O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel, Lior Haiat, condenou o anúncio da instauração de um processo pela África do Sul contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça, pelo alegado incumprimento da convenção da ONU sobre genocídio.

Na rede social X (antigo Twitter), Lior Haiat rejeitou “com repulsa” o pedido da África do Sul, que, diz, “não tem base factual e jurídica” e “constitui uma exploração desprezível e desdenhosa do Tribunal”.

“A África do Sul está a cooperar com uma organização terrorista que pede a destruição do Estado de Israel”, acusa. “Israel está comprometida com o direito internacional e atua em conformidade, dirigindo os seus esforços militares exclusivamente contra a organização terrorista Hamas e as outras organizações terroristas que cooperam com o Hamas.”

Lior Haiat apela ao Tribunal Internacional de Justiça e à comunidade internacional que “rejeitem completamente as alegações sem fundamento da África do Sul”.

“Israel deixou claro que os residentes da Faixa de Gaza não são o inimigo e está a fazer todos os esforços para limitar os danos causados aos civis e para facilitar a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza”, acrescentou.

Israel rejects with disgust the blood libel spread by South Africa in its application to the International Court of Justice (ICJ).

South Africa's claim lacks both a factual and a legal basis, and constitutes a despicable and contemptuous exploitation of the Court.

South Africa… pic.twitter.com/dqyhY8WYE0

— Lior Haiat ????????????️ (@LiorHaiat) December 29, 2023

O exército israelita adiantou, esta sexta-feira, que dois rockets que terão sido lançados de território sírio atingiram Israel, de acordo com a Al-Jazeera.

Os meios de comunicação social da Síria referem que foram vistos três rockets a serem lançados em direção a Israel. O exército israelita diz, por sua vez, que foram ativadas as sirenes de ataque aéreo perto dos montes Golã e que atacou o local dos lançamentos.

Um cidadão de nacionalidade norte-americana a viver no Egito foi detido no Quénia depois de ter, alegadamente, tentado juntar-se a uma organização terrorista com ligações à Al-Qaeda, na sequência dos ataques do Hamas a 7 de outubro.

Chama-se Karrem Nasr, tem 23 anos, é de Lawrenceville, em Nova Jérsia, e foi detido a 14 de dezembro, depois de voar do Egito para Nairobi, capital do Quénia, onde pretendia encontrar-se com elementos do grupo al-Shabaab antes de viajar para a Somália (onde iria receber treino e onde a organização terrorista está sediada).

Segundo os procuradores federais, Nasr foi “motivado pelo hediondo ataque terrorista perpetrado pelo Hamas”. Nasr terá descrito os EUA como “maléficos”.

O homem regressou aos EUA na quinta-feira e deverá comparecer esta sexta-feira perante um juiz em Manhattan. Está acusado de tentar fornecer apoio material a uma organização terrorista estrangeira e pode ser condenado a 20 anos de prisão.

Osama Hamdan, um dos dirigentes do Hamas, reagiu à notícia da imprensa israelita que dava conta de que o movimento concorda “em princípio” com a retoma das negociações para libertar reféns. À Al Jazeera, Hamdan indicou que o Hamas informou os mediadores que a prioridade é parar a guerra contra Gaza.

Segundo Osama Hamdan, não há atualmente conversações para uma troca de reféns antes dos combates cessarem e não foi discutida uma libertação de reféns em troca de um cessar-fogo de algumas semanas, ao contrário do que foi noticiado pela imprensa israelita.

Além de um esconderijo do líder do Hamas, Yahia Sinwar, na Faixa de Gaza, o Exército israelita anunciou hoje ter encontrado e destruído túneis do quartel-general do Hamas no norte de Gaza.

Nestes subterrâneos identificados, refere o Exército israelita em comunicado, “há uma rede elétrica, infraestruturas de ventilação e saneamento, salas de oração e descanso”, além de “um dos apartamentos refúgio” de Sinwar, este último lugar “localizado perto da cidade de Gaza”.

“No seu interior foram feitas muitas descobertas”, as tropas “examinaram o apartamento com meios tecnológicos adicionais” e descobriram “um túnel estratégico”, que “aparentemente era utilizado por altos cargos da ala política e militar do Hamas”, adiantou a mesma fonte.

“O apartamento era parte de uma longa e ramificada rede de túneis pela qual se movimentavam e operavam membros de alto escalão” do Hamas e o túnel em si tem cerca de 218 metros de comprimento e 20 de profundidade.

Segundo o Exército, o túnel “foi construído para que fosse possível permanecer” e planear combates nele “durante longos períodos de tempo”, e foi agora dinamitado.

O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) manifestou hoje “muita preocupação” com a crescente ameaça representada pelas doenças infecciosas na Faixa de Gaza, desde o início da guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.

“À medida que as pessoas continuam a ser deslocadas em massa para o sul de Gaza (…), os meus parceiros da Organização Mundial da Saúde e eu continuamos muito preocupados com a ameaça crescente de doenças infecciosas”, sublinhou Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa publicação na rede social X.

As people continue to be massively displaced across the south of #Gaza, with some families forced to move multiple times and many sheltering in overcrowded health facilities, my @WHO colleagues and I remain very concerned about the increasing threat of infectious diseases.… pic.twitter.com/yszTuAN8Eu

— Tedros Adhanom Ghebreyesus (@DrTedros) December 29, 2023

Tedros lembrou que algumas famílias têm sido forçadas a mudar-se várias vezes e muitas estão abrigadas em instalações de saúde sobrelotadas.

Os mediadores do Qatar — que estão a trabalhar para a libertação de reféns — informaram Israel que o Hamas “concorda em princípio” com a retoma das negociações para que mais pessoas — levadas pelo grupo nos ataques de 7 de outubro — sejam libertadas, em troca de tréguas temporárias na Faixa de Gaza. A notícia é avançada pelo site de notícias israelita Walla, citado pelo The Times of Israel.

Mas Israel estará a reagir com cautela a este anúncio. Segundo o site de notícias, as conversações estão centradas numa proposta apresentada pelo responsável dos serviços de informação de Israel (Mossad), David Barnea, que prevê a libertação de cerca de 40 reféns, incluindo pessoas com problemas médicos graves. Em troca, Israel suspenderia as operações em Gaza durante uma ou duas semanas e libertaria alguns prisioneiros palestinianos.

Um alto funcionário israelita diz ao jornal que a mensagem vinda do Qatar ainda é muito preliminar, mas acrescenta que é um passo positivo. Outro funcionário refere que Israel ainda não recebeu uma proposta concreta do Qatar, mas “de qualquer forma” indica que o plano ainda têm “lacunas grandes”.

O alto representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, apelou hoje a Israel para estabelecer uma “nova pausa” na sua ofensiva na Faixa de Gaza, após novo bombardeamento no campo de refugiados urbano palestiniano de Maghazi.

“É urgente uma nova pausa nas hostilidades”, disse Borrell, também vice-presidente da Comissão Europeia, na rede social X (antigo Twitter).

Israeli ground offensive in central #Gaza continues causing a heavy toll in spite of IDF obligation to protect civilians – bombing on Maghazi refugee camps was one of the deadliest and now displacement of further 150k people reported.

A new pause in hostilities is urgent.

— Josep Borrell Fontelles (@JosepBorrellF) December 29, 2023

A ofensiva de Israel “continua a causar um grande número de vítimas, apesar da obrigação das Forças de Defesa de Israel de proteger os civis”, adiantou.

Borrell qualificou o bombardeamento do campo de refugiados de Maghazi como “um dos mais mortíferos” e lamentou informações que falam “do deslocamento de outras 150.000 pessoas”.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) alegam ter destruído um esconderijo do líder do Hamas, Yahya Sinwar, um dos principais alvos das forças israelitas na Faixa de Gaza.

As FDI garantem que encontraram o apartamento de Yahya Sinwar na cidade de Gaza “nas últimas semanas”. Segundo as FDI, citadas pela Sky News, os militares “localizaram e destruíram um dos apartamentos de esconderijo do líder da organização terrorista do Hamas na Faixa de Gaza”. O apartamento foi examinado “utilizando meios tecnológicos” e as tropas “descobriram que um túnel estratégico estava localizado no piso da cave”.

The IDF says it has located and demolished a hideout apartment belonging to Hamas leader Yahya Sinwar in northern Gaza, along with a large tunnel system under it.

The apartment, located on the outskirts of Gaza City, was found by the 14th Reserve Armored Brigade and later… pic.twitter.com/QYaHoeCwVT

— Emanuel (Mannie) Fabian (@manniefabian) December 29, 2023

As FDI dizem ter destruído a rede de túneis sob o apartamento que garantem ser de Sinwar.

O Tribunal Internacional de Justiça revelou esta sexta-feira que a África do Sul apresentou uma moção para iniciar um processo contra Israel alegando que as forças israelitas violaram a Convenção das Nações Unidas para a prevenção e repressão do crime de genocídio.

No pedido apresentado ao tribunal de Haia, a África do Sul acusa as operações das Forças de Defesa de Israel (FDI) de terem um “caráter genocida, uma vez que foram cometidas com a intenção específica de destruir os palestinianos em Gaza como parte do grupo nacional, racial e étnico palestiniano mais vasto”, escreve o The Times of Israel.

“Os atos em questão incluem o assassinato de palestinianos em Gaza, causando-lhes lesões corporais e psicológicas graves e infligindo-lhes condições de vida para a sua destruição física”, lê-se no pedido, citado pela Al Jazeera.

Para a África do Sul, as operações de Israel violam a convenção da ONU sobre genocídio. O país pede que a audiência seja marcada rapidamente e que o tribunal ordene “preliminarmente a Israel que deixe de matar e de causar graves danos psicológicos e físicos ao povo palestiniano em Gaza”.

Também no Conselho de Segurança da ONU, o observador permanente adjunto do Estado da Palestina junto da organização, Majed Bamya, acusou as forças de Israel de querer “garantir que os palestinianos em Gaza não têm casas para onde voltar”.

“Eles querem garantir que a vida em Gaza deixa de ser possível, com um único objetivo, aquilo a que chamam “migração voluntária”, o nome de código para deslocação forçada. Estas são as opções para os palestinianos: destruição ou deslocação, morte ou deslocação”, disse.

O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, exigiu que os ataques do grupo fundamentalista Hezbollah, que controla parte do Líbano, cheguem ao fim. Segundo a Al Jazeera, Erdan ameaçou com uma guerra “em larga escala” se os ataques continuarem.

“Cinquenta mil civis israelitas estão deslocados ao longo da fronteira norte devido aos ataques apoiados pelo Irão a partir do Líbano. Estes ataques são violações flagrantes da soberania de Israel, do direito internacional e das resoluções do Conselho de Segurança”, afirmou Gilad Erdan, que acrescentou: “Israel vai defender-se. Já avisei este Conselho inúmeras vezes”. As declarações foram feitas no Conselho de Segurança da ONU.

Tem de pensar em como não pôr em risco a carreira política e para isso precisa de uma “grande vitória”. Mas Israel “não está a conseguir equilíbrio”. Ainda papel dos EUA, até aqui e para 2024.

Ouça aqui “Guerra na Terra Santa” da Rádio Observador.

Netanyahu pensa no seu umbigo, não só na guerra

As autoridades de Israel revelaram esta sexta-feira que um rapaz de nove anos e um homem de 20 morreram num tiroteio no centro da cidade israelita de Lod, cujos contornos e motivações ainda não são conhecidos, avança o The Times of Israel.

As duas vítimas ainda foram levadas para o hospital com ferimentos graves, mas não resistiram. Um outro homem também ficou ferido e está a receber tratamento num hospital em Be’er Yaakov.

Os bombardeamentos no centro da Faixa de Gaza continuam a levar dezenas de milhares de palestinianos a fugir para sul em direção à já lotada cidade de Rafah, perto da fronteira com o Egito, descreve a Associeted Press.

Chegam a pé, de carro ou em camiões e quando não há espaço nos abrigos, constróem barracas para se abrigar.

“As pessoas estão a usar qualquer espaço vazio para construir barracas”, diz Juliette Touma, diretora de comunicação da agência da ONU para os refugiados palestinianos. “Alguns estão a dormir nos seus carros e outros ao relento”, acrescentou.

O The Times of Israel está a avançar que foi ativado um alerta sonoro de rockets no kibutz de Zikim, perto da fronteira com a Faixa de Gaza. O kibutz já tinha sido evacuado, assim como outras comunidades perto de Gaza, na sequência dos ataques do Hamas a 7 de outubro.

Os serviços secretos franceses anunciaram esta sexta-feira que vão reforçar as medidas de segurança em França durante as celebrações de passagem de ano devido a um risco “muito elevado” de terrorismo que associam, em parte, à guerra entre o Hamas e Israel, segundo a Associated Press.

De acordo com a líder dos serviços de informação, Céline Berthon, 90.000 agentes das autoridades serão destacados para a noite de Ano Novo, dos quais 6.000 estarão em Paris, onde são esperadas mais de 1,5 milhões de pessoas nas celebrações dos Campos Elísios, segundo números do Ministério da Administração Interna do país.

Em conferência de imprensa, Céline Berthon aludiu a uma “ameaça terrorista muito elevada” devido, em parte, “ao que está a acontecer em Israel e na Palestina”. Segundo Berthon, também serão destacados bombeiros e soldados.

As Forças de Defesa israelitas (IDF) afirmaram esta tarde estar a fazer um “extenso” ataque que tem como alvos posições de lançamento do Hezbollah e um centro militar na zona de Wadi Hamol, no Líbano, segundo o jornal Haaretz.

Isarel diz estar a responder a três lançamento identificados como partindo do Líbano para território israelita feitos esta sexta-feira.