O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, está aberto ao diálogo sobre a resolução da guerra na Ucrânia, mas não recebeu propostas concretas dos líderes ocidentais, declarou hoje o porta-voz da presidência russa.

“Putin disse repetidamente que continua aberto a comunicar, a falar”, disse Dmitri Peskov em declarações à agência TASS.

Peskov admitiu que o diálogo não será fácil, mas sustentou que “de uma forma ou de outra, todas as guerras terminam na mesa de negociações”.

Questionado sobre se os Estados Unidos ou a Alemanha solicitaram até agora conversações com a Rússia, o porta-voz do Kremlin respondeu que não.

O porta-voz do chanceler alemão Olaf Scholz, Steffen Hebestreit, reiterou na semana passada que Scholz esteve sempre disposto a conversar, mas que no momento não está previsto qualquer contacto.

Segundo o chefe da Administração Militar Regional de Kiev, Sergei Popko, no seu canal na rede social Telegram, a Rússia atacou na última noite a capital ucraniana durante mais de três horas com drones e, apesar de os sistemas antiaéreos da Ucrânia terem intercetado todos os veículos aéreos não tripulados, uma mulher ficou ferida.

Uma fábrica de eletrónica estará a arder na cidade russa de Bryansk na sequência de um ataque com drones da Ucrânia que aconteceu na noite passada, de acordo com órgãos de comunicação social russos e ucranianos citados pelo The Kyiv Independent.

Trata-se de uma das maiores fábricas de microeletrónica na Rússia que produz componentes usados na produção na área da defesa do país, incluindo dos sistemas de mísseis Iskander.

A fábrica localiza-se a mais de 100 quilómetros a norte da fronteira com a Ucrânia e já tinha sido atacada pelo menos uma vez, em agosto de 2023.

A Rússia anunciou que a defesa aérea intercetou 13 drones ucranianos na região de Bryansk, seis em Belgorod, dois em Rostov e um em Belgorod, na noite passada. Já durante a manhã acrescentou que foram intercetados mais quatro drones em Bryansk.

A Ucrânia e a Rússia fizeram uma troca de prisioneiros na sexta-feira, a 58.ª, que inclui 190 pessoas (95 de cada lado), segundo o The Kyiv Independent.

Entre os detidos libertados para a Ucrânia estão o ativista Maksym Butkevych, um cidadão ucraniano de 45 anos preso por militares russos cuja família, em julho de 2022, pediu que fosse libertado por ter sido confundido com um espião britânico.

Ativista ucraniano foi acusado de ser um espião britânico. Família pede ajuda para a sua libertação

Também foram libertados 34 soldados do batalhão Azov, que defenderam Mariupol durante o certo à cidade e o complexo metalúrgico de Azovstal. Regressam ainda à Ucrânia soldados das regiões de Donetsk, Lugansk, Kharkiv, Kyiv, Chernihiv e Kherson.