Serviço de Informações Externas da Ucrânia alegou esta sexta-feira que Roman Ihnatov, diretor da Comissão de Alta Qualificação, uma agência fundamental do sistema judicial ucraniano, tem nacionalidade russa.

Ihnatov, que trabalhou como investigador na Rússia nos anos 90 e que, na altura, era obrigado por lei a ter cidadania russa, nega ter atualmente esta cidadania, informa o The Kyiv Independent.

Volodymyr Zelensky disse esta sexta-feira ao ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Radoslaw Sikorski, que tem esperança numa “nova página nas relações” entre os dois países.

“Ambos concordamos que as nossas relações bilaterais precisam de um impulso e que todas as preocupações devem ser resolvidas de uma forma mutuamente respeitosa”, afirmou Zelensky, citado pelo The Kyiv Independent lembrando que são dois países “vizinhos muito fortes com uma história comum”.

I hosted Polish Foreign Minister @SikorskiRadek in Kyiv on his first foreign visit.
 
I am grateful to Poland for its significant support for Ukraine and Ukrainians as we defend ourselves against Russia’s full-scale aggression.
 
We both agree that our bilateral relations need a… pic.twitter.com/UeDeqHxUlR

— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) December 22, 2023

As tensões entre a Polónia e a Ucrânia aumentaram nos últimos meses, com camionistas e agricultores polacos a bloquear alguns dos postos de controlo fronteiriços mais movimentados com a Ucrânia. De acordo com Sikorski, estão a ser trabalhados os detalhes finais de um acordo entre a Polónia e a Ucrânia, que poderá desbloquear a fronteira.

Grandes áreas da Ucrânia ficaram sem eletricidade esta sexta-feira devido às más condições meteorológicas e aos ataques russos às infraestruturas energéticas, informou o ministério da Energia da Ucrânia, citado pelo The Kyiv Independent.

Treze cidades foram afetadas pelo mau tempo e pelos ataques russos às infraestruturas energéticas, tendo afetado o fornecimento de energia a cerca de 100.000 pessoas.

A região mais afetada foi Zakarpattia, onde 64.300 pessoas ficaram sem eletricidade devido aos ventos fortes.

Em Donetsk, Chernihiv, Kherson, Sumy, Zaporizhzhia e Dnipropetrovsk, dezenas de milhares de pessoas ficaram sem acesso à eletricidade ou ao gás devido aos ataques russos.

Os Países Baixos vão entregar 18 F-16 à Ucrânia, confirmou esta sexta-feira o primeiro-ministro holandês Mark Rutte durante uma chamada telefónica para Volodymyr Zelensky”.

“Além de uma autorização de exportação, é necessário cumprir uma série de outros critérios para que a entrega possa ser efetuada, incluindo requisitos em matéria de pessoal e infra-estruturas”, afirmou o político no X, antigo Twitter.

????: I spoke with President @ZelenskyyUa again this morning. Naturally, we discussed the European Council’s important decision last week to launch accession negotiations with Ukraine. I’m impressed with Ukraine’s progress so far, and the Netherlands stands ready to help Ukraine as…

— Mark Rutte (@MinPres) December 22, 2023

“Naturalmente, discutimos a importante decisão do Conselho Europeu, na semana passada, de iniciar as negociações de adesão com a Ucrânia. Estou impressionado com os progressos realizados pela Ucrânia até à data, e os Países Baixos estão prontos a ajudar a Ucrânia enquanto esta continua a trabalhar nas reformas que o processo de adesão exige”, escreveu Rutte, que assegurou o envio de “todos os esforços para garantir que, na reunião do Conselho Europeu de fevereiro de 2024, se chegue a acordo sobre o apoio financeiro da UE”.

As autoridades ucranianas anunciaram hoje a recuperação dos restos mortais de 66 soldados caídos em combate contra a Rússia.

A operação foi possível graças à ação da Central de Coordenação para o Tratamento de Prisioneiros de Guerra (CCTPG) em cooperação com o Centro Conjunto dos Serviços de Segurança da Ucrânia, o Ministério do Interior e outras instituições, indicou a CCTPG na plataforma digital Telegram.

Essa instituição também agradeceu ao Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e ao chefe da delegação na Ucrânia, Jürg Eglin, o seu “apoio e esforços significativos”.

Os restos mortais dos soldados serão transportados para centros especiais designados pelo Estado, onde serão entregues a representantes das forças da ordem e especialistas forenses que procederão à sua identificação.

A última operação semelhante ocorreu em finais do mês passado, quando se recuperaram 94 cadáveres de soldados ucranianos.

Casa Branca dá passo importante para tentar impedir que Moscovo contorne as sanções impostas pelos Estados Unidos à Rússia. Joe Biden vai assinar hoje uma ordem executiva que autoriza Washington a sancionar as instituições financeiras que ajudem a Rússia a fugir às sanções, disse a Secretária do Tesouro dos Estados Unidos numa declaração citada pela agência de notícias Reuters.

A ordem do Presidente dos Estados Unidos inclui também a possibilidade de serem proibidos produtos da Rússia mas processados noutros países, como frutos do mar e diamantes, acrescentou Janet Yellen.

O ministro da Defesa russo disse hoje que o sistema de defesa anti-aéreo destruiu cinco drones a sul de Moscovo, que se dirigiam para a capital russa no espaço de uma hora. Segundo a Reuters, Shoigu informou que quatro foram abatidos sobre a região de Kaluga e o quinto já dentro da região de Moscovo.

Depois da União Europeia, os Estados Unidos. Se ontem o ministro das Finanças russos prometeu responder na mesma moeda à intenção europeia de usar 300 mil milhões de dólares de fundos russos congelados, hoje foi a vez de o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros reagir em relação aos EUA.

Sergei Ryabkov, citado pela agência noticiosa Interfax, deixa um aviso: a Rússia poderá romper as relações diplomáticas se Washington confiscar os bens russos congelados devido à guerra na Ucrânia.

Os EUA “não devem agir sob a ilusão de que a Rússia está a agarrar-se com ambas as mãos às relações diplomáticas com eles”, disse Ryabkov.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, já “viu” a investigação realizada pelo Wall Street Journal sobre a morte do antigo líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin.

No briefing diário, Dmitry Peskov diz que preferir “não comentar” o assunto. “É improvável que esses materiais possam comentados”, afirmou o porta-voz.

Não obstante, o responsável da presidência russa não deixou de atirar que o “Wall Street Journal gosta de produzir ficção”.

Uma grande investigação do Wall Street Journal apurou que o ex-espião e o atual secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev, foi o responsável pela elaboração do plano para matar o antigo líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin.

Segundo o jornal norte-americano, que ouviu fontes dos serviços de informações do Ocidente e da Rússia, Nikolai Patrushev começou a montar o plano para matar o antigo mercenário, após o motim organizado por Yevgeny Prigozhin em junho de 2023, que praticamente não encontrou resistência e que avançou quase até Moscovo.

Após o motim, ainda que Vladimir Putin o tenha descrito como traidor, Yevgeny Prigozhin continuou a trabalhar e até viajou para África. Mas tudo não passou de um plano para o apanhar desprevenido.

Nikolai Patrushev, que também liderou um ramo dos serviços secretos russos (o Serviço Federal de Segurança), ordenou que fosse colocada uma pequena bomba debaixo da asa no jato em que ia Yevgeny Prigozhin a 23 de agosto.

Quem é o “falcão do Kremlin”, o homem mais poderoso (depois Putin) e que pode ser o sucessor do atual Presidente?

O Presidente russo, Vladimir Putin, foi avisado do plano do seu braço direito e não se opôs.

Após a morte de Yevgeny Prigozhin, o Kremlin rejeitou qualquer envolvimento. A investigação Wall Street Jornal mostra o contrário, sendo que o jornal também escreve que Nikolai Patrushev avisou durante vários meses para o perigo que representava o mercenário para a presidência russa.

Em Kherson os soldados russos “mataram um rapaz do oitavo ano à frente da família” disse ontem, em conferência de imprensa, o responsável militar da região ocupada pela Rússia.

A 20 de dezembro, o jovem de uma das povoações estaria “a passar por algum lado e tirou uma fotografia a alguma coisa”, disse Oleksandr Prokudin, citado pela Ukrinform (agência estatal de notícias ucraniana). Os militares russos “agarraram na criança, levaram-na a casa e mataram-na”, contou, sublinhando que a situação nesta zona ocupada pela Rússia “está muito difícil”.

Oleksandr Prokudin disse que há uma declaração da escola sobre o caso e que irá “contactar o comissário dos direitos humanos e todas as autoridades para reportar o que se passou”, acrescenta a Suspilne, agência de notícias ucraniana.

O ministro da Justiça alemão esclareceu hoje que o país não pretende deportar ucranianos face a uma eventual mobilização no estrangeiro de homens em idade militar para lutar na guerra.

A declaração de Marko Buschmann surge em reação à entrevista do ministro de Defesa ucraniano, ontem divulgada em vários meios de informação alemães, de que Kiev iria recrutar ucranianos que estivessem a viver em países estrangeiros.

Ministro da Defesa ucraniano falou com Helena Carreiras e agradeceu “apoio que Portugal tem dado à Ucrânia”

“Não iremos forçar pessoas ao serviço militar obrigatório ou a serem mobilizados contra a sua vontade”, garantiu o ministro à agência de notícias alemã, dpa.

O apartamento onde morava Andriy Kovalsky, o pivô de YediniNovyni, um telethon (maratona televisiva que visa angariar fundos para certas causas) informativo sobre a guerra foi destruido pelos ataques desta madrugada em Kiev. O apresentador e a sua família sobreviveram e os amigos lançaram no Facebook uma campanha para conseguir fundos que os ajudem.

O programa começou a 24 de fevereiro de 2021, quando a Rússia invadiu o país, com o nome #UA together n a Rada TV, a televisão da Assembleia da República da Ucrânia.

Pela sexta vez neste mês Kiev foi um dos alvos de uma vaga de ataques com drones lançados pela Rússia durante esta noite e madrugada. Alguns edifícios residenciais foram atingidos e registaram-se, até ao momento, dois feridos.

A força aérea ucraniana diz que abateu 24 dos 28 drones Shahed, de fabrico uraniano, disparados contra o sul, centro de oeste do país, no seu balanço diário no Facebook.