Momentos-chave
Histórico de atualizações
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  • Chuva abranda fogo: nenhum ativo ao início da manhã

    A chuva chegou finalmente durante a noite e a madrugada à maioria do território nacional, acalmando assim a vaga de incêndios que fustigou o país, em especial as regiões do norte e centro. Pelas 5h00 desta terça-feira, já não havia registo de qualquer fogo ativo.

    Embora tenha sido avançado por alguns meios, ao início da noite de ontem, que os incêndios tinham provocado 38 mortos, o número oficial mantém-se em 36, a que se juntam ainda 62 feridos e sete desaparecidos. Todas estas informações serão atualizadas esta manhã pela Proteção Civil num briefing que iremos acompanhar para lhe dar conta de todas as ocorrências.

    Este liveblog fica por aqui, mas continuaremos a acompanhar ao minuto todas as atualizações, incluindo as reações e iniciativas já previstas. Até já.

  • Relatório sobre fogos de Pedrógão cortado a pedido da MAI

    O maior capítulo do relatório independente sobre os fogos de Pedrógão Grande, entregue esta segunda no MAI, foi cortado da versão disponibilizada online, alegadamente para proteger a identidade das vítimas.

    A exigência terá partido da própria ministra Constança Urbano de Sousa. A Associação das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande discordou e exigiu que o documento fosse divulgado na sua versão integral. Teve de ser encontrado um meio termo que satisfizesse ambas as partes.

    Novo relatório sobre Pedrógão cortado a pedido da ministra da Administração Interna

  • Incêndio de Quiaios dominado

    O incêndio que deflagrou no domingo na freguesia de Quiaios, concelho da Figueira da Foz, e alastrou depois aos concelhos de Cantanhede e Mira, foi dado como dominado hoje à noite, indica a página da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).

    Este incêndio destruiu a grande maioria da Mata Nacional das Dunas de Quiaios, afetando a envolvente das lagoas da Vela e Braças.

    A agência Lusa constatou hoje a destruição na mata nacional (que possui cerca de seis mil hectares de floresta) entre as povoações de Quiaios, na Figueira da Foz, e da Praia da Tocha, já no concelho de Cantanhede.

    Na Lagoa da Vela, as chamas afetaram, inclusivamente, os nenúfares e outras plantas aquáticas das margens, destruindo postes de iluminação ao longo da estrada florestal e equipamentos de apoio dos parques de merendas ali existentes.

    Lusa

  • Resilientes e sozinhos no meio das chamas, contra tudo

    Em Vouzela não caíram bem as palavras dos governantes que pediram mais resiliência e mais proatividade no combate aos incêndios. O João de Almeida Dias e o João Porfírio encontraram pessoas que passaram a noite em claro a tentar proteger casas e familiares. Quando a água acabou, usaram vinho.

    Sozinhos no meio das chamas: quando a água acabou, apagaram o fogo com mosto

  • Vieira de Leiria. “Era como se tivéssemos pólvora no meio do nosso pinhal”

    Chovia fogo na Vieira de Leiria. O Pinhal com 700 anos ardeu em 4 horas. Laurinda espera o regresso do filho, Gabriel dormiu à espera do fogo. Ana deixou os filhos em casa e foi apagar o fogo. A reportagem da Marta Leite Ferreira:

    Vieira de Leiria. “Era como se tivéssemos pólvora no meio do nosso pinhal”

  • Ronaldo "solidário" mostra apoio total aos bombeiros

    O capitão da seleção portuguesa de futebol, Cristiano Ronaldo, mostrou-se solidário com os familiares e amigos das vítimas dos incêndios que deflagraram no domingo, enaltecendo ainda o trabalho dos bombeiros.

    Lusa

  • Como o IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera) tinha previsto, já começou a chover em algumas partes do território nacional. Nas redes sociais, são inúmeros os portugueses que se regozijam com a mudança do estado do tempo e com a ajuda que a chuva pode dar aos bombeiros, na luta contra os 209 incêndios ainda ativos.

  • Governo dos Açores envia 55 bombeiros para o continente

    Passou de 30 para 55 o número de elementos dos bombeiros dos Açores, pertencentes a sete corpos de bombeiros de S. Miguel e da Terceira, que deverão viajar esta terça-feira de manhã para o continente, para ajudar a combater as chamas.

    “Esta Unidade Especial de Bombeiros inclui 16 elementos da ilha Terceira, sendo cinco dos voluntários de Angra do Heroísmo e 11 da corporação da Praia da Vitória, e 39 elementos oriundos da S. Miguel, dos quais 14 de Ponta Delgada, oito da Ribeira Grande, sete de Vila Franca do Campo, seis do Nordeste e quatro da Povoação”, referiu o governo regional em comunicado.

    “Face à situação em que se encontra o país e após a receção do pedido de ajuda, o Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores prontificou-se de imediato para entrar em contacto com os bombeiros da região e reunir uma unidade especial para prestar o devido apoio no combate aos vários incêndios”, acrescenta a nota.

  • Quercus lamenta catástrofe e defende "política urgente" nas florestas

    A associação ambientalista Quercus lamentou a catástrofe que Portugal vive com o elevado número de vítimas mortais devido aos incêndios e defendeu “uma política urgente” para o ordenamento da floresta.

    É urgente que se implementem medidas de ordenamento do território e da floresta, para evitar que se repitam as catástrofes como a que temos assistido nos últimos dias”, afirmou à agência Lusa João Branco, presidente da Quercus.

    Para o dirigente ambientalista, “as falhas de hoje são a consequência de décadas de negligência no que diz respeito ao ordenamento do território e da floresta, que num quadro de seca severa e extrema, com temperaturas elevadas e ventos fortes criam as condições para incêndios de uma enorme violência”.

    O também engenheiro florestal, considerou que o Governo já deu um passo importante para a gestão da floresta, ao aprovar a chamada lei do eucalipto, que acaba com a liberalização do eucalipto, mas defende que “é preciso ir mais além, nomeadamente na prevenção”.

    É essencial que os municípios implementem os planos municipais de defesa da floresta contra incêndios, criando e respeitando as faixas de contenção junto a aglomerados populacionais, casas, zonas industriais e zonas rodoviárias”, sustentou.

    Segundo João Branco, “o que se tem visto nestes incêndios, é que não existem essas zonas de contenção de fogo, daí resultando a destruição de estruturas habitacionais e industriais, com a agravante de perdas de vidas humanas”.

    Fala-se muito na falta de meios para combater os fogos, mas a prevenção é uma das medidas mais importantes para que o combate se possa fazer com maior eficácia”, defendeu.

    Na opinião do presidente da Quercus, a maior parte dos incêndios nesta altura do ano tem origem em mão humana negligente, defendendo “a grandes campanhas de informação e sensibilização das populações como forma de evitar comportamentos de risco”.

    João Branco reiterou a disponibilidade da associação ambientalista Quercus em “contribuir para um ordenamento mais sustentável da floresta”, lamentando o elevado número de vidas humanas e manifestando a sua solidariedade para com a família das vítimas dos incêndios.

    À semelhança do que temos feito, vamos continuar a contribuir com propostas ao Governo para uma melhor política e ordenamento florestal”, concluiu.

    Lusa

  • PSD. António Costa é "um primeiro-ministro de desresponsabilização"

    “Falhanço”. De acordo com o líder parlamentar do PSP, Hugo Soares, foi isso que aconteceu este domingo com os incêndios que assolaram o país — “Um falhanço do Estado”.

    Foi também com essa palavra que caracterizou o discurso feito por António Costa esta noite ao país: “A declaração de hoje do senhor primeiro-ministro é um insulto à inteligência mas sobretudo ao sofrimento de todos os portugueses. O senhor primeiro-ministro falhou. Perdeu uma oportunidade de assumir a responsabilidade política e perdeu uma oportunidade de pedir desculpas. De pedir desculpas aos heróis nacionais que, com os bombeiros, têm lutado contra toda esta calamidade; perdeu uma oportunidade de assumir uma responsabilidade que é sua enquanto chefe do Governo”.

    O senhor primeiro-ministro é um primeiro-ministro de desresponsabilização e é, sobretudo hoje, um primeiro-ministro sem desculpas”, continuou.

  • Proteção Civil admite situação “bastante complexa” e “escassez de meios”

    A Proteção Civil classificou como “bastante complexa” a situação relativa aos incêndios em curso no país esta noite, sublinhando a “escassez de meios” de combate tendo em conta a dimensão dos fogos.

    Num balanço à agência Lusa pouco antes das 22h00, o oficial de operações da Proteção Civil, o comandante Paulo Santos, afirmou que não houve incêndios dominados nas últimas horas.

    Há inúmeras localidades nas áreas de propagação. Aguardamos que a precipitação venha ajudar a debelar a situação”, afirmou o responsável.

    “É uma área bastante extensa, com registo de diversas reativações ao longo do perímetro do incêndio”, afirmou o responsável, indicando também “danos em infraestruturas”, como num aterro sanitário.

    A Proteção Civil regista no seu site um total de 48 incêndios em curso, que mobilizam 3.658 bombeiros apoiados por 1.119 viaturas.

    Lusa

  • Milhares protestam na Galiza

    Várias pessoas protestam nas principais ruas da Galiza, onde morreram quatro pessoas na sequência dos incêndios desta segunda-feira. Das suas vozes ouvem-se gritos de “terrorismo incendiário” ou “fogos nunca mais“.

    Os manifestantes contaram com a participação de representantes de alguns partidos da oposição, nas principais localidades galegas – como Vigo, Corunha e Ourense.

    O jornal local Faro de Vigo refere que cerca de quatro mil protestavam ao início da noite em Ourense. O grupo aglomerou-se junto à delegação do governo regional e exigiu uma mudança da política florestal e pediu a demissão da conselheira do Meio Rural e também do presidente da Junta da Galiza, Alberto Núñez Feijóo.

    O próximo vídeo mostra como milhares de pessoas estavam reunidas nas ruas de Vigo, cerca das 20h.

    Também na Galiza várias estradas foram fechadas ao trânsito e alguns moradores retirados das suas casas. O Meio Rural da Galiza refere que ainda estão 40 fogos ativos na região.

  • As Matas Nacionais estão praticamente abandonadas

    As Matas Nacionais de Leiria e de Quiaios são das poucas áreas florestais em Portugal que ainda pertencem ao Estado, mas nem o Estado se empenha em fazer cumprir as recomendações de prevenção de incêndio, como a limpeza das matas.

    “As Matas Nacionais era um modelo de gestão, que caiu com a decadência dos serviços florestais”, disse Paulo Fernandes, engenheiro florestal e especialista em fogo. “O trabalho nas matas vive de projetos a que o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas vai concorrendo. O instituto [público] não tem orçamento nem pessoas suficientes para fazer a gestão das matas.”

  • 34 vítimas por localidade

    Das 38 vítimas mortais, já se sabe a localização de pelo menos 34:

    Coimbra:

    Penacova (2); Nogueira do Cravo (2); Vilela (1); Quinta do Ribeiro (2); Cerdeira (2); Salgueiral (1), São Martinho da Cortiça (1); Quinta da Barroca (3)

    Viseu:

    Vouzela (6); Tondela (3); São Joaninho (4), São Jorge (1), Nelas (1); Carregal do Sal (1); A25 (1); Coço (1); Hospital de Viseu (1)

    Castelo Branco:

    Sertã (1)

  • Ministério Público abre inquéritos a incêndios mortais

    A Procuradoria Geral da República (PGR) já instaurou inquéritos nos Departamentos de Investigação e Ação Penal das comarcas onde ocorreram os incêndios que provocaram até agora 38 mortos. Numa resposta enviada a perguntas do Observador, o gabinete da PGR afirma:

    Na sequência das comunicações recebidas até ao momento, foram instaurados inquéritos nos DIAP das comarcas onde ocorreram os incêndios. Assim, foram instaurados inquéritos autónomos por referência aos vários incêndios e respetivas consequências, sendo que o Ministério Público continua a acompanhar a situação, com vista a desencadear todos os procedimentos legalmente previstos que se mostrem adequados. Nas investigações, o Ministério Público é coadjuvado pela Polícia Judiciária.

  • Investigador já tinha alertado para falta de limpeza do Pinhal de Leiria

    Em agosto, o investigador Gabriel Roldão em declarações à agência Lusa já tinha deixado o alerta: “O Pinhal de Leiria está sujeito a que aconteça um cataclismo enorme por falta de limpeza e de tratamento”. Agora, dois meses depois, cerca de 80% da Mata ardeu.

    Falta de limpeza, manutenção e tratamento ameaça Pinhal de Leiria

  • Questionado sobre se o Estado português vai assegurar o pagamento de indemnizações às vítimas dos incêndios deflagrados a 15 de outubro, o primeiro-ministro respondeu com Pedrógão Grande: “Assumimos todas as responsabilidades que tivermos de assumir. O Estado tem de ser uma pessoa de bem. Como sabem, na Assembleia da República já está aprovado um mecanismo extra-judicial de apoio às vítimas de Pedrogão Grande, que é passível de alargamento a vítimas de incêndios noutras zonas do país”.

    Depois, escusando-se a responder a uma pergunta sobre se o sistema de Proteção Civil, tal como existe hoje, está ou não falido, António Costa deu por terminada a conferência de imprensa e saiu.

  • Costa: "Temos de passar das palavras aos atos"

    Para António Costa, o incêndio de Pedrógão Grande e os incêndios que se registaram ontem são “de natureza diferente”. “Pedrógão será sempre um caso único”, sublinhou o primeiro-ministro, não só pela “dimensão trágica de perdas de vidas humanas”, mas também pela dimensão dos “danos materiais”.

    Costa classificou o dia de ontem como “terrível”, com o sistema de proteção civil a ter de “responder a mais de 500 ocorrências” e com as “perdas de vidas humanas”.

    “Neste momento, temos algo que honrar: temos o dever de responder com maturidade àquilo que começámos com maturidade a construir“, acrescentou António Costa, considerando que se “estabeleceu um consenso” de que era necessário chamar “técnicos” e “cientistas” para “analisar o caso de Pedrógão” e “fazer uma análise sistémica” ao sistema de combate e prevenção aos incêndios.

    “Temos de respeitar o trabalho cientifico que foi aqui elaborado”, afirmou Costa, referindo-se ao relatório dos peritos relativamente ao que aconteceu em Pedrógão Grande, acrescentando que as conclusões não poderão cair “em saco roto” e que o “trabalho político” passa por “concretizar em medidas as conclusões que foram apresentadas”.

    Temos de passar das palavras aos atos“, disse o primeiro-ministro, sendo que a reforma da floresta é “condição estrutural” para se ter uma “maior resistência ao risco de incêndio” e “um melhor sistema de combate aos incêndios”, adiantou.

  • "Está na altura de reformular o nosso modelo"

    “Está na altura de reformular o nosso modelo”, disse o primeiro-ministro António Costa acrescentando que não quer manter o modelo atual de combate aos incêndios.

    O primeiro-ministro disse ainda que é preciso reforçar o trabalho da Polícia Judiciária justificando-se: “Seguramente há crime”

  • "Não é um tempo de demissões, é um tempo de soluções"

    Repetindo que não tenciona afastar a ministra da Administração Interna, o primeiro-ministro garante: “Este não é um tempo de demissões, é um tempo de soluções”.

    A solução, diz, passa pela execução da reforma da floresta, aprovada em julho de 2016 pela Assembleia da República.

    Mas também por transformar em medidas as recomendações propostas no relatório da comissão técnica independente, entregue na passada sexta-feira. É para isso, diz, que vai servir o Conselho de Ministros extraordinário do próximo sábado, dia 20. “A reforma da floresta não esgota as consequências a retirar deste verão dramático. A principal responsabilidade do governo é concretizar em medidas as conclusões e recomendações do relatório.”

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